Escolhas



CAPÍTULO 12


- ESCOLHAS -


Já devia ser de manhã. Rose se espreguiçou, demoradamente, sem vontade alguma de se levantar. Estava tão bom ali, em sua cama... não. Não era sua cama. Ela tinha dormido na Sala Precisa. Abriu os olhos para conferir. Sim, definitivamente, Sala Precisa. Não havia sido um sonho maravilhoso, afinal. Era tudo verdade. A melhor noite de sua vida.


Com cuidado, levantou a cabeça do peito de Scorpius e o contemplou. O corpo de ambos estava coberto por um lençol branco, de algodão, que a ruiva mal se lembrava de quando aparecera. Scorpius ainda dormia profundamente. Os cabelos muito loiros e lisos estavam espalhados na almofada em que apoiara a cabeça. Parecia um anjo.


Rose passou os dedos entre os fios loiros, sorrindo. Nunca, em toda a vida, imaginara que sua primeira vez fosse acontecer de modo tão repentino. Nunca imaginou que não haveria resquícios de medo ou de vergonha da parte dela. Tampouco imaginou que fosse justamente com Scorpius. Ah, Scorpius.


Ela suspirou, passando a mão com cuidado pelo rosto dele. Queixo quadrado, lábios corados, barba rala, ainda por fazer... e olhos cinzentos magníficos. Infelizmente, não podia fitá-los porque o rapaz ainda dormia. E parecia um pecado tentar acordá-lo. Tinha uma expressão serena no rosto.


Aos poucos, flashes passaram pela mente de Rose quando se deu conta das roupas jogadas no chão de qualquer jeito. Scorpius e ela se beijando. Scorpius despindo as roupas dela com cuidado, como se desembrulhasse algo muito valioso. Scorpius beijando o pescoço dela, enlouquecendo-a e fazendo com que perdesse o controle de vez. Scorpius se deixando despir pelas mãos pequeninas de Rose. Scorpius deixando que ela descobrisse cada pedaço de si mesmo. Scorpius beijando cada pedaço do corpo de Rose. Scorpius beijando-a mais intimamente do que ela jamais sonhara que fosse possível. Scorpius deixando que Rose também explorasse o pescoço dele, o abdômen, tudo. Absolutamente tudo. Rose e Scorpius, finalmente, unidos. Como se fossem um só. Num lugar que só pertencia aos dois. Um paraíso particular.


Se pudesse, Rose ficaria ali para sempre. Mas seu estômago roncou, lembrando-a de que já devia ser hora do café e que ela mal tocara na comida que Alvo e Lily haviam levado até a sala comunal na noite anterior. Mas parecia errado simplesmente sair e deixar Scorpius sozinho ali. E o estômago de Rose roncou novamente. Meu Deus, estou parecendo o James e o Hugo, pensou, divertida.


Por fim, decidiu que se levantaria e iria atrás de Willy, para pedir que ele arrumasse um café bem prático para que ela pudesse levar para Scorpius. Com cuidado para não fazer barulho, catou as roupas jogadas no chão e as vestiu. Prendeu o cabelo em um coque frouxo e, com um último olhar para Scorpius, saiu da Sala Precisa.


Os corredores do castelo estavam desertos. Rose supôs que estivesse cedo ainda e, considerando que as aulas e provas já haviam acabado há uns dois dias, ninguém iria querer acordar no horário de costume. Animada com a ideia de poder voltar rápido para a companhia de Scorpius, apressou o passo. Estava no saguão de entrada quando ouviu alguém a chamando e correndo em sua direção.


- Ah, finalmente achamos você, Rose! – disse Lily, derrapando em frente a prima, com Roxanne em seu encalço.


- Lily? Rox? – disse, surpresa, parando de caminhar. – Já tão cedo acordadas?


- A culpa é sua, Rose! Você me deixou preocupada, ontem, quando disse que ia ficar mais um pouco em vez de ir dormir, e como eu acordei e não achei você no dormit... – Roxanne parou abruptamente com sua fala de prima preocupada e se aproximou de Rose, fitando o pescoço dela com atenção. – O que é isso no seu pescoço?


- Não tem nada no meu pescoço – disse Rose, na mesma hora.


- Tem, sim – teimou Roxanne.


- Não tem!


- É uma marca roxa – disse Lily, andando ao redor de Rose.


- Não tem marca roxa nenhuma, Lily. – disse Rose, apreensiva, levando a mão instintivamente ao local que Scorpius beijara o pescoço dela vorazmente.


Roxanne olhou Rose da cabeça aos pés, astutamente. A gravata de Rose estava frouxa, a saia, um pouco torta, e a camisa branca tinha os três primeiros botões desabotoados, estava com as mangas dobradas até os cotovelos e, para completar, bastante amarrotada.


- Você não dormiu na Torre, não é? – perguntou Roxanne, arqueando uma sobrancelha.


- Onde ela dormiria, então, Rox? – perguntou Lily, curiosa. As duas olharam para Rose e Lily levou as mãos à boca ao fitá-la, finalmente, da cabeça aos pés, entendendo tudo. – AimeuDeus, Rose... você dormiu com o Scorpius?


- Bem, Lily... – começou, devagar, sabendo que não adiantaria mentir para as primas. Aliás, nem queria mentir para elas. – Dormi com ele, sim. Mas não foi a única coisa que fizemos. – finalizou, hesitante.


 - Onde? Como? Quando? – perguntou Lily imediatamente.


- Na Sala Precisa. – respondeu, simplesmente.


- E o que tinha lá? Cama redonda? Banheira de hidromassagem? – disparou Lily, curiosa.


- Por Deus, Lily, você tem catorze anos! – retrucou Rose, corando.


- Até parece que eu sou criança... mas me conta, Rose: depois da primeira vez, vocês foram para a banheira de hidromassagem? – questionou, sem conseguir conter a curiosidade.


- Olha só, Lily, não pense que vai me fazer falar inventando essas coisas malucas, ok? – disse Rose, com o rosto vermelho como um pimentão.


- Não são coisas malucas! – disse Lily, desolada. – Foi o que a Roxanne e o Miguel fizeram!


Dessa vez, foi Roxanne quem corou e disse, entredentes:


- Fala mais alto, Lily. Acho que a lula gigante ainda não escutou lá do lago.


- Roxanne, quer dizer que você e o Miguel...? E você não disse nada? – perguntou Rose, desapontada.


- Ela e o Miguel só tiveram a ideia depois da Laura e do James. – disse Lily, despretensiosamente.


- LILY! – disse Roxanne, em tom repreensivo.


Rose olhava de uma das primas para a outra, abismada.


- Eu não acredito. – soltou ela.


- Nem eu. Fala sério, por que vocês têm vergonha de falar a respeito disso? – comentou Lily, intrigada. – Nem parece que somos amigas!


- Então tá bom, Lily. Eu não sou virgem mais. A Laura não é virgem. Nem a Rose. Está tudo bem para você, agora? – disse Roxanne, quase perdendo a paciência.


No entanto, antes que Lily pudesse falar qualquer coisa, Lana Grover apareceu com um sorriso insolente no rosto:


- Para a Potter eu não sei... mas estou adorando a discussão das três primas sobre suas vidas sexuais.


- O que você está fazendo aqui, sua tonta? – soltou Roxanne, sem conseguir se conter. Odiava Lana Grover com todas as forças.


- Participando da conversa como uma boa ouvinte – esclareceu, ainda sorrindo insolentemente.


- Não queremos você aqui – retrucou Roxanne.


- Calma, Weasley, não precisa se alterar. – disse Lana, sem tirar o sorriso do rosto.


- Vai embora, garota. Aqui você não é bem-vinda – disse Lily, aos arrancos – Será que é muito difícil se dar conta disso?


