O amor nunca morre



21 de novembro de 2007  –  07:09 hs


Acordei rodeada por uma energia positiva. Era bom saber que estava em casa novamente. Eu estava com quem eu queria estar.


Levantei, procurei meu roupão em meu armário velho. Ele ficara um tanto pequeno, batia em minha coxa. Mas já ajudava.


Estava com um pijama comprido.


Desci as escadas cuidadosamente. Decididamente todos estavam bem cansados para acordarem cedo. Mais que eu.


Eu imagino, mamãe e papai sentados na sala, esperando notícias de Rony. Chegara um berrador dizendo que estou desacordada e com pulsos fracos. Mamãe deve ter sofrido um choque, e papai também, porem sempre se mostra forte e deve ter reagido o menos possível.


Desci para a cozinha.


Enchi a chaleira velha de mamãe com água e coloquei no fogão.


Coloquei a mão nos bolsos, minha varia estava em meu pijama.


A inclinei no alto, respirei.


Comecei uma série de feitiços. Pão, manteiga, café, suco de abóbora e algumas frutas estavam sobre a mesa.


– Pulou da cama Gina? – Me virei para a porta.


Seus olhos encontraram os meus. Eu sorri para ele.


Harry estava encostado na escada. Eu reconheci aquele lugar.


No casamento de Gui e Fleur, nos beijamos naquele lugar que Harry estava.


– Digamos que meu estomago me acordou. Ele esta meio vazio.


– O cheiro está bom – Disse ele passando pela mesa e pegando um pedaço de pão que eu acabara de fazer. Ele chegou perto de mim terminando de mastigar o pedaço de pão que estava em sua boca.


Ele engoliu. Se posicionou em minha frente. Seu rosto era cansado.


– Harry.


– Sim.


– Posso lhe pedir algo, muito importante? – eu não sabia se deveria pedir.


– Claro Gina, o que quiser!


– Por favor, tire essa barba! – Eu ri.


Ele me encarou, passou a mão no queixo.


– Está horrível – Eu aumentei o grau de verdade.


– Eu nem me toquei! – Ele gargalhou.


Nos olhamos e rimos. Por um bom tempo. Era bom, eu me sentia bem com Harry. Talvez sempre ficasse ali, com ele.


 


 


21 de novembro de 2007  08:01 hs


Estávamos sentados, tomando um café da manhã ‘feliz’. Harry e eu sempre nos entendemos bem.


– Gina você está em pé a essa hora? – Mamãe descendo as escadas, olhou para mim apavorada.


– Eu estava com muita fome mãe – eu sorri para ela.


– Ah Harry, bom dia querido! – Disse ela passando por ele, sua mão encostada no ombro da Harry. – Gina você fez tudo isso?


– Sim mamãe, não estou impossibilitada de nada! – Mamãe sempre cuidou de tudo dentro de casa. Acho que eu estava invadindo a privacidade dela fazendo o café da manhã.


Logo pós de mamãe desceram todos os outros. Tomamos o café rindo e contando histórias alucinantes. Eles me contaram tudo que acontecera ali desde que eu fui embora.


– Sério Gina. Eu peguei o Hipogrifo e o capturei. – Rony encenava a cena toda. E todos nós, riamos muito! – Ele ia levantar a varinha e eu o estuporei.


– A Rony, conta a parte que ele quis acordar! – Disse Harry entusiasmado.


– Sim. Eu o coloquei em cima do Hipogrifo e o ia levar para o ministério. Quando ele acordou e eu dei uma cotovelada em seu olho esquerdo.


Fiz cara de nojo. Mamãe colocara a mão na cabeça. Odiava violência.


– E depois o levei para o ministério. Foi um trabalho em tanto. Enquanto isso Harry e Mione estavam capturando um ex-comensal da morte.


Eu dei um sorriso falso e me virei para Harry. Ele estava olhando para Rony e rindo. Com um copo de suco de abóbora em sua mão. Ele levou o copo até sua boca, tomou o ultimo gole que havia no copo.


Ele olhou para frente.


Encarou a parede.


Eu via tudo muito calmamente, eu via os detalhes do rosto de Harry. Tudo era perfeito, ele não mudara muito. A não ser seu tom de voz, que estava vertiginosamente mais grave.


Ah, e seu corpo. Harry definitivamente estava com músculos definidos.


– Já lhe disse para beber suco sem se babar Harry! – Hermione desceu as escadas, passou por Harry deixando seu dedo indicados passar sobre a barba de Harry.


Os dois riram.


Eu sentia que Harry estava me escondendo algo.


Me levantei e deixei o copo cair, sem querer, mais deixei.


