Nasce uma nova Granger - Pt. 2



Após enfrentar todo o sofrimento que Hermione o fez passar, Harry decidiu que era hora de voltar a Hogwarts, afinal sentia falta de suas aulas e de seus alunos. Das aulas nem tanto, pois nestes últimos dias ele deu aula de sotaque britânico a uma aluna que até alguns dias atrás se insinuava para ele, porém Harry estranhou na aula dessa noite, que ela não estava se insinuando mais, e isso já havia virado um costume para ele.
- Aconteceu algo, Lily? – perguntou Harry fechando o livro de literatura e olhando a jovem auror.
- Não é que... Bem... – ela se endireitou no sofá em que estavam, o olhou bem nos olhos, pensou em lhe dizer algo, mas... – Não, não é nada.
- Você está me escondendo algo.
- Ora eu... – ela parou de olhar nos olhos do rapaz e passou a mão nos longos cabelos ruivos. – Eu...
- Você vai mentir para mim. Já inventou algo para me convencer ou quer que eu lhe dez minutos?
- Engraçadinho. Nestas últimas duas semanas, quando foi que eu lhe escondi algo? – Ele cruzou os braços e a olhou firme. – Ah, Harry... Eram só Chocolate Frogs!
- Sapos de Chocoláte, e não, Chôcolíte.
- Pensei que a aula de sotaque já tinha acabado – ele iria retrucar, porém ela foi mais rápida – Mas sobre esse assunto eu não posso lhe contar.
- Segredo Profissional, é, eu sei...
- Você sabe?! – levantou ela em um pulo, interrompendo-o.
- Eu sei como é. Por que se assustou? O segredo é tão trágico assim?
- Um pouquinho... Acho melhor eu ir dormir, estou cansada e tenho que chegar cedo amanhã na escola.
- Só vou arrumar as coisas aqui embaixo e também irei dormir, para amanhã voltar mais disposto para Hogwarts.
- Boa noite, então.
- Boa noite. – disse Harry segurando nas mãos da moça e lhe dando um beijo na testa. Dali ela seguiu para escada e já estava no quinto degrau onde pára e se dirige ao jovem – Te espero para o café?
- Tudo bem. – Ela sorriu e continuou a subir.
A noite foi tranqüila, sem gritos, sem nuvens. Uma fria e cálida noite de outono. O dia amanheceu calmo, o sol não havia nascido e na cozinha de Hogwarts, os elfos trabalhavam como doidos. Não muito distante dali, as masmorras estavam silenciosas. A única coisa que quebrava o monótono clima do local eram os passos de uma oriental professora de poções, que se locomovia de um lado para outro em seu escritório. Outros passos ao longe, e portas se abrindo, significavam a proximidade que estavam os passos. Até que alguém adentra no escritório de Cho.
- O que era tão importante que não possa esperar até a aula, Gina?
- É coisa rápida, Cho. Sabe... Eu ouvi coisas sobre você essa semana. Nada boas... Nada boas mesmo... Pelo menos no meu ponto de vista.
- Ah é? – ela recuou poucos passos.
- É Cho. Você pode tirar as mãos dos bolsos?
- Por que eu deveria? – desafiou Chang.
- Talvez porque será pior se não o fizesse. – disse Gina em um tom mais convicto. A jovem obedeceu. – Vejo que pelo menos você pensa Chang. Vejamos... – ela fez um movimento com a varinha, murmurando Accio. – Hummm... Galeões, penas... Tsk, tsk, tsk... Que menina feia... – ela disse pegando uma carta endereçada a Harry. – Caro Harry. Quero lhe pedir desculpas... Que bonitinha... Não queria lhe fazer mal nenhum... Nãnãnãnãnãnã... Ah... Tenho de lhe contar algo sobre a Gina muito importante, me encontre no Três Vassouras e leve com você a Srta. Evans. Bom já deu pra perceber o quanto você me é leal Chang. – outro simples movimento com a mão e carta se autodespedaça. A oriental engoliu em seco, ela não podia fazer nada, já estava esperando o Avada, quando ouve um...
- Expelliarmus! – que atinge Gina de surpresa, porém somente a varinha recebe o impacto.
- Ora, ora. Encontrar você por aqui, Tonks.
- Vamos Gina. Cho já me contou tudo. – disse a Auror sem abaixar a varinha.
- Contou foi?- Gina olhou para a morena com raiva no olhar, porém sem demonstrá-la na voz. – Creio que o melhor será me entregar então?
- Não confie nela! – disse Cho, mas se silenciando após ser fuzilada novamente pelo olhar da ruiva.