- Não sei... talvez – respondeu a morena, olhando as unhas pintadas de vermelho. – Sabe, ultimamente a vida da Rose tem ficado muito interessante.


- Do que você está falando? – perguntou Rose, na mesma hora.


Lana Grover revirou os olhos, dramaticamente.


- Qual é, Weasley? Você sabe muito bem. – murmurou, quase em tom de ameaça.


- Bom dia, meninas. Acordaram cedo hoje. – comentou Neville, aproximando-se das quatro e olhando-as com atenção.


- Bom dia, prof. Longbottom – responderam, educadamente.


- Algum problema? – perguntou o professor, com um olhar astuto.


- Nenhum, profê. Estávamos apenas discutindo, amigavelmente, sobre nossas vidas sexuais. – disse Lana, como se contasse a alguém que dia iria a Hogsmeade.


Neville corou ao ouvir a resposta dela, e lançou olhadelas nervosas para as meninas da família Weasley/Potter, principalmente para Rose, com a roupa e o cabelo desleixados.


- Bem, que tal entrarem e tomarem café? – sugeriu ele – Acho que, na mesa, vocês podem conversar mais confortavelmente.


- Concordo plenamente com o senhor, professor. – disse Lana, suavemente – Mas, antes de retomar essa agradável conversa, tenho que ver umas colegas da Corvinal. Com licença. – e, dizendo isso, ela se retirou, entrando no Salão Principal.


Neville lançou um último olhar para as garotas e entrou também.


- Só espero que ele não encha a Alice de perguntas. – falou Lily, suspirando pesadamente.


- Ela está aprontando alguma. – disse Roxanne, com o olhar vago.


- Alice? – disse Rose, confusa.


- Na boa, o que deu em vocês duas hoje? Parece que estão no mundo da lua! – resmungou Roxanne, cruzando os braços.


- Bem, talvez eu esteja no mundo da lua, mas a Rose está no mundo dos prazeres da carne. – comentou Lily.


- LILY! – disse Rose, em tom repreensivo.


- Dãh, claro que não estou falando da Alice. Ela é um amor de pessoa. – disse Roxanne, seriamente. – Estou falando da Grover. Na boa, Rose, as coisas que ela disse para você sobre sua vida foram quase em tom de ameaça.


- Mas ela não tem motivos para isso. Quero dizer, ela sempre detestou você mais do que qualquer uma de nós. Sem querer ofender, mas... – disse Rose, sendo abruptamente interrompida por Lily:


- Tenho certeza de que ela odeia a Laura mais ainda. Acorda, Rose, a Laura é a namorada do cara por quem a Grover sempre arrastou um caminhão.


- Gente, isso só tá me deixando ainda mais confusa. – falou Roxanne, as sobrancelhas unidas e uma expressão pensativa no rosto. – Desde que todos ficaram sabendo sobre a Laura e o James, a Grover nunca mais chegou perto dele. Apesar de que ela sempre jogou indiretas para a Laura o ano inteiro, para provocá-la, quando o James não estava por perto. Além do olhar de quem seria capaz de matar a Laura a qualquer minuto.


- E, para completar, ela passou todo o ano aos amassos com aquele McDoug, do 7º ano, da Sonserina. – completou Lily, também pensativa. – Quer saber? Nada disso faz sentido algum. – concluiu, dando de ombros.


- Não sabia dessas coisas. – comentou Rose.


- Claro que não sabia! – disse Lily. – Você passou todos os dias do ano letivo preocupando-se apenas com o Scorpius e a aposta e as provas, não sobraria muito tempo para o resto, mesmo.


- Falando em Scorpius, cadê ele? – quis saber Roxanne.


- Está na Sala Precisa. Estava dormindo quando eu saí de lá. – explicou Rose. – Saí para pedir ao Willy que preparasse um café da manhã para eu levar para ele, mas acabei encontrando vocês, a Grover, e, bem, aqui estamos.


- Ah, agora eu entendi tudo. Pensei que tivesse ido embora e se esquecido de mim. – falou Scorpius, aproximando-se, com um sorriso encantador no rosto.


Ao vê-lo, o coração de Rose disparou dentro do peito. Ele vestira o uniforme de qualquer jeito, e a camisa branca estava tão amarrotada quanto a dela. A gravata também estava frouxa. Os cabelos loiros muito lisos estavam desalinhados.


- Nós vamos entrando, então. Guardaremos lugares para vocês na mesa da Grifinória. – disse Roxanne, puxando uma Lily claramente contrariada consigo.


- Bom dia, Rose. – cumprimentou, sorrindo.


- Bom dia, Scorpius. – respondeu, sentindo o rosto ruborizar.


- Acho que você finalmente descobriu por quem eu estou apaixonado. – comentou o loiro, em tom de conversa.


- Scorpius, eu... a gente precisa conversar. – disse Rose, simplesmente. Por mais que gostasse de Scorpius, sabia que as coisas não eram tão fáceis assim, apesar de Lily achar o contrário.


- Significa que você e o Scorpius têm que ficar juntos! – disse Lily, alegremente.


- Lily, você já perguntou para a Rose o que ela pretende fazer? – quis saber Roxanne, severamente.


- Ah, Rox, não seja chata, vai! Você sabe que a Rose e o Scorpius foram feitos um para o outro. Desde aque-las brigas idiotas que eles tinham. – disse Lily, em tom de quem encerra um assunto.


- As coisas não são assim tão fáceis, Lily. – disse Rose, pensativa.


- Claro que são! A maioria das coisas é fácil, Rose! Somos nós que criamos zilhões de obstáculos... – falou Lily, claramente decepcionada.


- Lily, eu não sei o que eu estou sentindo neste momento! Eu não sei o que sinto pelo Scorpius! Eu não sei o que isso vai mudar na relação que eu tenho com ele! Eu não tenho cara para olhar para ele de novo! Eu não sei o que falar quando encontrá-lo! Porque é óbvio que não posso me esconder pelo resto da vida num dormi-tório... e eu não quero perder o Scorpius! Por tudo o que é mais sagrado, eu não consigo mais imaginar minha vida sem ele! – desabafou Rose, sucumbindo às lágrimas novamente.


- Sobre o quê? – quis saber Scorpius.


- Sobre nós dois. – disse Rose, num sussurro, como se dissesse um segredo.


- BOM DIA, PRIMINHA! – gritou James, aproximando-se dos dois, de mãos dadas com Laura. – Bom dia, Scorpius!


- Bom dia. – disseram Scorpius, Rose e Laura ao mesmo tempo.


- E aí, como vocês estão? – quis saber James, olhando de Rose para Scorpius e dele de volta para a prima, curioso para saber como estavam as coisas entre eles, mas sem coragem de perguntar.


- Tudo bem, James. – respondeu Rose, simplesmente.


- Já que está tudo bem, que tal tomarmos café? Estou morrendo de fome! – falou James.


- Conta outra novidade – disse Laura, revirando os olhos.


- Rox e Lily já chegaram. Disseram que iam guardar lugares para todo mundo. – contou Rose.


- Como fosse muito difícil; está cedo ainda. – comentou Laura.


Rose a fitou, surpresa. Era impressão sua ou Laura estava claramente de mau humor? O que era uma grande novidade, pois a morena estava sempre alegre.


- Vamos lá, então! – sugeriu James, animado.


- James, se não se importa, eu vou tomar café na mesa da Sonserina hoje, com o Scorpius. – disse Laura.


Rose viu o primo parecer murchar diante do que a namorada dissera.


- Tudo bem, Laura.


Sem esperar mais, Laura saiu na companhia de Scorpius, puxando-o pela manga da camisa.


