A chance




N/A: Cheeeys, obrigada por todos os comentários maravilhosos. Adorei a sugestão do James tocando violão (nem tinha pensado nisso O_O). Obrigada por tudo!


Capítulo Catorze - A chance


Remo estava sentado numa mesa num canto do Salão Comunal, com um livro aberto ao seu lado e o diário aberto a sua frente. Ele escrevia compulsivamente, como se escrevendo todos os seus problemas desapareceriam.


6 de março, Salão Comunal


Eu a observo o tempo todo. Quando nos encontramos no Salão Comunal, descendo para o Salão Principal, quando estamos tomando café da manhã, durante as aulas, entre uma frase copiada e outra, no almoço, na biblioteca, quando ela franze adoravelmente a testa para o livro, no jantar, enquanto estamos subindo para o dormitório. Acho que estou parecendo psicótico em relação a ela. Espero que essa paixão não se torne uma obsessão. Não preciso de outro motivo para ela me achar um pirado completo. Tirando o fato de eu ser um lobisomem, é claro.


Eu gostaria de poder dizer a ela o que eu sinto. Que durante esses sete anos ela foi a única coisa que fez desejar continuar vivo. Que ela foi a única garota capaz de fazer meu coração bater com essa intensidade. E que ela será a única garota que eu vou amar. Esse tipo de sentimento não se extingue com facilidade. Acho que vou amá-la para sempre, mesmo que ela nunca retribua esse sentimento.


Quando estava molhando a pena no tinteiro, prestes a escrever a próxima frase, um estrondo ensurdecedor veio do dormitório masculino. Remo largou a pena no tinteiro e correu escada a cima, abrindo a porta com violência para ver o que tinha acontecido.


Enquanto isso Sinead descia as escadas do dormitório, trazendo uma pilha de livros, pronta para colocar suas tarefas e trabalhos em dia. Ela se largou em uma mesa, abrindo sem vontade o livro de Adivinhação, quando seus olhos caíram sobre outra coisa. Algo que parecia um diário, esquecido sobre uma mesa num canto do salão, pronto para ser lido. Sinead balançou a cabeça algumas vezes. Não queria ser intrometida espiando os segredos os outros. Porém o momento parecia perfeito. O Salão Comunal estava vazio, não havia sons de passos nas escadas e parecia que não havia ninguém do lado de fora. Sorrateiramente ela se levantou da cadeira e caminhou pé ante pé até a mesa no canto. O diário aberto estava datado daquele dia. Curiosa como era, Sinead abriu na primeira página, para saber quem era o dono do diário.


Propriedade de Remo John Lupin.


O coração de Sinead deu um salto. Aquilo poderia significar saber os segredos mais ocultos do garoto por quem era completamente apaixonada. Por outro lado, ela não queria invadir os segredos dele. Mas e se houvesse algo sobre ela?


Sinead folheou o diário algumas vezes e encontrou seu nome escrito em diversas páginas, às vezes envolto em um coração, às vezes em forma de um poema ou acróstico. Ela virou a página para o dia 5 de março e leu a mais perfeita declaração de sua vida. Então virou a página e leu o que havia escrito no dia 6 de março, com o coração quase saltando o peito.


O problema era que, mesmo sabendo que ele também retribuía seu sentimento, ela jamais seria capaz de lhe contar cara a cara. Foi quando tudo pareceu se iluminar e ela teve uma idéia incrível. Pegando a pena o tinteiro ela se preparou para escrever a resposta à declaração dele.


Uma fumaça densa e sufocante deixou o dormitório masculino completamente fora de foco.


– O que aconteceu? – gritou ele, abanando os braços diante do corpo para afastar a fumaça.


– Estava testando um feitiço. – gritou Pedro de volta.


– Ele estava tentando fazer a cama flutuar. – gritou James.


– Aí ela pegou fogo e explodiu. – gritou Sirius.


Quando finalmente voltou ao Salão Comunal, depois de fazer a fumaça se dissipar e fazer a cama de Pedro voltar ao normal, Remo sentiu o coração dar uma cambalhota quando viu Sinead sentada em uma das mesas. Ela parecia completamente concentrada nas tarefas e seus olhos corriam rapidamente um lado para o outro da página. Quando percebeu que ele estava ali, o rosto dela corou furiosamente e ela voltou o olhar para o livro de Adivinhação.


Remo se sentou para continuar a escrever em seu diário quando seu coração deu um salto. Alguém havia escrito alguma coisa naquela página, logo após a última frase.


Eu também te amo. ♥


S.


O olhar de Remo correu até Sinead, que parecia incrivelmente constrangida. Ele levantou num salto, caminhando até ela com os as pernas trêmulas. Suas mãos tremiam, mas ele sabia que não podia perder mais tempo. Sinead se levantou quando o viu parado ao seu lado. Seu coração batia forte e rápido. Antes que ela sequer tivesse chance de dizer alguma coisa ele a havia abraçado pela cintura e selado seus lábios num beijo apaixonado.



