O segredo de Elizabeth




N/A: Fiquei emocionada cathe, fiquei mesmo. Michelle, obrigada pelo décimo comentário. Este é um capítulo dedicado à Elizabeth e Sirius. Espero que gostem. Um beijão!


Capítulo Sete - O segredo de Elizabeth


Enquanto Lily e James se deliciavam com um gostoso café da manhã na Torre de Astronomia, Elizabeth chorava silenciosamente no Salão Comunal. O pior, para ela, foi Sirius ter percebido que a havia magoado.


No segundo ano Elizabeth se apaixonou por um garoto da Corvinal, de cabelos louros e olhos verdes chamado Alexander. Eles se conheceram quando tiveram de ser parceiros em um trabalho de Poções e ele acidentalmente derrubou a poção em cima dela. Elizabeth teve de mandar uma coruja para a mãe pedindo uma saia nova. A partir daquele dia ela e Alexander se tornaram amigos, conversando sempre entre as aulas e sendo parceiros nas aulas que a Grifinória tinha com a Corvinal. Elizabeth sempre fora racional, como a heroína do seu livro preferido, Elinor, de Razão e Sensibilidade. Elizabeth lidava com o amor racionalmente, sempre botando a cabeça antes do coração. Não gostava de ficar triste, portanto evitava esse sentimento de todas as formas possíveis.


Surpreendentemente, Elizabeth percebeu que não estava mais conseguindo manter a sanidade quando estava perto de Alexander. Ele era incrivelmente lindo, inteligente e divertido e ela se sentia maravilhosa quando estava com ele. E num piscar de olhos, Elizabeth estava apaixonada por Alexander Brooks.


Elizabeth sabia que jamais poderia contar a ele o que sentia. Não sabia se ele sentia o mesmo e temia se magoar. O problema era que ela sentia como se seu corpo não obedecesse mais a ela e falasse e gesticulasse sozinho, de modo que ela não tinha mais controle sobre suas ações, diálogos e sentimentos. Isso era o fim para Elizabeth e ela sabia disso. Sabia que se não pudesse mais se manter calma e controlada ela agarraria Alexander na primeira oportunidade. Mas Elizabeth não odiava completamente a falta de controle. Na verdade ela até estava gostando daquela espontaneidade em que ela falava o que lhe vinha à cabeça e chegava mais perto de Alexander. Dentro dela ela estava louca para saber a textura e o sabor dos lábios rosados dele.


Mesmo com apenas doze anos Alexander era um galã entre das garotas do seu ano. Havia pelo menos oito garotas apaixonadas por ele e ele já havia saído com metade. Elizabeth sabia que esse não era um bom comportamento para um garoto tão jovem, mas ela estava tão completamente apaixonada que não dava a mínima para mais nada.


Quando ela finalmente pensou em contar a ele o que sentia, ele disse:


– Você gosta de mim, não gosta? – parecia mais uma acusação do que qualquer outra coisa.


Elizabeth corou furiosamente, mordendo o lábio inferior e tentando manter a calma.


– Não – mentiu ela, sentindo o coração martelar dolorosamente contra as costelas.


– Eu sei que gosta. – novamente parecia que ele estava acusando-a de algo. – Todos sabem.


Elizabeth sentiu seu corpo congelar. Então a falta de controle não era assim tão boa afinal.


– E daí? – disse ela sentindo-se irritada por um momento. O tom de voz dele sugeria que ela havia feito algo imperdoável. – Isso é um problema?


– Tecnicamente sim. – disse Alexander. – Beverly disse que se você não parar de gostar de mim, ela não vai sair comigo.


– E daí? – repetiu ela, franzindo as perfeitas sobrancelhas negras para ele.


– E daí que eu quero sair com ela. – disse ele.


– Você só tem doze anos. – resmungou ela, aborrecida.


– Não importa. – disse ele. – Ela é uma gata e eu vou sair com ela. Mas para isso você precisa parar de gostar de mim.


– Está bem, então. – disse Elizabeth com firmeza. – Não precisa se preocupar com os meus sentimentos insignificantes.


Enquanto saía dali com passos firmes, Elizabeth chorou, mas não com lágrimas. Ela chorou por dentro, sentindo-se tão idiota e inconformada, que prometeu a si mesma que nunca mais deixaria o sentimento ultrapassar a razão. A partir daquele dia, ela seria como Elinor, fria e calculista, sempre serena e controlada, o que era o mais importante.


– Sinto muito, Elizabeth. – disse Sirius sentando ao lado dela no sofá. – Eu não tive a intenção...


– De ferir meus sentimentos? – disse ela, secando a lágrimas com a manga do suéter. – Ninguém nunca tem.


– Eu não sou Alexander Brooks, Liz. – pontuou Sirius. – Eu realmente sinto muito por tê-la magoado.


– Não importa mais. – suspirou Elizabeth. – Ele faz parte do meu passado. Não sei por que isso ainda me atinge.


