Por Você



CAPÍTULO XXI



Por Você



N/A: Gente, mais uma vez, muito, muito obrigada pelos comentários!!! Finalmente consegui terminar o que era pra ser o cap. 21 (como rendeu, não?). Espero mesmo que gostem, não deixem de me dizer depois, ok? Ah, Alícia, eu já comecei a ler sua fic, mas como ando muito ocupada, não deu pra acabar ainda, mas tá muito boa, viu? Assim que terminar, vou deixar meu comentário, ok?



 


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Quando chegaram ao escritório de Dumbledore, o diretor já os aguardava, junto com a professora McGonagall, e fez com que Sirius, Tiago e Snape entrassem, dispensando os outros, dizendo que voltassem para seu salão comunal.



- Bem, acredito que tenham algo a nos dizer, não é verdade? - tinha as mãos cruzadas sobre sua mesa, e os observava com olhar astuto por sobre os óculos. Ao seu lado, McGonagall estava mais rígida que de costume, a expressão extremamente severa.



- É verdade, sim, professor. Aconteceu algo muito sério. - começou Tiago, sem saber muito bem como se explicar, pois, apesar de tudo, não queria delatar o amigo.



- O Black tentou me matar! - acusou Snape, a voz reverberando de ódio.



- Não é verdade! - retrucou Tiago, nervoso - Sirius nunca teve a intenção... ele agiu sem pensar!... e...



- Por favor, Tiago. - Dumbledore interrompeu a defesa de Tiago - Acho melhor que Sirius nos explique o que aconteceu. - voltou o olhar penetrante para o rapaz, incentivando-o a falar - Sirius...



Sirius contou a história desde o princípio, apesar de intuir que o professor já sabia de tudo. Enquanto relatava os fatos, a culpa pelo que tinha feito começou a pesar em sua consciência, e não adiantava dizer a si mesmo que Snape procurara aquilo.



- Vamos ver então... - disse Dumbledore, muito sério, quando Sirius acabou seu relato - Você atraiu um colega para um perigo mortal, traindo o segredo de um dos seus melhores amigos. - o olhar desapontado do diretor o feria muito mais do que se estivesse gritando, furioso - Devo dizer que não esperava isso de você, Sirius.



- Somente o senhor poderia esperar algo diferente dele, professor. - sibilou Snape, olhando com fúria e desprezo na direção de Sirius - Ele é um Black, e nada de bom vem dessa família!



Dumbledore voltou-se para ele, observando-o atentamente.



- Acho melhor nós conversarmos a sós, Severo. Enquanto isso, vocês dois vão com a professora McGonagall. Como diretora da sua casa, cabe a ela determinar sua punição.



- Como assim? - perguntou Snape, incrédulo - O Black tentou me matar! Ele deve ser expulso!!!



- Isso, Severo, não é você quem decide. - retrucou Dumbledore, calmamente - Minerva, por favor, cuide desses dois, sim?



- Pode ficar tranqüilo, Dumbledore. - respondeu, o olhar intimidando os rapazes - Eles terão o que merecem.



Sirius e Tiago seguiram-na para fora do escritório, curiosos em saber o que o diretor diria a Snape. Com certeza ele conseguiria fazer o sonserino ficar calado sobre o que vira, mas gostariam de saber como.



Quando chegaram a sala da professora, sentaram-se temerosos em frente a sua mesa, pois ela parecia realmente muito zangada, e McGonagall zangada não era algo para se ignorar.



- Era de se esperar... - começou, a voz parecendo vibrar com o controle que ela exercia sobre a própria raiva - ... que após tudo o que passaram, vocês dessem mais valor à vida, tanto as suas, quanto as dos outros.



- Professora...