Lily. – murmurou Severo, encostado contra a parede de pedra fria, tentando obrigar seu coração a bater no ritmo normal.


– O que há com você? – perguntou ela, confusa. – Por que fugiu desse jeito?


Severo agarrou os cabelos com força.


– Por que eu tenho medo! – disse ele, parecendo sofrer. – Eu tenho medo que seja tarde demais!


Lily puxou as mãos dele para si e olhou profundamente naquela imensidão negra. Era como olhar para um céu sem estrelas. Suavemente ela segurou o rosto dele entre as mãos e murmurou.


– Nunca é tarde demais.


Claro que ela sabia que estava se apaixonando por James, com todos aqueles galanteios e cavalheirismo, mas ela precisava admitir para si mesma que ele era um cafajeste. Que saía com uma garota por semana e que depois a dispensava. Ela precisava dar uma chance ao que prometia ser um amor verdadeiro. Ela precisava e queria profundamente dar uma chance ao seu melhor amigo.


Severo não teve tempo de dizer mais nada. Lily inclinou-se para ele e cobriu a boca dele com a sua, beijando quase furiosamente. Ele agarrou-a pela cintura e ela passou os braços pelo pescoço dele, tentando puxá-lo mais para perto para cobrir uma distância quase inexistente. O coração dele começou a bater ainda mais rápido e ele sabia que se não estivesse encostado na parede, provavelmente cairia. Suas pernas estavam bambas, suas mãos tremiam e ele achava que poderia desmaiar a qualquer momento.


Será que ela o amava tanto quando ele a amava? Naquele momento ele não dava a mínima para isso. A única coisa que se passava em sua cabeça era que estava beijando a garota que amava, sua melhor amiga, aquela com quem queria passar o resto da vida.


Foi quando ele percebeu que aquele momento não poderia ser mais perfeito. Ele havia tido um encontro com ela, havia lhe dado a surpresa (o lírio imortal), havia lhe dado a carta explicando o quanto a amava e agora só faltava cantar a música. Durante dias ele havia meditado sobre a música que melhor pudesse expressar seus sentimentos. Em uma aula entediante de Poções foi que ele percebeu que havia encontrado a música perfeita.


– Espere, Lily. – disse ele afastando-se lentamente dela. – Eu preciso concluir a última tarefa.


Lily olhou para ele com os olhos brilhando. Então ele segurou as mãos dela entre as suas e olhou nos seus olhos da cor do lago quando chovia. Sabia que provavelmente não cantava tão bem e que provavelmente tudo sairia meio desafinado, mas ele faria qualquer coisa pela garota por quem estava apaixonado.


 


Can I ask you a question please
Posso lhe perguntar uma coisa, por favor?
Promise you won't laugh at me
Prometa que não rirá de mim
Honestly I'm standing here
Honestamente estou aqui
Afraid I'll be betrayed
Com medo de ser traído



Os olhos de Lily lampejaram de emoção. O rosto pálido como neve de Severo de repente ficou completamente corado. Lily sorriu levemente, olhando ansiosamente para ele.



As twisted as it seems, I only fear love when it's in my dreams
Por mais estranho que pareça, eu apenas temo o medo nos meus sonhos
So leting in the morning light to let the darkness fade away
Então deixe a luz da manhã entra e a escuridão se dissipar



Severo sorriu para ela nervosamente. Será que ela estava sorrindo porque o achava um bobo ou porque estava gostando? A dúvida o estava deixando ainda mais nervoso.


Can you turn my black roses red?
Você pode tornar minhas rosas negras, vermelhas?
Can you turn my black roses red?
Você pode tornar minhas rosas negras, vermelhas?



Enquanto ele cantava daquela maneira tão encantadora, Lily percebeu que tinha sido uma ótima idéia dar uma chance à ele. James Potter podia ter bancado o galante, mas ela conhecia bem a sua fama. E a última coisa que ela queria era ser mais uma para a lista dele.



Drowning in my loneliness
Estou me afogando em minha solidão
How long must I hold my breath
Por quanto tempo devo segurar a respiração?
So much emptiness inside I could fill the deepest sea
Estou tão vazio por dentro que em mim caberia o mar mais profundo
I reach to the sky as the moon looks on
Eu procuro pelo céu enquanto a lua aparece
One last year has come and gonne
O último ano veio e se foi
It's time to let your love rain down on me
Está na hora de deixar seu amor chover em mim



Quando ele cantou a última palavra Lily o agarrou pelo colarinho da camisa e o puxou para mais um beijo.



Comentários:


Cheeeys: Oiii minha querida! Aqui está o 14. Se você quiser ser uma personagem da fic é só comentar. Um grande beijo!

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