Eros Encantum



Hermione levantou cedo, estava se sentindo meio estranha, mas não ligou muito para isso. Tomou o seu café junto com os outros professores e levou uma bandeja com torradas e suco de abóbora para Harry, que ainda dormia, ela lhe tocou a face, deu-lhe um beijo na testa e saiu do quarto até a sala ao lado, esperando seus alunos. Hermione teve dois tempos com os quartanistas de Grifinória e Corvinal, um com os sextanistas da Lufa-Lufa e Sonserina, e mais dois tempos com os segundanistas da Grifinória e Sonserina. Após o término das aulas da manhã, pegou os trabalhos dos alunos do sexto ano, que eram bastantes, e levou consigo até o Salão Principal, enquanto saboreava uma panqueca, corrigia um trabalho que pela quantidade de detalhes, estava interessantíssimo, quando ouviu um:
- Hem, Hem. - Hermione virou o rosto e viu Krum segurando dois rolos de pergaminho em sua frente, ela não sabia o porque mas sentiu o sua face ruborizar diante de tal presença - A srta. Harrrgitay pediu parrra que você entrrregasse ao Potter. Me parece serr um trrrabalho. Vou deixá-lo aqui, sim?
- Tu..tudo bem. Pode deixá-lo aí, diga a ela que eu entrego a... quem mesmo..assim..pro Harry.
- Está tudo bem com você?
- Pe..perfeitamente.
- Hum, você quem sabe. Com licença.
'O que foi isso, Mione? Você nunca se comportou assim. Muito menos diante dele. Isso tudo está muito esquisito, definitivamente.' ela pensava. Pegou algumas panquecas para Harry, e entre panquecas, penas e pergaminhos, saiu do Salão, voltando para o seu dormitório. Harry estava lendo um livro "Seres metamórficos e outras transformações distintas", estava lendo sobre Harpias, quando viu alguém entrar.
- Hermione, é você?
- Sim. - disse ela desajeitada, andando devagar até a escrivaninha e deixando todos os trabalhos lá - Ah, já ía me esquecendo, a srta. Hargitay pediu para lhe entregar isso. - E atirou a ele os rolos de pergaminho.
- Dormiu bem?
- Sim.
- Você está bem?
- Estou.
- Como foram suas aulas?
- Boas.
- E o almoço?
- Bom.
- O que há com você?
- Como assim?
- Você só me responde com monossílabas! - disse Harry, como se parecesse óbvio.
- Ai, Harry. Eu só estou cansada, relaxa, pode ficar despreocupado. Não há nada comigo.
- Relaxar? Eu estou desde as oito e meia da manhã, deitado numa cama, lendo e ouvindo os alunos percorreram os corredores, eu acho que já relaxei o suficiente por hoje. Certeza de que não há nada? - perguntou com carinho, expressando um 'Sou todo ouvidos' e 'confie em mim para o que der e vier'
- Já lhe disse, que não há nada. - Hermione alterou um pouco a voz, e o olhou com uma expressão de 'por quer tanto se intrometer?'.
Harry se manteve calado, olhava para ela indignado, havia realmente algo de errado com Hermione, por um momento chegou a pensar que aquela não era Hermione, mas logo isso sumiu de sua mente, pois a via concentrada com os trabalhos. Se fosse Gina, ela não ficaria tão absorta na leitura. Hermione colocou as mãos em seu rosto, suspirou e olhou para ele:
- Desculpa tá, não devia descontar o meu estresse sobre você. Mas é que realmente tive um dia cheio. Me perdoa?
