Um Natal Memorável



Um Natal memorável

Depois do “pequeno incidente”, não saímos por um bom tempo, mamãe castigou-nos proibindo de ir aos jardins por um mês, e dessa vez papai não discordou apesar dos protestos de Bellatrix, que passou seu aniversário sem por os pés pra fora de casa.

Até que foi uma punição leve, eu imaginei que teríamos que lavar o pátio, lustrar as molduras, ou pior limpar os estábulos como da outra vez... eu e Bella já éramos diplomadas nesses assuntos.

Mas mamãe estava muito ocupada para pensar em algo que realmente valesse a pena, o Natal chegaria em duas semanas e traria consigo uma grande festa. Viriam todos os parentes e amigos da família, o castelo precisava estar impecável, assim como nós. Exigia que os elfos trabalhassem dobrado, não que fosse realmente necessário obrigá-los.

Nós só saímos do castigo quando tivemos que ir ao Beco Diagonal comprar nossos novos vestidos. Fomos como de costume de carruagem, a nossa era puxada por dois Etonianos (cavalos alados), nosso “cocheiro” (na verdade ele era o único empregado humano que tínhamos, era bruxo mas aparentemente não tinha tido sorte na vida) Oliver sempre os desiludia antes de sairmos, paramos bem em frente ao Caldeirão Furado.

Mamãe detestava aquele bar, passamos tão rápido que nem cumprimentamos os eventuais conhecidos, em poucos minutos estávamos num lotado Beco Diagonal.

Estava realmente abarrotado de pessoas, todas carregadas de pacotes e embrulhos. Mais uma vez mamãe foi tão veloz que nem escutou algumas saudações, provavelmente não tinham muita importância, se tivesse com certeza teria parado.

Ao entrarmos na loja de Mme. Malkin que parou imediatamente de mostrar algumas vestes a quem quer que fosse, veio prontamente ao nosso encontro.

- Lady Black, a que devo a honra? Vejo que trouxe seus tesouros... cada dia mais encantadoras. – disse ela num tom que ultrapassava a amabilidade, era pegajoso. Mamãe era constantemente chamada de “Lady”, era como um título não-oficial que fazia jus a sua graça e fineza, quanto a nós três... demos um sorrisinho amarelo apenas por educação.

- Roupas, preciso de três vestido para festa. Mostre-nos o melhor. – respondeu mamãe seca.

Ela não era de muitas palavras, principalmente com “gente como Mme Malkin”, sem renome nem valor. Nem gostava muito de aparecer por lá, só quando realmente não tinha tempo de nos levar para França. Sim... nós costumávamos fazer compras em Paris, não que isso fizesse muita diferença para mim, não me importava onde nem quem faziam nossos vestidos.

Não demoramos muito, somente o necessário. Mamãe classificou nossas escolhas como “razoáveis”, mas bem... estávamos em Londres, não conseguiríamos arrumar nada muito melhor. Particularmente gostei muito da minha roupa, muito embora mamãe tenha dito que era um tanto simples demais.

Fiquei com um vestido rosa-claro, quase branco, muito discreto, Bella preferiu um vermelho-sangue e Cisa um azul da cor dos seus olhos. Desde muito cedo fomos ensinadas a apreciar o melhor da moda, quais cores ficam melhores em nós, quais modelos. “Suas vestes mostram como são vocês, sejam sempre criteriosas” dizia nossa mãe.

Estávamos passando pela loja de varinhas quando Bella correu para a vitrine enquanto mamãe parou para cumprimentar a Sra. Rockwood, uma das poucas pessoas que podiam desfrutar de sua companhia. Ela estava acompanhada de seu filho, Augusto, que cordialmente nos cumprimentou. Fizemos o mesmo e logo seguimos Bella.

- Eu queria uma varinha! – exclamou desejosa enquanto olhava para a loja.

- Ainda não tem idade... – disse o garoto seguindo-nos.

- Tenho sim, mas só vou ganhar no ano que vem a minha, fiz 11 anos no começo do mês, papai já me prometeu que quando passarem as festas me trará aqui... – retrucou impaciente. – Pense nas coisas que poderia fazer com uma varinha. Eu seria... invencível.

- Menos Bellatrix... menos, invencível é um exagero! –zombou o menino. Nota-se que ele não convivia com Bellatrix Black, nunca duvide dela, nunca mesmo. Mesmo que ela não possa fazer o que diz você sairá perdendo e provavelmente com enorme hematoma.

