Conversa ao Pé da Lareira

Conversa ao Pé da Lareira



Capitulo 3 – Conversa ao Pé da Lareira

Hermione se levantou e foi tomar café, esquecendo que Draco estava lá. Passou pela sala apenas com uma camisola branca de rendas, entrou na cozinha e gritou, colocando as mãos na frente do corpo, tentando evitar que Draco visse seu corpo:
-Bom Dia. – disse o garoto com um sorriso divertido no rosto.
-Caramba. – falou a morena correndo para seu quarto pegar seu roupão. Voltou para a cozinha e olhou para Draco que ainda ria dela – Tire esse sorriso idiota da cara e esqueça o que viu. – falou grossamente e com um tom avermelhado nas bochechas.
-Não vi nada. – e continuou comendo sua torrada.
-Uau. – disse ela se sentando na mesa e pegando a jarra de suco para colocar em seu copo – A Gina caprichou hoje.
-Fui eu.
-O que?
-Fui eu que fiz o café. Gina saiu antes que eu pudesse começar a preparar, uma forma de agradecer, sabe? – disse o loiro passando geléia em outra torrada.
-Gostei. – e começou a comer – Vou contar o que me contou para os outros membros da Ordem hoje.
-Ótimo.

Hermione saiu do serviço e foi direto para a sede da Ordem, abriu a porta e percebeu que tudo estava escuro, a sede provavelmente vazia. O que não era comum.
-Molly? – chamou quando chegou na cozinha. Não teve resposta, quando estava saindo ouviu um barulho na sala da lareira. Andou devagar com a varinha na mão e abriu devagar a porta da sala. Olhou para todo o cômodo e viu sentado em frente a lareira, em uma poltrona velha e gasta Severus Snape.
-Oi. – e se aproximou dele – Porque não respondeu quando chamei?
-Chamou meu nome? – respondeu sem tirar os olhos da lareira acessa.
-Uau. Que surpresa sua estupidez. – e sentou na poltrona do lado da dele.
-Ora, deveria se acostumar. Nunca fui gentil com você mesmo. – e olhou desdenhoso para ela.
-Para de graça. Já estamos fora da escola, poderia considerar a opção de me tratar um pouco mais com cordialidade?
-Não.
-Ótimo. Nem sei porque tento conversar com você... – e se levantou, mas ele segurou sua mão. Ela parou e não se virou.
-Porque ainda tenta ser educada? – perguntou ele se levantando e ficando perto dela, olhando para a nuca da garota.
-Repara, eu tenho a eterna mania de ver o melhor das pessoas. Mas você não nasceu com isso, né Severus? – se virou e sorriu da mesma maneira que ele sorria para ela.
-Não lembro de lhe ter dado permissão para que falasse assim comigo. E sim, tenho esse lado, mas ele também não lhe interessa. – e se aproximou dela, a olhando nos olhos.
-Está vendo de onde minha delicadeza vem? Essa sua máscara de baile falida que vive usando é a minha também. Uso para esconder coisas também. Imagina o que sentiria se eu dissesse que chorei quando meus pais morreram? – o desafiando, chegando bem perto do rosto dele.
-Normal. Para alguém fraco, é claro. – e se aproximou dela.
-Chega! – disse levantando a voz – Com você não tem como conversar, você sempre será esse maldito Comensal da Morte. Idiota. – e se virou para sair, mas quando chegou na porta, essa se fechou na sua frente – Me deixe sair. – disse sem olhar para ele.
-Falou o que quis. Agora escutará o que eu for falar. – e andou até ela. Ela se virou e olhando nos olhos dele sorriu pelo canto da boca.
-Você não sabe o que quer, não é mesmo? – e foi se sentar na poltrona que estava a pouco tempo. Ascendeu um cigarro e continuou fitando ele com certo divertimento – É tão fácil te irritar. Só falar da sua época de bonequinho daquele babaca que você se enerva. O que foi? Achava que só você sabia isso? Pare de ser tão ingênuo.
-Não sabe o que fala, Hermione. – disse estranhando chamá-la pelo primeiro nome.
-Sei sim. Porque tem tanto medo de falar para mim o que você era? – e tragou olhando com certa curiosidade o olhar dele.
-Não tem idéia do que me pede. – e se sentou na poltrona ao lado dela.