- Vamos, então, priminha. – disse James, caminhando para o Salão Principal, Rose em seu encalço.


Não demorou muito e Miguel, Alvo e Hugo apareceram, mas o moreno foi direto para a companhia de Scorpius e Laura, sem nem mesmo cumprimentar Roxanne, ao passo que Alvo e Hugo juntaram-se aos irmãos e primos na mesa da Grifinória.


Com exceção de Lily e de Hugo, que pareciam ter claramente tirado o dia para implicar um com o outro, e de Alvo, que parecia ocupado tentando fazer os caçulas da família Weasley pararem de brigar, os demais tomaram café em um silêncio incomum. James nem mesmo fez brincadeiras com ninguém. Mas cada um estava tão perdido nos próprios pensamentos que nem notaram a anormalidade das coisas a sua volta.


Rose olhou para Scorpius, Laura e Miguel na mesa da Sonserina. Se não estivesse tão distraída, também teria notado que Laura e Miguel estavam estranhamente sérios e que não conversavam entre si. Os três também estavam em silêncio profundo. Para ela, no entanto, Laura e Scorpius pareciam estar sentados muito perto um do outro para dois amigos. Notou, também, que os dois dividiam um prato de torradas.

Depois do café, os Weasley/Potter foram para os jardins e se sentaram no gramado à beira do lago, debaixo da grande faia que havia ali. Minutos depois, Scorpius, Laura e Miguel apareceram, e se sentaram num banco próximo de onde os demais estavam.


Rose olhava para Scorpius de relance. De repente, sentiu um grande ciúme de Laura. Com Laura por perto, como conversaria com Scorpius? Laura fizera questão de largar James e ficar na companhia de Scorpius. Quem, em sã consciência, trocaria a companhia do namorado pela companhia de um garoto que rotulava como “amigo”? Era óbvio que havia algo muito errado acontecendo, o que só a deixava mais confusa.


Ainda em silêncio, Rose e Roxanne começaram a jogar pedrinhas no lago, como se disputassem quem jogava a pedra mais longe. James estava deitado no gramado, com os olhos semicerrados. Alvo puxava tufos de grama, distraidamente. Lily e Hugo praticavam feitiços em lesmas.


- Ainda bem que eu achei vocês aqui; não teria paciência de ficar procurando. – disse Lana Grover, aproximando-se dos Weasley/Potter.


- O que você quer aqui, garota? – perguntou Roxanne, rispidamente, sem olhá-la.


- Calma, Weasley, só quero conversar um pouco. – disse, em tom inocente.


Lily e Hugo jogaram as lesmas dentro do lago e se viraram para olhar a garota, curiosos. Alvo parou de mexer com os tufos de grama na mesma hora. Rose jogou uma última pedra no lago de qualquer jeito. Roxanne encarava a garota, furiosa. James levantou-se e se aproximou dela, dizendo:


- Ninguém aqui tem nada para falar com você. Pode voltar pelo caminho que veio


- Eu não vim escutar, querido, eu vim falar. – disse ela, insolentemente. – E eu só saio daqui se eu quiser.


- Se você não for por bem, vai por mal. – falou James, ameaçadoramente.


- Você não sabe com quem está se metendo, James. – disse Lana, entredentes.


- Sei. Sei exatamente com quem eu estou me metendo. – murmurou o ruivo, irritado. Scorpius, Laura e Miguel, assim como quase uma centena de estudantes que passeava pelos jardins, os encaravam.


- Ah, sabe? – ironizou Lana. – Tem certeza? Porque eu acho que você não sabe. Para falar a verdade, você não faz a menor ideia.


- Claro que eu sei. – disse James, levantando o tom de voz, para que todos os mais próximos escutassem. – Você é a garota mais rodada de toda a Hogwarts. É uma verdadeira prostituta. Que usa toda a inteligência que tem para destruir os outros. Para ficar feliz depois de deixar todo mundo que se envolve com você aos pedaços. E que agora parecer ter a minha família como o seu mais novo alvo. Eu tenho nojo de você.


- Ah, você tem nojo de mim? – disse Lana, erguendo uma sobrancelha, parecendo levemente surpresa. – Que engraçado, as coisas realmente mudam.


- Pois é, Lana, tudo realmente muda, não é verdade? – disse James, irônico.


- Ainda bem que você reconhece, James. Porque, antes, você não tinha nojo de mim. Eu conseguia enlouquecer você. Você fazia tudo por mim. Largava qualquer garota por minha causa. – ia dizendo Lana, aproximando-se de James devagar, perigosamente, como uma cobra que se prepara para o bote. – Você gritava o meu nome. Você dizia que eu era fantástica. Aproveitava cada curva do meu corpo. E adorava.


James a empurrou quando ela estava perto o suficiente, deixando-a assustada.


- Mentirosa. As coisas entre nós nunca passaram de uns beijos.


- James, querido, não minta. – ia dizendo Lana, suavemente. – Você mesmo disse que eu era muito melhor do que a tonta da sua namorada.


Os olhos de Laura estavam marejados, mas ela não conseguia desviá-los de James e de Lana.


- Idiota. Eu odeio você. Não sei como um dia pude me envolver com você. Você não vale um nuque, Lana.


- Um nuque? – disse Roxanne, surpresa. – Essa garota não vale um décimo de nuque!


- Ninguém pediu sua opinião, Weasley – disse Lana, aos arrancos.


- E, aliás, por que você quer conversar com a gente, hein? Para fazer esse drama adolescente ridículo? Porque você conseguiu, sabia? Somos o centro das atenções agora! – falou James, consciente de que o bolinho de alunos que passava por ali só aumentava.


- Não me importo, James. Sei que, em breve, estaremos juntos de novo. Vamos os dois trabalhar no Ministério, não é? E aí você esquece aquela idiota Hohenzollern. Quando você se lembrar de como eu sou muito melhor do que ela... que eu sou mais quente. Mais voluptuosa. Mais...


- Eu quero que todo mundo preste bastante atenção no que eu vou falar. – disse James, interrompendo o falatório sem sentido de Lana. – Eu amo a minha namorada. Ela foi uma boba de cair nas insinuações dessa garota aqui que não vale o chão em que pisa. – ele apontou para Lana. – A Laura acreditou quando a Lana disse a ela que eu iria esquecer dela, porque eu vou me formar e ela vai voltar para Hogwarts para o 7º ano. Ela acreditou quando a Lana disse que eu já tinha tomado várias outras mulheres nos meus braços e que ela era apenas mais uma, que eu largaria na primeira oportunidade que tivesse. Mas é tudo mentira. A Lana odeia a Laura. Mas eu a amo. Eu amo a Laura de um jeito que... eu não sei nem explicar. Eu nunca me apaixonei por nenhuma outra garota. Laura, eu... – James deu as costas para Lana e se voltou para Laura – Talvez eu nunca tenha te falado isso porque não sabia como se falava isso. Mas, Laura, eu te amo.


Sem conseguir se conter, Laura começou a chorar e saiu correndo. Não para James, mas de volta para o castelo. Sem pensar mais um minuto sequer, James saiu correndo atrás dela. Miguel também foi, e Roxanne hesitou por um momento antes de ir também.


Para Rose, tudo começava a fazer sentido agora. Era Lana quem havia colocado a desconfiança entre Laura e James. Pelo que via, isso acabara afetando Miguel e Roxanne também. É claro que Miguel ficaria do lado da irmã, e Roxanne defenderia James de unhas e dentes, por ser a melhor testemunha da mudança do primo. No entanto, ela não teve muito tempo para alongar tais pensamentos, porque seria a próxima vítima de Lana.


