O Triunfo do Leão - Parte 1



- Nós vamos ficar aqui? – perguntou o búlgaro.
- Somente por enquanto. Preciso pensar no que vamos fazer agora.
- Você! Você quis dizer...
- Está pensando em me deixar nessa altura do campeonato, Krum? – exclamou a ruiva surpresa com tal fato.
- Eu... Eu...
- Não acredito que está com medo dela! – exclamou Gabriella.
- Cale-se atrevida! – disse Gina furiosa à menina. – Você não me respondeu Victor.
- Eu...
- O senhor não vê que ela é somente o cérebro dessa operação toda? Que está usando você como o capanga corpulento, só para garantir a eficácia do plano?
- Crucio! – bradou ele. A garota se contorcia no chão, não conseguia segurar a dor que sentia, gritava e chorava muito. Até desmaiar ao final de suas forças. Ela estava fraca demais.
- Por um momento, pensei que fosse dar para trás.
- Porr um momento, também pensei. Mas se chegamos até aqui, nón?
- Vocês dois irão se arrepender! – gritou Cho com fúria.
- Cale a boca, Chang. – replicou Victor.
- Deixe-a, Victor. Deixe-a. Ela só esqueceu que estamos fora da escola e posso cumprir com o que prometi. – A esse último comentário, Cho baixou a cabeça, calada. – Viu Victor? Até mesmo ela sabe quem sou eu.
- Cerrteza de que ninguém nos descrrubirrá aqui? Porrque, nón é porr nada nón, mas, aqui é meio óbvio demais, nón?
- Não se preocupe meu bem. Ninguém chegará aqui de imprevisto, estaremos tranqüilos aqui até meados de maio, depois vamos ver o que faremos. Contudo, minha intuição me diz que ainda teremos alguns contratempos.
- Meus parabéns, Harry! – acenou Hagrid. O leão o mirou de maneira estranha: ‘Porque Hagrid está me parabenizando? A missão foi um fracasso’. Harry adentrou o castelo em passos firmes, porém silenciosos, Lílian havia ido deixar Madame Pomfrey na enfermaria e não o acompanhava, os alunos estranhavam a presença de um Leão nos corredores, alguns chegavam a se espantar, Harry não havia voltado à forma humana. Seus passos eram lentos, demonstrando estar estarrecido. Parou em frente ao armário de troféus e ficou observando o nome de seu pai gravado numa grande taça de ouro, o silêncio era o principal elemento no ambiente. Bom, até certo momento era. Um barulho que tinha como origem o início do corredor, tirou-lhe a concentração, era Lílian que corria em sua direção, com um enorme sorriso nos lábios. Ela se recompôs da corrida e mirou-lhe nos olhos.
- Tenho uma grande surpresa para você. – ela interpretou a mudança de olhar dele, como sendo uma pergunta. – Só vai saber se me deixar montá-lo. – ele trocou novamente o olhar. – É só até a Ala Hospitalar. – ele se abaixou, permitindo a montaria.
Foram o mais rápido possível, os alunos espremiam-se nos corredores e passagens do castelo, para não serem pisoteados pela fera. Demorou um nada para que chegassem, diminuindo a velocidade e passando a andar calmamente, ele recuperava o fôlego. Parou perto a porta de carvalho da enfermaria e, novamente, abaixou para que a auror pudesse desembarcar. Após descer do lombo dele, ela murmurou em seu ouvido:
- Melhor voltar a forma humana, senão poderá assustá-la. – Apoiando se nas patas traseiras, que logo viraram pés bem calçados por sinal, ele voltou a sua forma original.
- Agora, quer me explicar exatamente o que está acontecendo aqui? – ele a indagou, olhando firmemente nos olhos da ruiva.
- Esses seus olhares viu, deixa qualquer um louco. – dizia ela rindo – Imagens Harry, valem mais que mil palavras. – concluindo ela abriu a grande porta com um simples aceno de varinha, revelando na cama mais próxima, Hermione, amamentando uma recém-nascida. Seus olhos brilharam e ele esboçou um leve sorriso, caminhando devagar até Hermione, a quem deu um suave beijo na testa.
- Ela é linda, não é? – perguntou a jovem mãe.
- Não tanto, quanto você. – respondeu ele.
- Mostre aquele segredinho, que viemos guardando a tanto tempo Hermione. – pediu a jovem a auror.
- Que segredinho? - perguntou o rapaz atônito.
- Abra os olhos, bebê. - disse Hermione acariciando as bochechas da criança, que vagarosamente abriu os olhos revelando um verde claro profundo que impressionava. Hermione nunca vira uma alegria tão grande em Harry, quanto o rapaz demonstrou no momento.
- Minha filha... - disse ele pegando a menina no colo. Ele estava bobo, seus olhos estavam lacrimados, sua felicidade era tanta, quanto no dia em que soube que era um bruxo.
