Pós-guerra



 (n/a: Hey! Dou a dica de vocês conferissem se leram o capitulo anterior certo, por que um belo dia eu postei só a metade e temo que alguém tenha lido só a metade. Bem, eu criei um Pottermore (RAVENCLAW! LOL) me adicionem ;) LumosPurple8387. Bem, vamos logo com esse capítulo)


                                                        



Uma semana depressiva se seguiu depois do final da guerra. 
Uma maratona de funerais, dois a cada dia da semana. Isso me abalou bastante. Principalmente o de Colin - ver Anne chorando tanto e saber que era por parte minha culpa... -, o de Tonks - saber que éramos amigas e brigamos por que eu sou uma puta de uma ciumenta - e o de Fred, é claro - ruivinhos chorando de se acabar. Enfim, eu nunca encarei a morte bem. Foi uma semana difícil.
Depois disso Kingsley foi eleito Ministro da Magia. Uma de seus primeiros atos como ministro foi acabar com a lei que impedia lobisomens de trabalhar. Ele contratou Remo para trabalhar no setor de Execução das Leis da Magia no Ministério. Ele aceitou na hora. Às vezes o vejo no Ministério, mas não falo com ele desde que ele foi me dar a notícia.
O chefe dos aurores foi substituído também, mas não foi ninguém conhecido. Ele me promoveu, mas foi quase um castigo: semana que vem eu vou ser uma das professoras para os aprendizes de auror. Ou seja: MAIS PIRRALHOS! Por que a vida conspira contra mim?! 
Enfim, eu usei o final da guerra contra Voldy como deixa para expulsar a Ordem da minha amada casa. Como resposta, Sirius, depois de muita pechincha, permitiu que nós usássemos o Largo Grimmauld 12. Falando da Ordem, praticamente todos os alunos sobreviventes da Batalha entraram na Ordem. Hoje temos a primeira reunião desde a batalha. Você deve estar se perguntando: Mas se a guerra acabou, por que a Ordem não acabou? Bem meu caro ignorante, milhares de comensais fugiram no momento que Voldy virou caspa. E agora sobrou para nós prender os vagabundos. É foda hein?
Bem, vamos para o momento atual. Eu tinha acabado de sair do Ministério. Passei em casa rapidamente para pegar uma troca de roupa (eu ia passar a noite na Ordem. Por quê? Eu gosto de lá e é a melhor forma de conhecer melhor os novos participantes) e fui diretamente para o Largo. É um nome estranho não é? Tipo, não é fino, é largo. Grimmauld... Grimmauld parece nome de bruxo das trevas. "TEMAM GRIMMAULD O TODO PODEROSO! EU IREI MATÁ-LOS COM A MINHA MAGIA NEGRA! ARGHHH!".
Giucci, você me envergonha às vezes.
Também te amo, voz.
Enfim, eu bati na porta algumas vezes até que Hermione abriu, segurando um gato laranja e sinistro, mas que eu achei adorável.
- Giucci! - Ela sorriu
- Como vai? - Comprimentei-a sorrindo - Belo gato.
- Obrigada. - Hermione respondeu sorrindo e me dando passagem
Entrei na sede. A quantidade de pessoas que estava lá dentro era enorme. Ninguém fazia muito barulho, mas comparado às outras reuniões... Bem, Deuses abençoem o momento em que eu convenci todo mundo de tirar a sede da minha casa.
Andei até a cozinha lá Sirius conversava com Harry, Neville, Ron, Kingsley e Luna. Aparentemente, todos estavam rindo de algo que ela disse. Luna estava naquele ar de não entendo a graça, mas estou feliz que todos estejam alegres. Andei até atrás de Sirius, sorrindo para os cumprimentos dos outros.
- Onde está Remo? - Perguntei para Sirius num to baixo
- Nossa também é um prazer te ver. Vou muito bem, obrigado. - Ele respondeu sarcasticamente
Revirei os olhos.
- Pare de bancar a menininha e me responda. - Eu disse. Ele ficou me encarando com uma sobrancelha levantada - Por favor? - tentei
Ele revirou os olhos.
- Ele trabalhou até tarde ontem. Está no quarto dormindo. - Sirius respondeu
- Por muito tempo? - Perguntei
- Nhá, mais ou menos uma hora. - Ele respondeu - É melhor você acordar ele, a reunião começa em vinte minutos. Contando que vocês provavelmente vão começar a conversar vinte minutos é pouco tempo.
