Capitulo 8



Agradecimentos especiais:


 


issis: que bom que gostou do ultimo capitulo, espero que esse também tenha sido bom. Então você já sabe quem é? Na verdade eu acho que deixei praticamente a vista o culpado, não é mesmo? PArabens, Beijos.


 


Ginny M. W. Potter: Realmente o Harry não imagina o que está fazendo levando  a Gina para as montanhas, ainda mais que os dois vão ficar sozinhos no chalé, epsere pra ver o que vai rolar, esse capitulo agora promete. Beijos.


 


Bianca: com certeza não foi o ex marido da Gina, dessa vez você foi muito observadora, aliás como sempre, e percebeu que o assassino não pode ser alguém que tenha dinheiro. O Nick está fora de cogitação e como você mencionou poderia ser o pai dele, mas não haveria um motivo forte o bastante para uma vingança. Agora quanto a seu chute sobre ser o faxineiro, é um palpite excelente e com certeza ele tem todas as oportunidades, sem contar que quando deu de cara com Harry apontando uma arma para ele reagiu se assustando demais pra quem já foi um combatente. Resumindo, excelente chute, espero que goste desse capitulo, ele promete. Beijos.


 


 


 


 


 


 


Capitulo 8


 


Para Gina a situação parecia totalmente absurda. Ser raptada rumo às montanhas por um mocinho estava mais apropriado às histórias românticas de antigamente. Entretanto, às portas do século XXI, aquilo lhe parecia ridículo.


Como vingança, pretendia manter-se calada e distante, deixando evidente que desaprovava aquela conspiração, da qual até sua própria irmã participara. Harry não receberia sequer um sorriso seu até levá-la de volta a Denver.


No entanto, todas as suas resoluções caíram por terra quando, após uma curva estreita, teve a primeira visão da casa, sob o luar.


Harry chamava aquilo de chalé? Por sorte a música da fita encobriu sua exclamação de espanto. Sua idéia de chalé nas montanhas nada mais era do que uma cabana de madeira em meio à mata sem nenhum tipo de conforto.


A casa era, de fato, feita de madeira. Mas não como as que se vêem em filmes de Hollywood. Era uma construção sólida, com vigas de madeira tratada que brilhavam sob o luar. A casa era dividida em diversos planos, com telhado inclinado e janelas enormes. Nas extremidades, dois deques de madeira proporcionavam uma visão panorâmica da região. O terreno era todo cercado por uma fileira de pinheiros semi-recobertos de neve.


Apesar da boa surpresa, Gina continuou calada e desceu do carro com a fisionomia fechada. Para completar sua revolta, viu seu melhor par de sapatos se afundar na camada grossa de neve que cobria o gramado.


- Que ótimo. - murmurou.


Deixando Harry para trás, caminhou com dificuldade até chegar à varanda de entrada.


Tanto fazia que o lugar fosse bonito ou feio, pensou. Não queria ficar ali de modo algum. Mas, já que não teria como sair dali, armou sua estratégia: manteria a boca fechada, escolheria o quarto mais distante do de Harry e entraria debaixo das cobertas o quanto antes.


De fato, Gina manteve a primeira parte da promessa quando Harry juntou-se a ela na varanda. Os únicos ruídos por ali eram o estalar das vigas de madeira sob o peso de Harry e o barulho de um animal qualquer na floresta. Pondo as malas no chão, ele abriu a porta e convidou-a a entrar.


A casa estava escura e gelada, o que deixou Gina bastante satisfeita. Quanto pior, mais motivos teria para reclamar. Contudo, Harry logo acendeu a luz e Gina não conteve outra exclamação.


A sala principal, no centro da casa, era magnífica. Ampla, confortável, aconchegante. Tinha o teto suspenso por vigas de madeira avermelhada e lareira com revestimento em granito. Ao seu redor, um jogo de estofados bastante convidativos. A chaminé se erguia até o teto. Um balcão de madeira contornava toda a largura da sala, cujo pé direito era altíssimo. As paredes eram brancas e abrigavam várias estantes repletas de livros e enfeites.


