Os Novos Companheiros?



CAPÍTULO II



Os Novos Companheiros?



 


Lílian tinha conseguido, finalmente, se livrar do Potter, e voltou para cabine onde estavam suas coisas, a fim de vestir o uniforme. Quando chegou, encontrou apenas as duas garotas Donovan, já com as vestes de Hogwarts.



- Já estávamos pensando que não voltaria mais - disse Ana, em tom brincalhão.



- É, pensamos que o Potter finalmente tinha conseguido te pegar de jeito. - provocou Kristyn, rindo da expressão da amiga.



- Só nos sonhos dele! E isso se eu não conseguir impedir! - retrucou, irritada. - Onde está o Sebastian?



- Foi dar uma voltinha, pra te dar tempo pra se trocar.



- E como ele sabia que eu estava vindo? - perguntou, enquanto começava a trocar de roupa.



- Ah, bem... - Ana começou, hesitante.



- Bom, achamos que já estávamos chegando, portanto, você ia ter que aparecer logo, afinal, suas coisas estão aqui. - Kristyn respondeu, muito rápido.



Lílian achou que elas estavam meio estranhas, mas logo afastou as desconfianças, pois elas continuaram no assunto que ela queria esquecer.



- E então, Lílian, o que há entre você e esse Potter? - perguntou Kristyn, de forma descontraída. Lílian, que tinha acabo de se trocar, jogou-se no banco ao lado de Ana.



- Podem me chamar de Lilly. E, nada! Não há absolutamente nada entre nós!



- Você vai me desculpar, Lilly, mas ninguém briga desse jeito por nada. - argumentou Ana.



- O que acontece é que, desde o fim do ano passado, essa criatura me persegue! - disse Lilly, irritada.



- Acho que a "criatura" é o Potter. - Kristyn disse, divertida, para Ana, que tentava não rir, pois parecia que Lilly levava o assunto bem a sério.



- Pode ter certeza que é! E sempre com a mesma pergunta: "Quer sair comigo, Evans?"! Todos os dias eu rezo pra não ouvir essas palavras!



- Mas, eu ainda não entendi o problema, Lilly. - começou Kristyn - O cara até que é bem bonitinho.



- Como dizemos no Brasil, um verdadeiro "gato"! - ajudou Ana.



- É justamente aí que tá o problema!



Kristyn e Ana trocaram olhares confusos.



- AGORA eu realmente não entendo. Você não gosta de rapazes bonitos? - perguntou Kristyn, incrédula.



- Prefere o quê, um "Quasímodo"? - ajudou Ana, irônica.



- Não é nada disso. É claro que eu gosto de rapazes bonitos, mas não como ele. Junto com o amigo Sirius, forma o par de "colecionadores" de Hogwarts. Colecionam namoradas. Além disso, são muito populares e acham que podem fazer o que quiserem, a hora que quiserem, sem dar importância a mais nada! - Lilly terminou seu discurso exaltado.



- Bom, se ele é como o Black, você está certa em não querer nada com ele. O cara é um verdadeiro cretino! - Kristyn apoiou, gesticulando de forma irritada.



Diante do olhar inquisidor de Lilly, Ana explicou, sorrindo:



- Kristyn teve um pequeno desentendimento com o Black.



- Viu só? E você só ficou alguns instantes com ele, imagina o que eu passo. - exclamou dramaticamente, provocando muitas risadas, inclusive a dela. Foi assim que Sebastian as encontrou.



- Estou vendo que as meninas recuperaram o bom humor.



- Claro, estamos falando mau dos meninos! - Ana riu.



- Então acho melhor eu sair, pois pode acabar sobrando pra mim. - Sebastian, que tinha se sentado ao lado de Kristyn, fez questão de se levantar, mas esta, rindo, o impediu abraçando-o pelo pescoço.



- Nada disso! Você sabe que, apesar de ser irritante às vezes, nós não vivemos sem você! - e deu um beijo estalado em seu rosto.



Lilly observou a camaradagem entre os primos com uma pontinha de inveja. Sua família era pequena, não tinha primos, e nunca tivera aquele tipo de afeição com sua irmã. A idéia chegava a ser engraçada.



Nesse momento, outro grupo de estudantes entrou na cabine.



- Ora, ora, o que temos aqui? - perguntou uma voz arrastada. - Uma sangue-ruim e três desconhecidos. Provavelmente insignificantes.



Era um rapaz loiro, muito pálido, ladeado por dois brutamontes com cara de idiotas. Lilly ficou tensa, preparando-se para retrucar, mas Anastácia pousou a mão em seu braço, contendo-a.