- Olha só, Scorpius, seus amigos acabaram te deixando sozinho. Isso é um claro sinal de que não se importam com você. – comentou Lana, sentando-se no banco ao lado de Scorpius, atraindo a atenção de Rose novamente.


- Eles tem problemas mais urgentes para resolver, caso você não tenha percebido. – disse o loiro, sem se afetar nem um pouco.


- E você? Não vai resolver seus problemas com a Rose? – perguntou a garota, com uma voz falsamente aveludada.


Alvo, Lily e Hugo voltaram os olhos para Rose. Os alunos que tinham começado a se dispersar pararam o que faziam para escutar a próxima armação de Lana Grover.


- Não tenho problemas com a Rose. – disse Scorpius, gelidamente.


- Ah, tem sim. – insistiu Lana.


- Quer calar a boca e ir cuidar de sua vida? – falou Scorpius, grosseiramente, levantando-se.


- Você não vai sem me escutar! – teimou a menina, segurando-o pelo braço.


- Então fala de uma vez! – esbravejou o loiro, voltando-se para ela, cansado de toda aquela gente o olhando.


- A Rose não gosta de você. – acusou Lana, apontando para a ruiva.  – Ela te odeia, Scorpius, sabe por quê? Porque o pai dela mandou que o odiasse!


- Mentirosa – sibilou Scorpius – Eu não sou a Laura, ok? Não vou cair na sua conversa.


- Sabe por que a Rose te beijou? Sabe por que ela se deitou com você? – perguntou Lana, como uma cobra que envolve a presa, andando ao redor de Scorpius. – Era tudo uma aposta. Ela fez uma aposta com o James. E teve que beijar você. E outras coisas mais, que você sabe melhor do que eu...


Os estudantes que estavam por perto pareciam hipnotizados. Olhavam de Lana e Scorpius para Rose e dela para os dois novamente. Rose sentia o coração bater tão freneticamente contra o peito que parecia que, a qualquer momento, pularia pela boca.


O olhar cinzento de Scorpius buscou o olhar muito azul de Rose. Naquele momento, ela viu que Lana conseguira seu intuito. Tinha plantado a dúvida no loiro.


- Ela não te ama, Scorpius. Para a Rose, você é só um brinquedinho. Que ela usou para ganhar uma aposta feita com o “priminho” dela. – Lana parou de andar, dramaticamente, e se colocou de frente para Scorpius. – Você se lembra das palavras da Rose quando beijou você, pela primeira vez? Eu ouvi por acaso, porque estava saindo das masmorras aquele dia, depois de visitar uma pessoa na sala comunal da Sonserina... “Scorpius, eu não sei o que falar!”; “Scorpius, por favor, não me pergunte nada...” – fez, tentando imitar a voz desesperada da ruiva. – Por acaso, alguma vez ela falou que te ama? Ela e o James são dois hipócritas. Vivem juntos por aí, dizendo que são como irmãos, mas é a mais pura mentira. Você e a Laura estão sendo feitos de idiotas. Nunca reparou em como ele olha a Rose? Em como ele vive chamando-a de “priminha”? E você sabe, Scorpius, que primo não é parente. Basta olhar o casamento de seus avós Malfoy... 


- Quer calar a sua boca, garota? – disse Lily, irritada, levantando-se do gramado. Sabia que Rose estava chocada demais para falar qualquer coisa, assim como Hugo e Alvo. Sabia que, se não interferisse, Lana falaria as maiores barbaridades inimagináveis.


- Hm, olha só quem vem aí. A pequena Potter. – zombou Lana.


- Você acha que é assim? Você acha que eu vou deixar uma garota à toa feito você ficar difamando a minha família a torto e a direito?


- E o que você vai fazer? – disse Lana, sorrindo. – Pisar no meu pé?


Lily tirou a varinha do bolso das vestes de uma vez, e, apontando-a para Lana, berrou:


- Furnunculus!


No minuto seguinte, a menina estava cheia de furúnculos, da cabeça aos pés. Com exceção de Scorpius e dos Weasley/Potter ainda presentes, todos os estudantes caíram na gargalhada.


- Idiota! Você vai me pagar, pirralha! – vociferou Lana, também tirando a varinha do bolso, com alguma dificuldade.


No minuto seguinte, ela e Lily começaram a duelar vorazmente. Embora Lily estivesse no 4º ano e Lana, no 7º, a pequena conseguira alguma vantagem por já ter enchido a adversária de furúnculos. Graças aos irmãos mais velhos – incluindo Teddy –, ela já conhecia diversos feitiços e azarações que alunos de catorze ou quinze anos normalmente não conheciam, e possuía tanta destreza no manuseio de uma varinha nos duelos e reflexos tão bons que, para deleite da plateia, parecia estar derrotando Lana pouco a pouco, sugando toda a energia que tinha.


- Talvez você aprenda que tamanho não é documento, sua retardada! – sibilou Lily, enraivecida.


- O que está acontecendo aqui? – era a diretora Williams, que vinha seguida pelo prof. Longbottom.


Lily lançou um Feitiço do Corpo Preso em Lana e guardou a varinha. Finalmente, quando os alunos se afastaram para que os diretores da escola pudessem passar, a sra. Williams lançou um olhar severo para Lily e dela para Lana, petrificada e cheia de furúnculos.


- Quero que todos voltem às suas salas comunais, exceto pela srta. Potter e pela srta. Grover. – disse a sra. Williams.


- Mas, diretora, eu sou inocente! – protestou Lily, fazendo cara de boa moça.


- Veremos, srta. Potter, veremos. – disse a diretora, aproximando-se de Lana para desfazer o Feitiço do Corpo Preso.


- Não escutaram a diretora? – perguntou Neville. – Todos para dentro, AGORA! Direto para as salas comunais.


Aos poucos, os alunos começaram a se dispersar para voltar ao castelo. Scorpius lançou um olhar indecifrável para Rose antes de se juntar à multidão de alunos que se aglomerava junto à entrada da castelo.


- James se encheria de orgulho se tivesse visto você, maninha. – murmurou Alvo para Lily, alegre.


- Eu sei. – respondeu Lily, sorrindo.


Hugo se aproximou da irmã.


- Rose, a gente precisa voltar para o castelo.


- Mas, Hugo... e a Lily? – quis saber a ruiva, preocupada, ao ver Lana levantar-se do chão visivelmente enfurecida.


- A Lily já provou para todo mundo que sabe se virar sozinha. – disse Hugo, cuidadosamente puxando a irmã pela mão, enquanto caminhava pelo gramado.


- Rosie, você tem que pensar em você mesma agora. – disse Alvo, correndo para acompanhá-los.


- Pensar em mim? – perguntou Rose, aérea, enquanto lançava um último olhar para trás, vendo Lana vociferar algo apontando para Lily, que cruzara os braços, impassível.


- Rosie, o Scorpius. – lembrou-lhe Hugo.


Instintivamente, Rose procurou Scorpius com o olhar, no meio da multidão de alunos e logo localizou uma cabeleira loira que, tinha certeza, pertencia a ele. Voltou o olhar para o primo e para o irmão.


- O que eu falo para o Scorpius? – perguntou, desesperada.


- A verdade – respondeu Hugo, simplesmente. – Mamãe nos ensinou que não devemos mentir.


- E se ele ficar com raiva de mim?


- Rosie, você nunca vai saber se não tentar. – disse Alvo, beijando a testa dela ternamente. – Corre lá.


Sem esperar outra sugestão, Rose saiu correndo no meio dos alunos, sem se preocupar se os machucava ou não, acotovelando-os para que saíssem da frente. Puxou a manga da camisa de Scorpius.


- Scorpius, eu preciso falar com você.


- Eu não tenho nada para falar com você. – retrucou o loiro, continuando a andar em direção às masmorras.