A construção não se parecia em nada com a casa onde Harry morava, em Denver. Ali, em vez de arcos e curvas, as linhas eram extremamente simples e retas. Uma escada com degraus de madeira envernizada levava ao segundo pavimento e, ao lado da lareira, havia uma caixa de madeira repleta de lenha. O único toque extravagante ficava por conta de dois dragões de latão que serviam como suporte para a lareira.


- A casa logo estará aquecida. - disse Harry divertindo-se com seu silêncio.


Deixando-a exatamente onde estava, tirou o casaco, pendurou-o num cabide junto à porta e foi pôr um pouco de lenha para acender a lareira.


- A cozinha fica naquela direção. - disse, apontando, enquanto punha fogo num monte de jornais amassados que introduzira entre as toras. - Se tiver fome, é só abrir a despensa.


Gina estava mesmo faminta, mas se recusava a admiti-lo. Trêmula de frio, viu-o acender a lareira em poucos minutos e reconheceu sua habilidade. “Ele deve ter sido escoteiro quando criança”, pensou.


Como ela não respondesse, Harry ergueu-se e limpou as mãos. Por mais teimosa que fosse, não o venceria.


- Se preferir ir direto para a cama, há quatro dormitórios no segundo pavimento. Para não falar no alpendre com telhado de vidro, onde se dorme observando as estrelas. Mas ainda está fazendo muito frio aqui dentro para experimentá-lo.


Percebendo o tom de sarcasmo na voz dele, Gina empinou o queixo, pegou a mala e subiu a escada.


Porém, deparou com mais um problema: qual seria o quarto dele? Eram todos tão bonitos, tão bem decorados... Gina acabou optando pelo menor. Detestava reconhecer, mas o quarto era lindo com seu teto reclinado, porta de vidro deslizante para a varanda e um armário embutido enorme. Pondo a mala sobre a cama estreita, resolveu abri-la para ver o que sua irmã cúmplice da trama tinha lhe mandado.


O grosso suéter feito à mão foi bem recebido, bem como a calça de veludo, as meias de lã e as botas de cano alto. Havia até uma bolsinha de maquiagem, que Gina duvidava tivesse vontade de usar. Em vez de pijama com o emblema do time, Deborah lhe enviara um conjunto de camisola e robe em jérsei preto, super sexy. Entre as dobras do tecido, Gina encontrou um bilhetinho: “Feliz aniversário com algumas semanas de antecedência. Divirta-se. Até segunda-feira. Deborah”.


Gina assobiou para si mesma. Sua irmã. Sua própria irmã caçula! Inconformada, ergueu o conjunto transparente para admirá-lo melhor. O que Deborah tinha em mente quando o colocara na mala? Perguntava-se. Era melhor não responder, concluiu e decidiu que dormiria com o suéter. No entanto, não conteve o desejo de correr os dedos pelo jérsei negro.


O toque era... delicioso. Raramente se dava ao luxo de comprar um traje tão pouco prático. A maior parte de seu guarda-roupa era dedicada a roupas confortáveis e simples, para serem usadas no dia a dia.


Deborah não devia ter escolhido um presente tão extravagante. Por outro lado, o conjunto era tão feminino... Talvez não houvesse mal nenhum em experimentá-lo. Afinal, acabara de ganhá-lo e não havia ninguém ali para vê-la.


O calor do aquecimento central começava a entrar no quarto pelas aberturas de ventilação junto do teto. Satisfeita, Gina tirou o casaco e os sapatos. Seu plano era tomar um banho de imersão na banheira ali da suíte e ir dormir.


Toda sua determinação, no entanto, caiu por terra ao entrar na banheira. O pacotinho com espuma de banho que Deborah incluíra na bagagem tinha um aroma irresistível, repousante, e Gina quase adormeceu na banheira.


No teto do banheiro, havia uma clarabóia de vidro que permitia ver o céu e as estrelas. Gina respirou fundo e afundou-se ainda mais na água quente. Tudo ali era tão... romântico, repousante. Deliciosamente envolvente.