- Você já deu nome a ela? - perguntou ele, acariciando a pequena criatura em seus braços.
- Pensei em Maiara. - disse ela ao rapaz, a esta altura Lílian já estava longe dali. Não estava triste. Muito pelo contrário, estava feliz por ele. Talvez não estivesse tão apaixonada por ele quanto pensava. A confiança e amizade que havia criado na pessoa de Harry, talvez tenha confundido sua mente. É, era exatamente isso, uma simples, ingênua e pura...
- Amizade... ai! - exclamou ela caída em pleno corredor de Hogwarts, como ela havia fechado os olhos não viu quem a atingiu, mas sentia que a pessoa estava sobre o seu corpo. - Será que você... - começou ela nervosa, abrindo os olhos, e vendo um jovem moreno de olhos bem azuis, um corpo bem tratado, de cabelos curtos e com um sorriso, que na opinião de Lílian, o mais belo que já vira.
- Me desculpe! Deixe-me ajudá-la - disse o jovem lhe estendendo a mão.
- Obrigada, Senhor...
- Oh, por favor não me chame de senhor, já chega meus alunos, não. Afinal só tenho 19 anos.
- E como devo chamá-lo?
- Ah, Claro! Não me apresentei. Neville, Neville Longbottom. - disse ele pegando a mão da auror e beijando-a carinhosamente sem em nenhum momento desviar o seu olhar daqueles belíssimos olhos da jovem.
- Lílian Evans, prazer. Espera aí! Você disse Longbottom?
- Sim, disse... Por que?
- Bom, é que eu não esperava que você fosse tudo isso... - ela corou - Quero dizer....
- Acalme-se, não precisa enrolar, você deve ter me visto com minha antiga aparência ou alguém me caracterizou diferente.
- Na verdade foi a foto dos formandos do ano retrasado. Mas o que você fez para... - ela não encontrava palavras apenas gesticulava.
- Mudar tanto? - ela confirmou com a cabeça - No início do ano pedi para que Papoula consertasse meus dentes, emagreci um pouco, pesquisei sobre certas plantas e seus usos na estética e desde então, tenho malhado nas estufas após as últimas aulas.
- E como tem malhado... - pensou ela alto, ficando vermelha logo em seguida, ele apenas sorriu - Quero dizer... Eu... - 'Sua idiota, o que está acontecendo com você? Perdeu a noção do perigo? Você nunca se comportou assim antes'. Acordou dessa conversa com sua mente quando ele estralou os dedos a frente de seu rosto.
- Evans?! Está tudo bem? Você parou de falar de repente.
- Não, está tudo bem. Você dizia algo? - disse tentando voltar ao seu normal.
- Eu pensei, se não gostaria de, sei lá, sair comigo no próximo final de semana?
- Tudo bem. - confirmou ela sorrindo. - As dez no pátio principal?
- Perfeito. Até então.
- Tchauzinho. Ah... E foi um prazer conhecê-lo - disse ela beijando-lhe carinhosamente a face do rapaz, que por instinto pôs a mão sentindo aquela sensação agradável. Mais nada importava agora. Iria sair com a ruiva que há muito tempo residia em seus sonhos.
- Maiara Hermione Potter. Vai ser inteligente como a mãe. - disse Harry lhe devolvendo a criança.
- Ou corajosa como o pai. - ele sorriu para Hermione. - Mas e se for os dois?
- Eu seria o homem mais feliz do mundo - disse ele antes de beijá-la docemente, ele sentia seu corpo flutuar, era um beijo calmo e sincero, porém alguém entrou na sala.
- Desculpe. Volto outra hora. - disse o ruivo já voltando por onde veio.
- Que nada Ron. Venha ver o meu orgulho. A minha razão de viver. - Rony se aproximou deles ao chamado do amigo.
- Pensei que eu fosse a razão do seu viver. - disse Hermione fazendo um beiço.
- Ok, a minha outra, e não menos importante, razão de viver - os três riram a vontade - Como nos velhos tempos...
- Não nos disse o motivo de sua visita Sr. Weasley. - disse Hermione tentando parecer séria.
- É que eu vim convidá-los para serem...
- Nossos padrinhos. - disse Luna que acabara de chegar na enfermaria. - Pensei ter pedido para que você me esperasse.
- É que você estava demorando demais. - explicou o ruivo.
- Eu ainda sou aluna Roniquinho. Estava em aula.
- Bom deixe para conversarmos sobre isso depois, sim Luninha?
Hermione e Harry riam por dentro 'Roniquinho'? 'Luninha'?
- E então, não nos disseram ainda. Aceitam? - perguntou Luna com o olhar mais sonhador e suplicante que pôde expressar. - Harry até pensou em dizer 'não' para ver o que aconteceria, então, olhou para Hermione e esta sorriu em resposta.