- Mas tem que me escutar. – disse Rose, sem se intimidar, andando ao lado dele, desesperada.


- Não, não tenho. – respondeu, sem encará-la.


- Vai me dizer que acreditou no que a Grover disse? – perguntou Rose, chocada.


- Não sei. – disse Scorpius, simplesmente.


- Scorpius, como você pode ao menos cogitar as coisas que aquela garota falou? – disse a ruiva, mais chocada ainda. – E duvidar de mim, que conhece há tanto tempo? Eu sou sua melhor...


- Amiga? – sugeriu Scorpius, amargurado, interrompendo-a, parando de andar de uma vez. Rose parou também, fitando-o com intensidade.


- É, Scorpius, eu sou sua melhor amiga. – confirmou, convicta.


Scorpius não pôde conter uma risada abafada. Lentamente, os corredores em volta deles se esvaziavam e ficavam sozinhos.


- Rose, só me responde uma coisa, por favor. – pediu Scorpius, sem saber mais o que pensar. – O que era aquilo que Grover falou sobre a aposta?


A ruiva enrubesceu imediatamente.


- Então é verdade? – quis saber o loiro, cautelosamente. – É verdade, Rose?


Rose sabia que não devia mentir. Não podia. Não conseguiria. Não para Scorpius.


E Rose sabia que, pelo tom de voz que o rapaz usava, poderia perdê-lo para sempre. Fechou os olhos, lutando para conter as lágrimas que seus olhos teimavam em formar.


- É verdade. – concluiu Scorpius, decepcionado. Conhecia-a bem demais para saber quando mentia. Quando dizia a verdade. Ou quando não queria dizer nada, para não se comprometer. – Santo Deus, é verdade! Era tudo uma aposta! – dizia o loiro, levando as mãos à cabeça.


- Scorpius, não é bem assim. Eu posso explicar! – disse Rose, segurando o braço dele, que desvencilhou-se com força.


- Não quero que coloque as mãos em mim de novo.


- Scorpius, por favor, você tem que me ouvir! – implorou Rose, desistindo de lutar contra as lágrimas e deixando que elas escorressem livremente pelo rosto. – Você não pode deixar que aquela víbora envenene você; você tem que me escutar!


- ESCUTAR O QUÊ, ROSE? – vociferou Scorpius, fazendo a menina recuar dois passos, assustada, batendo as costas na parede. – Escutar você me dizendo como me fez de idiota durante todos esses anos? Para poder voltar para casa e rir com o James às minhas costas, enquanto se agarravam em um quarto qualquer?


- EU NÃO ADMITO QUE VOCÊ FALE ASSIM DE MIM E DO JAMES! – berrou ela de volta.


- E você quer que eu fale como, então? Você quer que eu dê os parabéns a vocês dois por terem me feito de idiota? – falou Scorpius, sarcástico. – Porque, se quiser, é só falar. Eu felicito vocês dois. – e, no minuto seguinte, ele começou a bater palmas de um jeito completamente debochado, enquanto dizia: – Estamos aqui, hoje, para parabenizar Rose Weasley e James Potter, por terem conseguido fazer Scorpius Malfoy de otário por muitos anos, para cumprir uma aposta...  


- CALA A BOCA, SCORPIUS! – berrou a ruiva, tampando os ouvidos com as mãos. – CALA A BOCA!


Scorpius parou de bater palmas na mesma hora.


- “Cala a boca”? – repetiu – Sua querida mamãe não te ensinou a ter bons modos? Ah não, espera... você estava muito ocupada sendo mimada e tratada como a princesinha do papai para ter tempo de ouvir as coisas que seu irmão provavelmente aprendeu com a mãe. – concluiu, sem abandonar o tom de sarcasmo.


- Você não tem o direito de se referir à minha família desse jeito – sibilou Rose, enraivecida, ainda com lágrimas escorrendo pelo rosto.


Cansado, Scorpius se sentou no chão, afundando a cabeça nas mãos.


Rose olhava para ele, ainda grudada à parede, sem entender. Como alguém tão educado, terno e que se dizia apaixonado por ela era capaz de tratá-la daquele modo? Como era capaz de agir tão irracionalmente e dizer coisas tão horríveis sem ao menos escutar o que ela tinha a dizer? Como ele se deixara envenenar por uma garota que nunca havia aberto a boca para falar qualquer coisa com ele? E, agora, ele estava ali. Sentado no chão. Parecendo completamente aos pedaços e sem rumo. Teria se arrependido do que dissera?


De qualquer modo, Rose sabia que deveria falar algo. Qualquer coisa que o fizesse escutá-la, acreditar nela, saber a história verdadeira...


Ela escorregou para o chão também, apoiando-se na parede oposta à que Scorpius se apoiara.


- Scorpius, eu... só peço, encarecidamente, que me escute. Havia uma aposta, sim, mas nada aconteceu como a Grover disse. E você precisa saber disso. Eu ia te contar tudo, mas estava... bem, estava esperando uma oportunidade. Lembra que eu disse hoje cedo que precisávamos conversar sobre nós dois?


Scorpius não respondeu. Tampouco se mexeu. Continuou impassível, com o rosto entre as mãos. Rose daria tudo para saber em que ele pensava. Para ver o olhar cinzento dele. De qualquer forma, ele não gritara nem fizera protesto algum. Era a deixa para que a ruiva continuasse.


- Entre as coisas que eu queria conversar com você, queria te explicar da aposta. Que foi o motivo de tê-lo beijado tão repentinamente há alguns dias. Mas eu queria que soubesse que me entreguei a você porque quis, Scorpius. Não havia aposta nenhuma na noite de ontem. Nenhum fingimento. Éramos nós, apenas.


Scorpius continuou do mesmo modo. Rose teve que lutar contra o nó que se formava na garganta, que não a deixava falar. Precisava continuar falando. Era o que importava naquele instante e ponto. As lágrimas que voltavam a escorrer silenciosamente pelo rosto não tinham importância alguma.


- Lembra que cumprimos uma detenção com Hagrid, no 1º ano? Depois daquele dia, o James ficou zombando de mim por causa da detenção. E eu disse a ele que apostava que nunca mais ficava em detenção. E ele levou a sério a aposta. Disse que se eu ficasse em detenção nos próximos seis anos, eu teria que fazer algo que ele escolhesse. Se eu passasse os seis anos sem detenções, ele teria que fazer algo que eu quisesse. Eu disse ao James que, se eu não ficasse em detenção nunca mais, ele teria que sair correndo pelado pelo centro de Londres. Em troca, James me disse que, se eu ficasse em detenção, teria que beijar você. E eu perdi. Fiquei em detenção por causa de uma visita à Torre de Astronomia em setembro, lembra? Foi algo tão banal, estúpido e idiota que... eu nunca iria esperar que ficasse em detenção por algo que tinha costume de fazer. E aí... bem, eu acabei beijando você.


Rose achou que já tivesse falado o suficiente, portanto resolveu ficar em silêncio. Se Scorpius acreditasse, bem. Se não, amém. Por favor, Scorpius, por favor, acredite em mim. Você precisa acreditar. Porque é verdade, pensava, ansiosa, esperando por uma reação dele, qualquer que fosse.


- O que eu significo para você, Rose? – perguntou Scorpius, levantando a cabeça, finalmente, e encarando a ruiva. Não havia vestígios de lágrimas ou de raiva no rosto dele.


- Você é uma das pessoas mais importantes na minha vida, Scorpius. Eu não suportaria viver sem você. – sussurrou, fitando-o, com toda a sinceridade que possuía.


- Se eu entendi bem, a parte em que passamos a noite juntos não estava incluída na aposta. – comentou, em tom de constatação.