Fora tolice ter acendido as duas velas que vira junto à janela em vez de acender as luzes, mas a iluminação difusa lhe parecera mais apropriada, e Gina não resistira à tentação.


Meia hora depois, ao sair da banheira, dizia a si mesma que estava apenas tentando tirar o melhor proveito de uma situação adversa. Após enxugar-se, soltou os cabelos e experimentou a camisola que Deborah lhe mandara.


O decote às costas era bem profundo, deixando-as praticamente nuas até a altura da cintura. A frente era toda enfeitada de renda preta semi-transparente, e o recorte abaixo do busto tornava-os ainda mais redondos.


O robe tinha as mesmas aplicações da camisola e fechava-se com um laço de fita preta acetinada. Sorrindo para a própria imagem refletida no espelho, imaginou as mãos grandes de Harry tentando abrir o laço delicado para tocar-lhe a pele. Os dedos largos deslizando pelo contorno da renda e... ‘‘Oh, meu Deus!”


Maldizendo o curso de seus pensamentos, abriu a porta do banheiro e voltou para o quarto.


Era ridículo entregar-se àquele tipo de fantasias, dizia a si mesma. Nunca fora uma pessoa sonhadora e gostava de planejar tudo o que fazia, sem perder o senso de realidade. Desde que começara a trabalhar, seus planos e sonhos só tinham relação com a carreira.


Por mais atraída que estivesse por um homem, jamais alimentara fantasias eróticas a seu respeito. Ainda mais sabendo que jamais se transformariam em realidade.


O melhor era ir para a cama, parar de pensar em bobagens e torcer para que o desejo que a consumia desaparecesse por si só. E, antes que pusesse a mala no chão, viu o copo sobre o criado mudo.


Era um copo fino de cristal, com pé lapidado, e ao provar dele Gina fechou os olhos deliciando-se com o vinho branco ligeiramente gelado. Com certeza, devia ser francês. Virando-se, viu-se refletida no imenso espelho disposto no canto do quarto.


Seus olhos estavam brilhantes, a pele, rosada do banho. Uma imagem frágil e delicada. O que Harry estava tentando fazer-lhe? Por que sua tática de sedução dava resultados?


E, antes que mudasse de idéia, vestiu o robe do conjunto e foi procurá-lo.


 


Harry lia a mesma página do livro pela oitava vez. Seu pensamento estava em Gina. Contava os minutos se passarem, se maldizia por desejá-la tanto. Tinha sido preciso apelar para todo seu autocontrole quando deixara o copo no quarto e saíra, resistindo ao ímpeto de entrar no banheiro e surpreendê-la na banheira.


Não era uma paixão unilateral, pensou aborrecido. Sabia que a atraía. Tampouco tratava-se de um mero fascínio passageiro; estava apaixonado por Gina. Pena que ela não conseguisse enxergar esta verdade em seus olhos.


Pousando o livro no colo, prestou atenção na letra da canção interpretada por Billie Holiday e lançou um olhar perdido em direção às chamas da lareira. O fogo logo aquecera o quarto e fora por este motivo que construíra uma lareira menor ali, além da outra na sala principal. Para não falar no toque romântico que o levara a tomar aquela decisão. Ficara furioso consigo mesmo ao surpreender-se sonhando com Gina ao acendê-la momentos antes.


Em seu sonho, ela viera ao seu encontro usando um traje fluido e sedutor. Sorridente, lhe estendera a mão com um olhar malicioso. Ele, então, a erguera nos braços, a pusera na cama e...


“Vá sonhando”, disse-lhe o bom senso. As chances do sonho tornar-se realidade eram mínimas. Gina jamais iria ao seu encontro num traje insinuante e...


Diabos! Nunca conhecera uma mulher tão teimosa. Se ela não fosse tão orgulhosa e não se preocupasse tanto em ocultar os próprios sentimentos, não passaria tanto tempo fumando e roendo as unhas.


Tristonho, ergueu um brinde silencioso e quase deixou o copo cair quando a viu parada junto à porta.


- Quero conversar com você.