– Ai, olha o que eu fiz! – Disse quando vi um pouco do suco no tapete de mamãe.


– Não se importe queria, depois eu limpo isso! – Disse mamãe, me confortando como sempre.


– Obrigada mamãe. – Olhei para papai.


– Bom dia família. Chegamos o mais rápido possível!


Me virei para a porta. Dois ruivos, lindos. Gui e Jorge.


Minhas pernas ficaram bambas. A família estava quase completa.


A não ser.. pela presença faltosa de Fred.


Como eu o amo, e amarei eternamente.


Meu querido irmão, como você faz falta.


 


21 de novembro de 2007  10:37 hs


Eles me abraçaram por muito tempo. Gui fora o primeiro.


Me abraçou intensamente, e logo se desculpou.


– Me desculpe Gina, eu acho que todos temos culpa por você ter ido. Não fui um irmão muito presente. Desculpe, eu te amo muito minha pequena – eu chorei ouvindo suas palavras.


– E me diga como está Carlinhos? – perguntei com entusiasmo.


– Carlinhos está no meio de treinamentos de dragões. Ano que vem temos o torneio tribruxo, não lhe contaram ainda? – Gui sempre fora atualizado sobre Carlos. – Quer família hem.


Disse ele se dirigindo a mesa.


Olhei para Jorge. Ele respirou fundo, eu sorri pra ele.


Ele retribuiu o sorriso.


Corri até ele e o abracei.


Era inevitável, eu me lembrei de Fred no mesmo instante.


Sempre juntos. Sempre brincando. Sempre?


Era uma perda que me intrigou a vida toda.


Me deixou com raiva por muito tempo.


Comensais da Morte para mim era como uma praga, eu teria que eliminar todos até meus últimos dias.


– Como vai minha irmã? – Ele perguntou ainda abraçado em mim.


– Melhor agora! – eu sorri.


 


 


21 de novembro de 2007  14:19 hs


Almoçamos todos juntos naquela tarde. Fora um almoço muito bom. Mamãe pediu para papai colocar a mesa no lado de fora. A Toca estava ficando pequena para tantos adultos.


Rimos muito.


– Me diga como está sua vida de casado Gui. Como está minha subrinha, Victoire?


– Linda e muito amável. Ela esta uma boneca! Ah está muito bem! Fleur não pode vir conosco. Ela estava treinando com Victoire!


– Treinando? – perguntei


– Victoire é uma das favoritas para representar a escola dela no torneio. Acho que será o único numero que irá ser colocado no Cálice de Fogo! – sussurou Jorge. Como se todos os outros não fossem escutar..


Depois de algum tempo Rony fez um comentário muito tenso.


– Mamãe, parece que sua comida não era tão boa assim. O que você fez?


Todos riram. Sim, eu sabia o que acontecera. Mamãe não vira todos reunidos e tão unidos assim a muito tempo.


Seus olhos brilhavam naquela tarde.


 


 


21 de novembro de 2007  22:48 hs


Gui e Jorge foram embora depois do por do sol. Os dois disseram que não haviam conseguido uma folga naquele mês.


Porem o chefe dos dois vira as noticias sobre mim, e os deixaram ir me ver.


Eu estava na rua. Sentada no chão. Pensando o que seria de mim, do meu futuro.


Minerva contava comigo, eu não poderia decepcionar ela e nem ninguém, nunca mais.


Sim, eu iria com Minerva. Meu futuro estaria em lecionar quadribol?


Eu estava longe.


Meus cabelos eram tomados por uma brisa suave, mais forte o bastante para balançar meus cabelos. Fechei meus olhos.


Eu podia escutar o vento balançando, de uma forma sincronizada, as árvores.  O barulho da água do riacho perto da Toca. O ranger dos moveis e pés dentro de casa, mesmo eu estando a uns 6 metros.


Meus olhos foram tomados por finas lágrimas de alegria. Esse momento eu estaria me entupindo de remédios. Pedindo para morrer.


– Porque está chorando Ginny? – Harry chegara. Não o escutei. Sinistro.


– Sabe Harry, eu não me sentia tão bem há meses. Só me sentia assim quando fãs chegavam para conversar comigo. Com calma. E tinha algumas pessoas que eu gostava também. Como Pierre, o cara que me acolheu, ele é engraçado e tem um computador fantástico.E tem o Miguel, ah o Miguel – suspirei – ele é confiável, era meu braço direito, mas uma noite antes de eu vir para cá aconteceu uma coisa que acabamos meio que discutido ... ele deve estar louco atrás de mim! – eu ri.


Breve silencio.