- Você duvida Augusto? – indagou com as sobrancelhas levemente arqueadas. Cisa e eu trocamos um olha rápido, aquele era um sinal de que não ela não estava brincando, mamãe ia ficar muito insatisfeita se Bella agredisse Augusto no meio do Beco Diagonal. E quase que por milagre ela chamou-nos, respiramos aliviadas.

- Meninas... vamos, tenho muito o que fazer em casa. Espero vê-los no feriado Agatha. – e dizendo isso se despediu dos Rockwood.

- Eu teria acabado com aquele menininho metido. – falou Bella quando já estávamos na carruagem.

- Seria imprudente Bella, mamãe acabaria com você. – reprimiu Cisa

- Valeria a pena... – e deu de ombros, permaneceu quieta o resto da viagem.

Ao chegar, fomos recepcionados por papai e os membros da sua família. Tio Órion e Tia Walburga, Tio Alfardo, o pequeno Sirius e recém-nascido Régulo.

- Perfeito, o pirralho veio junto... – reclamou Bella ainda de mau-humor.

- Claro Bella, ele é nosso primo, não poderiam vir sem ele! – exclamei impaciente. Eu sabia que Bella não gostava de crianças muito pequenas, mas sua implicância com Sirius era surreal, eu sempre imaginei que fosse ciúme. Ela era afilhada de Tio Órion e Tia Walburga, e depois que Sirius nasceu eles obviamente não puderam devotar mais toda a atenção que despendiam a ela.

- Bellatrix, minha querida! – disse nossa tia abraçando-a. – senti muito não ter vindo no seu aniversário, mas Sirius esteve um pouco doente, e bem... nosso Régulo era muito novinho para viajar!

- Entendo perfeitamente madrinha... – e se desfez em um sorriso mais do que falso, Cisa e eu rimos.

Sabíamos que era feio, mais nos divertíamos com Bella. Era engraçado como as pessoas acreditavam totalmente nela, surpreendente para falar bem a verdade. Levei algum tempo para perceber que somente nós, suas irmãs, a conhecíamos suficiente para saber quando ela estava mentindo e quando estava falando a verdade.

Passamos os últimos dias antes do Natal em casa, mamãe não queria correr o risco de nos ausentássemos outra vez, ou que estragássemos nossos delicados rostos correndo pela floresta. Não era tão divertido ficar em casa, ainda mais com Bella ranzinza, estava muito mais propensa a discussões.

Como tínhamos hóspedes mamãe e papai exigiam um comportamento exemplar da nossa parte. Passávamos muito mais horas praticando piano, e modéstia a parte... não tenho medo de afirmar que eu era ótima. Tocar aquele instrumento me realizava, mas só quando mamãe não estava observando, eu sempre me sentia pressionada sob seu olhar extremamente crítico. Bella e Cisa também tocavam, embora não fossem tão fãs quanto eu.

O castelo ficava muito diferente quando tínhamos visitas, não éramos as mesmas na presença de outras pessoas, tínhamos a obrigação de nos firmar moças nobres, infância não era muito bem vista na casa dos Black. Cisa era a representava melhor essa parte, Bella e eu também nos comportávamos, mas ela não conseguia fingir tanto a ponto de parecer que estava gostando.

E tudo permaneceu relativamente calmo até a noite de Natal, quando finalmente ela recuperou-se da rabugice. Entrou correndo no meu quarto com Cisa em seus calcanhares, as duas estava vestidas (ou parcialmente vestidas). Suas roupas já postas, mas sem sapatos, os cabelos despenteados e com cara de quem estava a poucos segundos de aprontar alguma.

- Andy... adivinha... quem... virá? – disse Narcisa sorvendo grandes golfos de ar para recuperar o fôlego.

- Meninas, o que vocês... quem? – perguntei, depois pediria explicação para os estado delas. As duas abriram um largo sorriso.

- Os Bulstrolde...

Fiz uma careta, elas também. Tínhamos algum parentesco com eles, mas desprezávamos, tinham 2 filhos praticamente da nossa idade, mas eles ultrapassavam todo o conceito de chatice que conhecíamos. Eram feios, metidos, arrogantes, burros e o pior... o mais velho deles adorava Bella.

- Huumm... seu namoradinho?? – perguntei para irritá-la.

- Andy, lembra do que eu sempre digo?? Pois se você continuar a falar isso, um SÉRIO mal vai acontecer a você... e na minha presença, pelas minhas mãos! – respondeu-me com os olhos cintilando.

- Não comecem vocês duas, nós estamos aqui pra discutir o que vamos fazer com eles... – disse Cisa prevendo a ira de Bella, mas esta soltou uma gargalhada e eu sorri.