Gina perdera parte da coragem no caminho, mas conseguiu entrar no quarto sem tropeçar nos próprios pés. E não se deixaria intimidar pelo fato de encontrá-lo usando apenas um agasalho de ginástica.


Harry precisava de um drinque. Depois de beber um gole de vinho, pigarreou e assentiu com a cabeça. Estaria sonhando? Mas em seu sonho ela sorria.


- O que foi?


Gina viera com o intuito de dizer-lhe tudo o que pensava e ir embora. Porém, para tanto, também precisava de um gole de vinho.


- Acredito que suas intenções ao me trazer para cá tenham sido as melhores, já que tenho vivido dias difíceis. - Começou, depois de beber do próprio copo. - Mas agiu de modo incrivelmente arrogante. - Ela mesma julgou-se uma tola por estar fazendo aquele discurso e esperou por uma resposta, que não veio. - E então? Não tem nada a dizer?


- Sobre o quê?


Frustrada, ela deu um passo à frente e pousou o copo com força sobre a mesa.


- Depois de ter me trazido aqui contra a minha vontade, o mínimo que pode fazer é ouvir minhas reclamações.


Harry mal conseguia respirar, quanto mais ouvir. E tomou mais um pouco de vinho só por não saber o que fazer com as mãos.


- E você não fosse tão teimosa e usasse mais as pernas, digo, a inteligência - corrigiu-se, tarde demais - veria que o descanso lhe fará bem.


A raiva fez os olhos de Gina faiscarem, tornando-a ainda mais adorável. Através do tecido fino do conjunto que ela usava, Harry podia ver as chamas tremulando ao fundo.


- E então, você se viu no direito de tomar esta decisão por mim.


- Isso mesmo. - Temendo estilhaçar o copo tal a força com que o segurava, Harry deixou-o obre a mesinha lateral. - Se eu tivesse lhe pedido para vir, você teria inventado mil desculpas para recusar o convite! Mas, agora, estou lhe dando chance de escolher o que quer fazer, Gina. Diga o que quer.


- Do que você está falando? - ela perguntou insegura, deslizando um dedo pelo laço que amarrava o robe. Harry correu os dedos pelos cabelos, levantou-se e foi até a janela. Seu controle estava por um fio.


- Gina, por que não volta para a cama e pára de me provocar?


- Provocá-lo? Harry, eu não o entendo.


Harry não conseguiu mais se conter e, aproximando-se, agarrou-a pelos braços. Excitado, mediu-a dos pés à cabeça com um olhar capaz de fazer arder a pele dela. Suas curvas moldadas pelo tecido fino da camisola o deixavam quase maluco.


- Você vestiu essa roupa hoje só para me torturar, não foi?


- Eu... - Gina olhou para o conjunto que usava e se retraiu. - Foi Deborah quem o colocou na mala.


- Pois está me deixando louco, Gina.


- Só vim até aqui porque pensei que poderíamos esclarecer tudo conversando como dois adultos.


- Se é isso o que quer, tudo bem. Lá em cima há um armário repleto de cobertores. É só se enrolar num deles.


Mas Gina não precisava se aquecer. O olhar que ele lhe lançava e o modo como lhe acariciava os braços, subindo e descendo as mãos bem devagar queimavam-lhe a pele.


- Talvez eu quisesse mesmo fazê-lo sofrer um pouco.


- Pois, funcionou. - O robe deslizara pelo ombro direito e Harry agora lhe tocava aquela curva tão sensível. - Gina, não vou lhe facilitar as coisas simplesmente levando-a para a cama porque, se fizermos amor, quero que a escolha seja sua.


E não fora exatamente por aquele motivo que ela fora ao encontro dele? Torcendo para que Harry tomasse as rédeas da situação?


- Não é fácil para mim.


- Deveria ser. - ele murmurou segurando-lhe as mãos. - Se você estiver preparada. - Ela ergueu o rosto e percebeu que ele aguardava por sua resposta.


- Acho que estou preparada desde o dia em que o conheci. - Um tremor o sacudiu, mas Harry continuou se contendo:


- É só dizer sim.


Dizer não bastava, ela concluiu.