Sebastian, que estava recostando displicentemente no banco, as pernas estendidas, observando os garotos com um sorriso irônico, riu de forma debochada.



- Está rindo do quê, Zé Ninguém? - perguntou o loiro, irritado por não ter obtido a reação que esperava.



- Eu? - Sebastian colocou a mão no peito, de forma teatral. - Só achei engraçado um cara que anda acompanhado por dois óbvios descendentes de trasgo chamar alguém de sangue-ruim.



Depois de um instante de choque pela resposta ofensiva, os dois brutamontes ameaçaram avançar contra Sebastian, mas pararam ao vê-lo já de pé, sua alta estatura dominando o aposento. Apesar de ser esbelto, percebia-se claramente que era muito forte, um adversário a ser evitado numa luta corporal. Além disso, as garotas que o acompanhavam estavam apontando suas varinhas direto para eles.



Resmungando promessas de revide, os três se retiraram, e logo depois o trem começou a reduzir a velocidade. Mais uma vez a porta foi aberta, e Edgard Bones, Monitor-Chefe, entrou. Cumprimentou Lilly com um aceno de cabeça e depois se dirigiu aos outros.



- Já estamos chegando. Vocês vão comigo em uma carruagem especial. Por favor peguem suas coisas e vamos lá pra frente.



Depois de prepararem tudo, se separaram, prometendo encontrarem-se com Lilly mais tarde.



 


******************************************



A Cerimônia de Seleção dos alunos do primeiro ano tinha terminado, e todos aguardavam a prof.ª McGonagall retirar o Chapéu Seletor, e o diretor fazer seu habitual discurso de início de ano letivo. Porém, quando Dumbledore se levantou, o Chapéu continuava no banquinho a sua frente.



- Sejam bem-vindos! - começou Dumbledore, a luz das velas refletindo em seus óculos de meia-lua. - Sejam bem-vindos a mais um ano em Hogwarts. Geralmente este é o momento em que eu lhes dou os habituais avisos, enquanto vocês fingem que me ouvem e desejam que eu termine logo para começarem o jantar. - Dumbledore sorriu marotamente para as mesas das quatro casas. - Esse ano, porém, deverei torturá-los um pouco mais, por favor, tenham paciência. Alguns de vocês conheceram no caminho para cá três novos estudantes. Eles são brasileiros e completarão seus estudos em nossa querida escola, juntando-se aos alunos do quarto ano. Espero que sejam bem recebidos por todos, tanto pela casa para a qual forem selecionados, quanto pelas outras. Estes são o sr. Sebastian, e as srtas. Anastácia e Kristyne Donovan. - indicou os três jovens que entravam no salão, acompanhados pela prof.ª McGonagall. A beleza natural dos três e a postura confiante chamaram a atenção de todos. - Agora, acho que podemos começar, sim, prof.ª?



McGonagall indicou o banquinho para Ana, e depois de alguns instantes, ouviram o Chapéu gritar:



- GRIFINÓRIA!



Muitos aplausos na mesa da Grifinória, a maioria dos rapazes. Ana foi até onde Lilly estava e sentou-se ao seu lado.



A seguir foi a vez de Kristyn. O Chapéu se decidiu rapidamente:



- GRIFINÓRIA!



Mais uma onda de aplausos, enquanto Kristyn sentava-se ao lado da prima.



Quando Sebastian foi até o banquinho, suspiros foram ouvidos por todo o salão. O porte de atleta - tinha mais ou menos 1,80 m - os cabelos muito negros e lisos, caídos de forma displicente sobre a testa, os estonteantes olhos azuis no belo rosto, tudo isso somado ao andar felino, eram capazes de abalar qualquer coração feminino.



Podia-se cortar o ar com uma faca, tal era a expectativa enquanto aguardavam a decisão do Chapéu.



- GRIFINÓRIA!



Os aplausos e assobios foram os mais entusiasmados, ao mesmo tempo em que eram ouvidas expressões de desapontamento nas outras mesas. Sebastian sorria para todas as garotas no caminho para onde estavam suas primas.



- Parece que seu reinado está chegando ao fim, Sirius. - provocou Pettigrew, no outro extremo da mesa.



- Não enche, Rabicho! - retrucou Sirius, irritado. E mais irritado ficou ao ver o rapaz ser recebido por um caloroso abraço da garota que horas antes quase o jogara no chão. Mal-humorado, voltou sua atenção para a comida que acabava de aparecer, ignorando as provocações dos amigos.



 


***********************************************



- Srtas. Donovan, srta. Evans, por favor, queiram me acompanhar.



Tinham acabado o jantar, e a prof.ª McGonagall aparecera ao lado da mesa.



