VAGANDO



- Eu nunca vi o Lorde das Trevas tão assustado quanto ele estava ontem – disse na sua tradicional voz fria Severo Snape, espião da Ordem da Fênix junto aos Comensais da Morte de Voldemort.

- Nós também deveríamos nos assustar - ponderou Remo Lupin calmamente, mas era perceptível a sua preocupação – Se Harry realmente possui o “DOM” que o Prof. Dumbledore mencionou...

- Nós deveríamos matá-lo agora, enquanto os poderes não se manifestaram totalmente - interrompeu Snape, sua voz demonstrando a mesma falta de emoção de sempre.

Remo Lupin, Gui e Arthur Weasley, Ninfadora Tonks e a professora Minerva MacGonalgall levantaram-se indignados de suas cadeiras.

- Severo – os lábios da professora MacGonagall tremiam – Isso é a coisa mais monstruosa e estúpida que eu já ouvi na minha vida!

- Ora, seu maldito seboso de uma figa! – gritava Tonks, sendo impedida por Lupin e pelos Weasleys de avançar contra o professor de Poções, que a olhava de maneira indiferente.

- Usem a cabeça – retomou Snape na sua voz desprovida de emoção – Só há dois caminhos para o Potter. Ou as trevas, se ele conseguir domar os poderes que demonstrou ontem em Hogsmeade, o que eu duvido muito, ou a loucura e autodestruição, o que acho mais provável. Há várias lendas sobre o tal “DOM”, mas nenhum de nós ou de nossa geração viu um bruxo com tais poderes. Vocês me acham cruel, mas qual a alternativa? Deixar o rapaz enlouquecer ou esperar que se torne um bruxo das trevas pior do que o que combatemos hoje?

- Claro – disse Gui de maneira irônica – Isso tiraria Harry do caminho do seu amado Lorde e você, suponho, seria recompensado. Deixa-me ver – Gui fingiu refletir por um momento – Você ganharia a “Ordem do Basilisco”, categoria “trevas absolutas” depois que aquele amante de serpentes instaurasse a sua ordem nojenta.

- Ora, seu cabeludo insolente! – replicou Snape, enquanto levava as mãos às vestes, certamente a procura da varinha.

- Severo, Guilherme, por favor, sentem-se – O professor Dumbledore solicitou com sua voz bondosa, mas que não deixava dúvidas que essa solicitação era na verdade uma ordem – A situação já está muito complicada sem que iniciemos duelos entre nós.

- Mas, professor – disse uma ainda irritada Tonks – O senhor não vai levar em consideração as idéias homicidas desse seboso, vai?

- Não, minha cara Ninfadora – replicou tranqüilamente o velho professor – Embora partilhe das preocupações do Professor Snape. Todos estão muito exaltados hoje. Preciso ainda obter algumas informações. Sugiro que voltemos a nos reunir amanhã à noite.

- Mas professor...

- Amanhã, Severo – tornou a comunicar Dumbledore, aparentemente dando o assunto por encerrado.



Em um quarto no Hospital St. Mungus, Gina Weasley e Hermione Granger olhavam desoladas para o rapaz, que aparentemente dormia de maneira inocente. Desde o desmaio no dia anterior, Harry Potter não havia acordado. Foram usadas poções e feitiços, mas apenas conseguiram estancar uma insistente hemorragia nasal. Aparentemente não havia mais nada errado com ele. Mas não acordava. Na verdade a mente de Harry vagava livremente. Antes mesmo de ter consciência de quem era ou sobre o futuro de qual pessoa era discutido na Sede da Ordem da Fênix, ele havia ouvido tudo. Também ouviu a preocupada reunião dos Comensais com o seu mestre no dia anterior. Não tinha controle sobre isso, o que o incomodava bastante. Aos poucos lembrou. Era Harry Potter. Havia matado vários Comensais da Morte para salvar seus amigos. Seus amigos. A sua melhor amiga, a poucos metros de sua cama, explicava a Gina, a garota que ele amava algumas coisas sobre um tal “DOM”. Todos falavam nisso ultimamente. Os comensais, a Ordem. Será que ele era mesmo perigoso e deveria morrer como propôs o professor de poções? Não! Precisava lutar por seus amigos e pela menina que amava.