- Então? O que vai ser desta vez? – cada partícula do meu corpo estava lentamente se ascendendo, fazia muito tempo que não pregávamos peça em alguém. A tão conhecida adrenalina estava voltando a se mostrar, primeiramente pelo estômago que pareceu despencar, depois torcendo minhas mãos frias e suadas.

- Já tenho tudo planejado, mas precisamos da sua habilidade em “emprestar chaves” para entrar no laboratório de papai. – disse Bella, sua face de meiga transformando-se subitamente em maldade.

- O que você vai fazer? Bella... – adverti-a em vão, não gostava deles, mas as vezes Bella ultrapassava todos os limites do bom senso.

Senti um calafrio na espinha quando me olhou, ainda não havia esquecido completamente como poderia ter terminado a última das nossas aventuras. As lembranças do que ela me disse ainda estavam muito vivas em minha mente, o terror no rosto de Cisa mostrara que não era brincadeira, ela não nos apavoraria sem motivo.

- Nada de mais, pensei que você gostasse da presença deles tanto quanto eu. Mas se você quer passar o resto da noite com a mãe deles dizendo o quanto seria bom unir nossas famílias... Sabe, dessa vez a felizarda pode ser você!

Fechei a cara, ela tinha conseguido outra vez, me convencia a qualquer custo. Ela continuou me encarando exigindo resposta, ainda que soubesse perfeitamente que eu iria concordar. Fiz que sim com a cabeça.

- Só... só não vamos judiar tanto dessa vez, por favor. – implorou Narcisa.

Papai costumava deixar o laboratório trancado, e as chaves geralmente ficavam na terceira gaveta da escrivaninha que também permanecia fechada. O que Bella quis dizer com minha “habilidade em emprestar as chaves” devia-se ao fato de que, nas poucas vezes que conseguimos entrar no laboratório eu havia consegui tirar as chaves de papai do seu próprio bolso enquanto ela o distraia.

Não é tão fácil quanto parece. Papai não nos dava muita abertura para conversarmos com ele, e era preciso ter muita leveza nos dedos para tirar as chaves da biblioteca do seu bolso sem que ele notasse.

E lá fomos nós, mas dessa vez estávamos em grande vantagem, a festa, a correria e também teríamos uma Cisa completamente histérica. Ela entraria chorando no quarto deles, e quando papai perguntasse o porquê era a vez de Bella entrar em cena.

- Foi ela, ela papai... disse que ia me bater!! – gritou Cisa desesperada. Mirei-a incrédula, poucas semanas de convivência integral comigo e Bella transformaram-na. Mas só a visão aguçada de mamãe comprovaria que ela estava mentindo, esta por sua vez não se encontrava... estava passando as últimas ordens aos elfos na cozinha. Sorte a nossa.

- Mas o que diab... Bellatrix explique-se! – ordenou quando nos viu entrar atrás dela.

- Não sei do que ela esta falando papai... – respondeu embora continuasse a correr atrás de Narcisa.

- MENTIROSA... – bradou Cisa a plenos pulmões fingindo soluçar. Escondeu-se atrás de papai, este não parecia nada confortável com aquela situação.

- Narcisa, você está fazendo uma acusação muito séria... agora expliquem-se – repetiu cortante. Sua paciência estava se esgotando.

As duas começaram a gritar e correr ao redor dele deixando-o atordoado. Era minha deixa, deslizei até seu bolso esquerdo enquanto ele pegava Bella por um braço e Cisa pelo outro. Consegui tirar o molho de chaves sem que ele se sentisse... sorri para as duas e me postei ao lado dele.

- Quietas! Estou desapontado com vocês... esperava mais educação e compostura diante de qualquer situação, e não que agissem como duas maníacas descontroladas! Andrômeda, o que esta acontecendo?

- Não sei papai, quando cheguei as duas estavam prestes a se agredir – disse eu ingênua, enquanto elas tentavam se atracar, impedidas somente pelos braços de papai. Cisa gritava amedrontada.

- Silêncio. – ordenou novamente, e percebemos que era a última vez apesar da voz extremamente controlada. – Bellatrix e Narcisa, o que aconteceu?

- Ela pegou a minha tiara sem pedir emprestado, fui buscar e ela fez um escândalo dizendo que eu ia bater nela. – respondeu prontamente com olhos encarando os vermelhos de Narcisa.

- Narcisa? – pediu que continuasse.

