Profª. Giucci



Cap.2 – Profª Giucci


 


 Os portões de ferro que havia entrado tantas vezes, as árvores pelas quais eu havia passado tantas vezes, a grama pela qual eu passei tantas vezes... Que maravilha era ver minha casa novamente. Eu tinha acabado de avistar o castelo pela janela do Nôitibus Andante. Com um ranço, ele parou. Eu entreguei alguns sicles para o condutor espinhento, Lalau Shunpike ( que, como todos os homens em minha presença, estava corado) e saltei do enorme ônibus roxo de dois andares.


 Felicidade, euforia, emoção, ansiedade... Nenhuma dessas emoções se comparava à oque eu sentia ao estar ali. Andei mais adiante, ficando a dez metros dos portões fechados. Então eu senti. Um frio congelante, um rugido, um berro de um homem ferido, um ganido de dor, um uivo feroz, um berro de uma mulher apavorada.


- Dementadores... – Eu choraminguei.


- Quem está ai? – Uma voz conhecida disse de dentro dos portões


- Julieta Kathleen Giucci, a nova professora de Trato com Criaturas Mágicas e, Filch, eu agradeceria se me deixasse entrar, sabe... Eu não gosto muito de dementadores.


 Ele resmungou e abriu os portões. Eu entrei com passos apressados enquanto coçava os olhos para aquelas lágrimas chatas não caírem. Você leitor, talvez não tenha entendido, mas o que eu ouvi, foi o dia em que meu pai foi mordido por Greyback... (n/a: se você não entendeu, leia A animaga e os marotos, pois essa fic é a continuação dela) e isso ainda me causa lágrimas. Andei pela trilha larga que levava até o castelo, levitando meu malão a minha frente e sem perder um único detalhe do que se passava a minha volta.


  Era domingo, sete da noite, estava escurecendo. Subi os degrais e passei pelas portas de entrada do castelo. Ouvi Filch as trancando logo depois que passei por lá. Então comecei a subir pelas tão conhecidas escadarias. De vez em quando, eu avistava um aluno se retirando. Eu atraí muitos mais olhares que o normal, é claro, eu costumava só atrair a atenção por minha beleza, mas hoje eu sou uma adulta que ninguém nunca viu andando por Hogwarts.


 Cheguei à gárgula que guardava a passagem para o gabinete do diretor. Dumbledore havia me dito a senha em sua última carta, então eu sussurrei:


- Diabinhos de Pimenta – A gárgula girou, mostrando uma escada caracol. Eu a subi e bati na porta


- Entre. – A voz calma do diretor mais querido de Hogwarts saiu lá de dentro. Eu abri a porta do gabinete do diretor e entrei.


- Julieta! Como vai? – Dumbledore saudou. Ele era ainda o mesmo homem alto e barbudo que me formou um dia... Engraçado como o tempo só passa para alguns, né?


- Olá diretor! – Eu sorri entrando na sala( deixei me malão atrás da porta)


- Sente-se, vejamos... Você comprou o livro eu imagino? – Ele disse ansioso


- Sim, eu comprei aquele livro que tentou arrancar os meus dedos – Eu disse séria. Ele deu um risinho – Diretor, você realmente acha que eu vou ser uma boa professora?


- Tenho certeza. – Ele disse sorrindo – E por favor, me chame de Alvo.


- Tudo bem Alvo.


- Bem, aqui está o seu horário e as aulas que Hagrid tinha preparado. Podem ser úteis talvez? – Ele continuou me entregando alguns papéis – A sua sala é no quinto andar... bem, acho que é só. Seja bem-vinda novamente Julieta. E depois vá conhecer seus colegas na sala dos professores, ninguém sabe que você é a nova professora. – Ele disse com um sorriso muito maroto para ser de um diretor


- Então está bem Alvo, estou indo. – Eu disse me levantando  - Boa noite


- Boa noite.


 Desci as escadas, voltei a andar pelos corredores achei rapidamente a minha sala. Para alguém que passou seis anos na companhia dos marotos, era muito fácil achar lugares em Hogwarts. Minha sala era uma sala normal: Um cubo com uma mesa e duas cadeiras. No fundo, uma porta para o quarto... simples. (Já que eu ensino TCCM, não preciso de carteiras para alunos, pois as aulas são dadas na Floresta Proibida) Entrei no quarto pouco mobiliado e pus meu malão na cama. Com um movimento da varinha, todos os objetos saíram voando para seus devidos lugares.


- Não sei como os trouxas sobrevivem sem magia.. – Comentei para mim mesma


- Para de ser maluca e de falar sozinha, professora burra! – Olhem quem voltou.... Aquela maldita voizinha que me encheu o saco no sexto ano. Voltou porque criatura?! – Porque eu queria te irritar chefa :D !!


 Ignorando a vontade súbita de bater com a minha cabeça na parede para a voz sair dela, saí da sala e andei até a sala dos professores. Abri a porta e entrei.


- Meu Merlin! Quem é vivo sempre aparece... Julieta Giucci! – Profª Sprout exclamou com um enorme sorriso


- A vida é mais legal na escola – Eu disse sorrindo.