-Largue de ser durou por meros minutos. – e se divertiu com a cara de ódio que ele fez.
-Não me peça isso.
-Porque? Tem medo de que possa ver quem você é? Não tenho medo de você. – e tragou mais algumas vezes quando um silêncio reinou entre eles. Ela jogou o cigarro no fogo da lareira e se levantou – Já que vai bancar a moça e ficar aí olhando para a lareira, eu me vou. Espero que você pense sobre me mostrar o antigo seu. Seria uma cena única. – e se dirigiu a porta rindo dele.
Colocou a mão no trinco e o virou, mas esse não se mexeu, a porta permanecia fechada. Se virou para gritar com ele, mas se assustou e colocou as costas na porta quando se viu colada pelo corpo dele. Aqueles olhos antes com ódio, agora estavam mortos. Pareciam de outra pessoa, não parecia Severus Snape, era sim Comensal da Morte Snape. Engoliu seco e arriscou:
-É isso? Tentar me assustar? – não iria deixar que ele visse o medo nela.
-Não ouse falar enquanto eu não deixar. – e ele viu a garota o olhar com medo. Estava interpretando perfeitamente seu papel – Cale-se garota burra, não sabe que posso mata-la aqui mesmo?
Hermione ficou com medo de verdade, mas não deixou ele perceber, pelo menos tentou não deixar. Sorriu nervosa e saiu da porta, foi até uma mesa que tinha um pouco afastado e disse o mais calma que conseguiu:
-Me matar? Não... Você já teria me matado. Está com outros pensamentos, não é? – e o viu se virar e encara-la com aqueles olhos mortos – O que foi? As lembranças de gritos de dor estão voltando? Aquelas garotas que você violentou estão te assombrando, Severus?
-Não. Fiz tudo de sã consciência. Já não posso dizer o mesmo sobre você nesse momento. – e começou a andar em passos calmos em direção à ela – Fede a medo.
-Já disse, não tenho medo de você.
-Não?! – e contornou a mesa e se aproximou dela que não mexeu-se um centímetro – Então não vai se importar sobre o que vou lhe contar que, provavelmente, farei com você depois?
-Não fará nada comigo. – disse ela, mas cometendo seu maior medo, se virou para afastar-se dele, e quando viu já estava sentindo os braços dele a segurando com força pela cintura.
-Grite e juro que vai sofrer mais. – falou no ouvido dela, quase que sussurrando. Ela concordou com a cabeça e sentiu um arrepio passar por seu corpo quando ele se aproximou de seu ouvido outra vez – Sabe o que eu fazia com meninas abusadas como você?
-Não. – disse o mais baixo possível. Sabia que era um papel que ele representava, mas por uma razão que lhe fugia na hora, estava querendo interpretar junto com ele.
-As acorrentava. As despia. – e subiu um pouco a mão da barriga dela por dentro da blusa bege que ela usava – As torturava, fazia que gritasse de dor, gritassem meu nome, chorassem de medo...
Ele dizia essas coisas e a prensava cada vez mais em seu próprio corpo, fazendo com que sentisse ele por inteiro, principalmente algo em sua calça que se negava a parar de endurecer. Ela respirava com dificuldade, mesmo que o que ele falava fosse verdade, ela estava prestando atenção no corpo dele, nas mãos, na respiração em sua orelha...
-Quando percebia medo suficiente nelas, as violentava... – e sem pensar a jogou na parede, fazendo com que ela continuasse de costas para ele – Imagine os gritos de dor quando sentir que algo indesejado entrar em seu corpo, a machucando, a fazendo sangrar. Consegue imaginar, Hermione? – e prensou o corpo dela novamente no seu e na parede.
-Posso. – e sentiu que ele a virou, fazendo com que seus olhos se encontrassem.
-Pode? – perguntou a olhando com desdenho – Imagino que não. Mas posso fazer com que aproxime-se da idéia. – com um puxão violento rasgou a blusa de alças que ela usava, deixando seus seios à mostra. Ela tentou se tapar com as mãos, percebendo que a interpretação havia ido longe.