- Solte a minha mão.


Harry olhou-a bem dentro dos olhos e soltou-lhe as mãos. Porém, antes que pudesse recuar, ela lançou-lhe os braços ao redor do pescoço.


- Eu te quero, Harry. Fique comigo esta noite. - E o beijou.


Não foi preciso dizer mais nada.


Por um momento, surpreso, Harry quase perdeu o fôlego. O sabor de seu beijo, seu perfume, a textura do jérsei. O suspiro profundo que ela deu ao beijá-lo... Queria possuí-la, conhecê-la, descobri-la... Suas mãos tocaram-lhe os ombros afastando as alças da camisola e a outra parte do robe, mas Gina o puxava para a cama.


Ela o beijava, acariciava, seduzia. Harry estava excitadíssimo, mas procurava conter-se tentando prolongar o prazer. Gina, por outro lado, tinha pressa e, entre carícias e beijos, tirou-lhe a calça do agasalho.


Ela não queria que ele se arrependesse de tê-la desejado; seria muita humilhação.


A pele dele estava quente e úmida sob seus dedos. Gina gostaria de poder tocá-la mais demoradamente, mas acreditava que os homens preferiam um amor rápido e tempestuoso.


Deliciava-se ao ouvi-lo murmurar seu nome e puxar-lhe de leve os cabelos cada vez que o tocava num ponto mais sensível. Quando Harry deitou-se por cima dela, Gina deu seu consentimento e ele a possuiu. Ele, porém, pretendia demorar-se, aproveitando ao máximo aqueles momentos. Contudo, ao recebê-lo, Gina começou a mover os quadris e Harry não resistiu por muito tempo àquela provocação.


Ela sorria quando ele afundou o rosto entre seus cabelos, a respiração ainda ofegante. Satisfeita, Gina sabia que o agradara e que ele não se arrependeria.


Nem ela. Fora muito melhor do que esperava. Harry era carinhoso, gentil e sabia tornar aqueles momentos ainda mais especiais.


Harry se maldizia mentalmente pela falta de controle e não entendia o porquê de Gina ter apressado a relação daquela maneira, mal lhe dando chance de tocá-la como pretendia. E mais: embora fosse ela mesma quem houvesse imprimido aquele ritmo, Harry sabia que Gina não ficara plenamente satisfeita.


Procurando manter-se calmo, rolou para o lado e fitou o teto, curioso.


- Por que fez isso? - perguntou-lhe. Gina ia tocar-lhe os cabelos, mas se deteve.


- Não entendo o que quer dizer. Pensei que quisesse fazer amor.


- E queria. - ele confessou, sentando-se na cama. - Mas pensei que você também quisesse.


- É que os homens gostam de... - Gina fechou os olhos e sentiu o contentamento se esvair. - Eu lhe disse que não era boa nisso.


Ouvindo-o praguejar ruidosamente, ela saltou da cama e tornou a vestir o robe.


- Aonde você vai?


- Para a minha cama. - Como o choro lhe embargasse a voz, Gina a manteve bem baixa. - Foi apenas mais um erro que cometemos. - Ao vestir a segunda manga do robe, ouviu a porta bater com força e virou-se. Harry girou a chave na fechadura e jogou-a num canto do quarto. - Não quero ficar aqui com você. Abra a porta.


- É uma pena, mas você já fez sua escolha. - Gina cobriu-se com o robe e cruzou os braços. Estava indignada e magoadíssima. Não era a primeira briga que teria por causa de seus fracassos na cama.


- Ouça, fiz o melhor que pude. Se não foi o bastante, tudo bem. Mas, deixe-me ir.


- Não foi o bastante? - Ele avançava dois passos, ela recuava três até que viu-se comprimida entre Harry e o pé da cama. - Eu devia matar o responsável por essa sua insegurança. Há duas pessoas envolvidas quando se faz amor, Gina, e ambas têm de se satisfazer. Não estou à procura de uma expert no assunto.


