Writing The Future



Maggie Black


 


Joguei minha mochila em cima da classe e me deixei cair na cadeira. Depois de cinco dias em casa a coisa mais animadora que tem é aula de química logo no primeiro período. Brilhante.


-Por que tão depressiva, Maggie?


-Por que tão gay, Sam?


O garoto deu um sorrisinho sarcástico na classe à minha frente. Revirei os olhos.


-Vocês são tão bonitinhos juntos – disse Joan, sentando-se ao meu lado – Posso ser madrinha?


-Eu sei que você está com inveja, Joan – falei.


-Totalmente!


-Eu realmente espero que vocês estejam brincando – disse Sam, sério. Sorri.


-Não se preocupe – eu disse – Seu segredo está a salvo com a gente.


Não é como se fossemos o trio mais esquisito da escola, mas que éramos retardados juntos, ah, isso éramos. Na verdade, acho que não existe ninguém no mundo que não fique com uns neurônios a menos quando está com os melhores amigos. Mas com a gente o negócio era sério. Como o dia que Sam admitiu ser gay, ele ficou tão feliz por não termos tido um piripaque que acabou cantando Taylor Swift no metrô e se declarando para a máquina de refrigerantes. Na verdade, minha reação foi mais ou menos: “Uh, legal. Gays são sexys”.


Agora somos oficialmente as Meninas Super Poderosas.”


Sendo Meninas Super Poderosas ou não, nossos poderes não nos salvaram do olhar gélido de “eu vou matar você” que Snape lançou em nossa direção, ao chegar na sala. Bocejei, como se eu não desse a mínima para ele.


-Página 394 – sibilou o professor. Como se estivéssemos ensaiado (não duvido), a turma toda abriu os livros. Joan me cutucou. Olhei pra ela, que me estendeu um papelzinho. Peguei, franzindo o cenho, e ela indicou com a cabeça as classes atrás da gente.


Você faz isso de propósito ou uma vaca regurgitou em seu cabelo?”


Olhei para trás a tempo de ver Matt Daniels, o garoto mais popular do ano, sorrir vitorioso e passar a mão nos cabelos.


Em compensação, ele mal teve tempo de piscar antes de meu punho acertar seu nariz.


 


Ted Lupin


 


-Seja bem-vinda. Você pode sentar com o Sr. Lupin.


Ergui a cabeça rapidamente. Que Sr. Lupin o quê, ninguém senta comigo. Sou apenas o loiro do fundo da sala, que usa camisetas de banda e não gosta dos colegas de classe. E que gosta de sentar sozinho. Mas aparentemente a professora McGonagall não entendia minha lógica.


-Oi – disse a garota, ao sentar na classe ao meu lado. Respondi com um aceno de cabeça, sem ao menos olhar para ela. Tirei os fones de ouvido e me decidir a pelo menos fingir que presto atenção na aula – Péssimo dia, uh?


Olhei pra ela. Loira, com os olhos absurdamente azuis e com um sorrisinho compreensivo. Tinha a leve impressão que já tinha visto esses olhos antes. Em... Maggie? Não, o tom dela é mais escuro.


-Eu apenas queria estar dormindo em casa – respondi, surpreso demais para inventar uma resposta irônica que faça ela não puxar mais assunto.


-Ou fumando nas esquinas? - perguntou ela, e logo em seguida voltou a observar atentamente a professora. Levantou a mão – Com licença, professora, eu não entendi essa parte. No segundo exemplo, a terceira regra não é aplicada?


McGonagall pareceu satisfeita por ter pelo o menos um aluno que preste na sala, e voltou a explicar o exemplo, tomando toda a atenção da loira ao meu lado. Pisquei, confuso, e voltei a rabiscar no meu caderno.


Se eu estivesse na minha antiga escola, e se uma garota linda como essa sentasse ao meu lado, já haveria assobios por toda a sala, por parte dos meus amigos. E eu receberia soquinhos no ombro na hora do almoço, conselhos de como fazer tal garota cair aos meus pés, e riríamos muito depois ao descobrir que a garota era lésbica. Mas não em Hogwarts. Eu não tinha ninguém. E o fato de Ted Lupin estar sentado com uma garota que mais parecia uma fada não interessava ninguém.


-Qual é o seu nome? - perguntou a garota ao meu lado, pouco antes de dar o sinal.


-Ted – respondi, abortando meu plano de “fazer cara feia e impedir que as pessoas venham falar com você”.


-Sou Victoire – disse ela, sorrindo.


-Já nos conhecemos? - perguntei, sem pensar. Ela deu uma risadinha.


-Acho que não.


Quando o sinal bateu, ela se apressou para sair da sala.


Ri em compreensão quando vi Victoire jogar minha embalagem de cigarros na lixeira.


 


 


Hermione Granger


 


-RONALD WEASLEY, SEU... PALERMA!


Hermione Granger gritando palavrões no meio do corredor com certeza não é uma coisa que se vê todos os dias. Em compensação, Hermione Granger irritada com Ronald Weasley já é rotina.


-O que eu fiz dessa vez? - perguntou ele, desanimado, enquanto eu me aproximava dele em passos rápidos. Mal Rony teve tempo de se encolher, e eu já empurrava ele contra o próprio armário – Ouch! O que diabos há com você?


-O que diabos há comigo? - repeti, sorrindo com sarcasmo – Você é um mané!


Ele piscou, ainda sem entender. Ah, mas quando eu digo que Rony Weasley tem que voltar para a segunda série, ninguém me escuta!


