Snape?!



Capitulo 11 – Snape?!

Na manhã seguinte Hermione acordou cedo, tinha que ir trabalhar, não seria um dia tão bom, mas poderia sair daquela casa e fugir daqueles dois loucos que estavam tramando um plano contra ela. Se virou e não achou um certo loiro que deveria estar lá, achou um bilhete no travesseiro dele, o pegou, se sentou e leu:

“Bom Dia linda.
Tive que sair mais cedo, fui ver uma vaga em um escritório no Ministério. Tenha um ótimo dia. Nos veremos de noite.
Beijos.
D.M.”


Suspirou e resolveu que deveria realmente começar a se arrumar para ir para o serviço. Alguns minutos depois já descia as escadas e se dirigia a cozinha. Entrou e encontrou Remus, Snape e Gina tomando café da manhã.
-Bom dia. – desejou para todos e se sentou ao lado de Gina que a olhava com surpresa.
-O que você anda fazendo com seus lábios? Estão sempre machucados agora. – perguntou a ruiva.
-Oh, isso? – perguntou Mione passando a mão nos lábios inchados levemente – Bati. – e pegou uma torrada e começou a comer. Não muito tempo depois Remus se despediu e saiu para resolver uns problemas, Gina também se despediu deixando Hermione e Snape sozinhos.
A morena nem olhava na direção do ex-Mestre de Poções, mas esse a olhava, tentando iniciar uma conversa, estava tão nervoso que até suava, mesmo que estivesse seguido o plano, ele também queria falar com ela, saber como ela estava, se já o tinha esquecido, se já tinha dormido com aquele garoto irritante. “Claro que sim, seu besta. Acha que uma mulher como ela, linda, inteligente, auto-suficiente vai esperar por você para ter o próximo orgasmo? Não seja tão inútil, você está amolecendo por causa dela.” pensou ele como se travasse uma batalha dentro de si.
-Está bem, Snape? – perguntou ela quando viu que ele olhava para o vazio.
-Não. – respondeu voltando a si – O que houve com seu lábio? – ela riu e se levantou, pegou seu prato e copo e levou até a pia que já estava lavando sozinha a louça dos outros dois que já haviam saído.
-Você sabe muito bem o que aconteceu.
-Como poderia? – respondeu calmo, não conseguia ser grosso com ela, não mais, pelo menos.
-Vi você quando saí da cozinha. Com certeza Lupin te contou o que aconteceu. – ela se sentou outra vez e perguntou um pouco mais séria – Fala, qual é o plano?
-Que plano? – perguntou escondendo qualquer vestígio de surpresa por ela saber do plano.
-Não tente se fingir de inocente comigo que não cola.
-Não estou fingindo nada, não sei do que fala. – ele parecia sincero, fazendo ela sorrir para ele.
-Bom, se você diz... Já me vou. – e se levantou e o olhou pela última vez, ele estava sério, talvez não estivesse mentindo. Foi em direção a porta da sala e ouviu passos apressados atrás de si, se virou e o olhou nos olhos.
Snape a olhava com uma expressão única, um misto de desejo e carinho, queria dizer o que sentia no fundo de seu ser, mas as palavras não conseguiam se formar em sua boca, seu cérebro não estava funcionando tão bem, talvez perto dela não funcionasse certo nunca mais. Ela o olhava com surpresa, via que ele estava fazendo um esforço muito grande para falar algo, mas não conseguia, algo realmente inusitado, Severus Snape sem palavras.
Ele lhe fez um carinho no rosto e a prensou devagar na porta de entrada, ela ainda o olhava nos olhos, ele aproximou os lábios do dela, ela não se moveu, estava perdida naqueles olhos negros que a deixavam em estado de transe, seus lábios se encostaram devagar e ele disse bem baixo:
-Não posso...
-O que? – perguntou ela também bem baixo, ainda seus lábios se encostavam com muita leveza.
-Dizer...
-O que?
-Que te amo... – e sua voz morreu, ele a soltou e se virou para subir as escadas. Ela respirava com muita dificuldade, o olhava subir as escadas, queria ir atrás dele e perguntar se ele havia dito aquilo mesmo, mas suas pernas não obedeceram, continuou para na porta. Balançou a cabeça retirando por hora aqueles pensamentos e saiu para a manhã fria de Londres.