-Chega. – e tentou se afastar dele, mas ele a segurou na parede, tirando seus braços da frente de seu corpo.
-O que houve? Não queria ver como eu era? Mostrarei quem era. – ela percebeu que ele tinha certo receio na voz. Decidiu por entrar no jogo dele, se estivesse gostando ele não faria mais nada. Ela retirou de vez a blusa rasgada e encostou com calma na parede e o fitou com cara de malicia.
-Mostre. – disse o mais sensualmente que conseguiu.
-Pois bem. – disse ele meio desconcertado. “Ela deveria estar com medo, não com prazer.” pensou ele colocando a mão na cintura dela. Ela sentiu o toque dele e gemeu, aquilo apesar de ser interpretação estava fazendo com que ela gostasse mesmo daqueles toques.
Ele a olhou quando ela gemeu, e todo seu disfarce caiu por terra, respirou com certa dificuldade e viu que ela o olhava nos olhos.
-Sabia que era só um papel.
-Não force a barra, Hermione. – e viu ela continuar com os seios a mostra, mesmo depois que ele se afastou um pouco.
-Provou, como sempre, que deixa certas coisas pela metade. Boa representação. – e se abaixou para pegar sua blusa rasgada no chão, mas foi impedida quando ele a pegou pelo cabelo e fez com que ela olhasse para o rosto dele.
-O que quer de mim? – falou com raiva na voz.
-O que acha? Acha que não percebi o quanto me quer?
-Prepotente.
-Pode ser. Mas mesmo nesse exato momento de farsa na voz, nesse momento me quer, não é? – e sorriu para ele, e sentiu que ele soltava devagar o seu cabelo. “Covarde.” e riu novamente. Sentiu, então, o corpo dele se aproximar e o olhou nos olhos. Ele colocou a mão de leve em seu seio esquerdo e o apertou. Mione esqueceu de onde estava, de quem estava a fazendo sentir tanto prazer, de quem era. Sentiu a outra mão dele abrir sua calça, e começou a desabotoar a camisa preta de seda dele, passou a mão pelo peito bem definido dele, sentiu sua pele quente com as mãos.
Estavam nus no chão da sala, ela gemia em plenos pulmões, nunca sentira tanto prazer antes. Ele a penetrava com força e vontade, estava amando estar dentro dela. A beijou com força fazendo com que cortasse o lábio inferior e esse sangrar um pouco, viu ela passar a língua no ferimento e sorrir, não se importou, apenas sentia ele dentro de si.
-Isso... isso... – gemia ela, mas quando ele sentiu que iria gozar, diminuiu o ritmo.
-Você não passa de uma... – mas não terminou a frase, que falava agora no ouvido dela. Ela o abraçou e perguntou no ouvido dele, o mais sensual possível.
-O que? Pareço uma o que?
-Nada. – disse voltando a fazer os movimentos com força e rápido.
-O que? O que eu pareço? Seja você, seja um Comensal.– dizia ela arranhando as costas dele com tanta força e em certos pontos sangrar.
-Uma vagabunda. – disse em seu ouvido. A ouviu rir baixo em seu ouvido e esboçou um sorriso no rosto. Sentiu que os gemidos dela aumentaram consideravelmente e chegaram juntos ao orgasmo.
Ele tombou o corpo para o lado e olhou para ela, que tinha um sorriso bobo no rosto e puxava a calça para perto, pegando o maço de cigarros no bolso de trás. Ascendeu um e o olhou, ainda sorrindo.
-Bela encenação. – e tragou rindo – Bela.
-Posso dizer o mesmo. – e a olhou mais sério – Me desculpe.
-Pelo que? – perguntou ela se levantando e procurando sua roupa intima.
-Pelo... vagabunda... – e se levantou também pegando sua própria roupa. Ela nada disse, colocou a roupa e concertou a blusa rasgada com um feitiço e chegou perto dele com o cigarro ainda aceso e disse com um sorriso malicioso:
-Sem crise. Provoquei seu Comensal interior. – e o beijou de leve nos lábios e saiu pela porta.
Ele se vestiu e sentou na poltrona olhando para o fogo que quase se apagava. “Por Merlin, o que fiz? Como pude deixar me descontrolar assim? Essa garota é perigo...” pensou Snape antes de subir para seu quarto tomar um banho.

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