Caso Antigo



Capitulo 4 – Caso Antigo


Na manhã seguinte Hermione acordou feliz, tinha que ir trabalhar e o dia estava chuvoso, mas a noite anterior fez com que acordasse mais feliz do que nunca.
-Bom dia! – disse feliz quando entrou na cozinha, já trocada e totalmente pronta para ir trabalhar, e viu Draco na mesa e Gina na outra ponta da mesa com a cara fechada.
-Bom dia. – responderam juntos.
-O que aconteceu com sua boca? – disse Gina soltando a torrada com geléias e olhando para a boca da amiga que ainda sorria.
-Isso? – perguntou colocando a mão no lábio inferior e percebendo que estava suavemente inchado e cortado – Bati na porta do armário. Nada que faça minha felicidade desaparecer.
-Que felicidade é essa? – perguntou Gina com um olhar estranho dela para Malfoy.
-Só acordei feliz, porque?
-Nada. – e olhou para Draco que também sorria. Gina terminou seu café, se despediu e saiu para trabalhar.
-Estava esperando ela sair para falar com você. – e olhou para Mione que ainda sorria bobamente.
-Pode falar. – disse bebendo seu suco.
-Sei com quem esteve ontem. – e viu ela engasgar com o suco e o olhar surpresa.
-Como? Quero dizer, o que? – tentou disfarçar mas ele estava rindo da confusão dela.
-Sei que esteve com Severus ontem.
-Como? Como sabe?- perguntou ela se aproximando dele, que ainda ria.
-Você hoje cedo falou pelo menos umas cinco vezes o nome dele enquanto dormia. – e viu o rosto dela corar violentamente.
-Que vergonha. – e se levantou e apoiou as mãos na pia – Espera um instante... Entrou no meu quarto?
-Desculpe, mas ouvi sua voz e queria saber se já estava acordada para te perguntar sobre o que te disse, se já havia falado com alguém. Entrei e te vi deitada ainda dormindo, daí te escutei falando o nome dele. – e riu quando viu que ela voltou a ficar com vergonha.
-Ninguém pode saber.
-Eu sei. Mas me conta uma coisa? – e viu ela se virar e o olhar com certo temor – Você realmente dormiu com ele?
-Não lhe interessa. – e foi saindo da cozinha, mas ele a segurou pelo braço.
-Espere. Estava pensando em você me deixar ir com você para a sede hoje, já que ontem você obviamente não contou o que eu lhe contei. – disse segurando o braço dela e a olhando nos olhos.
Ela mordeu o lábio e olhou naqueles olhos azuis que estavam tão diferentes. Bufou como se estivesse nervosa e disse finalmente:
-Vou mandar uma coruja para Minerva, se ela concordar hoje te levo lá, pode ser? – e o olhou cm curiosidade.
-Ótimo. – e a olhou com felicidade, mas não soltou o braço dela.
-Draco? – e percebeu que ele ainda a olhava com certo divertimento, ela engoliu seco e se afastou um pouco – Tenho que ir, ainda preciso comprar cigarro, os meus acabaram, parece que tem outra pessoa fumando meus cigarros. – e sentiu que ele voltou a realidade e a soltou rápido.
-Deveria parar com isso.
-Você também? É um complô para que eu pare de fumar? – perguntou da sala, pegando sua bolsa e as chaves.
-Eu quero seu bem. – disse ele aparecendo na porta da cozinha.
-Assim como todos, né? – piscou para ele e saiu.

Todos olhavam para o loiro na mesa da sede da Ordem. Ele se sentia atormentado por todos aqueles olhares desconfiados em sua direção. Gina estava revoltada, ainda não acreditava que ele estava ali dentro.
Minerva explicava para todos o que acontecia e o porque ele estava ali, mas Mione se limitava a fumar no canto da sala, somente olhando para a mesa e para todos que ali estavam. Passou seu olhar de rosto em rosto até encontrar o dele. Ele a olhava fazia tempo, mas quando viu os olhos castanhos dela pousarem nos olhos pretos dele, desviou-os.