- Não, não estava. – confirmou Rose imediatamente.


- Por que você não me rejeitou?


- Você sabe – disse a ruiva, evasivamente, desviando o olhar.


- Sei? – disse Scorpius, fingindo-se surpreso. – Não creio.    


Rose suspirou, vencida. Sabia que Scorpius queria ouvir as palavras dos lábios dela. Se fosse em outra situação, não daria esse gostinho a ele. Mas não agora. Precisava, desesperadamente, que Scorpius acreditasse nela. Voltou o olhar muito azul para ele.


- Porque eu desejo você da mesma forma que sei que você me deseja – murmurou, como se dissesse um segredo.


- E como sabe que a desejo?


- Sabendo. – respondeu Rose, encolhendo os ombros.


Por longos instantes, apenas se fitaram, intensamente.


Depois do que pareceram ser longos minutos intermináveis, Scorpius se aproximou de Rose. Cuidadosamente, beijou-a mais uma vez.


No instante em que sentiu os lábios do loiro tocarem os seus, Rose sentiu que fagulhas lhe perpassavam todo o corpo. Sentiu o coração acelerar, e passou os braços ao redor do pescoço de Scorpius, instintivamente. Queria tê-lo perto de si. E não queria perdê-lo. Não podia perdê-lo. Ou se condenaria a uma vida infeliz.


Se a Rose e o mini Malfoy forem amigos, ele vai continuar eternamente assombrando nossa família e a Rose, principalmente. Para sempre! Agora, se eles forem namorados, eu tenho certeza absoluta de que a doninha dois vai magoar a minha filha. Vai machucá-la para valer. E aí ela nunca mais vai querer vê-lo nem pintado de ouro. Nunca mais!


Justamente por isso, sabia que Scorpius e ela não podiam ser namorados. E se brigassem? Por Merlin, e se terminassem o namoro? Nada seria como antes. E ela o perderia para sempre.


- Scorpius... – disse Rose, lentamente, afastando-se. – Nós precisamos conversar.


Sem dizer nada, o loiro encostou as costas contra a parede novamente, sentando-se no lugar que estivera há pouco.


- Sobre?


- Sobre nós.


- Ok. O que quer falar?


- Preciso saber se acreditou em mim.


- Não sei.


- Não sabe? – repetiu Rose, claramente chocada. – Como você...


- Como você pôde permitir que aquela garota me humilhasse? Por que não disse isso tudo antes? Ou um de seus amados primos ou irmão? – despejou Scorpius, furioso.


- Ah, agora o que importa é a sua humilhação ou não? – perguntou Rose, chocada. – Só o que importa é isso?


Scorpius respirou fundo, tentando se controlar:


- Não, não é o que importa agora. Precisamos saber como ficaremos daqui para a frente.


- Eu não consigo acreditar que você disse que eu deixei que o humilhassem. Não acredito que você pôde supor que aquela garota tinha razão sem nem me escutar! – desabafou Rose, tristemente, sem dar ouvidos ao que ele tinha acabado de dizer.


- Todo mundo erra, Rose, ok? – defendeu-se Scorpius. – Você viu a Laura com o James?


- É diferente, Scorpius!


- É diferente por quê? Hein, Rose? Diferente como? – falou o loiro, pressionando-a. Queria uma resposta.


- Eu já fiz alguma coisa que fizesse você duvidar de mim?


- Por quê? A Laura tem razão em duvidar do James? – perguntou Scorpius, curioso.


- O passado dele não é dos melhores, e você sabe disso. – retrucou ela, e Scorpius não a questionou. Depois de um pesado suspiro, continuou: – E nós, Scorpius? O meu passado, o seu? Alguma vez fiz alguma coisa que levasse você a duvidar de mim hoje?


- Rose, você tem que entender que...


- Pois eu não entendo! – interrompeu ela, histérica. – Eu não consigo entender!


- Rose, será que a gente pode, por favor, esquecer isso? Por enquanto? – acrescentou o loiro rapidamente ao ver que a menina fazia menção de abrir a boca para protestar.


- Tudo bem. – cedeu Rose, cansada. – Por enquanto.


Ficaram em silêncio por mais alguns minutos intermináveis. Rose concentrava-se em dar puxões a esmo na meia-calça que vestia. Scorpius olhava para um ponto fixo no chão de pedras do castelo.


- Rose, você sabe que eu amo você. – murmurou Scorpius. – O Miguel e a Laura acham que esse sentimento nasceu em mim desde quando eu te vi, pela primeira vez.


- Em King’s Cross? – quis saber Rose, levantando o rosto para fitá-lo.


- Não. Em uma festa de Natal do Ministério da Magia, quando eu tinha sete anos.


- E você se lembra disso? – quis saber Rose, espantada. – Como foi?


- Bem... eu cheguei lá com meus pais meio assustado, porque não conhecia ninguém que tivesse minha idade. E tinha um salão separado para as crianças, cheio de brinquedos, com umas moças para vigiá-las. Minha mãe me deixou lá, o que eu achei muita injustiça da parte dela, porque... bem... eu não tinha contato com as outras crianças. Ninguém queria que o filho se aproximasse de um Malfoy. – completou, tristemente. – Daí eu me sentei em uma mesinha, peguei giz de cera e um papel e fui desenhar. Pouco tempo depois, você apareceu. Lembro que você estava com várias outras crianças. Acho que o James, o Alvo, o Hugo, a Lily. E eu achei você linda. Estava de meia-calça preta, com uma sapatilha bege e um vestido azul de mangas compridas. Além do cabelo preso.


- Por Deus, você se lembra mesmo. – confirmou Rose, espantada, fitando-o com ternura.


Scorpius sorriu e continuou:


- Aí todos correram para a cama elástica e você foi atrás, sem saber o que fazer, dizendo que não era só chegar e pular lá de qualquer jeito. Mandona desde criança, não é, Rose? – ela sorriu com a brincadeira. – Senti inveja de vocês. Principalmente porque depois o James fez você ir para a cama elástica também. E eu vi que se divertiam juntos, enquanto eu não tinha amigos. Depois vocês foram brincar na piscina de bolinhas, e a Lily e o Hugo começaram a atirar bolinhas para todos os lados. E você saiu para catar uma por uma.


- E tinha uma azul bem em cima do desenho de um menino loiro e magrinho. – completou Rose, finalmente se lembrando também.


- Era eu. – disse Scorpius, simplesmente. – Quando você perguntou se eu podia, por favor, devolvê-la a você, percebi que a bolinha e seus olhos tinham exatamente a mesma cor. Azul-escuro. Eu nunca tinha visto nenhum olho igual aos seus.


- Como foi que não percebi antes? – perguntou-se Rose, abismada.


- Eu era só o menino esquisito que tinha te devolvido uma bolinha da piscina.


- Foi o que o James falou! – comentou, chocada. – E não era porque você tinha me devolvido a bolinha que eu precisava chamá-lo para brincar com a gente! Ele disse isso também! E aí você disse que não ia!


- Mas eu me afeiçoei a você na mesma hora. Lembro até que você disse: “Se ele não brincar, eu também não brinco” e depois saiu, batendo os pés. – riu Scorpius, visivelmente divertido.


- Fui me sentar com meus pais e meus tios. Quando o tio Harry soube o que tinha acontecido, deixou o James sem videogame por um mês. – riu-se Rose.


- E eu nunca mais te vi. Até o dia em que viemos para Hogwarts. – apontou Scorpius. – Vi você com sua família na plataforma 9 ¾. Naquele momento, o que eu mais desejei era ter uma família grande como a sua. Queria, como você, ter um punhado bem grande de primos, que gostassem de mim. Um irmão, ou uma irmã, também. Percebi que nenhum dos Weasley era filho único. E à medida que o tempo ia passando, percebia que você não se lembrava de mim.