- Vamos, prenda-me auror. Não é esse o seu trabalho, cumpra-o.
- Não me provoque Weasley. Conheço suas artimanhas, venho observando você há algum tempo.
- Eu sei que vem. Por que acha que nada de estranho aconteceu nesses últimos dias? Sou precavida. E às vezes Nymphadora, temos de aprender a nos defender da melhor maneira possível, ou da pior. Expelliarmus! – esbravejou a ruiva o feitiço com a mão, fazendo a auror voar até uma parede. – Não esperava por isso, não é? Nem isso talvez... – ela movimentou a mão, jogando com a força Tonks, na parede do lado oposto do escritório, fazendo a moça morder os lábios com força, ocasionando um sangramento. – Maravilhoso, não é? – Gina passou o dedo indicador nos lábios dela e lambendo em seguida. A morena que acompanhava cada passo da cena, chorava sem parar, pensando que a próxima poderia ser ela - Sempre gostei de vermelho sangue. Agora escute aqui, Nymphadora. – disse ela bem próxima do ouvido de Tonks sussurrando: - É bom tirar o hipogrifo da chuva, se acha que iria me capturar tão fácil, e outra, de tudo o que você ouviu dela, viu, ouviu e sentiu hoje, não vai se lembrar de nada querida, sabe por quê? Por causa disso, Obliviate! – a luz verde musgo se formou na mão da ruiva que pegou a auror pelos cabelos, e atirou o raio nos olhos da jovem que estavam marejados pelas lágrimas de dor, que desmaiou logo após isso. Cho correu para a porta, mas estava tão nervosa que a maçaneta parecia não funcionar, esmurrava, batia na porta, olhando para trás observando Gina vindo devagar em sua direção, parando apenas para pegar a sua varinha no chão. – Ora... Mas o que é isso, Cho? Está com medo de mim? – A morena derramava lágrimas, e olhava Gina num misto de medo e piedade. – Venha com a tia Gina – e a ruiva continuava a se aproximar, até que ela alcançou a morena e a pegou pelo colarinho levantando-a com uma força descomunal que Cho jamais viu numa garota de 17 anos. – Impressionante, não? O que faz pó de chifre de unicórnio, salamandras cozidas com raiz de cedro e uma gota de sangue humano. Dura 5 horas. Eu mesmo a inventei. Você conhece a minha facilidade com poções. Afinal é a minha professora de poções.
- Gina, por favor... – suplicou Cho.
- Você acha que eu sou louca de te matar na escola. Eu posso ser má, mas não sou burra. Você vai continuar trabalhando para mim, vigiando essa auror, porque com certeza ela deve ter comentado com o Lupin. E escute aqui um dedinho, uma unha sua fora da linha, e você irá se arrepender.
- Eu não...
- Certeza que não quer trabalhar para mim? Prefere morrer a ter que vigiar um velho lobisomem que mal nenhum faz?
- Eu...
- Bom... O que eu tinha de dizer, foi dito. Espero que você tenha me entendido, Chang. Passar bem. – ela atirou a oriental no chão e saiu de lá. Cho arrastou-se até o corpo de Tonks, a levantou e passando um dos braços dela pelo seu pescoço, a levou para Ala Hospitalar.
Harry e Lílian levantaram cedo da cama, se arrumaram e decidiram tomar café em Hogwarts. Passaram pelos portões da mansão e aparataram próximo ao portão da escola. Foram conversando pelo caminho, admirando a paisagem, Lílian admirando Harry, este fingia que não percebia, até que chegaram ao Salão Principal. Os dois caminharam até a mesa dos professores, Lílian chegou primeiro, Harry cumprimentava os seus alunos nas mesas até alguns da Sonserina, e sentou depois, admirando a entrada de uma jovem de cabelos castanhos no Salão. Ela não o fitava, apenas lançava pequenos olhares a Lílian que rapidamente entendeu o recado, como se olhos da professora estivessem dizendo: “Cuidado para não abrir a boca” ou “Estou de olho em você”, afinal desde ontem à tarde o clima entre elas andava pesado demais. Durante o café, a Srta. Hargitay da Grifinória, foi até a mesa dos professores cumprimentar Harry, parecia entusiasmada com a volta do professor. Deixou uma carta para ele, o que ocasionou num sentimento de desconfiança de Hermione que olhou para Lílian, que apenas deu de ombros e continuou o seu café. Após alguns minutos, uma morena entrou correndo desesperada pelo Salão, acompanhada pelas centenas de olhares dos alunos curiosos, parando na mesa dos professores.