Sorri.
- Até mais.
Andei até a porta e saí da cozinha. O quarto que Remo utilizava quando estava na Ordem era praticamente do lado da cozinha, então não andei muito. Bati na porta de leve. Como esperei, ninguém atendeu. Então eu abri a porta e entrei na ponta dos pés.
Remo estava deitado na cama, dormindo. Mas eu fiquei mais do que satisfeita de ver que aquelas roupas curtas, sem graça e acabadas tinham ido para o espaço. Remo parecia ter enjuvenecido uns cinco anos na aparência. Para um homem de 38 anos que tinha a aparência de um de 45 isso é bastante coisa. Até suas cicatrizes pareciam ter desaparecido. Ou então é o efeito da iluminação precária graças as cortinas fechadas. 
Resolvi parar de ficar babando Remo por um segundo e acordá-lo. 
Mas é claro que eu faria isso "by the Giucci way"
Andei até a cama e me deitei ao seu lado. Então me aproximei de forma que nossos rostos ficassem a milímetros de distância. Tive que morder o lábio para não rir e estragar tudo. Então sacudi seu ombro delicadamente.
- Remo? - chamei suavemente - Hora de acordar.
Sacudi seu ombro novamente. Ele abriu os olhos levemente. Quando conseguiu distinguir a minha imagem, deu um sobressalto e quase pulou para trás. É claro que eu comecei a gargalhar histericamente. 
- Nossa, bom dia. Eu estou ótimo, obrigado por perguntar. A quanto tempo não nos vemos, hã? Também senti a sua falta. - Remo murmurou irritado, coçando os olhos
Parei de rir um minuto e olhei para ele. Remo levantou uma sobrancelha. Não aguentei e continuei rindo. Remo não aguentou e acabou sorrindo. Então, pelo menos três minutos depois eu me recompus e me virei para ele.
- Desculpe. - Eu disse sorrindo torto
- Por me acordar da pior forma o possível ou por rir da minha cara? - Ele perguntou com uma sobrancelha levantada, mas prendendo um sorriso
- Pelos dois. - Respondi timidamente
Ele sorriu.
- É claro. - Respondeu - Como vai?
Suspirei.
- Ah, francamente! Você que tem o emprego novo! Como está indo lá? - Perguntei
- Bem, eu acordo às cinco e meia da manhã todos os dias. Trabalho 14 horas por dia quando não recebo hora extra. Enfrento preconceito de alguns de meus colegas. Tem um repórter que fica me seguindo para ver se eu vou me transformar e atacar todo mundo. - Ele disse com as sobrancelhas franzidas e um olhar distante. Então me olhou nos olhos e sorri - Mas valeu a pena cada segundo.
Sorri aliviada.
- Você merecia algo um pouco melhor que 14 horas por dia quando não tem hora extra, mas que bom que está gostando.
- Um pouco melhor? Que tipo de pessoa eu sou?!
Dei uma leve risada.
- A que finalmente comprou roupas novas. - Sorri - Você está lindo sem aqueles pedaços de pano gasto.
- Eu me vestia tão mal assim? - Ele perguntou fingindo-se ofendido. Assenti com a cabeça na mesma hora. Ele arregalou um pouco os olhos - Tão mal assim?
Revirei os olhos sorrindo com o canto da boca.
- Não me pergunte se não quer ouvir a resposta, ora!
Ele sorriu, mas ficou então ficou sério.
- Como você está?
Eu sabia exatamente o que aquela pergunta queria dizer. A resposta que eu queria dar era "Maravilhosa! Nunca me senti melhor! Por que não nos beijamos agora?", mas essa, tirando a parte de eu e Remo nos beijarmos, era completamente falsa. O que ele queria saber era como eu estava lidando com a época pós-guerra. O que eu não estava levando numa boa. 
Suspirei.
- Melhorei. Pelo menos eu não fico chorando que nem um bebê o tempo todo. Mas eu tenho pesadelos todas as noites. - Respondi baixando os olhos 
- Você viu Anne depois do funeral? - Remo perguntou
- Troquei uma carta com ela, mas nada. - Respondi sentindo um nó se formar na minha garganta - Ela insiste em não me culpar por nada mesmo sabendo...
- Não foi sua culpa.