- Eu ainda não acabei, Potter! - cortou, ríspida - É revoltante ver que uma brincadeira de mau-gosto tem mais importância do que a amizade! - seu olhar estava preso em Sirius, que o sustentava bravamente. O tom com que falou a seguir machucou mais do que as palavras em si - Estou envergonhada de você, Black. Este não é o comportamento de um verdadeiro grifinório. Você está em detenção durante o próximo mês inteiro e sua casa perderá 200 pontos. - ignorando a exclamação de protesto dos dois, ela voltou-se para Tiago, e sua expressão suavizou-se quase que imperceptivelmente - Quanto a você, Potter...



- Ele não teve nada a ver com o trote!



- Sirius, sua situação já está bem ruim, por favor, fique calado! Como eu ia dizendo, Potter, você demonstrou ser digno da casa a que pertence. Não só salvou um colega de quem não gosta de um destino terrível, como fez de tudo para defender seus amigos, sem se preocupar consigo mesmo. E por isso Grifinória irá receber 100 pontos.



- Por que só 100? - interviu Sirius - A senhora me tirou 200 pontos!



- Pra começar, foi devido a sua atitude que Potter fez o que fez. E não haveria punição se o recompensasse na mesma medida, não é? - respondeu, o tom levemente irônico. - Agora voltem para Torre, já deveriam estar dormindo a essa hora.



 


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Voltaram em silêncio para a Torre, pois Tiago ainda estava muito aborrecido com o amigo. Ao chegarem ao salão comunal, encontraram os amigos ainda a sua espera. "Mas sermões!", pensou Sirius, jogando-se numa poltrona. Tiago imitou-o, ficando num silêncio carrancudo.



- E então? - perguntou Lilly, o tom contido muito parecido com da professora de Transfiguração.



- No total, Grifinória perdeu 100 pontos e Sirius pegou um mês de detenção. - resumiu Tiago, sem disposição para contar tudo.



- Só isso? - perguntou Ana, revoltada.



- Ana, perdemos 100 pontos!



- Eu estou pouco ligando para pontos, Frank! Esse castigo foi muito leve para o que Sirius fez!



A discussão continuou, com Ana e Lilly recriminando Sirius, apoiadas pelos amigos. Kristyn levantou-se, bocejando, e se dirigiu para seu alojamento.



- Onde você, vai, Kristyn? Venha nos ajudar a tentar colocar um pouco de juízo nessa cabeça oca!



- Me desculpa, Lilly. - respondeu, entediada - Mas isso é impossível, e além disso, eu não gosto de Cortes Marciais. - continuou, sem se importar com o protesto dos amigos - Ok, o Black agiu como o idiota que é. Qual a surpresa disso? Ele já ganhou um belo soco, uma detenção que, se bem conheço a McGonagall, vai fazê-lo pensar bem sobre o que fez, e perdeu uma quantidade considerável de pontos, o que fará baixar um pouco sua popularidade. E se nada disso for castigo suficiente, ele ainda vai ter que encarar o Remo e contar o que fez.



Essas últimas palavras tiveram o poder de assustar Sirius. Não tinha pensado sobre isso, ainda. Como contaria a Remo o que fizera?



- Por isso, me desculpem por abandoná-los, - continuou Kristyn, em tom casual - mas eu vou dormir. Boa noite!



Ela foi para seu dormitório, e logo depois os outros seguiram seu exemplo, admitindo que ela tinha razão. Sirius sequer notou o olhar de recriminação que Ana lhe lançou antes de sair. Tinha coisas mais importantes em mente.



 


********************************



Os dias que se seguiram foram os piores da vida de Sirius. A notícia de que fora ele quem perdera aqueles pontos logo se espalhou, e o tratamento que passara a receber dos colegas podia ser definido como "gelado". Mas não tão gelado quanto o que recebia de Tiago. O amigo falava com ele apenas o necessário, e sempre em tom muito frio. O único que ainda o tratava como sempre era Pedro.



- Não se preocupe, Sirius. - disse ele. Faziam dupla na aula de poções, já que Tiago tinha preferido fazer dupla com Lílian - Logo eles vão esquecer essa estória, e tudo vai voltar ao normal.



