Sing, Compose and Rock



Maggie Black


 


-Srta. Black.


Balancei a cabeça, tentando tirar a vozinha irritante da minha cabeça. Não podia responder. Axl Rose estava prestes a tirar a camisa.


-Srta. Black!


-ESQUILO!


E caí pro lado. Ouvi algumas risadas, só então lembrei que estava no meio da sala de aula. Me ergui de um salto, e sentei no meu lugar.


-Dormindo na aula, Srta. Black? - disse Prof. Snape, com um olhar de “haha, se ferrou”.


-Eu não estava dormindo, professor – falei, séria.


-Pois parecia que estava – disse ele. Eu fiz cara de santa e neguei com a cabeça – Impressionante como se parece com o pai...


-Gostosona, com o cabelo espetacular e um ótimo gosto musical? - provoquei, sorrindo e jogando o cabelo para trás – Ah, é muita gentileza sua.


Todos os alunos riram.


-Arrogante e tão cheia de si – continuou o professor – Detenção, Srta. Black.


Meu sorriso sumiu.


-Ah, qual é? - reclamei – Só porque meu pai te tratava como o lixo que você é, agora quer descontar em mim?


Ao meu lado, vi minha melhor amiga bater a testa na classe e imediatamente percebi a merda que tinha feito.


-Ah... - comecei, sorrindo timidamente para o professor, que me olhava impassível – Primeiro de Abril?


-Isso não é justo! - resmunguei, ao bater a porta do carro com força.


-Você chamou o professor de lixo no meio da sala de aula – respondeu mamãe, ao sentar no meu lado no carro – Não faz essa cara, você mereceu.


-Uma suspensão? - ironizei – Me parece muito justo. O que eu vou ter que fazer dessa vez, lavar o carro com a língua?


Mamãe suspirou, e lentamente, saímos do estacionamento de Hogwarts.


-Já é a terceira vez que eu sou chamada na escola por causa de você, Maggie, só esse ano – disse ela, com a voz calma.


-Bem melhor do que se fosse por causa do papai, não é?


-Ninguém mais aguenta suas bobagens – continuou ela, sem ao menos rir da minha piadinha. Pelo o visto é sério – Não sei porquê você faz isso. Parece até que quer chamar a atenção...


-Ah, capaz que eu quero chamar a atenção! - ironizei – Minha próprio pai só fala comigo na hora do jantar, e eu só consigo conversar com minha mãe no final de semana, isso quando ela não decide viajar para a França!


-Você sabe que temos que trabalhar... - começou ela.


-Pra quê? - interrompi – Vocês já tem tudo!


-Não é uma questão de trabalhar para ganhar dinheiro! - exclamou ela – Eu adoro meu trabalho. E o que seria seu pai sem a gravadora? Eu sinto muito se não passamos tempo suficiente com você, vou tentar me esforçar mais...


-Acho que nem vai adiantar isso, mãe – falei, já com lágrimas nos olhos – Toda vez que você e o papai ficam em casa juntos, vocês brigam.


Ela ficou em silêncio. Sabia que verdade. Na última vez, os gritos duraram horas. Para não ter que passar por eles, saí pela janela, desci pela árvore e fui acolhida pela Tia Lily. No final do dia, os dois ficaram desesperados me procurando, e quando me encontraram, brigaram com Lily e James.


Não sei exatamente o que eles falaram. Saí correndo quando ninguém estava vendo. Eu fugi, de novo.


A polícia me encontrou na manhã seguinte, em um ônibus para Birmingham.


Eu faço idiotices para chamar a atenção dos meus pais. E fujo quando não consigo suportar suas brigas. Sempre foi assim.


Em uma das poucas conversas que eles se suportaram por mais de vinte minutos, eu consegui ouvir uma palavra. Essa palavra que me atordoa até hoje.


Divórcio.


 


Ginny Weasley


 


-Oi, Harry.


Acredito eu que fiquei quase quinze minutos rindo da sua reação. Deu um salto de quase meio metro de altura, e me olhou como se eu fosse uma assombração.


-Parô – disse ele, ao ver que eu não parava de rir – Achei que pessoas do seu nível não falavam com idiotas como eu.


-E você achou que depois do que aconteceu ontem tudo voltaria a ser como era antes? - perguntei, as risadas parando.


-Bem... É.


-Você é um estúpido mesmo - eu ri, e ele fez uma careta – Você é meu amigo. Não é?


-Bem... - começou ele, guardando alguns livros no armário – Normalmente meus amigos não me chamam de estúpidos.


-Considere isso como uma nova fase de sua vida.


-E isso é bom ou ruim? - perguntou ele, se virando para mim. Dei de ombros, como se não importasse.


-Depende do ponto de vista. Há quem diga que a constante companhia de uma ruiva em sua vida pode causar uma grande mudança.


-Vou pensar sobre isso.


Uma garota popular rindo no corredor com um garoto não popular pode ser uma visão um pouco esquisita para alguns alunos. Para a maioria deles, na verdade. Fiquei feliz de Harry não ter notado os olhares esquisitos para cima dele, quando andávamos pelo corredor conversando. Sei lá, vai que ele se assuste e nunca mais fale comigo.


-Então, se meteu em encrenca por causa de ontem? - perguntou ele.