- Mas eu não impedi, ou impedi; Remo? - Retruquei 
- Ei, não fique se culpando por isso. Você nem sabia que ele ainda estava lá, como poderia salvá-lo? - Remo disse
Olhei para ele.
- Não foi sua culpa. - Ele repetiu 
Nos encaramos por um momento. A vontade que eu senti de beijá-lo foi imensa, mas, contando com o fato de que estamos deitados numa mesma cama, não daria muito certo. Então apenas sorri.
- A reunião vai começar daqui a pouco. - Eu disse - É melhor que nós estejamos lá.
Remo ficou mais um segundo me olhando antes de responder.
- Vamos.
Nos levantamos. Dei uma rápida ajeitada nos cabelos (com a imaginação dos seres humanos, todo cuidado era pouco) e saímos do quarto.
 Nesses poucos minutos que eu e Remo estávamos conversando, dezenas de pessoas chegaram. A mesa da cozinha, que deveria ter uns vinte metros, estava completamente lotada e ainda havia algumas cadeiras a parte para completar a quantidade de pessoas. Andei até o lado de Kingsley, que olhava impressionado a quantidade de pessoas lá dentro.
- Se houvessem tantas pessoas aqui na época da guerra, nem precisaríamos de Harry Potter. - Eu comentei
- Pois bem, é incrível o que a aniquilação da ameaça maior faz com as pessoas. - Ele disse - Com os maiores comensais e seu líder morto, quase não há perigo em fazer parte da Ordem. - ele me encarou por um momento - Bem, é melhor se sentar enquanto ainda há lugares.
- Sim, senhor ministro. - Eu disse batendo continência. Ele revirou os olhos sorrindo de leve. Eu adorava zoar ele por ter virado ministro.
 Encontrei uma cadeira, ainda na formação original da mesa, próxima à algumas garotas de uns 18 anos que eu não conhecia. Fiquei trançando a ponta de meus cabelos até finalmente todos se sentarem. Kingsley precisou aumentar o tom de voz naturalmente alto para calar os adolescentes.
- BEM VINDOS. - Ele disse. Poucos segundos depois todos se calaram e o encararam - Eu sou Kingsley Shackebolt, ministro da magia e líder da Ordem. Esta é a primeira vez que nos reunimos desde a derrota de Voldemort, porém temo que não será a última.
 "Temos muitos novos integrantes por aqui. Eu queria deixar bem claro que o fato de Voldemort ter sido aniquilado não muda o perigo. Os comensais ainda estão lá, enfurecidos, escondidos, somente esperando para achar alguma vítima. Não será seguro se você não tiver total controle dos feitiços e vigilância constante. Não esperem que os mais experientes façam o trabalho por vocês. Esta é a última chance de alguém sair. E então?"
 Ninguém se mexeu.
- Muito bem, vamos ao que interessa. - Kingsley disse alegremente

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 A reunião foi bem mais chata do que eu esperava. Foi preciso reorganizar todas as missões. Não, eu quero dizer TODAS as missões. E depois Harry falou de toda a sua viajem para procurar as Horcruxes, tal coisa que eu descobri hoje o que era. A sim! Pouco depois do fim da reunião eu descobri que eu sou tão ridícula que crianças que eu praticamente vi nascer estão namorando E EU NÃO! Eu esperei a maior parte das pessoas saírem da sede para me levantar. 
 Saí da cozinha a andei até a sala. Encontrei Remo conversando amigavelmente com Emmeline Vance lá. Ao observar por um momento, deduzi que não havia nenhuma química entre eles e resolvi procurar Sirius. Demorei um pouco até achá-lo, mas finalmente o encontrei, numa sala bem estranha.
 Ela era longa e vazia. Sirius estava parado, sozinho, encarando a tapeçaria na parede. Ao me aproximar, percebi que se tratava da árvore genealógica da família Black. Eu fiquei do lado de Sirius e segui seu olhar até o rosto que ele encarava. - Bellatrix Black Lestrange. - Eu li em voz alta
- Morta. - Sirius respondeu sombriamente  Ele apontou para um outro rosto: Régulo Black.
-Morto. - Sirius disse - Ele apontou para Narcisa - Foragida. Viva mas com a filha morta - Ele disse ao apontar para um ponto preto com o nome Andrômeda em baixo. Então ele apontou para outra bola preta - Vivo.


- Ahhh sim, o pequeno pedaço de tapete carbonizado chamado Sirius Black.