O dia se passou como se as horas tivessem aumentado, ela já não agüentava mais trabalhar com a chefe gritando de cinco em cinco minutos com todos, parecia uma louca. “Talvez devesse ser internada no St. Mungus, daí poderemos trabalha em paz.” pensou quando estava saindo do prédio da biblioteca.
Andou por algumas ruas e viu um casal passar por ela, um casal um tanto incomum, um homem maduro com seus 35, 40 anos e a mulher com a sua idade, se lembrou de um bruxo que havia dito que a amava naquele dia mais cedo. “Será que ele disse a verdade? Pode ser uma parte do plano... Não ele não chegaria a esse ponto... Bom, ele talvez não, mas Lupin... Aahhh chega, estou com outra pessoa...” pensou ela voltando para a sede com muita calma.

-Olá. – disse Draco que estava na sala da lareira, parecia muito animado, ajudou ela a tirar o casaco e a beijou no rosto – Consegui um emprego.
-Que bom. No escritório? – e se sentaram para conversar sobre o emprego dele.
-Reunião hoje de emergência. – disse uma voz na porta da sala, Hermione se virou e viu Remus com um rosto sério e amargo.
-O que houve? – perguntou Draco.
-Um ataque. – e se aproximou do casal que estava de mãos dadas – Parece que sua mãezinha está juntando forças para destruir todos os membros da Ordem.
-Quem foi atacado? – Hermione se levantou assustada para encarar o lobisomem à sua frente.
-Neville e Luna. – Hermione colocou a mão na boca para não deixar um grito sair, mesmo que fizesse anos que não os via ainda gostava muito dos amigos, sabia que eles ajudavam a sede sempre que eram chamados – Mas não se preocupem eles estão em St. Mungus estão sendo bem cuidados.
Draco a abraçou, dando um beijo em sua testa, tentando acalma-la. Ela o abraçou de volta e por cima de seu ombro viu Lupin lhe olhar. Ela ficou observando o sorriso de desdém que ele dava para ela, sabia que ele estava se divertindo vendo o casal que ele estava tentando separar, mas será que ainda sentia algo por ela a ponto de fazer tudo aquilo? “Será que gosta de mim?” pensou ela e se soltou dos braços do loiro.
-Vou tomar um banho, foi um dia e tanto hoje. – disse meio triste ainda e subiu as escadas de cabeça baixa. Quando estava chegando no seu quarto, uma mão a puxou e a empurrou para dentro de um outro quarto.
-Precisamos conversar. – disse Snape mais sério do que nunca, mas não estava bravo, somente um rosto sério e bem desconfiado.
-Sobre o que? – perguntou ela ascendendo um cigarro que estava em sua bolsa.
-Sobre... hoje cedo... – e a olhou com certa vergonha. “Você está amolecendo, cara...”
-Disse a verdade? – perguntou ela o olhando nos olhos e se sentando na cama.
-Sim. – e deu dois passos na direção dela – Mas não espero que diga o mesmo, porque...
-Eu também sinto. – disse ela ainda o olhando e tragando o cigarro com firmeza, parecia que o iria engolir a qualquer momento.
Ele se espantou com a resposta dela, abaixou a cabeça, pensou em tudo o que havia acontecido entre eles, no pouco tempo que passaram juntos, como poderia estar tão apaixonado por aquela garota, como poderia estar apaixonado por alguém. A observou acabar aquele cigarro, tentou formular uma frase na cabeça, mas nada saiu por sua boca, quem falou foi ela quando percebeu que ele não estava tendo muito sucesso com as palavras.
-Porque me disse isso? – perguntou jogando a bolsa em um canto e se levantando um pouco nervosa.
-Porque é o que sinto.
-Porque é o que sente?! Sente mesmo? – perguntou andando de um lado para o outro.
-Sim. – e a viu parar no meio do caminho.
-Você é um babaca. – falou com raiva para ele, seus olhos se encheram de lágrimas, mas ela as impediu de cair.