- Claro, em nenhum momento pensei em guardar-lhe rancor. Eu te amo, Hermione. - disse ele fitando os olhos dela, ela retornou com o mesmo olhar, mas por algum motivo os desviou, olhou para o chão e murmurou:
- Eu também, Harry, eu também - E voltou com sua atenção aos trabalhos. Harry pegou o trabalho de Gabrielli (Hargitay), e começou a ler, estava em Feitiço Escudo, quando adormeceu. Acordou, devagar olhou em volta, na escrivaninha, duas pilhas de pergaminhos, a menor que Harry via claramente os sobrenomes terminados em S,T e V, o que Harry julgou ser os que faltavam para Hermione, e uma outra maior com vários pergaminhos abertos um sobre o outro, com anotações em vermelho. O que significava que já haviam sido corrigidos. Olhou uma Hermione ao seu lado que encolhida tremia, e lhe passou o edredon. Observou a janela, e via uma lua crescente por trás das grandes nuvens escuras do céu, já era noite proclamada, resolveu então voltar a dormir.
Harry acordou novamente sozinho, olhou para a escrivaninha e não viu mais pergaminho nenhum. As vestes de dormir de Hermione, descansavam, como eles podia ver, no cabide do guarda-roupas que estava com as portas aberta. Olhou o relógio no criado-mudo e viu que já era quase dez horas, estranhou que junto ao relógio, não estava o seu café da manhã.
Há algumas horas, Hermione tomou o seu café rapidamente, e rumou a sua sala. Deu dois tempos para os primeiranistas de Corvinal e Lufa-Lufa. Agora dez da manhã, estava ensinando Feitiços de Velocidade aos septuanistas, que a viam dando "vida" a uma escova de dentes, que voava velozmente, pela sala, arrancando palmas dos alunos da Grifinória e Corvinal.
- Muito Obrigada. Srta. Lovegood, poderia vir a frente por favor?
- Claro, professora.
- Pegue este lápis, faça o feitiço de levitação avançado que ensinei e depois aplique o feitiço de velocidade.
- Bom, vou tentar.Levitacorpus, Mercuresplendor. - O lápis flutou alguns centímetros da mesa de Hermione e pôs-se a voar velozmente por entre as orelhas dos alunos que exclamavam, um 'Oh!' e alguns 'uau!' quando este fazia piruetas no ar. Até Hermione balançar graciosamente a varinha, e o lápis diminuir a velocidade e pousar diante de um aluno da Corvinal.
- Muito bem, Srta. Lovegood. 15 pontos para a Corvinal com esta demonstração realmente emocionante. Quero que vocês treinem bastante até segunda que vem, pois vamos começar a encantar objetos um pouco mais pesados, com bolas e outras esferas, quem sabe não lhes ensino como fazer balaços e pomos de ouro. Hã? - Alguns alunos ficaram realmente excitados, outra apenas sorria maliciosamente com uma expressão de: 'Está tudo funcionando como planejado'.
Harry estava absorto com o que lia, Gabrielli havia pesquisado muito bem, selecionou feitiços de proteção que estavam muito além de seu alcance, mas um que chamou muito a atenção de Harry, até onde leu, foi um chamado "Benção de Vênus", 'mais conhecido - lia ele no trabalho - como Eros Encantum'.
Hermione terminou as suas aulas e pensou em pedir a Krum para que lhe arranjasse balaços e pomos que ainda não foram encantados, e foi o que fez. Saiu de sua sala, desceu as escadas até o vestíbulo, do vestíbulo segui até os jardins onde estavam os alunos do primeiro ano da Corvinal tendo aula de vôo.
- Muito bem. Vamos lá. Um de cada vez vai se levantarr ao arr e voar até a cabana do Prrofessor Hagrid, darr três voltas nela, e porrr fim pegar uma folha daquele carrvalho perrto do lago. Quando eu contarr três. Atenção, Um, Dois, Trrês!
Hermione foi caminhando até Krum, mas acabou tropeçando deixando vários papiros e pergaminhos caírem ao chão.
- Deixe-me ajudá-la. – disse Krum, pegando os pergaminhos. Sem querer suas mãos se esbarram e Hermione suspira, corando um pouco.
- Obrigada.
- Bom, e então? – pergunta ele. Afinal saiu do castelo é porque tinha de falar algo importante.
- Eu vim lhe perguntar, se você...
- Se eu? – ele a interrompe esboçando um pequeno sorriso, fazendo com que ela sorrisse também.
- Se você po..poderia me arranjar alguns bamos e polacos, quero dizer, pomos e balaços, os que não foram enfeitiçados ainda.