Um pequeno sorriso se formou em seus lábios, mas logo se apagou.
- Bellatrix tentou me matar 36 vezes. - Sirius disse - Eu contei.
- Bem, ela era uma maluca de cabelos cacheados, não era?
 Ele não me respondeu; tal fato que me alarmou.
- Você sentia alguma coisa por ela, Six? - Perguntei num tom baixo cheio de preocupação
 Ele reprimiu um riso.
- Sim, eu sentia. Ódio. - Sirius respondeu - Ódio, frustração, raiva, decepção...
- Decepção?
 Ele suspirou.
- Nós já ficamos. - Ele disse ainda encarando a parede - Eu deveria estar no quinto ano na última vez que nos encontramos.
 Eu só ouvi até a palavra "ficamos".
- Sirius... Ela é sua prima. - Eu disse tentando me conter
- Eu sei.
- Ela era pirada.
- Eu sei.
- Ela era uma comensal.
- Ela não era na época, mas eu sei.
- Ela era sua prima.
Eu sei.
- ENTÃO POR QUE PORRAS VOCÊ FICOU COM ELA?! - Gritei
 Sirius parecia estar usando todas as suas forças para não me esganar.
- Eu juro que se você gritar novamente eu vou arrancar sua cabeça e pendurá-la com as dos elfos domésticos no corredor. - Ele disse se contendo
 Algo na sua voz me dizia que ele não estava brincando.
- Desculpe. - Eu disse sem jeito -, mas por que você ficou com ela?
- Eu tenho um cromossomo y, querida. - Ele respondeu com um sorriso maroto 
 Revirei os olhos. Homens...
- Enfim, melhorou? - Sirius perguntou
- Bastante, mas não por completo. - Eu respondi 
 Sirius acenou a cabeça algumas vezes.
- Eu acho que vou passar a noite aqui. - Eu disse.
 Ele reprimiu um riso.
- Eu sei o que isso significa. - Ele disse
 Levantei uma sobrancelha.
- O que? - Perguntei
- Esqueça. Bem, eu vou também. - Ele disse de má vontade
- Você não odeia este lugar? - Perguntei
- Sim. Mas Molly permitiu que Gina e Ron ficassem aqui. Hermione está com os Weasleys, também vai ficar aqui. Como Harry está morando comigo e seus melhores amigos e namorada vão ficar por aqui... Bem, eu faço esse sacrifício por ele. - Ele explicou.
 Sorri. Era legal o fato de Sirius estar se esforçando para ser um bom padrinho para Harry.
- Sabe às vezes eu invejo o Harry. - Eu disse - A única coisa que o meu padrinho fazia era ficar bebendo whisky de fogo, fumando e lendo o jornal o dia todo.
 - Isto é um elogio, Giucci? - Ele perguntou marotamente
- Isso depende do ponto de vista, Black. - Eu respondi virando as costas e andando até a porta - Te vejo mais tarde, tenho umas aulas para preparar.
- E isso me traz um maldito deja vu. - Murmurei mal humorada

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(n/a: o cap. não acabou, só um aviso para os distraídos: Giucci foi escolhida para treinar aurores, ou seja, ela é uma das professoras na academia de aurores e é por isso que ela vai preparar aulas. E a expressão "deja vu" foi pelo fato de ela já ter tido que parar de conversar para preparar aulas em Hogwarts por um tempo. Se você leu essa porra toda mesmo tendo entendido antes de eu explicar, parabéns, você mora no meu coração S2)

  O resto do dia passou rápido. Após trabalhar no meu mais novo emprego, eu me reuni com o povinho que passará a noite na sede e ficamos conversando e bebendo (somente os maiores de idade, é claro. Sim, isso significa que somente Gina não bebeu nada. E Hermione porque ela é santa demais) até escurecer. Então, aos poucos as pessoas começaram a se recolher para seus quartos.


 Ao me deitar, adormeci imediatamente. E ao adormecer, o meu pesadelo começou.


 " Eu estava de volta à floresta onde fiquei perdida por meses. Eu estava completamente ferida. Eu não me lembrava o que tinha me machucado, mas seja lá o que for, estava perto e querendo mais. Eu corria. Ou melhor, eu mancava enquanto pressionava um enorme ferimento na perna. Eu comecei a subir uma colina. Ao chegar no topo, cometi o erro de olhar para trás.