  A sala dos professores... Eu nunca estivera aqui na juventude. Era uma sala comprida, revestida com painéis de madeira e mobiliada com cadeiras velhas e desaparelhadas. Estava cheia. A severa Profª Mcgonagall estava sentada num canto com uma expressão alegre no rosto. A grande (não gorda, grande) Profª Sprout, com seu chapéu sujo de terra e todo remendado sorria para mim. O pequeninho Prof. Flitwick estava com uma expressão de quem segurava o riso para mim. E ao lado dele... Ninguém menos que Severo Snape, me fuzilando com os olhos.


- Eu já estava achando que Dumbledore iria interromper a aposentadoria do coitado do Kettleburn! – Profª Mcgonagall disse num tom de conversa


- Ele não faria isso... – Flitwick chiou – Dumbledore entende que alguém naquele estado precisa aproveitar os membros restantes!


- Membros? – Eu perguntei insegura. Eles riram


- Fique tranquila Giucci, é só tomar cuidado com os dragões! – Minerva riu


- Claro, claro... Cuidado com os dragões... – Eu disse meio aérea – Desculpem... O que aconteceu com o Prof. Slugrhorn?


- Aposentado. – Profª Sprout disse dando os ombros


- Aposentado?! Eu achei que ele nunca iria parar de trabalhar! – Eu disse rindo – Espera... Então...


- É Giucci, eu sou o professor de poções e o diretor da Sonserina. – Snape disse finalmente. Sua voz era mil vezes mais azeda que quando éramos adolescentes... E ele também ficou muito mais feio...


- Interessante – Eu disse num tom de desafio


- E o que você tem feito? Desde que Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado caiu não tivemos mais notícias suas... – Minerva falou


- Bem... Foi uma época meio deprimente sabe... meus amigos todos de uma vez... – Eu disse tristemente – Acabei me afastando um pouco, mas eu continuei como aurora... Continuei vivendo sabe...


- Foi horrível para todos nós – Profª Sprout disse com pena


- Já estou superando, não me olhem com pena! – Eu disse rindo


- Bem... Já que trabalha como auror deve saber do caso Black! – Flitwick disse balançando os pés que não tocavam no chão – Alguma pista?


- Zero – Eu disse bufando -Fudge diz que estamos quase pegando ele, mas é mentira... Black desapareceu do mapa.


- Espero que seja capturado logo... não suporto esses dementadores! Dumbledore também os detesta... eles são terríveis! – Prof Sprout exclamou


- Acredite, eu também não gosto nem um pouco...- Comentei de olhar baixo


- Mas eles são necessários para segurança dos alunos, e, principalmente de Harry. – Minerva disse com determinação


- Em que ano ele está? – Perguntei


- Terceiro – Profª Sprout respondeu – É idêntico à James...


- Só que com os olhos de Lily – Flitwick completou


 Então a porta da sala dos professores se abriu. Um homem alto entrou. Ele usava vestes extremamente surradas d cerzidas em vários lugares; aparência cansada e doente. Um homem pálido e jovem, porém, com os cabelos castanho-claros salpicados de fios brancos. Era... Remo Lupin.


 Nosso olhar se encontrou. Ele paralisou. Eu fiquei em estado de choque. Então ele se recuperou do choque e se sentou numa das cadeiras tentando parecer normal. Eu virei o olhar para os outros professores. Snape revezava: as vezes me fuzilava com os olhos, e as vezes fuzilava Remo. Profª Sprout e o  Prof. Fliwtick trocaram olhares divertidos e Profª Mcgonagall bufou como se estivesse olhando um bando de crianças de cinco anos sujando a cara com lama.


 Então Snape se levantou e saiu em silêncio. Suas vestes negras se enfunando às suas costas. Fiz uma careta discreta quando a porta se fechou. Eu simplesmente odeio o Snape. Olhei com o canto do olho para a esquerda. Remo tinha dado um leve sorriso ao me ver fazendo aquilo. Então olhei para os professores restantes. Eles já estavam imersos em uma nova conversa. Entrei nela.


Mas minha mente estava em outro lugar: Estava nos meus felizes dias em que era a namorada de Remo Lupin. Em aventuras que os marotos me contavam. E em, é claro, como estaria Harry, o filho de meus melhores amigos.


 


-----------------------------------------------------


 


 Tem algo errado. Essa não é a minha cama. Abri os olhos. É claro sua burra, eu to em Hogwarts! Por um momento achei que tinha sonhado! Mas não... era real. E... eu vou me atrasar!


 Pulei da cama e me arrumei. Pus vestes roxas simples e sofisticadas. Dignas de uma professora. Bem, eu acabei de fazer a rotina matinal e saí da minha sala. A quantidade de alunos que andavam pelas manhãs. Entrei no Salão Principal, cheio de aluninhos, alunões, alunos de tamanho normal... Então fui até a mesa dos professores e me sentei numa cadeira entra a Profª Mcgonagall e o Prof Flitwick.


