A traição de Carl




N/A: Bem, agradeço ao ÚNICO comentário até agora e devo dizer que estou bem decepcionada. Estou postando esse capítulo porque quero mesmo que vocês comentem. Por favor, comentem!


Capítulo Dois - A traição de Carl


De manhã Lily sentia-se extremamente cansada. Dormira mal e tivera vários pesadelos horríveis. Lembrava-se claramente do pior deles, em que flagrava Carl beijando Amanda Davidson. Parecera tão real que não podia deixar de perturbar Lily mesmo depois de acordada. Ela se levantou e foi se olhar no espelho para avaliar quaisquer possíveis danos que a noite mal dormida pudera lhe causar.


– Que maravilha. – disse ela, mal humorada. – Estou com cara de panda.


Lily desceu as escadas do dormitório e encontrou Elizabeth terminando a redação de Poções para o dia seguinte. Seus longos cabelos negros e ondulados estavam soltos, caindo em cascata até o meio das costas. Ela usava um gorro rosa-chiclete e um moletom branco. Estava linda, como sempre. Seus lábios naturalmente avermelhados estavam cobertos por uma leve camada de gloss e ela parecia bastante concentrada enquanto analisava algo de um livro e depois escrevia mais uma frase.


– Bom dia, Lizzie. – disse Lily sentando-se ao lado dela no sofá em frente à lareira. – Dormiu bem?


– Muito bem, obrigada por perguntar Lily. – disse Elizabeth sem desviar o olhar do pergaminho em que escrevia.


– Lizzie, olhe só pra mim. – disse Lily.


Elizabeth olhou para Lily com seus olhos azul-celeste e fez uma careta.


– Credo. – disse ela. – Vai ser preciso muito corretivo pra consertar isso aí.


– Valeu, Liz. – disse Lily, irônica.


– Não conseguiu dormir? – perguntou Elizabeth voltando seu olhar para o livro.


– Não. – contou ela. – Sabe aquela tal de Becky Dietrich?


Elizabeth piscou algumas vezes tentando se lembrar.


– Não. – disse.


– Nem eu. – disse Lily. – Mas ela veio falar comigo ontem. Ela me disse para tomar cuidado com Carl.


– Como assim? – indagou Elizabeth, franzindo as sobrancelhas.


– Ela disse que ele a traiu com Amanda Davidson. – explicou Lily.


– A vagabunda da Corvinal? – perguntou Elizabeth, ao que Lily assentiu. – Puxa vida.


– O que eu faço, Lizzie? – perguntou Lily, passando as mãos nervosamente pelos cabelos.


Elizabeth bufou.


– Acho que devia aceitar o conselho dela. – disse Elizabeth molhando a pena no tinteiro e voltando a escrever.


Durante o almoço Lily decidiu que tomaria mais cuidado com Carl Blake. Se ele havia traído duas ex-namoradas com a mesma garota, então isso queria dizer que ele era um provável cafajeste.


Naquela tarde Lily observou Carl de longe enquanto conversava com suas amigas. Ele conversava com uma garota muito bonita de cabelos muito louros. De repente os dois se levantaram e saíram juntos dali.


– Eu já volto. – disse Lily indo atrás dele.


Lily os seguiu até o corredor das masmorras e ficou atrás de uma estátua, espiando os dois. Seu coração pareceu ter sido aberto em dois quando Carl segurou o rosto da garota entre as mãos e a beijou. A garota retribuiu o beijo e logo ele já estava passando a mão nela e ela nem parecia se importar.


– Espere, e a sua namorada? – perguntou a garota com sua voz aguda.


– Eu não tenho namorada. – respondeu Carl antes de beijá-la novamente.


– Mas eu vi você com uma garota ruiva da Grifinória. – disse a garota loura.


– Não ligue pra ela, Amanda. – disse Carl. – Ela é só um estepe.


Lily sentiu um bolo se formar em sua garganta enquanto tentava em vão segurar as lágrimas. Carl havia traído Wendy, Becky e agora ela com aquela tal de Amanda Davidson. Lily mal podia acreditar como tinha sido estúpida ao acreditar nas palavras dele.


Rapidamente ela saiu correndo dali, subindo as escadas de dois em dois degraus e empurrando algumas pessoas enquanto corria para o seu dormitório. Ela se jogou em sua cama e enterrou o rosto no travesseiro, chorando inconsolavelmente.


– Como eu sou idiota! – gritou ela para o travesseiro.


Mais tarde Elizabeth voltou para o dormitório e encontrou Lily encolhida sob as cobertas, chorando. Aproximou-se dela e sentou-se ao lado dela na cama. Delicadamente tirou uma mecha de cabelos que caía no rosto dela.


– Quer conversar a respeito? – perguntou Elizabeth afagando as costas da amiga.


– Aconteceu, Lizzie. – fungou Lily ao virar-se para encarar os doces olhos azuis de Elizabeth. – Carl me traiu com aquela tal de Amanda.


– Sinto muito. – disse Elizabeth, suavemente. – Ele não era pra você.


– Mas parecia que era. – disse Lily, secando as lágrimas com as costas da mão. – Como eu poderia saber?


– Bem – disse Elizabeth. – Aquela tal de Becky te avisou sobre ele.