 Meus inimigos eram três. O primeiro, uma cobra enorme. Maior que Naguini. Mas o perturbador não era seu tamanho: sua pele escamosa era rosa-chiclete. Ela deslizava rapidamente pela terra úmida, com sua boca aberta, mostrando suas enormes presas. O segundo, um velho colega de pesadelos: Greyback. Transformado e completamente furioso. O interessante é que sua imagem tremia em três: Greyback, meu pai e... Remo. Os três lobisomens que marcaram minha vida de forma diferente estavam unidos em um só, me perseguindo e ansiando por meu sangue. O terceiro foi o que mais me impressionou. Me impressionou porque eu não via nenhuma ligação com a minha vida fora do sonho. Era uma monstro. A mistura bizarra de um hipogrifo e um escorpião. 
 E todos eles estavam com suas garras, presas e dentes imundos de sangue: o meu sangue.
 Me virei e voltei à minha ridícula tentativa de escapar. Comecei a descer a colina, desesperada. Eu ouvia os silvos e rugidos de meus adversários cada vez mais perto, o que me incentivava a ignorar a dor e correr mais rápido. Então eu tropecei em algo e caí, rolando no chão. Eu me senti tonta. Ao olhar para os lados, tirando a lama da minha cara, eu via a imagem se retorcendo, de forma que os monstros se tornavam mais assustadores e me trazia náuseas. Eu não sentia mais força para correr. Eu fiquei lá, deitada e sangrando, esperando meus oponentes chegarem. "
 Acordei repentinamente, suando frio. Eu sentia lágrimas escorrendo por meu rosto. Olhei para os lados, agoniada. Uma onda de alívio percorreu meu corpo quando percebi que eu estava no quarto no Largo, e não na floresta. "Foi só um sonho" Eu disse a mim mesma "Nada mais que eu maldito, perturbador e sanguinário sonho".
 Esfreguei o rosto e me sentei na cama. Não era a primeira vez que eu tinha sonhos assim. Se é que ainda não citei o fato, pesadelos me atormentam desde o final da guerra. Mas no momento, o que mais me atormentava era a imagem da cobra. Eu sabia que aquilo era como meu subconsciente representava Tonks. Como uma cobra: fingiu ser minha amiga e beijou o homem que eu amo. Mas, por que ela me perseguia, querendo me matar?
 Foi só um sonho, esqueça isso. Vai te fazer melhor. 
 A voz estava certa (n/voz: COMO SEMPRE!). Deitei novamente e fechei os olhos. No mesmo momento, todas as imagens do pesadelo voltaram na minha mente. Tentei desviar a atenção do pesadelo e pensar em algo mais bonitinho. Não deu muito certo.
 Comecei a virar de um lado para outro. Meu sono tinha ido embora. Eu ainda estava perturbada com ao pesadelo. Resolvi me levantar. Andar pela casa, comer alguma coisa, ler um livro, sei lá. Distrair-me. Levantei-me da cama e olhei o relógio na mesa de cabeceira. Três da manhã. Eu mereço. Vesti um robe e meus sapatos. Então peguei minha varinha e a utilizei para prender meu cabelo num coque bagunçado. Então saí do quarto.
 Eu nunca tinha andado pelo Largo Grimmauld durante a madrugada. E eu devo admitir que eu tinha vontade de dar meia volta e me esconder embaixo das cobertas (ps: eu tenho 38 anos). As cores que eu via ao redor de mim variavam-se em "preto", "muito preto" e "isso é uma sombra ou um buraco para outro universo?!". As sombras de moviam lentamente, fazendo-me lembrar que eu estava apavorada. 
 SEJA FORTE, MULHER! MEDO É PARA OS FRACOS!
Valeu voz. Tirei a varinha de meu cabelo, soltando-o.
- Lumos. - Sussurrei
 A ponta de minha varinha se iluminou, espantando boa parte da escuridão. Senti-me mais segura e então comecei a andar. A sensação que alguém me seguia era constante, mas não importava quantas vezes eu olhava para trás, não havia ninguém lá. Cheguei até a lançar um Homenum Revelio, sei lá vai ver Harry está me perseguindo com sua capa da invisibilidade. Mas não havia ninguém além da imagem não real de uma cobra, um lobisomem e a mistura bizarra de um hipogrifo e um escorpião. 