O rosto dela, que há pouco estava transfigurado pelo ódio e ressentimento, ficou branco como mármore e seus olhos se encheram de lágrimas. Harry cobriu os próprios olhos com as mãos e praguejou. Seu intuito não era magoá-la, mas apenas mostrar-lhe que queria uma parceira.


- Você não sentiu nada, não é?


- Senti, sim. - ela alegou, enxugando as lágrimas que lhe corriam pelas faces.


- Então, foi um milagre, Gina. Você mal me deixou tocá-la. Ouça, não a estou culpando de nada. - Harry deu mais um passo à frente, mas vendo-a arregalar os olhos cheios de medo, deteve-se. - Quando eu percebi, já era tarde demais para voltar atrás. Quero que você também tenha prazer.


- Vamos esquecer o que houve, sim? - Ela já recuperara a calma. Tinha os olhos secos e a voz firme. No peito, um desejo enorme de morrer. - Quer, por favor, destrancar a porta?


Ele soltou a respiração e deu de ombros. Vendo-o dirigir-se para a porta, ela o seguiu, mas Harry apenas apagou a luz.


- O que está fazendo?


- Já tentamos à sua maneira. - Sob a luz azulada do luar, Harry acendeu um castiçal que tinha na mesa de cabeceira e virou o disco no toca-discos. - Agora, vamos tentar à minha. - Gina começou a tremer de medo e embaraço.


- Eu falei que queria ir para a cama.


- Ótimo. - disse Harry erguendo-a nos braços. - Eu também.


Embora ela se mantivesse tensa, Harry colocou-a delicadamente na cama e, sempre fitando-a, espalhou-lhe os cabelos sobre o lençol, acariciando-os demoradamente.


- Eu a imaginava exatamente aqui, com os cabelos em meu travesseiro, à luz de velas. - Curvando-se, beijou-lhe os lábios num breve roçar. - O luar tocando sua pele. Ninguém por perto, nenhuma preocupação. Só você.


Comovida, ela virou o rosto para o lado. Não se deixaria seduzir por palavras bonitas e fazer papel de idiota novamente. Harry sorriu e comprimiu os lábios contra seu pescoço delicado.


- Gosto de desafios e vou fazer amor com você, Gina. - Afastando as mangas do robe, traçou o trajeto do jérsei com os lábios úmidos. - Vou levá-la a um lugar que você jamais pensou existir. - Harry segurou-lhe uma das mãos e sentiu-lhe o pulso acelerado. - Não precisa ter medo.


- Não tenho medo de nada.


- Você tem medo de relaxar, se soltar, deixar que alguém se aproxime e descubra o que há aí dentro de você.


Ela tentou afastar-se, mas ele a abraçou.


- Que bobagem. Já fizemos sexo.


- Fizemos, sim. - Harry concordou beijando-lhe os cantos da boca. - Só que agora vamos fazer amor.


Gina ia virar a cabeça novamente, porém Harry segurou-lhe o rosto entre as mãos. E quando ele a beijou, Gina sentiu o coração disparar em seu peito como se quisesse saltar-lhe pela boca. Era um beijo tão suave, tentador. À medida que os dedos dele escorregavam por suas faces, ela suspirou. Harry aproveitou para aprofundar o beijo, provocando-a com a ponta da língua.


- E-Eu não quero... - ela tentou dizer ao senti-lo morder-lhe o lábio inferior.


- Diga-me o que você quer.


- Não sei.


Gina ergueu os braços para afastá-lo, mas suas mãos pousaram delicadas nos ombros dele, como se agissem por vontade própria.


- Então, vamos experimentar um pouco de tudo e, quando terminarmos, você pode dizer do que gostou mais.


Harry murmurou palavras doces, carinhosas, quase hipnóticas que a deixaram num delicioso estado de torpor. Seu beijo exigente a estremecia e, ainda assim, ele se limitava a acariciar-lhe o rosto com suavidade.


Sua língua deslizou-lhe pelo pescoço até tocar o colo alvo, logo acima da renda da camisola. Sua pele tinha gosto de mel, Harry constatou, provando o vale entre os seios. O coração de Gina batia forte e quando ela levantou uma das mãos, Harry prendeu-a contra o colchão, imobilizando-a.