- Sério mesmo, Scorpius? Você se lembrava mesmo? – quis saber Rose, impressionada.


- Quando vi você na plataforma, disse a meu pai que já conheceria alguém em Hogwarts. E contei a história da festa do Ministério para ele. E foi aí que meu pai me disse para não ter esperança, porque eu era um Malfoy, e você, uma Weasley. Ele disse que seu pai não gostava de nenhum de nós. E que provavelmente pediria que você não se aproximasse muito de mim. Mas que apesar disso, eu deveria te tratar bem. Porque nós devíamos muito aos Weasley e aos Potter. – contou Scorpius, um ar nostálgico em sua face.


- Tio Harry disse que ele também deve muito aos Malfoy. Que foi sua avó Narcissa quem salvou a vida dele no momento que ele mais precisava. Porque ela mentiu para o Voldemort. – interveio Rose.


- Eu sei. De certa forma, estamos quites com os Potter, mas não com os Weasley. – comentou o loiro.


- Sabe o que meu pai me disse na plataforma? Para não ser muito sua amiga e para te bater em todas as provas. – contou a ruiva, sorrindo.


- E você levou super a sério. – comentou Scorpius, rindo.


- Scorpius... já que você queria... bem, se aproximar de mim desde o início... por que todas aquelas provocações? – quis saber Rose, curiosa.


- De certa forma, fiquei desapontado porque você não demonstrava nenhum sinal de que se lembrava de mim.


- E eu realmente não me lembrava de você! – defendeu-se Rose, na mesma hora.


Scorpius sorriu.


- Eu sei, Rose. Mas eu tinha onze anos. E era decepcionante saber que a menininha que tinha parado de brincar para me defender não se lembrava de mim. – explicou o rapaz, pacientemente. – Não sei, exatamente. Mas foi a maior frustração que eu tinha enfrentado até então. Lembre-se de que eu era um menino muito solitário. Sua atitude significou muito para mim. O único que brincava sempre comigo era o Bob, e na maior parte do tempo eu achava que ele brincava comigo só cumprindo ordens, afinal, ele é um elfo doméstico! E quando eu percebi que meu pai estava certo a respeito do que me dissera sobre você, comecei a fazer de tudo para irritá-la. Achava que, chamando sua atenção, você se lembraria de mim. Se não lembrasse, era uma forma de fazer você falar comigo. A minha sorte é que você sempre foi bastante esquentadinha.


Rose corou até a raiz dos cabelos flamejantes com a observação de Scorpius.


- Eu estou melhorando a respeito disso. – rebateu, para se defender.


- Eu sei. – sorriu-lhe o rapaz.   


Mais silêncio. Rose nem sabia o que dizer. Para falar a verdade, ela nem se lembrava mais de como, num minuto, brigava com Scorpius e, nos minutos seguintes, estavam se lembrando de algo que lhes acontecera há quase dez anos.


- E nós, Rose? O que vai ser de nós dois a partir de agora? – perguntou Scorpius, cravando os olhos cinzentos nos olhos azuis dela. – Não é como se eu fosse voltar para o dormitório e fingir que nada aconteceu. Você significa muito para mim.


- Você também significa muito para mim, Scorpius. De verdade. – respondeu, num sussurro. – Hoje, é impossível imaginar minha vida sem você.


Scorpius aproximou-se de Rose mais uma vez. Ela desviou o rosto e o afastou, empurrando o peito dele com as mãozinhas miúdas que tinha. Sabia o que tinha que fazer. E sabia que, se ele a beijasse agora, toda a força que vinha reunindo iria se esvair.


- Justamente por isso, não podemos ser mais que amigos. – murmurou.


- Como é? – perguntou Scorpius, claramente chocado. – Não consigo entender aonde você quer chegar.


- Scorpius, se nós começarmos a namorar, pode ser que algum dia a gente brigue e se magoe tanto que não vamos querer nem olhar um para o outro. Mas se formos apenas amigos, não correremos este risco. – disse, baixinho.


- Você pretende me magoar, Rose? – ela balançou a cabeça em negativa. – E o que faz você pensar que algum dia eu possa te magoar? – quis saber Scorpius, lutando contra a fúria que ameaçava aparecer em suas palavras.


- Você acreditou na Grover sem nem ao menos me ouvir antes! – rebateu a ruiva na mesma hora. – Só estamos aqui agora porque eu vim atrás de você! Já pensou se eu ficasse com raiva o suficiente de você e tivesse deixado por isso mesmo? Era bem provável que nunca mais falássemos um com o outro.


- SÓ por isso? – perguntou Scorpius, irritado, levantando-se de um salto.


- E você acha pouco, Scorpius? – quis saber Rose, levantando-se também. – Coloque-se no meu lugar! Sempre achei que confiávamos um no outro o suficiente para não nos deixarmos levar por picuinhas que as outras pessoas fazem, mas você me provou justamente o contrário. A impressão que você me deu é que todos os momentos que passamos juntos não teve valor nenhum. Como se eles não tivessem sido suficientes para criar cumplicidade entre nós dois!


- Muito bem, coloque-se VOCÊ no meu lugar, Rose! – falou o loiro, lutando contra si mesmo para não elevar o tom de voz. – O que você sentiria se alguém falasse as coisas que aquela garota me falou? E pense que a tal aposta foi cumprida por uma pessoa que sempre fez você prometer a ela que seriam amigos para sempre! E que a família dessa pessoa tem certa antipatia por você!  


- Você está sendo injusto, Scorpius! – disse Rose, enfurecida, agora lutando para que lágrimas de raiva não caíssem de seus olhos. – A única pessoa que ainda tem alguma coisa contra você é meu pai! Todo mundo te trata bem, e para a Lily, você é até primo dela, porque ela se sente irmã do Teddy! E eu não me importo com o que meu pai acha de você! Eu continuei do seu lado, apesar de tudo!


- Rose, você nem falou que me ama desde ontem, quando eu me declarei para você! – retrucou Scorpius.


- IDIOTA! Você é um IDIOTA, Scorpius! Desde quando você precisava ouvir isso para saber que eu amo você? Será que tudo o que nós vivemos ontem não basta? – o rosto do loiro perdeu toda a expressão de raiva. Os olhos cinzentos demonstravam surpresa. – É, SCORPIUS, EU AMO VOCÊ! QUER QUE EU GRITE DE NOVO OU TÁ BOM AGORA?


Sem conseguir se conter, Rose parou de lutar contra as lágrimas e deixou-as escorrer livremente pelo rosto. Virou-se de costas para Scorpius. Não queria encará-lo. Não tinha forças para isso.


Ouviu os passos de Scorpius atrás de si, aproximando-se dela. Com cuidado, ele a virou para si e a abraçou com força.


Rose se deixou levar e o abraçou de volta, sem se importar com as lágrimas. O peito de Scorpius, que a reconfortava, era o melhor lugar do mundo. O colo que ele oferecia era o mais acalentador. Ela o amava com todas as forças. Como nunca havia amado ninguém na vida.


Glenn? Glenn fora um encantamento de menina. Deslumbramento. Mas Scorpius... Scorpius representava o verdadeiro amor.


- Rose, eu... não quero que você chore por minha culpa. Rose, por favor, me perdoa. – dizia Scorpius, baixinho, desfazendo o coque frouxo de Rose e acariciando os longos cabelos ruivos dela.


- Não tem problema, Scorpius. A culpa não é sua. – sussurrou, em resposta. – Mas eu não aguentaria. Scorpius, não dá para imaginar minha vida sem você se brigássemos. Eu não quero que você saia de perto de mim nunca. E é por isso que temos que continuar sendo amigos.


