Nervosismo




N/A: Agradeço imensamente pelos comentários, muito obrigada mesmo por acompanharem essa história e por me fazerem tão feliz com os elogios. Obrigada mesmo, pessoal! Os capítulos estão saindo com muito mais facilidade agora que descobri uma música e não paro de escutá-la. Chama-se Bring On The Wonder, da Susan Enan. Beijos e comentem!


Capítulo Cinco - Nervosismo


– Eu não acredito que vou ter que sair com o Potter. – reclamou Lily pela décima vez consecutiva.


– Tenho certeza que você vai se divertir. – disse Elizabeth serenamente enquanto fazia um extenso trabalho de Transfiguração. – Pode me passar aquele livro?


– Claro. – disse Lily entregando a ela um gigantesco livro empoeirado. – Quem mais está na lista?


– Deixe-me ver – disse Elizabeth lendo algo em seu caderno. – Randalph Shnoder, Mathilde Liesel...


– Não estava me referindo aos autores. – disse Lily revirando os olhos. – Estou falando dos garotos com quem sou obrigada a sair.


– Ah, certo. – disse Elizabeth com um meio sorriso. – James, é claro.


Lily revirou os olhos e um tapa de leve na própria testa.


– Quem mais? – perguntou ela de má vontade.


– Amos Diggory. – disse Elizabeth ao que Lily sorriu. – Andy Trent.


– Quem é esse? – perguntou ela.


– Um cara da Corvinal. – explicou Elizabeth. – Ele disse que eu sou bem gata.


– Ah, mas você é, Lizzie. – disse Lily fazendo um gesto exagerado e rindo. – Você é um brotinho.


– Cala a boca, Lily. – disse Elizabeth revirando os olhos.


– Ok – disse Lily rindo.


– Shhh! – repreendeu a bibliotecária mal humorada de sessenta anos que usava óculos fundo de garrafa.


Elizabeth passou a unha comprida por todo um parágrafo do livro, meditou um pouco e começou a escrever. Antes que tivesse a chance de colocar o ponto final na frase, Lily perguntou:


– Quem mais?


Elizabeth suspirou e colocou a pena no tinteiro, desistindo de tentar fazer o trabalho enquanto Lily estivesse por perto.


– Pensei que não estivesse ansiosa. – comentou ela.


– Não estou. – disse Lily.


– Parece ansiosa. – disse Elizabeth erguendo uma sobrancelha.


Lily revirou os olhos novamente e voltou o olhar para Elizabeth.


– Seth McGraw. – disse Elizabeth.


– Quem é? – perguntou Lily.


– Um garoto da Lufa-Lufa. É um ano mais novo, tem só dezesseis anos. – explicou ela. – Mas é bem bonito.


– Mais alguém? – perguntou Lily e Elizabeth estremeceu. – Quem?


Elizabeth mordeu o lábio inferior aparentando nervosismo.


– Por que essa cara? – indagou Lily. – Ele é feio por acaso?


– Não é exatamente isso. – disse Elizabeth hesitante.


– O que é então? – perguntou Lily começando a ficar nervosa. – É o Malfoy?


– N-não. – gaguejou Elizabeth.


– Quem é então? – perguntou Lily tentando manter a voz baixa.


Elizabeth ficou de cabeça baixa e murmurou um nome.


– Não entendi. – disse Lily aproximando-se de Elizabeth.


– O Snape. – admitiu Elizabeth.


– O QUÊ? – exclamou Lily, chocada.


– Já chega! – exclamou a bibliotecária. – Saiam daqui agora!



Elizabeth recolheu os livros e saiu depressa dali, a longa capa negra esvoaçando ao redor dos tornozelos. Ela tentou caminhar o mais depressa possível sem tropeçar ou parecer que estava correndo, mas Lily facilmente a alcançou.


– Por que ele se candidatou? – perguntou Lily.


– Eu não sei, Lily. – mentiu Elizabeth.


– Ele é o meu melhor amigo. – disse Lily. – Vai ser muito estranho sair com ele.


– A culpa não é minha, Lily. – disse Elizabeth tentando andar mais rápido.


– E você não podia sortear outro cara? – perguntou Lily, seguindo-a.


– Sinto dizer que não. – suspirou Elizabeth.


– Por quê? – questionou Lily, franzindo as sobrancelhas.


– Pergunte a ele. – disse Elizabeth entrando no dormitório e fechando a porta.


– Você não pode se trancar aí dentro! – exclamou Lily tentando abrir a porta. – Esse quarto é meu também!



– Muito bem, Lily. – disse Sinead. – Conversamos com os garotos e demos a ele uma semana para se prepararem para o encontro.


– Você vai sair com eles no próximo sábado. – disse Alice com um sorriso emocionado.


– Eu vou sair com todos eles num dia só? – indagou Lily, chocada.


