Sombras



Capitulo 10 – Sombras


Hermione se virava na cama, não conseguia dormir, parecia que algo a fazia ficar acordada, olhou para o relógio e viu que já eram 2 e meia da manhã. Se levantou, se olhou no espelho. “Ahh, não tá tão indecente assim, afinal vai estar todo mundo dormindo mesmo.” pensou ela quando viu a minúscula camisola que vestia, se virou e viu o quadro de Sirius dormindo profundamente, abriu a porta com cuidado e desceu as escadas sem fazer muito barulho.
Abriu a porta da cozinha e entrou mais sossegada, sabia que não daria para ouvir qualquer barulho que fizesse dali, por seu um cômodo afastado do resto da casa. Abriu a geladeira, pegou uma jarra com leite, pegou um copo e o encheu. Se virou para a pia e olhou pela janela, vendo a lua lá fora, escondida pelas nuvens, sentiu alguém na cozinha e disse baixo:
-Porque me olha da escuridão?
-Como sabia que estava aqui?
-Não é só porque você consegue sentir as pessoas com seu olfato Remus, que eu seja idiota e não saiba que tem alguém escondido no cômodo onde estou. – e bebeu o resto do leite e colocou o copo na pia.
-O que pretende provar passeando com aquele moleque? – perguntou ele saindo das sombras e se sentando em uma cadeira.
-Nada. – respondeu ela e se sentou na pia o olhando – Sabe, você realmente deve me achar burra, né?
-Porque?
-Acha que não sei que foi você que colocou algo no meu suco hoje no jantar para que eu não pudesse dormir e te encontrar aqui?
-Devo dizer que você é realmente inteligente. Ainda quer escutar o que eu tenho a dizer? – perguntou ele se levantando e indo até ela. Parou analisando como ela estava vestida, sua camisola se transformava transparente à luz da lua, viu ela sorriu e continuou – Te quero de volta. Largue aquele moleque.
-Realmente me quer? – perguntou ela com um rosto cheio de surpresa.
-Sim. – e a enlaçou pela cintura, se postando entre as pernas dela – Sabe que sim.
Ela suspirou e aproximou seu rosto do dele, seus lábios se encostaram e ela disse em uma voz baixa e rouca, qual ele tremeu:
-Que bom, mais um para fazer sofrer nas minhas mãos. – e o empurrou com força, rindo da cara de espanto dele – Acha mesmo que sou assim tão fácil? Esqueça, pode tirar seu hipogrifo da chuva. – e riu descendo da pia e andando em direção da porta.
Ele perdeu o juízo e a agarrou pelos braços e a jogou na parede ao lado da porta, colou seu corpo no dela e sorriu quando a viu com raiva e com os lábios cortados em dois lugares, que sangravam consideravelmente:
-Pode gritar, não ligo. – e cerrou os dentes – Não percebe o que faz comigo? Me deixa louco, eu perco o juízo quando estou perto de você.
-Vai perder os dentes se não me soltar. – disse ela tentando se livrar das mãos dele, mas não conseguindo.
-Sei que não quer sair daqui de verdade. – e se aproximou do ouvido dela – Já esqueceu nossa noite em Hogwarts? Esqueceu como tirei suas roupas? Esqueceu de como te devorei a noite toda? Esqueceu como entrei dentro de você sem pedir permissão e você gemeu querendo mais? Gemeu e quase imploro que a comesse mais e mais. – disse sentindo o corpo dela relaxar e se soltar em seus braços. Virou o rosto para beija-la, mas sentiu algo bater com força em seu rosto, perto de seu olho, a soltou e se afastou, acabou se desequilibrando e caiu.
Hermione respirava com dificuldade, passou a mão na boca e a olhou vendo o sangue que saia de seus lábios, o viu cair e foi até perto dele, ainda com o punho cerrado, pronta para bater nele outra vez caso ele tentasse algo.
-Pode ter me feito subir pela paredes naquela noite, pode ter me feito gozar incrivelmente, pode ter me fodido maravilhosamente bem, não me interessa. – e aproximou o rosto do dele, juntamente com a mão fechada ameaçando outro soco – Nunca mais ponha suas mão em mim. – e se levantou, o olhou com nojo outra vez e saiu da cozinha com um sorriso maléfico porque percebeu dois olhos negros com um brilho entranho, nas sombras, a acompanharem quando saiu da cozinha e subiu a escada.