– Eu sei – choramingou Lily antes de abraçar Elizabeth e chorar ainda mais. – Dói tanto.


– Está tudo bem, Lils. – suspirou Elizabeth. – Você vai superar.


Elizabeth deitou ao lado de Lily, uma virada para a outra. Elizabeth podia jamais ter sentido a dor da traição, mas podia imaginar o sofrimento pelo qual a melhor amiga estava passando. Lily era sua melhor amiga desde o dia em que elas chegaram a Hogwarts, sete anos antes. As duas sabiam os segredos e os sonhos uma da outra, sabiam o que as irritava e as alegrava.


Afagando delicadamente a mão de Lily, Elizabeth cantou baixinho:


It’s gonna be okay
Tudo vai ficar bem


It’s gonna de alright
Tudo vai ficar certo


Tomorrow is a new day
Amanhã é um novo dia


Oh, you see it in a new light
Oh, você vê isso em uma nova luz


Try to keep your head up
Tente manter a cabeça erguida


Don’t you ever give up
Nunca desista


Even if your heart breaks
Mesmo se seu coração se partir


Yeah, it’s gonna be okay
Sim, tudo vai ficar bem


It’s gonna be okay
Tudo vai ficar bem



No dia seguinte Lily sentia-se um pouco melhor. A dor parecia ter amenizado e ela podia enxergar as coisas com mais clareza. Decidiu que, naquele dia, ela procuraria Becky e lhe contaria tudo. Se não fosse por ela, Lily jamais teria descoberto a traição de Carl. O pior era que ela não fazia idéia se isso vinha acontecendo há tempos ou se fora somente no dia anterior.


Durante o almoço Lily procurou por Becky Dietrich na mesa da Lufa-Lufa. Os olhares das duas se encontraram e Becky apenas assentiu, compreendendo tudo ao ver a tristeza no olhar de Lily. Becky fez um sinal para que as duas se encontrassem nos jardins depois do almoço.


– Aconteceu? – perguntou Becky após do almoço.


Lily permaneceu de cabeça baixa.


– Escute, eu sei que ele parece ser perfeito – disse Becky. –, mas ele foi capaz de trair três namoradas. Isso não é sinônimo de perfeição.


– Eu sei. – murmurou Lily. – Só queria não ter que passar por isso.


– Ele a traiu com aquela Amanda? – perguntou Becky ao que Lily assentiu.


– Ele disse – suspirou Lily tentando conter as lágrimas. – que eu sou só um estepe.


– Não se preocupe, Lily. – disse Becky com um sorriso transtornado. – Você não precisa dele.


Becky abraçou Lily e as duas respiraram fundo, compreendendo a dor que sentiam.


Depois da aula de Feitiços, enquanto Lily conversava com Elizabeth no corredor apinhado, Carl apareceu, dizendo com um sorriso:


– Bom dia, Lily.


O coração de Lily deu um salto e depois pareceu congelar. Ele havia traído-a. Pior! Ele havia traído a ela e a mais outras duas garotas com uma vagabunda qualquer. Ela não queria sequer que ele lhe dirigisse mais a palavra.


– É Evans, pra você. – sibilou Lily, tentando manter a indiferença.


– Como assim? – perguntou ele, parecendo confuso.


– Como assim? – exclamou Lily. – Como assim? Bem, eu vou te dizer como assim. Você teve a audácia de mentir pra mim e ainda por cima me trair!


– Eu não sei do eu você está falando. – disse Carl, erguendo as sobrancelhas. – Eu nunca menti pra você.


– Você disse que me amava! – gritou ela. – E depois me traiu!


– Mas eu te amo. – afirmou ele.


– O amor verdadeiro não cede a tentações. – citou Lily, furiosa.


– Eu nunca disse – disse ele salientando as sílabas. – que o meu amor era verdadeiro.


Sentindo o sangue ferver mais do que nunca, Lily deu um tapa com a maior força que pôde no rosto de Carl. Ele arregalou os olhos de surpresa e massageou o local em que ela batera. Quando ele estava prestes a revidar, ele foi lançado para longe.


– Nem pense nisso! – exclamou uma voz vinda de alguns metros atrás de Lily.


Lily virou-se para olhar e viu James com a varinha em punho apontada para Carl, que se levantava.


– Seu covarde! – gritou Carl para James.


– Eu sou covarde? – replicou James dando uma risadinha. – Não sou eu quem estava prestes a bater numa garota!


James e Carl encararam um ao outro com o olhar faiscante. Lily jamais tinha visto James com tamanha fúria nos olhos. Ele parecia que estava prestes a matar Carl.


Carl se levantou e, depois de lançar um último olhar furioso para James, saiu correndo.


James riu sarcasticamente.


– Depois eu que sou o covarde. – riu ele.


James se aproximou de Lily e colocou as mãos nos ombros dela.


– Você está bem, minha ruivinha? – perguntou ele parecendo muito preocupado.


– Eu não sou sua ruivinha, Potter. – resmungou Lily. – E sim, estou bem. Pode tirar as mãos de mim agora.


James se afastou e começou a caminhar para longe.


– Obrigada. – disse Lily para ele.


James virou para olhar para ela e sorriu marotamente, desaparecendo entre a multidão.


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