– Exato. – disse Sinead balançando os cabelos louros.


– Você vai sair com James às cinco da manhã... – disse Alice lendo os horários em um caderno.


– Cinco da manhã? – exclamou Lily. – Ele enlouqueceu? Eu não vou sair com ele às cinco da manhã.


– Vai sim. – disse Alice com um sorriso. – Vai sair com Seth ao meio-dia, com Andy às três da tarde, com Amos às oito e com Snape à meia-noite.


– O que há de errado com esses garotos? – exclamou Lily. – Eles não querem que eu durma?


– Relaxe, Lils. – disse Sinead rindo. – Você vai se divertir tanto que nem vai sentir sono.


– Duvido muito. – murmurou Lily massageando as têmporas. – E as surpresas?


– Eles podem fazer a qualquer momento. – explicou Sinead.


– Que ótimo. – disse Lily sarcasticamente.



Conforme os dias iam passando Lily ia ficando cada vez mais nervosa e mal humorada. No almoço de quarta-feira, quando Alice perguntou se ela ia comer as batatas fritas, Lily explodiu:


– É CLARO QUE EU VOU COMÊ-LAS! SE EU NÃO FOSSE COMÊ-LAS NÃO TERIA COLOCADO ELAS NO MEU PRATO!


Elizabeth ficou boquiaberta.


– Desculpe, Lily. – disse Alice de cabeça baixa.


– Lily, qual é a sua? – perguntou Elizabeth.


– Desculpe. – suspirou Lily. – Acho que estou um pouco nervosa.


– Um pouco? – ironizou Elizabeth. – Você está descontrolada, isso sim.


Na sexta-feira à noite Lily passou horas em frente ao espelho tentando decidir que roupa usar.


– Por que se importa tanto? – perguntou Elizabeth com um sorriso maroto.


– Por mais que eu seja contra toda essa história – disse Lily. – não quer dizer que eu queira sair igual a um garoto ou coisa assim.


Elizabeth rapidamente abriu as gavetas da cômoda de Lily e tirou algumas peças. Colocou-as sobre a cama da amiga e analisou.


– O que acha? – perguntou ela.


– Perfeito, Liz! – disse Lily extasiada, vestindo o tomara-que-caia vermelho, a calça comprida branca e os tênis vermelhos.


– Se ficar frio você pode colocar aquele seu casaco jeans. – sugeriu Elizabeth. – Você vai arrasar, Lils.



Naquela noite Lily não conseguiu dormir direito. Tentou de tudo para pegar no sono, mas simplesmente não conseguia. Trocou de posição diversas vezes tentando relaxar, mas tudo em que pensava estava relacionado ao dia seguinte e aos encontros que teria. Estava ansiosa, mas ao mesmo tempo apreensiva. Não conhecia alguns daqueles garotos provavelmente se sentiria estranha numa coisa tipo encontro às escuras.


Lily tentou obrigar a si mesma a dormir e até pediu a Elizabeth que batesse nela até desmaiar, mas Elizabeth discordou irredutivelmente. Enquanto a noite avançava, Lily meditava sobre o que James poderia estar tramando, marcando o encontro para as cinco horas da manhã. Mais ou menos à meia noite e meia foi que Lily pegou no sono, mas sabia que não estaria muito disposta do que estaria se tivesse dormido mais.


Às três da manhã Lily acordou, esgueirando-se até o banheiro e tomando um banho. Meditou sob a água quente, seu coração batendo descompassado enquanto ela pensava que dali há menos de duas horas teria um encontro com James. O nervosismo sequer era pela ansiedade em sair com ele, mas por temer os possíveis planos dele.


Ao sair do banho Lily se olhou no espelho e percebeu as olheiras arroxeadas que se destacavam terrivelmente. Depois de vestida ela correu até a cama de Elizabeth e a chacoalhou.


– O que foi? – perguntou Elizabeth sobressaltada, sentando-se.


– Conserte o meu rosto. – pediu Lily com as sobrancelhas arqueadas de súplica.


Depois de corretivo, base, pó, blush, sombra, rímel e gloss, Lily estava pronta. Elizabeth voltou para a cama, resmungando que mataria a próxima pessoa que a acordasse às três horas da manhã.


– Acho que estou decente – suspirou Lily para o espelho, analisando os bastos cabelos ruivos e brilhantes, o modo como a tomara-que-caia vermelho contrastava com sua pele clara e com a calça branca.


Lily estava nervosa, caminhando de um lado para o outro do dormitório, invejando as garotas profundamente adormecidas que não precisavam ter um encontro com um cara arrogante e convencido às cinco horas da manhã.


De repente Lily ouviu leves batidas na janela.



Comentários:


Jaqueline Delfort: Muito obrigada por comentar agradeço muito os elogios. Beijos!

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