Severus entrou na cozinha e viu Lupin se levantando e o olhou com certa curiosidade, se sentou e esperou que ele contasse como havia sido.
-Ela está caindo direitinho. Está morrendo de raiva de mim, agora você chega todo amigo e faz ela acreditar que eu realmente sou um canalha, depois consegue que ela largue aquele moleque e pronto. – disse Lupin pegando gelo na geladeira e colocando sobre o olho que doía muito.
-O que aconteceu? – perguntou Severus se levantando e indo até a pia.
-A segurei com força e indiquei que iria cometer uma ameaça contra ela, ela como já esperávamos, se defendeu e me ameaçou.
-Ela se defendeu muito bem. – disse rindo do olho dele.
-Sim, ela tem força. – e riu também – Bom, amanhã você fala com ela, certo?
-Sim. – e se dirigiu para a porta – Boa noite. – e saiu subindo para seu quarto. Remus ficou a fitar a porta que levava a sala da lareira. Pouco tempo depois de lá surgiu uma ruiva com um sorriso estranho.
-Ele está apaixonado, acha certo continuar com isso?
-Claro. – respondeu o lobisomem a olhando com felicidade – Tirarei Draco e Snape da vida dela, verá. – e sorriu para a ruiva que retribuiu.
-Cuidado. Não quero ver ela sair machucada dessa, só espero que você tire o Draco da vida dela, ela merece coisa melhor. – e viu o rosto do lobisomem se acender de felicidade – Não que você seja coisa melhor, mas já é alguma coisa. Só me sinto mal enganando ela assim.
-Pare de ser bobinha. Afinal, foi você que me procurou e me deu a idéia de tirar o loiro dela.
-Sei, mas...
-Mas nada... Agora só quero terminar com isso o mais rápido possível. – e despejou o gelo que derretia, na pia – Boa noite. – e saiu da cozinha, também indo dormir.
Gina se sentou em uma cadeira e se pôs a pensar, talvez estivesse fazendo um bem para a amiga, mas talvez não. Não, definitivamente não poderia deixar que Draco ficasse com ela, muito menos Snape, Lupin talvez não fosse também a melhor opção, mas era a única que tinha.
Se lembrou de quando viu Lupin e Hermione na sala dele, tinha ido falar com o professor sobre a reunião que teriam naquela noite, viu a porta da sala dele entreaberta e a empurrou devagar, vendo Hermione no colo do professor e os dois gemiam alto, ela rapidamente se escondeu e logo depois correu para que não fosse pega.
No dia seguinte foi falar com ele e contou o que viu, mas o professor negou, mas ela insistiu e ele acabou por pedir segredo. Agora estava pedindo que escondesse outra coisa da amiga, outro segredo.

Hermione entrou no quarto e deitou em silêncio na cama, passou a mão outra vez nos lábios e sentiu gosto de sangue em sua língua. Draco se mexeu e viu que ela estava ali, acendeu o abajur e se assuntou:
-O que aconteceu? – perguntou passando os dedos nos lábios dela.
-Lupin. – e se virou para encarar ele – Severus e ele estão tramando algo.
-Como sabe? – perguntou o loiro se sentando.
-Quando sai da cozinha vi Snape escondido nas sombras. Eles estão tramando, tenho certeza. – e se sentou se cobrindo junto dele.
-O que aconteceu na cozinha?
-Lupin me agarrou e me jogou na parede, bati a boca quando ele me jogou. – e viu o loiro ficar com o rosto vermelho – Tenho certeza que estão tramando algo.
-Tramando o que? – e a abraçou fazendo seus corpos deitarem.
-Me querem de volta. – e sorriu da modéstia da frase.
-Vão dividir você? – riu Draco.
-Sei lá que plano doentio eles tem, mas que é isso, é. – e se virou para olhar aqueles olhos que lhe davam tranqüilidade.
-Podem ficar tentando, você é minha. – respondeu ele sério.
-Sua? Desde quando eu sou propriedade de alguém? – e o olhou se divertindo com o olhar bravo que ele fez.
-É, minha. – e deu um leve beijo nela – Não é? – ela pensou um pouco e sorriu.
-Vamos dormir. – e se virou para apagar o abajur. O abraçou outra vez e sentiu a respiração dele em seu ouvido.
-Quando disse que ia encontrar o certo se parasse de procurar, estava certo. Eu segui meu conselho e achei a minha certa. – e a beijou na orelha e fechou os olhos.
Mione passou muitos tempo pensando naquela frase e sorriu quando se deu conta de quem a estava falando, ficou mais feliz quando pensou que não queria mais ninguém naquele lugar; Lupin por mais que fosse um sonho de homem estava fora de controle, obcecado; Severus era frio demais, mas despertava nela algo que nunca sentira, mas agora também sentia isso com Draco; Ron... bom, Ron a tinha ofendido, mas já se fazia 4 anos, mas não pensaria duas vezes em o ferir, nem que fosse um pouco; Draco, sim era seu ex-inimigo, mas não podia negar que sentia algo por ele, estava gostando dele, ele lhe fazia bem, era bonito, adorava quando ela aprontava e acima de tudo na cama, pelo menos até onde tinham ido, era ótimo.
-Talvez seja você o certo. – disse para a escuridão e sorriu para a noite.
-Não sabe como amei escutar isso. – ele a virou e a beijou. Ela se assustou, pois achava que ele estava dormindo, mas retribuiu o beijo. Ele a beijava loucamente, fazendo seus ferimentos doerem um pouco, mas ela não ligou, continuou.
Ele separou seus lábios com dificuldade e a olhou, sorriu fazendo carinho em seu rosto, ela se perdia naqueles olhos e ele nos dos dela. Ela suspirou e o puxou para que deitassem outra vez.
-Espero que saiba que quero te fazer feliz. – disse ele no ouvido dela.
-Eu também quero te fazer feliz. – virou o rosto e sorriu para ele, lhe deu um beijo rápido e se aninhou nos braços dele, fechando os olhos e dormindo quase que instantaneamente. Draco ainda ficou olhando para ela por muito tempo, analisava cada pedaço do rosto dela, cada cacho do cabelo, cada sarda no pescoço, tudo. A beijou na testa e disse baixo:
-Te farei feliz. – e encostou a cabeça no travesseiro, fechou os olhos e dormiu.

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