Sirius não estava tão certo. Sabia que tinha ido longe demais, apesar de não admitir aquilo para ninguém. Mas o que o preocupava mesmo era Remo. Ele voltaria naquele dia, e Sirius ainda não tinha idéia do que diria ao amigo.



Quando voltaram ao dormitório depois das aulas da tarde, encontraram-no sentado em sua cama, parecendo estar esperando. Tiago também estava lá, observando o lago pela janela.



- Acho que chegou a hora. - comentou Sirius em tom baixo, enquanto Pedro sentava-se em sua cama. Sentiu-se diante de um júri, com os amigos aguardando sua defesa. Aquilo era pior do que fora enfrentar Dumbledore e McGonagall.



- Parece que você tem algo a me dizer, não é, Sirius? - o tom de Remo era calmo - Tiago não quis me dizer nada, achou melhor que você explicasse tudo.



Suspirando, Sirius puxou uma cadeira, colocando-a de frente para o amigo, sentou-se e começou a falar. Não agüentava mais contar aquela história, pelo menos aquela seria a última vez.



- Então é isso, Remo. Sei que o que fiz não tem perdão, eu nunca poderia ter traído sua confiança desse jeito. Minha única desculpa é que não parei para pensar no que poderia acontecer. - levantou-se, indo até a porta - Vou te poupar o trabalho de mandar que me afaste de vocês.



Saiu rapidamente do dormitório, e depois da Torre, sentindo-se pior do que jamais se sentira.



 


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- Será que podemos falar agora?



Sirius voltou-se na pedra onde estava sentado, numa clareira da floresta proibida. Viu os amigos em pé a alguns metros dele, e suspirou. Realmente teria que enfrentar as feras.



- Pra começar, você é um idiota, Sirius. Mas acho que já sabe disso. - brincou Remo, sentando-se ao lado de Sirius - O que fez foi mesmo muito grave, e não vou dizer que não estou aborrecido. Pode ter certeza de que farei com que fique devidamente arrependido, quando estiver cuidando da sua detenção. Mas jamais pensaria em terminar nossa amizade por causa de um erro como esse. - sorriu para o amigo - Marotos para sempre, lembra?



Sirius retribuiu o sorriso, abraçando o amigo, que era como um irmão para ele. Se tivesse mesmo perdido sua amizade, não saberia o que fazer. Voltou-se para Tiago.



- E quanto a você?



- Se Remo pôde perdoá-lo, então eu também posso. - ele riu, enquanto abraçava o outro - Apesar de achar que ele devia pegar mais pesado com você.



- Eu concordo com a Kristyn. Ele já recebeu o que merecia. - riu do espanto dos amigos - Pedro me contou tudo quando foi me visitar no dia seguinte.



Sirius e Tiago voltaram-se indignados para o amigo, que fingia que não era com ele.



- Ora, alguém tinha que fazer alguma coisa, não é? Vocês dois estavam quase acabando com os Marotos!



Eles riram, e cumprimentaram o amigo, dando-lhe crédito pelo gesto.



- Remo, você tem que ter cuidado com sua namorada, viu? - brincou Sirius, voltando ao humor de sempre - Ela tem uma direita de respeito!



- Sempre soube do que ela é capaz! Vocês não deviam provocá-la. - retrucou, divertido - Quem me surpreendeu foi você, Sirius. Nunca imaginei que fosse tão melodramático.



- É mesmo. - concordou Tiago, fazendo uma cara sofredora digna de novela mexicana - "Vou te poupar o trabalho de mandar me afastar de vocês!". Só faltou o "Carlos Daniel" no final. - desviou-se de um golpe do amigo, rindo, assim como os outros.



 


- Mudando de assunto, e quanto a você e a Kristyn?



- Tudo na mesma.



- Como assim? Nem depois que ela te defendeu você conseguiu alguma coisa? Que decepção!



- Sou obrigado a defender o Almofadinhas. - interviu Pedro, rindo - Ele não estava com cabeça para conquistas.