– Talvez porque tinha sido isso que a fez mudar tanto. – sugeriu ele. – E acontecimentos que mudam nosso jeito de ser ou de ver as coisas geralmente nos marcam.


– Talvez – concordou ela, de cabeça baixa. – Só não entendo como ele teve coragem de dizer aquelas coisas na minha cara.


– Ele é um idiota – disse Sirius.


– Eu sei que é – disse ela. – Mas eu tinha só doze anos. Era uma paixão infantil ridícula, mas ele fez parecer como uma coisa adulta. Como se eu tivesse a obrigação de deixar o caminho livre para ele e Beverly. E nós nem tínhamos um relacionamento.


– E ele saiu com ela? – perguntou Sirius.


– Não – disse Elizabeth deixando escapar um risinho de alívio. – O que foi bem feito para ele.


– Não conseguiu a garota e perdeu uma amiga. – comentou Sirius sorrindo para Elizabeth.


Por um momento Sirius e Elizabeth ficaram em silêncio. Elizabeth meditou sobre todas as razões porque não gostava de Sirius, mas a maioria não lhe dizia respeito. Sabia que ele era meio galinha, que era um pouco arrogante e metido, que era convencido, mas ela nunca tinha conhecido ele melhor para saber se tudo isso era mesmo verdade.


– É irônico – disse ela. – Você pesquisou tanto sobre mim e eu não sei nada sobre você.


– O que você quer saber? – perguntou ele apoiando o braço nas costas do sofá.


– Você sabe que eu adoro panquecas com geléia de mirtilo. – disse Elizabeth. – Do que você gosta?


– De brownies – respondeu Sirius. – Mas sou alérgico a nozes.


– Como você dorme? – perguntou ela.


– De barriga para cima, geralmente – contou ele. – Mas quando estou com muito sono eu durmo na primeira cama que eu vir, que é a mais perto da porta. Digamos que Remo não gosta muito disso.


Elizabeth riu.


– Qual seu livro preferido? – quis saber ela.


– Noite e Dia. – respondeu Sirius esboçando um leve sorriso.


– Virginia Woolf? – sorriu Elizabeth erguendo as sobrancelhas. – Estou impressionada.


– Mesmo? – sorriu Sirius marotamente.


– Não o suficiente para sair com você. – Elizabeth se apressou em salientar.


– Que pena – disse ele.


– Do que gosta no livro? – perguntou ela.


– Sabe... – disse ele parecendo pensativo. – Da maneira com que ela descreve a noite e o dia.


Elizabeth riu escandalosamente.


– Estou brincando – disse Sirius sorrindo ao perceber que a fizera rir. – Gosto de como ela explica que nem sempre é necessário casar para ser feliz. Somente se houver amor no casamento pode haver felicidade.


Elizabeth esboçou um sorriso, encarando as próprias mãos. Ela girou o anel com uma pequena safira que ela ganhara da avó, que tinha o mesmo nome que ela. Misteriosamente a textura lisa e gelada da safira fazia Elizabeth sentir-se segura, como se alguém estivesse cuidando dela. Mesmo sendo um pouco cética, ela acreditava profundamente que sua avó Elizabeth estava cuidando dela.


– Impressionante – disse ela, franzindo as sobrancelhas para o fogo crepitante da lareira.


A expressão de Sirius pareceu esperançosa.


– Não vou sair com você, Black. – disse Elizabeth.


– Por quê? – perguntou ele indignado.


– Porque não posso confiar em você. – respondeu ela.


– Por quê? – repetiu ele parecendo ainda mais indignado.


– Por causa da sua fama horrível. – respondeu Elizabeth.


Sirius enterrou o rosto nas mãos.


– Se eu soubesse que as conseqüências seriam tão terríveis eu teria me candidatado a padre. – suspirou ele.


– Isso seria um enorme desperdício. – riu Elizabeth.


– Não há esperança? – perguntou ele olhando nos olhos dela.


– Acho que não. – disse ela sorrindo levemente.


– Nem se eu provar que pode confiar em mim? – perguntou Sirius erguendo as sobrancelhas.


– Talvez – sorriu Elizabeth.


Sirius sorriu triunfante.


– Acho que não será tão fácil quanto você pensa, Sr. Black. – sorriu ela.


O sorriso de Sirius murchou.


– Como assim? – perguntou ele, confuso.


– Digamos que, depois do incidente Alexander Brooks, eu não sou tão facilmente conquistada. – disse ela se levantando e indo até o buraco do retrato. – Você vem tomar café?


– Claro – disse ele acompanhando-a. – Panquecas com mirtilo?


– Brownies sem nozes? – sorriu ela.


Enquanto fazia o trajeto até o Grande Salão para tomar o café da manhã, Sirius pensou consigo mesmo.


“Espero que a Lula Gigante engula Alexander Brooks”.



Comentários:


cathe: Muito obrigada pelo comentário. Fiquei emocionada.


Michelle Freire: Obrigada pelo décimo comentário. Fiquei muito feliz.

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