- Minerva, preciso lhe falar urgentemente. Lílian, Tonks precisa de sua ajuda, ela está na Ala Hospitalar...
- Mas o que houve? - levantou-se Lupin da mesa com espanto.
- É isso que preciso conversar com Minerva e é por isso que você e o professor Potter nos acompanharão.
- E será que você não pode nos contar aqui mesmo? – perguntou McGonagall.
- Para minha segurança, não Minerva. Vamos Lupin, diretora... Harry? – ela olhou para o rapaz, porém ele estava concentrado demais no que Hermione fazia ou deixava de fazer. – Harry! – disse ela estralando os dedos na frente do rapaz.
- Ah, sim. Vamos... Pra onde mesmo? – a morena se lançou um olhar que o fez entender rápido. – Vamos!
Hermione observou aquela bagunça toda com dúvida, afinal o que estava acontecendo, porque ela, a vice-diretora, não estava sabendo? Ela não foi digna o bastante pra ganhar a confiança de McGonagall? Será que tudo aquilo era sobre ela? Bom, ela nunca ouviu falar de uma professora em Hogwarts grávida antes, seria sobre isso que eles iriam discutir sobre a permanência dela na instituição? Decidiu por tentar aliviar a dúvida, da maneira mais simples, perguntando.
- Victor?
- Sim, Mione. – respondeu o búlgaro após tomar um gole de suco de abóbora.
- Você sabe o que está acontecendo aqui?
- Não, por quê?
- Não é que, a Chang chegou desesperada pelo corredor principal do Salão, falou alguma coisa com Minerva que fez até o Lupin se assustar depois aquela metidinha da Evans, saiu em disparada, por último ela saiu com McGonagall, Lupin e o Potter, pra algum lugar.
- Saiu foi?
- Foi.
- Com Minerrva, Lupin e o Arry? – perguntou ele de novo, como se quisesse confirmar tudo o que ouviu.
- É.
- A Chang?
- Você não estava me ouvindo? É. Eu disse que a Cho veio falou alguma coisa pra Minerva e os quatro saíram juntos do Salão.
- Eu preciso ir agora...
- Ora, mas por quê?
- Depois eu te explico – deu-lhe um beijo rápido nos lábios e saiu para algum lugar, que Hermione também não sabia. Ela de repente se sentiu imprestável, tomou o seu café, e saiu caminhando tranqüilamente até a sua sala.
- Conte-me tudo o que sabe Cho. – disse Minerva.
- Bom, tudo infelizmente não posso lhe contar, fui obrigada a fazer o voto perpétuo quando começamos a fazer o que fizemos.
- Começamos? Você e mais quem? – perguntou a diretora.
- Não posso, foi uma das três promessas.
- Creio que as promessas você pode nos contar, não? – perguntou Harry, ela assentiu com a cabeça.
- Então diga-nos para que possamos começar a fazer as perguntas certas. – disse Lupin, embora nervoso por saber que Tonks estava na Ala Hospitalar, permanecia calmo para ouvir a história da jovem morena.
- Bem, a primeira era não dizer os nomes das pessoas envolvidas.
- Isso já atrasa a nossa vida. – Lupin massageava os cabelos, demonstrando que a pouca calma que tinha estava se esvaindo.
- Acalme-se Lupin. – disse Harry – Continue Cho.
- A segunda era que não podíamos apontar as pessoas envolvidas, muito menos escrever os nomes.
- E terceiro nunca contar nada para nenhum auror. Mas como Lupin, não se formou auror devido aquele probleminha, não há porque não lhes revelar algo.
- Já que das três formas conhecidas para saber que são os culpados, não há como descobrir quem são. Então o jeito é você nos contar algo que pode nos ajudar a solucionar esse caso.
- Obviamente, só que tem mais um problema a... – ela segurou o peito fortemente próximo ao coração. Lupin e Harry iam a sua direção – Não se preocupem, é que eu ia dizer o nome dela.
- Então é uma mulher.
- Um deles é.
- E um homem, um casal de desordeiros. Interessante, e você os ajudava?
- No começo sim, mas eu percebi que não valia a pena, já que o que eu queria era impossível.
- E o que você queria? – perguntou Harry.
- Não posso lhe dizer. Eu me obliviei disso, não queria mais fazer o mal para eles.
- Para quem? – perguntou Minerva
- Não posso.
- Assim você nos complica Cho. – disse Lupin sentando.
- Bom, a bruxa que está por traz disso inventou um feitiço que não me permite dizer muito sobre seus planos no mesmo dia. Ela gosta de ser precavida. Dizem que a chamam de Srta. Precaução.
- E ela é chamada assim pelos amigos ou amigas?