-Eu fiquei te esperando por quatro horas! - gritei.


-Oh.


-É, oh!


Ele engoliu em seco, e pareceu com medo.


-Hermione... - começou Rony, cauteloso – Eu te liguei avisando que não poderia ir.


-Oh, você me ligou? - perguntei, fingindo surpresa. Ele assentiu – Me perdoe por não te atender, talvez seja porque eu sou uma idiota, ou porque me assaltaram! Levaram minha bolsa, meu dinheiro, meu celular e meu livro de História! Levaram meu livro de História! E você não estava lá!


Rony não parecia encontrar palavras para dizer. Ele abriu e fechou a boca várias vezes, sem emitir som algum. O corredor estava bem menos silencioso do que antes, e vários alunos pararam para ver a discussão. Bufei, e cruzei os braços.


-Na próxima vez que você sair com uma garota – falei – Tenha certeza que não marcou com sua melhor amiga no mesmo dia.


Dei as costas para o ruivo, planejando esperar o momento certo para dar um chute nele.


 


Rony Weasley


 


-Rony, você pode fazer o favor de parar de falar de suas brigas estúpidas com Hermione e ir agarrar ela de uma vez?


Pisquei.


-O quê? - perguntei – Desculpe, eu não ouvi.


Harry revirou os olhos.


-Eu to tentando te falar uma coisa importantíssima! - exclamou ele – E você fica me interrompendo!


-Tá, o que você quer falar? - perguntei.


-Agora eu esqueci.


Deitei na grama. A luz do sol penetrava por entre as folhas da árvore sobre nós, me obrigando a fechar os olhos.


-Rony, qual a sua opinião sobre criar uma banda de rock? - perguntou Harry, de repente. Sorri.


-Porque quer saber?


-Sei lá – respondeu ele – Pesquisa de campo.


-Eu acho maneiro – falei – Deve ser legal criar música, e ser admirado por isso.


Ele ficou em silêncio. Sentei-me e o observei.


-Porque quer saber? - insisti. Ele olhou para mim.


-Eu acho que quero fazer música.


E nesse momento maravilhoso, os astros entram em sincronia e cantam We Are The Champinhons.


-Você tá pensando em montar uma banda? - perguntei, com um leve sorriso.


-É – disse ele – Não sei. É complicado.


-Por causa dos seus pais?


Harry hesitou.


-Não exatamente. Eu não quero que eles pensem que eu quero seguir esse caminho por causa deles. Eu só... - ele engoliu em seco – Queria um jeito de me expressar.


-Pichar muros na calada da noite não estão mais dando conta do recado, huh?


Harry riu, e depois olhou para mim, sério.


-Eu quero te mostrar uma coisa.


 


Harry Potter


 


Apertei com força a escrivaninha abaixo de mim, até os nós dos meus dedos ficarem brancos. Rony estava sentado na minha cama, olhando pro além, prestando atenção no que se passava nos fones de ouvido. Rony era meu melhor amigo, e eu precisava mostrar aquilo para alguém.


-Tudo bem – disse ele, retirando os fones. Respirou fundo – É muita informação pra processar, espera um pouco. Primeiro, meu melhor amigo tem um inacreditável talento musical e eu só percebi isso depois de cinco anos. Ok. Segundo... PORQUE DIABOS VOCÊ NÃO ME MOSTROU ISSO ANTES?


-Agora você está me confundindo – falei, confuso.


-Isso é – disse Rony, segurando o CD da minha música – brilhante. Por que não mostrou para ninguém?


-Sei lá – respondi, dando de ombros – Medo de estar uma porcaria?


-Acredite, não está. É uma das músicas mais legais que eu já ouvi, e olha que meus vizinhos são astros do rock! Tem toda essa batida criativa, a guitarra emocionante e a letra... A letra é fantástica, cara.


-Ahn... Valeu? - murmurei, coçando a cabeça, envergonhado.


-Vou ouvir de novo – disse Rony, e sem esperar por uma resposta, deu play.


A primeira música que eu tinha criado na vida era sobre loucura. E sobre uma garota. Por alguma razão, em minha cabeça, esses dois assuntos se encaixavam perfeitamente. Talvez porque ama-la seja uma loucura, ou porque a garota é louca. Ou porque o amor em si é visto como uma coisa tão inacreditável que chega a parecer irreal. Ou porque eu sou pirado, gosto de uma garota e não tem nada a ver com isso.


Mas uma coisa era certa: eu estava completamente apaixonado pela irmã mais nova do meu melhor amigo.


Rony retirou os fones. Nesse momento, uma lâmpada acesa imaginária pairou sobre minha cabeça. Ele começou a dizer alguma coisa, mas eu o interrompi:


-Sabe, agora que eu pensei melhor, uma banda até que é uma boa ideia.


Sorri. Rony me olhou, franzindo o cenho.


-O que você está planejando, Harry Potter? - perguntou, em um tom de cautela. Me levantei, e seguindo em passos apressados para fora do quarto, falei:


-Vem, Rony! Vamos montar uma banda de rock.

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Comentários (1)

  • Lana Silva

    \o/ Finalmente capitulo novo *------------------------------------*Já estava enlouquecendo serio... Amo a fanfic. E amei o capitulo... Rony foi muito idiota com a Mione e merece que ela fique um tempo sem falar com ele por isso... Ou pode ir lá e falar com a Mione. E também acho que essa banda vai juntar toda a galera.... Ahhhhhhhhhhhhhh eu quero mais *-----------*Beijoos! 

    2013-05-10
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