-Nah. Meus pais foram visitar meu irmão mais velho – respondi – E os gêmeos chegaram depois de mim, então a maior parte da bronca não foi para mim.


-Ontem foi divertido – disse ele, e eu concordei com a cabeça – Sabe, a gente... Podia, sei lá... Fazer isso mais vezes.


Sorri para ele.


-Com certeza – Harry pareceu aliviado – Mas na próxima, vamos tentar não fugir da escola. Vai que a gente leve detenção.


O fato de ser expulsa do time das líderes de torcida, que me deixara aos pedaços na manhã anterior, já não parecia uma coisa tão terrível assim. Estava triste, claro. Mas eu ainda tinha o time de vôlei, e o clube de dança. E eu tinha Harry.


Rindo, deixei o garoto no corredor e entrei na minha sala. Todos os alunos imediatamente pararam de conversar e me encararam em silêncio.


Suspirei.


Esse vai ser um longo dia.


 


Rony Weasley


 


 


 


Eu acho que Harry queria me dar um soco.


Por isso era tão divertido ter aulas com ele.


-RONY, SEU COISA, LARGA ESSE BANJO!


Em resposta, eu apenas ri.


-Afinal, porque você tem um banjo? - perguntei.


-Sirius trouxe da gravadora – respondeu ele, sentando em um puf e jogando as baquetas pro lado.


-Porque ele traria isso? - estranhei – Que tipo de pessoa daria um banjo amarelo-ovo pro afilhado?


Harry me encarou, sério.


-Ele tem um grilo de estimação.


-Oh. Tá explicado.


Se alguém dissesse que a família de Harry Potter é estranha, eu concordaria na hora. E se alguém dissesse que Harry Potter é estranho, eu concordaria na hora e ainda mandava flores pro cara.


Os pais de Harry são astros do rock e ele mantém isso em segredo. Diz que não quer chamar a atenção. Nada de câmeras, nada de entrevistas, nada de aproveitar o que tem.


O mais engraçado é que ninguém parece notar que Harry é exatamente igual ao guitarrista da School Of Rock quando jovem.


Se bem que eu acho que os adolescentes de hoje em dia não escutam a School Of Rock. Geração perdida.


Viu, é isso que dá não ser ninguém.


-Tá, vai querer aprender a tocar bateria ou não? - perguntou Harry. Acredito que pela quarta vez.


-Ah – resmunguei, escorregando para o chão e deitando no tapete – Preguiça. O que é isso?


Peguei um caderno jogado no chão ao meu lado e o ergui para o alto. Antes que eu pudesse ler algo, o caderno desapareceu. Olhei para os lados, confuso, e vi Harry do outro lado do quarto, em uma pose de ninja e com o caderno na mão.


-Como você chegou aí tão rápido? - perguntei.


-Não. Toque. Nesse. Caderno. - disse ele, ameaçadoramente ofegante.


-Ah, é, inteligência – revirei os olhos – Agora que eu fiquei curioso. Vou ficar o resto da vida tentando ler o que tem nele.


-E eu vou ficar o resto da vida escondendo ele de você.


Bem nessa hora, Lily entrou.


-Eu trouxe Doritos e Coca-Cola, viu como eu sou uma mãe boa, pode escrever isso na sua redação – disse ela, colocando as coisas em cima do balcão. Ela olhou para mim, deitado no chão, e depois para Harry, agarrado a um caderno como se sua vida dependesse disso – Sméagol?


-Harry tá escondendo alguma coisa – falei. O garoto atirou um all star em mim, enquanto sua mãe o observava de olhos apertados.


-Que tem aí? - perguntou ela.


-Nada – respondeu Harry, rápido demais. Lily ficou em silêncio por um tempo, depois sorriu malignamente.


-Tudo bem! Acabei de mudar de ideia, não vai mais ter lasanha para o jantar – disse ela, indo até a porta. O queixo de Harry caiu – Acho que vou fazer um ensopado de fígado, ou talvez um suco de polenta.


-Mãe! - gritou Harry, mas ela já tinha saído. Ouvimos suas risadas no corredor. Ele olhou para mim, irritado – Viu o que você fez?


-Eu não fiz nada – me defendi – Você que bancou o idiota.


Com isso, encerramos o assunto e Harry começou a tentar me ensinar a tocar bateria. Bem... Ele tentou.


Quando estava começando a escurecer, o garoto foi ao banheiro. Sorrindo com sua estupidez, peguei o caderno, agora em baixo da cama.


E o li.


Quando eu pergunto a Harry porque ele não conta que é filho de dois dos ex-integrantes da School Of Rock, ele sempre responde que não quer a fama dos pais. Isso porque ele quer a própria.


Porque Harry Potter não negava completamente o rock que tinha no sangue.

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Comentários (1)

  • Lana Silva

    AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH Parece que esse caderno do Harry vai render.... Musicas novas para uma novea School of Rock ? Ahhhhhhhhhhhhhhhhh eu nem acredito que o Six e a Lene brigam o tempo todo :( que triste... Poxaaaaaaaaaaaaaaaaa nem acredito?! Eu espero que eles se acertem logo porque é um dos meus casais prediletos *-* Apesar de que acho que eles vã ose acertar com a ajuda da Maggie *-* Amei o capitulo \o/Beijoos! 

    2013-02-26
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