- Pode ser, mas antes disso ele já não conseguia nenhum progresso.



- Obrigado, Tiago. - retrucou, irônico.



- Sirius, você não merece, mas eu vou te ajudar. - disse Remo - Ela é como você, então se coloque no lugar dela: está apaixonada pelo cara mais popular e galinha de Hogwarts. - ignorou o "ei!" de protesto do amigo - O que acha que ela quer?



Sirius ficou observando o nada alguns instantes, pensativo.



- Sabe, Remo, você me surpreende. - comentou, depois de algum tempo - Achei que eu fosse o conhecedor das mulheres.



- Não, Sirius, você sabe conquistá-las, mas entendê-las já é outra história. E então, matou a charada?



- Não sou tão burro assim, Aluado. Já percebi onde quer chegar. - respondeu, arrogante - Agora só preciso de uma estratégia. Posso contar com a ajuda de vocês, não é?



- Claro, Almofadinhas, nós não perderíamos isso por nada. - respondeu Tiago, rindo de antecipação, pois tinha idéia do que o amigo teria que fazer.



 


******************************



- Snape!



Ele parou ao ouvir o chamado. Virou-se e viu que Ana vinha correndo pelo caminho que levava ao lago.



- Oi, como você está? - perguntou ao chegar até ele, passando a caminhar ao seu lado - Não tive chance de conversar com você depois de toda essa confusão.



- Pode ficar tranqüila, o diretor me obrigou a guardar o segredo do seu namorado. - respondeu, amargo - Seus amiguinhos saíram bem disso tudo, como sempre. Quanto a como estou, por que não me diz você?



- Do que está falando? - perguntou, desconcertada.



- Donovan, vocês não são muito discretos, sabia? - provocou, irônico - E antes que tente inventar qualquer coisa, quero te informar que a biblioteca da minha casa é cheia de livros raros, um em especial, conta toda a história de Avalon.



Ana ficou nervosa, sem saber o que fazer. Fora procurá-lo com a intenção de amenizar o estrago feito por Sirius, e não esperava se deparar com aquele problema.



Snape observava sua consternação com uma sorriso satisfeito. Estava certo, afinal. E agora tinha uma arma para usar contra os odiados Marotos, principalmente o maldito lobisomem.



- Não fique assim tão preocupada. - recomendou, irônico - O meu silêncio pode ser negociado.



- Eu sou o negociador da família.



Sebastian surgiu do nada, e sua postura indicava a Snape que não devia brincar com ele.



- Ana, por favor, preciso conversar um instante com Snape. Nos dê licença, está bem? - pediu, sem tirar os olhos do sonserino.



- Acha que pode me intimidar, Donovan? - perguntou o sonserino, depois que Ana se afastou.



- Me diga você, Snape: acha que posso?



- Você tem muita pose, Donovan, mas quem tem as cartas sou eu, por isso é bom baixar essa crista!



Sebastian ouvia indiferente, parecendo extremamente entediado.



- Acabou? Ótimo. Então vamos pôr as cartas na mesa. Nós dois sabemos que Dumbledore não vai permitir que você espalhe nosso segredo. Além disso, - continuou, ignorando a tentativa de protesto do sonserino - não somos os únicos a ter segredos, não é mesmo?



- Você está blefando. - retrucou Snape, nervoso - Nunca conseguiram entrar na minha mente, não tem como saber nada sobre mim...



- Está confiante demais em sua capacidade, Snape. Você realmente é muito bom em fechar sua mente, porém sempre fica vulnerável depois de um encontro com os Marotos, e nós dois sabemos por que, não é?



- Seu... como ousa invadir minha mente assim?!



- Normalmente eu teria escrúpulos em agir dessa forma, mas sabia que você estava tramando algo, então não me restou escolha.



- Você se acha muito esperto, não é? - sibilou, furioso.



- Comparado a você? Sem dúvida. E então? Temos um acordo? - Snape lhe lançou um olhar rancoroso, antes de se afastar rapidamente. Sebastian sorriu, erguendo a sobrancelha, irônico. - Acho que sim.