- Algum problema, prof.ª? - perguntou Lílian, hesitante.



- Não, Evans, quero apenas acertar algumas coisinhas. - voltou-se para Sebastian - Sr. Donovan, o sr. vai compartilhar o dormitório dos alunos do quarto ano. Por favor, acompanhe o sr. Bones, ele lhe dará todas as informações necessárias. - indicou o Monitor-Chefe, que estava logo atrás dela, dispensando Sebastian. E saiu do salão, seguida pelas três garotas.



No escritório de McGonagall, esta lhes indicou as cadeiras em frente a sua mesa. Quando estavam todas acomodadas, ela entrelaçou as mãos sobre a mesa, olhando-as por cima dos óculos.



- Bem, eu as chamei aqui pois temos um probleminha a resolver: suas acomodações. Como a srta. Evans sabe, o dormitório feminino do quarto ano já está com cinco ocupantes, e não comportará sete. Devido a isso, teremos um segundo dormitório para acomodá-las, e mudarei uma das garotas para ficar com vocês. - olhou diretamente para Lílian. - Durante o jantar, eu observei que você parece ter se dado muito bem com nossas novas alunas.



- É verdade, prof.ª, eu as conheci no trem, e gostei muito delas.



- Nesse caso, devo supor que não haveria problemas em mudá-la de quarto?



- Não senhora. Eu ficaria muito satisfeita. - respondeu Lílian, lembrando da chatice que era dividir o quarto com quatro fãs dos Marotos.



- E quanto a vocês? - Minerva voltou-se para as outras.



- Como a senhora reparou, nós nos demos muito bem. - disse Ana.



- É, ficaremos muito felizes por Lílian ser nossa colega de quarto.



- Então, está decidido. Srta. Evans, por favor, leves nossas novas alunas até a Torre. O novo dormitório já está preparado.



As garotas saíram animadas do escritório, comemorando o novo status em sua amizade.



 


*************************************************



Enquanto isso, no dormitório masculino do quarto ano...



Sebastian estava arrumando suas coisas, quando os quatro rapazes, intitulados "Marotos", entraram no quarto.



- O que você está fazendo aqui? - perguntou Sirius, ainda irritado.



Sebastian ergueu uma sobrancelha, de modo muito parecido com o da prima quando o enfrentara, o que o irritou ainda mais.



- Pensei que fosse óbvio. - respondeu, ironicamente.



- Ele tem razão, Sirius. - interviu Remos, rapidamente, tentando evitar uma discussão - Ele está no quarto ano e é da Grifinória, portanto só podia ser acomodado neste dormitório.



- Obrigado, Lupin. É bom ver que pelo menos um de vocês tem bom senso. Agora, com licença. - tinha acabado de guardar seus pertences, e desceu para o salão comunal, para aguardar suas primas.



- Sujeito metido!



- Sirius, deixa o cara em paz! Ele não te fez nada! - censurou Remo.



- Como não?!



- Bom, nada que você não merecesse. - corrigiu Lupin.



- Do que vocês estão falando? - perguntou Tiago, confuso.



- Ah, é verdade, Pontas, você não sabe.



- Não sei o quê?



- É que nosso amigo garanhão foi dar uma de espertinho com a prima do cara, e ele o atirou longe. - explicou Pedro, rindo.



- Mas quem se estabacou no chão foi você! - retrucou Sirius, apagando o sorriso de Pettigrew.



- O Sirius tem razão, o cara é um metido! Viram como ele estava cheio de graça pra cima da Evans? - exclamou Tiago, com raiva.



- Ah, Pontas, você está é com ciúmes! - riu Lupin.



- Pode até ser, Aluado. - rebateu Sirius, de um jeito soturno. - Mas o que eu quero saber é como vamos impedi-lo de descobrir sobre... você sabe.



- É verdade, Remo, o que vamos fazer? - Pedrinho estava aflito, e começou a roer as unhas.



- Vocês querem saber a verdade? Eu acho que ele já sabe! - e contou aos amigos o que tinha acontecido na cabine do trem.



- É realmente muito estranho. - disse Tiago, ao fim do relato do amigo. - Vamos ter que ficar de olhos bem abertos com esses três.



- Mas que isso, meu caro Pontas - retrucou Sirius, com um sorriso pensativo - Vamos descobrir a verdade sobre eles!



- E como vamos fazer isso? - perguntou Pedro, confuso.



- Isso eu ainda não sei, Rabicho. Mas que vamos, vamos!



- Afinal... - começou Remo, olhando de modo travesso para os amigos.



- ... nós somos os Marotos! - concluiu Tiago, sorrindo.


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