- Não sei, talvez. Não presto muita atenção nas colegas dela durante a aula.
- Isso ajuda. – levantou-se Harry.
- Ajuda?
- Sim, a antagonista disso tudo é uma aluna será fácil descobrir quem é.
- Ou não Harry. – observou McGonagall.
- Como?
- Como ela disse, essa aluna parece pensar em tudo, em todas as possibilidades de conquista e de fracasso, e para todos os seus feitos tem um plano de fuga. Não seria mais fácil começar pelo comparsa?
- Tapado como uma porta, do jeito que ele é. – completou Cho, soltando um muxoxo de arrogância.
- Viram isso... – Ela mirou os dois. Lupin e Harry se entreolharam como que se perguntasse “Quem será?” – Há algo mais que possa nos contar senhorita Chang? – continuou.
- Sim, mas não hoje. Creio que já ultrapassei os limites, por isso McGonagall. Vou sair de Hogwarts. Pelo meu bem, não sei o que essa megera pode fazer comigo quando descobrir. Contarei o que sei por carta.
- Se ela for tão precavida quanto você diz que ela é. Com certeza após sua saída, vai começar a fiscalizar cada coruja que sai ou entra nesse castelo. – observou Harry.
- Muito bem observado, Harry. – sorriu McGonagall.
- Seria mais apropriado que ela tivesse um codinome Minerva. Se cada um de nós nessa sala tivesse.
- Contando também com Tonks e Lílian. São ótimas auror. E poderão nos ajudar muito. – lembrou Harry.
- Certo. Escreverei neste pergaminho e farei uma cópia para cada um. Fica certo de que apelidos iriam prejudicar na escolha e, além disso, iriam dar pistas que apontariam para nós, por isso me dêem nomes. Vejamos... Cho?
- Alanis.
- Harry?
- Diego.
- Lupin?
- Pablo.
- Eu serei Atena, Tonks é Melissa, e Lílian será Christine. Quanto tempo o feitiço dura, Cho?
- Toda vez que falo, escrevo, comento ou explico o plano, jamais torno a repeti-lo até que se passe uma semana.
- Certo então, esperamos sua coruja na próxima segunda-feira.
- Melhor que você compre uma coruja nova e peça que ela espere no Corujal com a carta. Pedirei a Hermínia que busque a carta lá e a traga até aqui, será mais seguro.
- Ok, então. Aqui está uma cópia para cada um. Creio que Tonks e Lílian não precisarão de uma cópia também, já que vocês estarão juntos com cada uma, respectivamente.
- Certo. – concluiu Cho feliz.
- Harry, Remus, acompanhem a Srta. Chang até os seus aposentos verifiquem se a área está segura e montem guarda no escritório, não deixem ninguém entrar ou sair, exceto Cho. Continuem acompanhando-a até atravessarem o portão para ela aparatar, certo?
- Perfeitamente.
- O que?! Como ela ousou? – um vaso voou e se espatifou na parede mais próxima.
- Acalme-se Gina.
- Me acalmar Krum? Como eu vou me acalmar, uma auror desprevenida é uma coisa. Agora um bando inteiro. Eu não sou Lord Voldemort!
- Veja Gina, os feitiços que você nos lançou são muito bons, ela não vai conseguir contar tudo sem ter uma parada cardíaca no mínimo.
- Tem razão. Além disso, há também o Voto Perpétuo. Só você pra me lembrar dessas coisas. – disse ela passando a mão no rosto do rapaz que a agarrou lhe envolvendo num beijo “caliente”, o que ela correspondeu com muito prazer. – Você sabe como acalmar uma mulher, Vitinho.
- Agora que você disse isso, me lembrei de Hermione. Você tinha que ver a cara dela. Parecia estar com medo de alguma coisa, não parava de segurar a barriga de uma maneira estranha.
- Não liga não, no mínimo deve estar se achando gorda. Do jeito que come também não sei como ainda não ganhou uns quilos de banha.
- Gina!
- É sério, não sei o que você e o Harry viram naquele castor.
- Ela é simplesmente adorável, linda, meiga, gentil...
- E blá, blá, blá, blá, blá, blá... – gesticulou a ruiva com a mão - Aff. Sabe você devia desistir dela.
- Por que se tenho a poção pra me ajudar?
- Porque a Hermione é nascida trouxa não posso fazer outro vidro de poção para ela, a sérios riscos que ela pode correr pelos efeitos colaterais que a poção tem. – explicou.
- Então? – perguntou ele.
- Aproveite os próximos dois meses, como se eles fossem os últimos. Porque eles realmente são.

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