********************************



Duas semanas depois, Sirius já tinha tudo acertado com os amigos. Seria difícil, mas ele nunca fora de fugir de um desafio.



- Ainda bem que a McGonagall não te suspendeu do time, Sirius. - comentou Tiago, durante o café da manhã, antes da final de quadribol.



- Acho que ela ficou tentada a isso, Tiago, mas não conseguiu. Afinal, já estávamos em desvantagem com os pontos perdidos, ela não prejudicaria ainda mais a Grifinória.



Nesse momento viram Amos Diggory entrar no salão, sua aparência provocando o riso de todos.



- Sirius... – Remo começou a censurar, contendo a vontade de rir.



- Ei, não fui eu! - o rapaz ergueu as mãos num gesto de defesa.



- Nem eu! - Tiago imitou o amigo, ao ver que Remo virava-se para ele - Eu prometi a Lilly, esqueceu?



Os três se entreolharam um momento, voltando-se instantaneamente para Pedro, que comia calmamente uma torrada, como se não estivesse acontecendo nada.



- O que vocês queriam? - perguntou, brincalhão - Eu também sou um Maroto, esqueceram? E o cara estava dando em cima da gata do meu amigo!



Mesmo Remo não conseguiu resistir, e cedeu ao riso, junto com os amigos. Afinal, a imagem do Lufa-Lufa metido a gostosão com os cabelos verdes espetados e a palavra "Imbecil" estampada na testa estava mesmo hilária.



- Preparado, Sirius? - perguntou Tiago, quando acabaram o café.



- Estou, Tiago. - respondeu, olhando para outra ponta da mesa, onde a causa de seus problemas estava sentada - É agora ou nunca.



 


************************************



 


A escola inteira estava reunida nas arquibancadas em torno do campo de quadribol. Era a final do campeonato, Grifinória versus Sonserina, um jogo que por si só já era emocionante. Os times ainda estavam nos vestiários, e faltavam poucos minutos para o início da partida, quando os acordes de uma guitarra encheram o ar, surpreendendo a todos.



- Ele ficou louco! - murmurou Kristyn, olhando em direção aos aros.



Logo exclamações de surpresa acompanhavam o som da guitarra, quando todos viram o rapaz equilibrado sobre o aro central, as vestes vermelhas tremulando com o vento. Quando ele começou a cantar, sua voz melodiosa soou mais alta que a guitarra, ecoando por todo o campo.



"Por você eu dançaria tango no teto


eu limparia os trilhos do metrô


eu iria a pé do Rio a Salvador.


Eu aceitaria a vida como ela é


Viajaria a prazo pro inferno


Eu tomaria banho gelado no inverno"



Ninguém sequer piscava o olho, sem querer perder um pedaço sequer do espetáculo oferecido por Sirius Black, que olhava diretamente para a arquibancada a sua frente enquanto continuava a cantar.



"Por você


eu deixaria de beber.


Por você


eu ficaria rico num mês.


Eu dormiria de meia pra vira burguês


Eu mudaria até o meu nome


Eu viveria em greve de fome


Desejaria todo dia a mesma mulher!"



Esse último verso ele cantou com mais intensidade, e qualquer um percebia que não estava apenas cantando, mas sim declarando o que realmente sentia. Pontuando suas palavras, uma miríade de fogos explodiu sobre a arquibancada, e pétalas de rosas caíram sobre uma certa garota.



Ele montou na vassoura, voando rapidamente até a arquibancada, pulando para a primeira fileira, sem deixar de olhar para Kristyn. As pessoas perceberam, e afastaram-se, parecendo até Moisés e o Mar Vermelho. Ele subiu determinado até ela, que estava na última fileira, enquanto continuava a canção.



"Por você


conseguiria até ficar alegre


pintaria todo céu de vermelho


Eu teria mais herdeiros que um coelho.