- Clarro. Quantos você prrrecisa?
- Uns 12 de cada um.
- Bom, eu pedirrei a um aluno que leve parra a sua sala mais tarrde, ou então, eu mesmo levarrei se estiver desocupado.
- Obrigada. – disse ela dando um tchauzinho e voltando para o castelo.
- Não há de que agrradecer. – disse acenando a ela. ‘Está funcionando’ pensa ele.
Harry ainda lia sobre o Eros encantum, ele não lembrava, mas já havia ouvido alguém pronunciar esse feitiço.
"Eros Encantum
Feitiço de proteção antigo. Criado no Paradoxo mágico é um feitiço dificílimo de ser realizado. Na Antigüidade era usado por jovens bruxas que queriam proteger seus amados da morte, rogando –lhes este feitiço, dando todo o crédito à deusa Vênus. Vênus, para os romanos, era a deusa do amor e da beleza, assim como a Afrodite dos gregos. Essas jovens pediam para que Vênus tivesse piedade de seus companheiros, pois estes enfrentavam grandes perigos, ‘com toda a sua misericórdia’ dizem alguns, ‘Vênus atendia as suas preces e lhes dava a sua benção’. Os estudiosos de nosso século acreditam que são poucas as bruxas que conseguem, ou já conseguiram fazer esse feitiço. O feitiço por si só, não faz o efeito esperado, mas combinado com o sentimento de amor verdadeiro, este feitiço é o único que protege o bruxo da Maldição da Morte. Outro feitiço de proteção que exige o amor verdadeiro, é o Feitiço do Sacrifício, onde a mãe ou o pai dá a sua vida pela do filho ou filha. São poucos os relatos a respeito do feitiço, tão poucos são que desde a criação deste feitiço, também criado no Paradoxo, que nunca se soube dizer qual seria a palavra cabalística usada. Um dos casos mais extraordinários sobre o assunto, aconteceu ainda neste século, quando Lilian Potter deu sua vida para proteger o pequeno Harry Potter, das mãos de Aquele-de-quem-não-falamos ou ainda Daquele-que-não-deve-ser-nomeado, o bruxo das trevas chamado pelo seus seguidores de Lord Voldemort, ou popular e simplesmente, Você-sabe-quem."
Hermione chegou no quarto devagar, Harry estava entretido demais com a leitura, que nem percebeu. Ela deixou os pergaminhos sobre a escrivaninha, e pulou alegre na cama, suspirando.
- Nem percebi que havia chegado. – disse Harry deixando o pergaminho de lado, no criado-mudo. – Nem me trouxe café hoje de manhã, comeu tudo sozinha.
- Ai, desculpa Harry, acabei esquecendo.
- Tudo bem, mas me conta o por que de toda essa felicidade, eihn?
- Por nada, não. Bobagem minha. Mas como foi o seu dia?
- Bom e o seu?
- Maravilhoso, o dia lá fora estava tão gostoso, a brisa, a grama dos jardins... – parou. Esqueceu que Harry não podia levantar, e se arrependeu do que havia dito.
- Isso me deixa tão melhor, Mione. - começou ele irônico - Saber que o dia lá fora estava tão bom, enquanto eu estive o tempo todo trancafiado nesse quarto sem poder me levantar, e tomando essas poções que mais parecem lama, a cada cinco horas, sem contar o cheiro de bomba de bosta que isso tem.
- Desculpa, Harry. Quando percebi, já tinha falado. Eu não queria te magoar.
- O problema Hermione, é que desde ontem até agora, mesmo você não querendo, só tem me magoado. O que está havendo com você? - disse ele derramando uma lágrima, que Hermione não percebeu.
Ela se encolheu e ele a abraçou ainda se perguntando o porque de tudo isso. Ficaram um bom tempo assim, até Hermione ouvir alguém batendo na porta da Sala de Feitiços. Harry havia adormecido há pouco tempo, Mione tirou os braços dele de cima dela, e saiu devagar da cama. Indo ver quem era.

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