 A visão era maravilhosa. Não era a toa que os professores sempre sabiam de tudo... Meus olhos faiscaram na direção da mesa da Grifinória. Fui olhando de ponta a ponta, até que achei que eu queria.


 Foi até fácil, sabe? Você está observando os alunos e de repente depara com a réplica quase idêntica de James Potter: Harry Potter. O garoto de cabelos negros rebeldes, óculos redondos e olhos incrivelmente verdes me encarava de testa franzida. Então desviou o olhar para falar com uma menina de cabelos castanhos e um garoto ruivo e sarnento.


 Aproveitei a deixa para começar a tomar o café. Tá... dá MUITO medo ser observada por centenas de alunos ao mesmo tempo. Alunos me dão medo...


 Então a sineta tocou e eu, junto dos outros professores saímos da mesa para irmos para as salas de aula.


------------------------------


 


 Depois do almoço, eu fui até a cabana de Hagrid. Eu tinha que falar com o guarda-caça... Ele não merecia ser suspenso... Ele abriu a porta e deu um enorme sorriso.


- Giucci! Não está meio velha para freqüentar o castelo?


- É Hagrid... Achei que você deveria conhecer a sua substituta. – Eu respondi


- Você é a nova professora?- Ele perguntou sombriamente. Eu assenti e a cor voltou ao seu rosto – Graças a Merlin! Entre, entre! Quer um chá?


- Hagrid, eu não te entendo! – Eu exclamei me sentando a sua mesa – Eu estou te substituindo e você oferece um chá! É quase como se eu destruísse sua casa e você me desse um brinde!


- Giucci, eu sei que você fará o trabalho que eu jamais farei. Você é inteligente e talentosa, fará um bom trabalho – Ele disse tristemente – Mas eu... eu não... eu sou deplorável!


- Hagrid... – Eu tentei consolar – Você não é deplorável!


- Claro que sou! – Ele soluçou – Só alguém burro como eu faria algo tão ruim para machucar um aluno... e por Bicuço em risco de vida!


- Hagrid... – Eu disse penalizada – quem é Bicuço?


- É o hipogrifo que atacou Malfoy. Mas não foi culpa dele! Eu avisei para não insultar um hipogrifo, mas ele não ouviu e agora Bicuço pode ser culpado pela comissão de Controle de Criaturas Mágicas!


- Hipogrifos, hã? – Eu disse levantando as sombrancelhas – Hagrid, por acaso você teria algum filhote de hipogrifo por ai?


- Nasceram dois mês passado... porque? – Ele perguntou desconfiado


- Acabei de ter uma idéia magnífica para a aula de hoje... E, Hagrid, fique calmo que tudo se acertará no fim! E esse Malfoy deve ser – Baixei o tom de voz - tão estúpido quanto os pais – aumentei o tom de voz – para insultar um hipogrifo!


 Hagrid sorriu tristemente


- Vai precisar dos filhotes? – Ele perguntou


- Vou. – Respondi


 - Vou buscá-los. Você deve saber lidar com eles, certo?


- Suspeito que depois de você, sou a melhor Hagrid – Eu sorri


 Ele saiu da cabana, eu saí junto(aquele lugar me dava medo) e fui esperar a primeira turma.


 O terceiro ano foi descendo o morro ao meu encontro. Logo, eu estava envolta por uma meia-lua de grifinórios e de sonserinos.


- Muito bem parem de falar agora. – Eu disse meio alto. Os alunos pararam de falar e me encararam – eu sou a Profª Giucci, iriei dar aula de Trato com Criaturas Mágicas para você^s durante este ano.


 Então um aluno da Grifinória, meio gordinho levantou a mão. Eu reconheci na hora quem era.


- Neville Longbottom, certo? – Perguntei ao menino. Ele me olhou assustado e assentiu – Diga Neville.


- Onde está o Prof Hagrid? – Ele perguntou timidamente


- Bem... O prof Hagrid foi suspenso após o ataque de um hipogrifo ao Sr. Malfoy – Meus olhos faiscaram ao loiro aguado que dava risinhos maliciosos em direção a Harry, que estava vermelho de raiva – eu serei a professora substituta até o final da supensão dele. Bem, sigam-me


 Nós circundamos a cabana e paramos atrás dela, onde dois filhotes de hipogrifo amarrados á uma árvore esperavam brincando. As meninas soltaram gritinhos de nojo (algumas sonserinas) e animação ( algumas grifinórias).


- Muito bem, abram seus livros... – Então eu olhei para meio livro de professora – Desculpem como eu abro esse livro?


- Tem que fazer carinho neles Profª – Uma menina, que eu reconheci como a que falava com Harry hoje cedo no café, respondeu rapidamente


- Obrigada – Eu disse abrindo o livro – Engraçados esses livros... Quando não tentam tirar nossos dedos, é claro!


 Os alunos riram. Eu comecei a aula sobre hipogrifos. Aprendi o nome de alguns alunos, saquei quem trabalha e quem não faz nada... Bem, foi uma boa aula, os alunos gostaram.


 


 


 

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.