-O que lhe fiz agora? – perguntou indignado.
-Primeiro me quer, depois não me quer mais, depois me insulta, depois diz que me ama... DECIDA-SE. – gritou para ele.
-TE QUERO E SÓ VOCÊ NÃO PERCEBEU. – gritou ele se aproximando dela – Não vê que você me mudou, você me fez sentir algo que nunca achei que sentiria outra vez. Porque faz isso comigo? – e se afastou dela, andando em círculos.
-EU?! VOCÊ QUE NÃO SABE O QUE FAZ COMIGO. – gritou respondendo para ele, ela deixou as lágrimas caírem por seu rosto. Ele não mais agüentou, a abraçou com força, dando proteção aquela pessoa que tanto amava.
Ela o olhou nos olhos, queria se soltar, sabia que ele a faria sofrer, como poderia estar amando alguém que a maltratava tanto?
-Não... me solta... – ela o empurrou com força, se soltando dos braços dele – Porque? Porque Severus? Porque faz isso comigo?
-Não sei. Não sei amar, não sei cuidar... – e passou as mãos pelos cabelos.
-Então como sabe que me ama?
-Eu sei o que sinto, não me leve por criança. – ele tirou o casaco e o jogou longe, dobrou as mangas da camisa branca que usava e a olhou, sentia um certo calor. Viu que ela o olhava assustada, percebeu para onde ela olhava – Me desculpe. – ele já ia descer a manga do braço esquerdo para esconder outra vez a Marca Negra quando ela o impediu e puxou seu braço.
-Não... – e passou a mão no contorno da marca – Não tenho medo de você já lhe disse. Também não tenho medo dessa Marca. – e sorriu pelo canto da boca para ele. Depois de um tempo acariciando a Marca dele, ela o olhou nos olhos – Eu também te amo. – e abaixou a cabeça – Mas não podemos fazer isso...
-Porque? Por causa daquele moleque?
-Não... Porque não quero sofrer mais...
-Não te farei sofrer. – e a abraçou, fazendo ela lhe olhar nos olhos.
-Vai sim, Severus. – se soltou e foi em direção a porta.
-Me dê uma chance? – viu ela parar com a mão na maçaneta e se virar, respirou fundo quando a viu sorrir.
-Tudo bem. Mas... saiba que não sou uma mulher fácil de se lidar.
-Sei disso faz tempo. – sorriu ele de um jeito estranho, o qual ela nunca havia visto – Também não sou fácil de se lidar.
-Também sei disso faz tempo. Muito tempo, desde o colégio. – e o viu se aproximar, mas quando ele foi beija-la ela se virou e se afastou.
-O que foi? – perguntou frustrado.
-Draco. – disse baixo, estava com medo da reação dele.
-O que tem?
-Estou com ele. – respondeu olhando para o chão, procurou no bolso um cigarro, o ascendeu e continuou olhando para o chão.
-Sei disso. – respondeu seco e friamente.
-Não é isso...
-O que é então? – perguntou se aproximando dela.
-Ele gosta de mim.
-Também já sei disso. – viu ela morder o lábio inferior e entendeu – Oh, você também gosta dele?
-Um pouco... Quero dizer, gosto... – e bufou – Droga, você chega e bagunça minha vida e ainda me quer só pra você, só que eu já tinha uma vida antes de você aparecer e agora que eu estava com alguém que me fazia bem você chega bagunçando tudo outra vez.
-Fique com ele. – disse com raiva. Ela o olhou nervosa.
-Pois bem... – e disse indo em direção a porta – Está certo do que está falando? – perguntou de costas para ele, ela não queria sair dali na verdade, queria que ele a impedisse.
-Não. Mas a escolha é sua. Sabe o que sinto. – ela se virou e andou até ele, o olhou nos olhos e sorriu.
-Ter certeza disso?
-Sim. – e se aproximou dela. A beijou devagar, sem dessa vez trincar seus lábios, uma diferença percebida por ela.
-Snape?! – perguntou uma voz na porta, fazendo os dois se virarem assustados. Viram uma ruiva os olhar assustada com a cena.

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