Com toda calma, ele afastou a renda preta com os dentes e viu Gina arquear as costas num convite irresistível. Seus dedos se entrelaçavam aos dele com força. Murmurando algo incompreensível, Harry baixou a outra alça da camisola.


Sua respiração estava rápida e ofegante, mas ele fazia o possível para conter o desejo. Excitadíssimo, deslizou os lábios ardentes pela curva dos seios até alcançar-lhe um mamilo rijo. Gina gemeu e murmurou o nome dele, ao que Potter respondeu sugando-os alternadamente.


Ondas de calor se espalhavam pelo corpo de Gina à medida que o prazer crescia em seu íntimo. Respirando de modo rápido, remexeu-se sob o peso do corpo dele e cravou-lhe as unhas nas costas, arqueando-as. Gina ouviu seu próprio grito de alívio quando teve a sensação de que algo explodia dentro de si num misto de dor e prazer.


Aos poucos, todos os músculos de seu corpo foram relaxando e Harry beijou-lhe a boca com volúpia.


- Gina, você é maravilhosa.


- Não. - ela protestou, levando uma das mãos à testa. - Não quero pensar em nada.


- Então, não pense. Sinta.


Harry separou-lhe as pernas com vagar e descobriu-a pronta para recebê-lo. Fitando-a com intensidade, lendo cada mensagem estampada em seus olhos, começou a soltar o laço do robe com calma. Toda calma de que era capaz. O jérsei fino foi escorregando pela pele de Gina, que estremeceu ao senti-lo beijar-lhe o ventre.


Tomada pelo desejo, ela deixou que o pensamento e as sensações continuassem a levá-la por aquele mundo desconhecido. Sentia o lençol quente e amarrotado sob suas costas e se deliciava com o caminho que as mãos de Harry percorriam ao livrá-la de vez da camisola. A pele dele, úmida e quente, estava colada à sua.


Gina agora lhe pertencia. Toda. De corpo e alma. Desta vez, de fato, a possuía. Admirava-lhe o corpo alvo sob o luar, a luz das velas dançando em seu rosto. Ela murmurava seu nome baixinho quando Harry a tocava com mais ousadia, e o ondular de seus quadris era um estímulo para que prosseguisse.


Ele deslizou-lhe as mãos pelas pernas afastando o robe e a camisola de vez. O perfume dela, suave e feminino, jamais lhe sairia da lembrança.


Percorrendo o caminho inverso, Harry subiu as mãos pelas coxas de Gina chegando bem perto do centro de todo seu prazer, e só então, a possuiu.


Primeiro foi o gemido rouco, depois, os murmúrios incompreensíveis, deixando-o louco de paixão. Pela segunda vez, Gina alcançou o clímax, conduzida pelas carícias e os beijos experientes de Harry. Exausta, ela lançou-lhe as pernas ao redor da cintura e acompanhou lhe o ritmo cada vez mais rápido até que ele, também, chegasse ao êxtase.


Exaurido, Harry reuniu suas poucas forças e rolou para o lado trazendo Gina consigo, de tal modo que suas posições se inverteram. A sensação de tê-la deitada sobre si, pressionando-o com seu corpo era indescritível.


Sentindo-a estremecer, ele aqueceu-a num abraço.


- Está com frio?


Ela balançou a cabeça, afirmativamente.


- Bem, daqui a meia hora talvez eu já tenha torças para ir buscar um cobertor.


- T-Tudo bem.


Percebendo o tom inseguro e baixo da voz dela, ele tocou-lhe o rosto e sentiu as lágrimas que lhe molhavam os olhos.


- Você está chorando? Por que?


- N-Não foi nada.


- Diga Gina; o que houve?


- E-Eu nunca pensei que pudesse ser tão maravilhoso.


- Isso é um elogio? - ele perguntou bem-humorado, acariciando-lhe os cabelos.


- Nunca ninguém me... Eu nunca havia... - E desistiu de tentar explicar: - Foi lindo.


- Gina, foi e sempre será assim.


 


 


 


 


 


 

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