 Então eu vi uma luz se projetando na minha frente. Não uma luz azulada como a da minha varinha. Uma luz amarela. Uma luz de uma lâmpada. A luz de um aposento inteiro aceso. Comecei a andar na direção dela. NÃO SIGA A LUZ! FIQUE COMIGO! NÃO VÁ! Francamente, voz. Com tantas piadas de luz, você tinha que fazer uma que envolve a morte NA MINHA SITUAÇÃO! Brincadeira de mal gosto.
 Cheguei até a porta da sala de visitas. Estava encostada, a luz iluminando o corredor inteiro. Apaguei minha varinha, mas não prendi meu cabelo com ela. Manti-a no punho para o caso de meus temores sejam verdade. Abri a porta cautelosamente. Para meu alívio, não era nenhuma criatura de pesadelos que estava me encarando lá dentro.
- Insônia? - Remo perguntou casualmente
- Pesadelo. - Respondi
 Ele estava sentado no sofá, com um livro entre as mãos e uma garrafa de cerveja amanteigada encostada na mesa a sua frente. Seus cabelos castanho-claro-meio-grisalho estavam bagunçados alá James Potter (provavelmente ficou se remexendo na cama até dar um giro 360º graus e então veio para cá.). Ele usava uma blusa verde escuro e uma calça jeans. Eu diria que estava muito estiloso se não fossem pelas fundas olheiras em seus olhos e a expressão de cansaço intensa. 
- Quer falar sobre isso? - Ele perguntou
 Hesitei. Eu queria sim, contar para ele. Se eu pudesse eu contaria todos os pesadelos que eu tenho tido desde que nasci (mesmo que isso provavelmente me levaria às lágrimas). Mas o pesadelo incluía ele tentando me matar. Eu não sabia como ele iria reagir a isso. Remo percebeu minha hesitação.
- Se não quiser falar, não fale. Mas normalmente ajuda. - Ele disse seriamente
 Suspirei. Ao ele falar daquela forma era a mesma coisa que ele dizer "SE VOCÊ ME AMA, CONTARÁ!". Odeio chantagem emocional, mesmo que esteja nas entre-linhas, como neste caso.
 Andei até ele e me sentei ao seu lado. Prendi meu cabelo com a varinha novamente (duvido que agora haja algum perigo). E então comecei a narrar a história para Remo. Eu planejava omitir o fato da cobra ser rosa e do lobisomem ter a forma dele, de meu pai e de Greyback; mas eu não consegui.
- Acho que eu vou ser para sempre a garotinha assustada. - Eu disse por fim, encarando o chão
- Não seja tão dura consigo mesma. - Remo repreendeu, virando levemente minha cabeça de forma que eu o encarasse - Você acha que todos levaram essa guerra na boa? Eu não consigo dormir mais de uma hora por noite, Sirius está bebendo como um animal, Harry acorda gritando todas as manhãs, os Weasleys estão no luto mais sofrido que eu já vi, o próprio Kingsley está tendo crises. Ninguém supera fatos como esse em tão pouco tempo. Alguns nunca superam.
 Franzi as sobrancelhas, preocupada.
- Uma hora Remo? Com a sua carga horária? Como você ainda não caiu no sono em algum momento aleatório? - Perguntei preocupada
 Remo revirou os olhos, mas eu senti que ele estava feliz com o fato de eu ter me preocupado com ele.
- Eu estou bem, mas isso não interessa. O que eu quero dizer é que é normal ter pesadelos. Pelo mais pertubadores que eles sejam. - Ele disse
 Remo soltou meu rosto e encostou suas costas no sofá. Segui seu exemplo. Remo passou seu braço por meus ombros.
- Eu encontrei com o Diggory um dia desses. - Ele contou casualmente - Nós conversamos um pouco. Ele não tem nenhum ressentimento por eu ter socado a cara dele. O que é estranho, por que eu ainda tenho ressentimento de ele ter te envenenado.
 Sorri por um momento. Então um belo de um flashback me atingiu como um raio.
"- Ah sim... Foi por pouco não? Se seu lobisomem de estimação não tivesse pedido para não te enterrassem tudo daria perfeitamente certo. - Ele disse pouco tempo antes de me lançar uma maldição, que escapei por pouco - É claro que não se pode esperar que algo dê certo quando se escolhe o Diggory como meio."
 Tudo fez sentido. Naquele momento tudo fez sentido de forma extremamente bizarra. Como eu nunca havia percebido? Estava bem embaixo de meu nariz e eu não havia percebido por 21 anos.