A reunião demorou um certo tempo, e Hermione continuava andando perto de uma janela, tinha acabado com um maço inteiro e estava no primeiro cigarro de outro maço. Via a lua forte no céu e a olhou lembrando de um certo lobisomem que não estava na reunião, mas seus pensamentos foram interrompidos quando viu o próprio chegar pedindo desculpas pelo grande atraso. Olhou para todos e a encontrou no fundo da sala.
-Deveria saber que estaria no seu lugar favorito. – e beijou na face – O que foi isso? – perguntou passando o dedo sobre o machucado na boca da garota com delicadeza.
-Nada. – e afastou a boca da mão dele de leve.
-Espero que não mesmo. – e sorriu para ela. Ele se sentou na poltrona perto dela e sorriu ao ver que a reunião prosseguia normalmente. Passou a prestar atenção no que Minerva dizia, mas por fim se levantou novamente e se postou ao lado da garota outra vez.
-O que tem hoje, Lupin? – perguntou ela quando percebeu que ele havia voltado para seu lado.
-Saudades. – e a olhou com firmeza. Ela o olhou e tragou, soltando a fumaça pela janela aberta e olhando nos olhos dele disse:
-Tonks está logo ali.Quanto tempo faz mesmo que vocês estão juntos?
-Sabe do que falo. – e encostou na parede ficando de lado para ela.
-Pare. Aquilo não deveria ter acontecido, você sabe disso. Você mesmo disse que nunca mais aconteceria. – e jogou pela janela a gimba daquele cigarro.
-Eu sei. Mas te ver longe está sendo complicado. – disse o lobisomem e colocou a mão discretamente na cintura dela, a olhou e disse no ouvido dela – Esqueceu totalmente aquela noite em Hogwarts?
Hermione sentiu um arrepio passar por sua espinha e respirou fundo, abriu os olhos e viu que dois olhos negros encaravam aquela cena com certa raiva.
-Para... – e se desvencilhou das mãos dele – Vou sair. – passou pela mesa e disse que já voltava, que iria comprar cigarro na padaria da outra rua. Severus viu quando Remus se esquivou pela outra porta e saiu daquela sala. Snape se levantou e avisou que iria ao banheiro, ouviu um barulho na cozinha e parou na porta quando ouvia a voz deles.
-Pare de ser besta Lupin. – dizia Hermione nervosa.
-Porque? Me de uma boa razão. Me de uma boa razão para que não te queira.
-Porque estou com outra pessoa.
-O que? – nisso Severus se apoiou na porta para ouvir melhor a conversa.
-Isso que ouviu. Estou com outra pessoa, que realmente gosta de mim. Não vê em mim só um objeto. – e riu da cara de ofendido que ele fez.
-Quem é? – perguntou Lupin partindo para cima dela.
-Me solta. – falou ela com certa raiva na voz – Agora. – e sentiu as mãos dele apertando seu pulso. Severus não agüentou e entrou na cozinha como quem estivesse indo buscar algo, parou e olhou para eles com certo desdém.
-Não tinha ido comprar cigarros, Hermione? – e foi até o armário pegar um copo.
-Hermione? – Lupin olhou dele para ela. Viu o olhar de Severus vacilar e o de Hermione entregar. A olhou e concluiu, a falha do Mestre em Porções tinha sido a resposta da pergunta dele – Agora entendo. – e soltou devagar os pulsos dela.
-Entendeu o que? – ralhou Snape ao ver o erro que cometera.
-Ele é o que “realmente” gosta de você? – perguntou em tom de deboche para ela.
-Não. – disse ela o mais entediante que conseguiu.
-Que tipo de homem você acha que ele é? O certo para você? – e riu da cara que Snape fazia para ele.
-De errados já tive vários. Inclusive você. – alfinetou ela, e andou na direção de Snape. Parou na frente dele e olhou para cima, olhando como que pedindo que entrasse no jogo dela. Ele concordou com os olhos negros e voltou a olhar para Lupin.
-Vejo que já entendeu o que ocorre entre nós, mais algo Remus? – disse pousando a mão vacilante no ombro dela.
-Não. – disse rindo – Espero que sejam felizes. – e saiu da cozinha sem o sorriso no rosto. Mesmo que a situação o divertisse não gostou de ver que o caso era verdadeiro.
Snape esperou que ele saísse da cozinha para tirar a mão do ombro dela e a virar para que se olhassem.
-Está louca? Teve um caso com ele? – e a olhou com certo nojo.
-Sim. Como já disse, de errados já tive muitos. – e olhou ele de cima a baixo.
-Onde? – perguntou como se a estivesse interrogando.
-Em Hogwarts. – ela respondeu, rindo da cara de surpresa disfarçada dele.
-Quando? – e se aproximou mais dela.
-Lembra aquela reunião que teve quando Voldemort morreu? – e levantou as sobrancelhas balançando a cabeça afirmando – Foi lá. – bufou e o olhou com curiosidade – Está com ciúmes, Severus?
-Não fale besteiras. Não confunda curiosidade com ciúmes.
-Sei... Acha que não vi sua cara de raiva quando ele estava com a mão na minha cintura? – e riu maliciosamente.
-Porque não curou seu lábio? – e colocou o dedo no lábio dela, mudando totalmente de assunto.
-Porque não. – e se afastou dele, ainda o olhando nos olhos – Sonhei com você.
-O que eu tenho com isso? – perguntou voltado a velha forma estúpida de ser.
-Esquecei você só mostra quem realmente é, o verdadeiro Snape com sentimentos e vontades próprias depois de muito provocado.
-Cale-se. Não tem idéia do que fala, não é garota? – respondeu rispidamente.
-É. Vejo que é besteira achar que depois de ontem, você ao menos fosse abaixar a armadura quando estivéssemos sozinhos. – e sentou-se na mesa. Ele andou até ela e parou abrindo as pernas dela e se colocando no espaço.
-Não seja idiota de achar que sou o certo. Sou só mais um errado na sua vida. – disse o mais bravo e frio que conseguiu.
-Não acho que é o certo. – e aproximou ele com um puxão e falou bem baixo em seu ouvido – Eu também sou uma errada em sua vida. – empurrou ele e saltou da mesa. Saiu da cozinha deixando ele olhando para a porta. Ele ainda olhava para a porta quando ela voltou e lhe disse baixo da porta:
-Mas isso não quer dizer que devemos parar de nos vermos. – sorriu e saiu novamente.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.