Scorpius afastou a ruiva com cuidado e limpou as lágrimas dela. Carinhosamente, puxou o queixo dela, obrigando-a a encará-lo.


- Rose, eu não consigo mais ser só seu amigo. Para mim, não dá mais. Desde que eu voltei da Noruega, eu aceitei esse papel porque era o que você queria naquele instante. Você tinha um namorado. E eu não podia, como o garoto que te irritava a todo minuto, pedir mais do que isso. Era o único jeito que havia para eu entrar na sua vida. – dizia, devagar. – O tempo passou e, a cada dia, a gente se aproximava mais. E mais um pouquinho. E eu só conseguia amar você cada vez mais.


- Scorpius...


- Não – interrompeu ele, com firmeza –, você vai me escutar até o fim. – esperou alguns segundos e, como Rose não fez mais objeções, prosseguiu: – Rose, eu perdi a conta de quantas vezes você me fez prometer que seria seu amigo. E por mais que me doesse, eu aceitava, porque não queria afastar você de mim. Depois de ontem, Rose, e depois de ter ouvido você gritar que me ama do mesmo modo que eu amo você, é impossível fingir que nada aconteceu e aceitar sua proposta de sermos amigos mais uma vez. Peço que me desculpe por não conseguir cumprir essa promessa, Rose, mas realmente não dá. Talvez pareça exagero da minha parte dizer isso, mas a verdade é que amo você como mulher. Como a mulher que eu fiz de você ontem.


- Quer dizer que... – começou Rose, meio confusa, encarando os olhos cinzentos decididos de Scorpius. – Bem... se eu não for sua namorada, não podemos mais continuar convivendo um com o outro? Porque você não aguentaria?


- É.


- Isso é chantagem, Scorpius. – lamentou Rose, com voz chorosa. – Você não pode fazer com que eu escolha entre te ter como um namorado e não te ter de jeito nenhum.


- Não, Rose, não é chantagem. – respondeu, com firmeza. – Eu já te expliquei. Não dá para eu ser seu amigo de novo como se nada tivesse acontecido. Não seria honesto com nenhum de nós. Que amigo olha para a amiga a desejando com todas as forças do seu ser? Querendo beijá-la? Sabendo que já a teve nos braços e lutando a cada minuto para não ceder à tentação de fazer o mesmo de novo?


- Para você, a única diferença entre um casal de amigos e um casal de namorados é o desejo? – questionou Rose, para tentar prolongar a conversa e adiar o que sua intuição dizia que aconteceria dali para a frente.


- Rose, eu sei que você está tentando me enrolar. – disse Scorpius, severamente. – Peço que não me julgue pelas coisas que eu disse, mas estou sendo sincero em cada palavra.


- Scorpius, eu não suportaria perder você. – murmurou Rose de novo. – Ou conviver com o medo de que a gente possa brigar e perder absolutamente tudo.


- Isso quer dizer...? – quis saber Scorpius, querendo ouvir a resposta que definiria as duas vidas a partir de então.


- Eu não conseguiria correr o risco, Scorpius. – respondeu, fechando os olhos com força.


O loiro suspirou.


- Tudo bem, Rose.


Rose sentiu que, no instante seguinte, Scorpius lhe beijava a testa ternamente. Segundos depois, abriu os olhos muito azuis. Mas ele já não estava mais por ali. Tinha ido embora.


Era uma questão de escolha, afinal.


***


N/A.: Olá, pessoas! Bem, sobre o capítulo... eu gostei muito, muito de escrevê-lo. Não via a hora e agora estou em ânsia para saber o que acharam, então sejam boazinhas e façam o favor de dizer, sim? Porque eu fiquei triste por várias leitoras não terem comentado o anterior. #chateada


Falando em capítulos, a fic tá chegando ao fim e ninguém acertou quantos capítulos faltam! Tirando o epílogo, estão faltando apenas dois capítulos. Vou fazer mais duas postagens depois dessa, porque pretendo postar o último capítulo e o epílogo juntos.


Agora é hora de responder às leitoras!


Lana Sodré: obrigada pelos parabéns pelo um ano de fic! (: Fico muito feliz também por ter gostado do capítulo – e repito: tô louca para saber o que vai achar desse! P.S.: o “cala a boca” foi providencial, é algo que eu sempre quis escrever. huahuahua


Saki Malfoy: Ah, por Deus, SUPEROU as expectativas? *_* Não sabe a alegria que me dá ler isso! Só peço desculpas por não ter conseguido terminar o capítulo antes, mas ele me deu mais trabalho que os outros. Espero que sacie a sua curiosidade.


Beatriz Facchin: sim, depois de muita enrola... um beijo, finalmente! E muita confusão por aí...


Ana CR: sete capítulos, Ana? Fico imaginando que histórias mais eu inventaria para caber em sete capítulos. De qualquer forma, é bom saber que gosta tanto assim da fic. E você está ficando realmente boa em Feitiços Convocatórios, hein?


Bem, meninas, por hoje é só... eu não queria fazer suspense, mas tenho uma enorme surpresa no próximo capítulo e mal vejo a hora de terminar de escrever para ver o que acham! *sorriso malvado* Feliz Páscoa para todas! (Lembrem-se de Cristo antes de terminarem de devorar os chocolates, sim?)


                                                                                                                   Beijos,


                                                                                                                                       Luhna   


 

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Comentários (6)

  • L.Oliveeira

    Quer me fazer chorar?? É isso? COMO ASSM, PRODUÇAUM???/? Rose, não faz isso! Aind bem que ela foi atrás dele. O Alvo consegue ser muito perceptivo, às vezes. James é meu, mas tudo bem, né. Nem sempre tenho tudo o que eu quero.Mas... foi tão lindo! Essa conversa dos dois foi tão perfeita, mas tão trsite!  Ele a ama tnto *---* e nem acredito que a fic está cabndo :/Amando cada, capítulo! 

    2013-04-20
  • Lana Silva

    Eu amei o capitulo, mas quero matar Rose Weasley. Como todas as outras leitoras da fic, serio tipo ela tá confusa, mas como deixou o Scorpius escapar assim ? O garoto disse que a amava, que não conseguiria mais ser só amigo dela e ela faz isso ? Pelo amor de Merlin, acho que vou junto com a Dani embarcar no expresso Hogwarts para matar a Rose. Nem acredito que já está perto do final :/ Tô como a Ana, queria no minimo uns 7 capitulos a mais... E quero ver todo mundo ai se resolvendo \o/ Beijoos! 

    2013-04-02
  • Dani_Ela

    Embarco amanhã mesmo no expresso de Hogwarts para alcançar meu mais novo objetivo: MATAR Rose Weasley. Pois é, depois do que ela fez com o meu "dear" Scorpius, ela que me aguarde! Ok, agora voltando a realidade, hahahaha. Adorei o capítulo! E minhas desculpas por não comentar o anterior, os trabalhos da faculdade só aumentam! Mas sempre vou achar um tempinho para ler suas obras-primas. Beijão !

    2013-04-01
  • juliana vieira

    estava sem internet por isso não apareci antes. eu não acredito que a rose fez isso com o scorpius, vou mata-la. as ferias serão bem interessante com certeza. bjos  

    2013-03-31
  • Ana CR

    Nao sei porque nao poderia ser 7 capitulos.... Hauhauhau sinto que ficarei muito chateada quando a fic terminar....Estou ficando craque em feitiços convocatorio!Accio cap novoHauhauhauBjsAna CR 

    2013-03-30
  • Beatriz Facchin

    ahhhhhh não ahhhhh,eles são tão perfeitos ! tem que ficar juntos !

    2013-03-29
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