- Avery. - Eu disse lentamente. Remo não entendeu bulhufas - Avery! Remo, agora eu entendi! Foi Avery que me envenenou! Não Snape, não Bellatrix, não Pettigrew. Avery!  
 Então eu contei da pequena conversa que eu tive com Avery antes de matá-lo.
- Como eu nunca percebi? - Remo disse mais para si mesmo do que qualquer outra coisa - Eu sempre fui inteligente. Sempre prestei atenção em tudo. Como eu não percebi?!
 Revirei os olhos, com um leve sorriso.
- Avery não me demonstrava que me odiava tanto naquela época. - Eu disse - Na verdade, ele nunca me odiou, só quando eu comecei a namorar você.
 Essa é uma história que eu nunca contei a ninguém. O fato é que, Avery era um dos meus muitos admiradores no castelo. E como um bom sonserino (egocêntrico, metido, hipócrita e nojento) ele se ofereceu a fazer "o favor" de ficar comigo. Eu neguei é claro. Sempre tive uma antipatia com sonserinos, e Avery já tinha ligações com Voldemort na época. Isso foi no final do quinto ano, e no começo/meio do sexto eu comecei a namorar um "mestiço" (como se EU fosse puro sangue) nerd, grifinório e todo arrebentado. Ele teve uma reação parecida com a do Diggory, mas só que enquanto Diggory tentava me convencer que ele era melhor, Avery me declarava uma ameaça e planejava minha morte.
 É claro que eu fui obrigada a contar tudo isso a Remo. É claro que ele levou numa boa.
- Cinco anos de namoro, quatro nesta situação estranha que estamos agora e você NUNCA ME CONTOU QUE UM COMENSAL DA MORTE ERA AFIM DE VOCÊ?!
- É, Remo. Eu não contei. Você acaso já me disse todas as garotas que já tentaram ficar com você? Não! Agora pare de gritar!- Repreendi 
- Eu nunca contei porque eu imaginei que você não iria gostar de saber. - Ele disse num exagerado tom de desculpas.


Fingi que aquilo não era uma provocação.
- Enfim, finalmente isso foi tirar um peso do meu peito. - Eu disse - Eu fiquei muito tempo querendo saber quem foi. 
 Remo acenou a cabeça algumas vezes.
- Eu sempre achei que havia sido Snape ou Bellatrix - Remo disse - Mas depois que Sirius saiu de Azkaban e me explicou toda a história dele, eu comecei a achar que havia sido Rabicho. Falando nisso, ele morreu, sabia?
 Levantei as sobrancelhas.
- Se suicidou. - Remo explicou - Se enforcou com aquela mão de metal que Voldemort deu para ele. Bem na frente de Harry e Ron. Como se os garotos não vissem testrátilos o suficiente.
  Dei um assobio baixo.
- Bem, não consigo imaginar um fim mais patético. - Eu disse - Nunca gostei dele. Ele também nunca fez nenhum esforço para que eu gostasse dele.
- Ele se sentia intimidado por você. - Remo disse
Olhei para ele com uma sobrancelha levantada.
- Eu sou intimidadora, Remo? - Perguntei
 Ele riu.
- Não é nenhuma Mcgonagall, mas sim. - Remo respondeu - Intimidadora o suficiente para apavorar um rato como Rabicho.
 Dei um leve riso. Então ficamos um momento em silêncio.
- Remo, na guerra, quando Voldemort voltou com "o corpo" de Harry - Fiz aspas bem grandes no ar ao dizer isso - Um bando de cavalos negros e Bicuço começaram a atacar. Não eram cavalos, ou eram?
- Testrátilos. - Ele afirmou - Você ainda não os via?
 Neguei com a cabeça:
- Na época da primeira Ordem, você sempre tampava meus olhos quando alguém estava prestes a ser morto. - Eu disse 
- Eu queria te proteger disso. - Remo falou - A morte não é algo divertido de se ver, mas me impressiona que você nunca a tivesse visto antes.
 Mas infelizmente eu sou uma mulher, e quando ele disse a palavra "proteger", eu parei de ouvir.
- Me proteger? Awn, que fofo. - Eu disse abobalhada 
 Remo fez uma careta.
- Você precisa parar de me chamar de fofo. Isso fere o meu orgulho. - Remo disse sério.
 Dei uma risada. 