Eu aceitaria a vida como ela é


Viajaria a prazo pro inferno


Eu tomaria banho gelado no inverno."



Seus olhos brilhavam intensamente quando cantou esses últimos versos, já na fileira abaixo de onde ela estava, ficando frente a frente com a garota, que retribuía o seu olhar com a usual pose de indiferença, apesar do brilho em seus olhos desmentir isso.



- Estou impressionada. - comentou, enquanto os acordes da guitarra continuavam a encher o ar.



- Era essa a intenção. - retrucou, arrogante.



Ela aproximou-se dele, falando bem baixo, em tom conspirador.



- Não acha que isso destoa um pouco do nosso estilo? - perguntou, apontando para as pétalas que continuavam a cair.



- Foi idéia dos rapazes. - respondeu no mesmo tom - Eu não quis desapontá-los.



- Ahhh...



- E então, funcionou? - o tom indiferente não conseguiu esconder a ansiedade do rapaz.



- Talvez... - sorriu lentamente, apreciando o nervosismo que ele não conseguia esconder - mas uma garota tem direito a exigir serviço completo, e você não é de fazer as coisas pela metade.



Ele estreitou os olhos, entendendo a deixa. Ok, ela queria mesmo humilhá-lo, mas ele não chegara até ali à toa. Com um gesto elegante, ajoelhou-se diante dela, a voz tornando a ecoar pelo estádio.



- Kristyne Donovan, você é a mulher da minha vida, e eu faço de tudo por você. A noite que passamos juntos foi a melhor da minha vida, - ela estreitou os olhos, prometendo revide, ante a audácia dele revelar aquele fato íntimo para escola inteira - e não existe humilhação que me impeça de te dizer o quanto te amo! - com essas palavra ele começou a cantar os últimos versos da canção, sem desviar os olhos dos dela.



"Eu mudaria até o meu nome


Eu viveria em greve de fome


Desejaria todo dia a mesma mulher!


Por você, por você,


Por você, por você"



- Está falando sério? - perguntou quando a música terminou, o olhar preso ao dele.



- Sobre tudo! - respondeu, muito sério, para logo depois sorrir, maroto - Principalmente sobre a parte dos herdeiros. Afinal, seria um jeito muito agradável de passar o tempo. - ele riu, com o pequeno soco que ela deu em seu ombro.



- Pode se levantar agora.



- Eu não estou com pressa. A vista daqui está muito boa. - com os dois em níveis diferentes, as pernas dela ficaram diretamente em frente aos seus olhos, que praticamente as devoravam.



- Seu cachorro! - puxou violentamente pelas vestes, deixando seus olhos no mesmo nível novamente - Sabe qual é a sua sorte? - perguntou, os olhos brilhando de malícia.



- Qual?



- Eu adoro homens de uniforme! - respondeu, antes de puxá-lo para um beijo ardente.



A platéia, que os observava encantada, irrompeu numa onda ensurdecedora de aplausos, os amigos mais animados que todos os outros. Perto dali, uma aluna perguntou à amiga, despeitada:



- O que ela tem que eu não tenho?



- Sorte. - respondeu a outra de pronto, observando invejosa o beijo caloroso do casal - Muiiiita sorte!



 


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N/A: Espero realmente que tenham gostado. Me inspirei no filme "Dez coisas que Odeio em Você" pra fazer essa última cena, e minha prima me deu a idéia de usar essa música do Barão que eu a-do-ro! Bom, o próximo cap. talvez seja o penúltimo (se não for, vai ser o último), e eu quero agradecer a todos que comentaram, principalmente aqueles que responderam a enquete. Por enquanto a Gina está ganhando ( me desculpem, mas não consigo ver o Harry com a Mione). Pra não perder o hábito: Pelo amor de Deus, comentem! (vcs já devem estar de saco cheio disso né?)



 


P.S.: propaganda básica: leiam "Nove meses para amar", é muito boa, e olha que eu nem gosto de H/H, hein? Mas essa é ótima, principalmente a parte sobre D/G.



 


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