- Sim, aceitamos. - disse ele segurando calorosamente a mão de Hermione, olhando-a afetuosamente.
- E quando será? - perguntou Hermione interessada.
- No próximo verão, no jardim da Toca - explanou Rony.
- Vocês não sabem o quanto eu estou feliz por terem aceitado. - dando pulinhos contentemente. Até que a pequena Potter começa a chorar.
- Eu a assustei? - perguntou Luna preocupada olhando para Hermione.
- Não Luna...
- Ela só precisa se alimentar. Vamos terminar nossa conversa lá fora. - ('Já volto amor' disse Harry a Hermione mentalmente).
('Tudo bem' respondeu da mesma forma)
Os três saíram da ala, deixando a jovem mãe amamentando o seu bebê tranquilamente.
- Como está o planejamento da nova missão?
- McGonagall acha melhor discutirmos isso na próxima semana. - respondeu Rony.
- Mas Cho e Gabriella estão correndo perigo! Não podemos deixá-las tanto tempo com a Gina!
- Ela só está esperando Remo se recuperar para começarmos a planejar. E como Tonks está cuidando dele, não há muita coisa que possamos fazer. - explicou o ruivo.
- Rony tem razão, Harry. - concordou Luna - Precisamos esperar. A medida é arriscada, mas é uma das poucas que temos para uso imediato.
- Só não podemos esperar demais. - suspirou Harry passando a mão nos seus rebeldes cabelos pretos.
- Fugindo um pouco desse assunto importante, mas tediante... - começou o ruivo - Como é a sensação de ser pai?
- Maravilhosa, Ron. Ainda mais por ela ser uma menina, ela é tão frágil e delicada. Sinto que há muito o que aprender ainda, mas espero dar o melhor de mim. - dizia ele com um sorriso bobo nos lábios, típico de pai, seus olhos brilhavam a cada palavra.
- Não se preocupe, Harry, vocês serão ótimos pais. Eu tenho certeza disso. - disse Luna segurando firmemente as mãos do moreno e olhando profundamente em seus olhos, lhe dando a confiança que precisava. Só mesmo a Luna, ela se tornou uma amizade necessária depois do quinto ano de Harry.
- E quando será o batizado dela... Quando vocês vão apresentá-la à comunidade bruxa? - perguntou Rony.
- Sabe Ron, ainda não tive muito tempo para isso. É a primeira vez que a vejo, a última vez que vi Hermione ela ainda estava grávida e eu estava saindo para uma missão, se você contar com tudo isso, acho que você concordará comigo. - Rony sorriu sem graça, ele e a sua mania de pressa. - Não se preocupe, eu aviso vocês. Ainda porque não conversei com Hermione sobre outra coisinha - disse ele mostrando uma caixinha vermelha de veludo a eles.
O final de semana chegou rapidamente, a primavera fazia muito bem a Hogsmeade, assim como Hogsmeade fazia muito bem ao final de semana de alunos e professores de Hogwarts. Lílian esperava Neville sentada em um banco próximo à fonte do pátio principal. Não teve que esperar muito, o moreno chegara com um buquê de rosas bem brancas em uma das mãos. Ele trajava uma calça social preta de professor, os sapatos bem engraxados, uma camisa branca aberta em dois botões.
- Pra você - disse ele se ajoelhando e entregando as rosas a jovcem auror que sorriu ao gesto cortês. Ela estava com um vestido florido branco de alças, uma bolsa branca a tira colo e nos pés uma rasteirinha branca, no rosto uma maquiagem básica que ressaltava os seus olhos. Ela se levantou ao mesmo tempo que ele, agradeceu as flores com um beijo terno no rosto do jovem e seguiram pelas trilhas que levavam a Hogsmeade. Ele sorria para todos, acenava para os conhecidos e cochichava graças no ouvido da auror que faziam rir e deixá-la ruborizada. No começo do caminho estavam alguns centímetros distantes pela timidez de ambos e depois já estavam mais entrelaçados. Percorreram o caminho da juventude, Zonko's, Dedos de Mel e por fim seguiram para o Três Vassouras, pediram duas cervejas amanteigadas e ficaram conversando amenidades.
Hermione já havia saído da Ala Hospitalar, porém continuava deitada na cama, por sinal era uma senhora cama já era quase duas da tarde, no seu quarto na Mansão Potter. Despertava vagarosamente, espreguiçando. Viu no criado-mudo uma bandeja com o seu almoço. Lasanha, macarrão em forma de gravata e um frango à milanesa cobertos por um molho de tomate com carne moída. Um copo de suco, que depois de provar constatou ser de laranja com cenoura. E um prato de salada com alface americano e rodelas de tomate, já temperados com azeite, sal, orégano e um pouco de um tempero com gosto de carne que ela não reconheceu. De pé, próximo ao berço, estava Harry dando a mamadeira para a pequena Potter em seu colo.

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