- Isso, ria de meu sofrimento. - Ele reclamou tomando um gole de sua cerveja amanteigada
- Awn, tão adorável quando fica bravinho. - Eu disse numa exagerada voz infantil.
 Ele me encarou por uns dez segundos com uma cara de "sério?! Isso?".
- Desculpa. - Falei sem jeito
- Você não está arrependida. - Remo disse num tom debochado
- Está duvidando de minha honestidade? - Perguntei me fingindo de ofendida
- Talvez eu esteja. - Ele disse se levantando - Aliás, você não vai parar, ou vai?
 Remo deu um leve sorriso, para deixar claro que aquilo ainda era uma brincadeira, mas saiu andando. Indignada, fui obrigada a segui-lo.
 Ao sair da sala de visitas, que estava ilumina, não enxerguei nada graças a escuridão. Dei alguns passos cegos até ser parada por duas mãos segurando meus ombros. Mordi meu lábio inferior para não sorrir. Então me virei para encarar Remo.
- Desiste? - Ele sussurrou marotamente
- Não sabia que isso era um jogo. - Eu respondi num tom baixo, cruzando os braços
- Ai depende do ponto de vista. - Ele sorriu
 Revirei os olhos.
- Você anda muito convencido desde que arrumou esse empreguinho ai. - Reclamei dando dois passos em direção a parede e apoiando minhas costas nela - Convencido demais para o meu gosto.
- Ah! Então eu passei de fofo para convencido em menos de cinco minutos. - Ele observou se aproximando de mim - Interessante. 
- Não é? - Sorri enquanto observava Remo ficar perigosamente perto de mim
- Interessantíssimo. - Ele disse enquanto minhas mãos encontravam a gola de sua blusa e eu o puxava mais para perto - Mas você ainda não está arrependida.
 Sorri.
- Não, não estou.
 Foi ai que Remo finalmente parou de me torturar e finalmente me beijou. Mas não era nada como da última vez, quando nós estávamos em plena época de guerra, cansados, com medo e ele tentando me consolar. Ah não, Remo estava me beijando de tal forma que aposto que se Sirius estivesse vendo, ele diria que estávamos "nos engolindo". Era algo que fez meu estômago revirar e meu coração bater muito mais rápido do que deveria. 
 Remo pôs suas mãos em meu quadril, enquanto eu me divertia arranhando de leve seu peito por baixo de sua blusa. Todos os milhares de pensamentos que sempre estão impregnados na minha mente foram dar um passeio enquanto eu sentia um jato de adrenalina descendo por minha espinha. Então tivemos que recuar, procurando um pouco de oxigênio, mas de forma que nossos corpos continuassem quase colados.
 Após respirar algumas vezes, Remo e eu trocamos um olhar. Um olhar bem intenso, diga-se de passagem. Ele tirou as mãos de meu quadril e estendeu uma para mim. Tirei as minhas de dentro de sua camisa e a segurei.
 Não sei como (provavelmente aparatamos) chegamos ao seu quarto, mas estávamos lá. Remo voltou a me beijar, mas desta vez, enquanto tratava de desamarrar a faixa que prendia meu robe ao meu corpo.


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(n/a: ACABEI! FINALMENTE ACABEI!!!!!!!!!! YAY YAY YAY! HAPINESS HAPINESS HAPINESS!! FUN FUN FUN FUN!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
 hehe.
 Desculpem-me a demora, mas mesmo que não pareça, eu tenho uma vida também. Agora eu tenho amigas. E meu colégio é difícil. E eu ando viciada no trio Helena Bonham Carter-Tim Burton- Johnny Depp. Falando nisso, HOJE É O ANIVERSÁRIO DO MEU LINDO, MARAVILHOSO, TALENTOSO E PERFEITO JOHNNY!!! ~('-')~\('-'\) (/'-')/ ~('-')~ 
 Hehe.
 Ok, é só isso. Só queria fazer a pequena observação que eu tenho quase certeza que vocês vão AMAR e talvez ficar com muita raiva do próximo capítulo. PS: Sirius EVERYWERE!!!!!!!!!!!!!!!!!
 Hehe. (eu preciso parar com esses "hehes". :/)
 Não sei quando o próximo cap sai, mas eu amei esse ( I SHIP JULIET/REMUS SO HAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAARD!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ) 
 Okay, bye)


 

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Comentários (4)

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