- Professor Dumbledore? – chamou uma voz hesitante, aparentemente vinda de nenhum lugar.

- Eu esperava por você, Harry – respondeu o professor, sentado de olhos fechados, a cabeça descansando sobre o espaldar alto da cadeira, as mãos de longos dedos finos entrelaçadas tranqüilamente sobre o ventre – Eu pude sentir a sua presença na reunião da Ordem.

- Professor, eu não entendo! – disse a voz desesperada do garoto – O que está acontecendo?

- O que eu temia, Harry, o que eu temia – falou a voz cansada do diretor de Hogwarts – Lembra-se da profecia, a parte que dizia “alguém com o poder que o Lorde das Trevas desconhece”? Eu rezei para que esse poder não fosse o “DOM”. Para que fosse apenas uma velha lenda bruxa.

- O que é esse tal “DOM” de todos falam, professor?

- Todos, Harry?

- Bem, eu ouvi os Comensais da Morte mencionarem... – disse Harry hesitante com a surpresa do ancião.

- Isso é o “DOM”, Harry! Você estar em St. Mungus e ouvir uma conversa dos comensais, ouvir uma reunião da Ordem. Você, ou a sua essência atravessarem o espaço, você poder se comunicar comigo estando tão longe de Hogwarts, que é guardado por feitiços antigos dos fundadores. Você desaparatar de Hogwarts! Ninguém havia conseguido.

Houve um pesado silêncio na mente de Dumbledore. Então, depois de vários segundos ressurgiu a voz, agora era possível sentir o medo que havia nela.

- O senhor acha que eu sou realmente uma ameaça? – perguntou Harry, mesmo no íntimo já sabendo a resposta.

- Você sabe que é, Harry! Primeiramente para você mesmo. Nenhum bruxo deveria carregar tanto poder. Dizem que a maioria das pessoas que nasce com o “DOM” enlouquece quando ele se manifesta. Falam que há muitos anos alguns bruxos manifestaram esse poder. Causaram destruição, enlouqueceram e foram mortos ou acabaram com a própria vida. Ouviam todas as vozes, diziam que estavam em vários lugares ao mesmo tempo. Mas são lendas antigas. Mesmo tendo vivido tantos anos e tendo andado por todos os lugares que andei, só ouvi histórias.

- Quais histórias, professor?

- As que eu acabei de lhe contar. Dizem também que em alguns lugares da África apenas mulheres bruxas nascem como o “DOM”. Os pais preferem matá-las. Algumas são raptadas por bruxos cruéis e ambiciosos que acham que devem possuí-las em rituais com requintes de crueldade. Sempre imaginei que fossem histórias tolas criadas para justificar violências injustificáveis. Mas sempre podemos estar enganados quanto aos domínios da magia, Harry. Ah, sim... Um detalhe unânime nas histórias é que, mesmo na África há uma marca, um sinal do “DOM”.

- Qual é? – perguntou Harry apenas para confirmar o que já havia ouvido na reunião dos Comensais da Morte.

- Os olhos verdes. Diziam que “poucos com os olhos verdes possuem o ‘DOM’, mas todos que possuem o ‘DOM' têm os olhos verdes “. Eu acho que só há um caminho, Harry, ele é perigoso, mas a sua vida, infelizmente, tem sido dessa forma. E, eu espero, esse caminho não passa pela sua morte. Pelo menos não agora.






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Comentários (2)

  • Matheus Slade

    nossa essa fic ta mt legal e pelo jeito os outros tb acham pq é a 3ª mais votada 

    2012-02-06
  • Dih Potter

    Nossa Senhora...Q coisa hein?Adorando a FIC  e ansiosíssima para saber no q vai dar... =D

    2012-01-22
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