– E por acaso ele é o que seu? – Harry ficou nervoso. – Para ficar louco atrás de você! Ele não sabe o quanto eu fiquei louco atrás de você – Harry parou e respirou.


Eu fiquei pasma.


– Ele não sabe... – Harry me olhava no fundo dos olhos – Não sabe o quanto eu sofri calado, o quanto eu desejei ter lhe dito tudo como deveria ser, antes. Quando você se foi, eu fiquei meses lhe esperando aqui.


Gina você foi embora com meu coração.


Meus braços, meu pescoço, minhas pernas (mesmo sentada) e todo o resto de meu corpo amoleceram, tontearam e ficaram bambos.


– Tudo o que Harry? – Eu sabia que eu já tinha escutado e visto o suficiente para saber do que se tratava. Porem, ele escutaria também.


– Gina eu lhe amo mais do que tudo e todos. Você me trouxe a vida de volta, quando eu ninguém confiou em mim você confiou. Eu procurei forças em você.


Quando eu, Hermione e Rony fomos atrás das Relíquias da Morte, eu pensei em você o tempo todo. Eu tinha vontade de voltar de saudade de todos, mas eu precisava saber de você. Como você estava. – Ele se encolheu – Você não sabe do que eu sou capaz por você, minha pequena.


Seria um texto decorado em primeira visão. Harry ensaiou por todos esses anos o que ele falaria para mim. Certamente não conseguira falar metade, como eu...


– Harry – eu sorri, com meus olhos vertinosamente cheios de lágrimas – Não sei como sobrevivi, eu escrevi sua história, eu sei tudo sobre você. Nos mínimos detalhes. Eu convivi com você todos os meus dias.


Era difícil, porem eu sabia que em algum lugar de mim, se encontrava você. O tempo foi passando, eu me encontrei em um buraco sem fim.


Cada vez mais viciada em remédios eu queria morrer. Quando eu cheguei aqui tudo foi diferente para mim e para minha alma. Eu lhe amo mais do que tudo Harry Potter! – Desabafei.


Meus olhos encontraram os de Harry. Como se fosse a primeira vez na vida, como se fosse há alguns anos atrás, ele me olhou com profundidade e deslumbre.


Harry levou sua mão bruscamente em minha nuca, me puxou para ele.


Em um movimento rápido ele me beijou, como se aquilo estivesse o sufocando de tanto esperar!


Aquele, certamente, era o melhor beijo que alguém poderia receber. Carinho, amor, ternura, paixão, saudade, espera, vitória.


Tantos sentimentos misturados com um agradável momento.


Seus lábios e os meus eram completamente sincronizados e deslizavam um no outro de forma que aquilo nunca acabasse.


Abri meus olhos. Ali estavam, os olhos de Harry. Muito mais descansados, agradáveis e azuis.


– Você não sabe como eu esperei por isso, denovo. – eu disse.


– Você não sabe como eu quero repetir isso – ele levantou a sobrancelha e riu – agora!


Harry e eu começamos outro beijo, um tanto mais leve e relaxado.


Eu realmente tinha Harry Potter de volta, para sempre. Comigo.


 


 


22 de novembro de 2007  10:52 hs


O barulho dos pássaros e o de pés em volta do cômodo que estava, me acordaram.


Me espreguicei, lentamente, demoradamente e sensualmente. Pelo menos na visão de Potter...


– Você fica muito sensual assim Gina – ele riu.


– Cale-se Potter! – Eu disse jogando meu travesseiro em seu rosto. – E se mamãe encontrar nós aqui? – perguntei preocupado.


– Gina, não fizemos nada de errado – Harry certificou-se de falar baixo e claramente para mim – nos amamos. Fazer amor não é algo contra alguma regra dos bruxos.


Ele estava tão radiante essa manhã.


Talvez porque passamos a noite juntos, e nossa primeira noite.


Me lembro perfeitamente de todos seus toques e seu cuidado.


Sua idéia de lançar um feitiço para não ocorrer problemas com conversas e qualquer tipo de barulho.


– Harry cadê todos? – notei um silencio absoluto na casa.


– Hoje pela manhã todos foram fazer compras para o Natal. Sua mãe disse que o Beco Diagonal esta cheio. Pelo menos foi à notícia que estava nas rádios. Parece que está faltando algumas coisas em lojas. E particularmente, ela quer fazer um natal muito especial.


Eu sorri. Sabia que mamãe faria tudo para me deixar melhor.


Eu hesitei. Lembrei de algo que sonhei noite passada.


– Harry, eu quero voltar. – Eu o encarei profundamente. – Preciso ir a Londres ainda hoje.


 



 

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