- Ela não ia me emprestar, e não combina com a roupa dela. Papai você sabe como Bella é violenta... ela ia me bater! – desculpou-se a outra.

- Não me interessa o que combina ou não. As duas, façam as pazes já! Esperava uma atitude mais louvável de duas mocinhas como vocês, e não brigando por uma bobagem dessas. Agora dêem as mãos e terminem de se arrumar. Andrômeda, não deixe que isso aconteça novamente!

- Sim papai. – respondi pouco antes de deixarmos o quarto. Descemos correndo um lance de escadas até a biblioteca e abrimos a porta. Narcisa e Bellatrix começaram a rir, não sei dizer se era de felicidade porque tinha dado certo ou nervoso. Eu ao mesmo tempo em que achava errado o que tínhamos acabado de fazer, me divertia.

- Parabéns Andy “dedos-leves”. – cumprimentou-me Bella, eu fiz uma pequena reverência em resposta e abri a gaveta.

O laboratório era um lugar muito obscuro, Narcisa apertou a minha mão no momento em que passamos pela porta e não soltou mais. Bellatrix ficava fascinada cada vez que entravamos lá, nem se deu conta de que estávamos apressadas, permaneceu em uma espécie e transe até que eu a acordei.
- Bella... rápido!

- Está bem, eu sei! – e dizendo isso foi até o armário e começou a fuçar as inúmeras emulsões e vidrinhos com coisas gosmentas.

O cheiro que desprendia deles era horrendo, comecei a me sentir tonta, minhas mão foram ficando geladas, olhei para a pequena Cisa e percebi pequenos diamantes se formando no seu rosto. Estava suando frio como eu.

- Bella? Por favor... – pedi quase sem forças.

- Eu sei, eu sei... só mais um pouquinho. Ahh, esta aqui! – e dizendo isso pegou um pouco de uma substância verde e viscosa e colocou em um vidrinho.

Saímos de lá o mais rápido possível, o laboratório era assim, se passássemos muito tempo lá dentro com certeza desmaiaríamos. Talvez Bella por ser mais velha não tenha sentido tanto os efeitos.

- Precisamos terminar de nos arrumar, credo... vocês duas estão horríveis. Não me lembro de ter passado tão mal assim na primeira vez que entrei. – zombou-nos. Era mentira, ela teria vomitado no chão se eu não a tivesse, a muito custo diga-se de passagem, arrastado para fora.

- Quando vamos...

- Na cozinha pouco antes de servirem o jantar, os elfos vão colocar isso no prato de Jason... em dois minutos irão embora! – interrompeu-me Bella

E assim como ela disse aconteceu, já não estávamos agüentando as insinuações da Sra. Bulstrolde de que seria interessante que seus filhos passassem mais tempo conosco. Jason, o mais velho, logo depois de levar o garfo à boca começou a se sentir mal e sua pele começou a encher-se de escaras, sua respiração ficou acelerada e ele sentiu-se sufocar.

Meu coração parou. “O que diabos Bella tinha colocado no prato dele?”, olhei-a mas ela estava achando seu rosbife muito mais digno de atenção que o iminente ataque do garoto. Em meio aos gritos da mãe, notei que Cisa também parecia tão inquieta quanto eu.

Foram embora. Em meio a confusão a festa acabou por ali mesmo, todos pareciam com medo de que acontecesse o mesmo com eles. No fim só restamos nós e nossos tios.

Mamãe parecia numa fúria incontrolável, era óbvio que ela desconfiava de nós. Mas não podia provar nada, então só restou-a desfia-nos um rosário de ameaças.

Não consegui dormir aquela noite. A imagem de Jason sufocando na minha frente era nítida. Fiquei brava com Bella, ela sabia que aquilo iria acontecer e ainda assim não nos disse.

Fiquei revirando na cama até escutar a porta do meu quarto abrir, já deveria passar das duas horas da madrugada. Pelos passinhos curtos, apressados e aflitos percebi que era Cisa.

- Andy, você está acordada?

- Claro, não vou conseguir esquecer o que Bella fez por muito tempo! – exclamei irritada. E falando nela, entrou rapidamente no quarto com um sorriso satisfeito no rosto. Não esperei que ela começasse a falar o quão divertido tinha sido ver o garoto passar mal, avancei sobre ela. – VOCÊ FICOU DOIDA BELLA?? VIU O QUE FIZEMOS COM O MENINO? ELE PODERIA TER MORRIDO!!!!

Ela pareceu assustada com a minha reação. Segurou-me pelos pulsos impedindo que continuasse o que quer que pretendia. Cisa, como sempre, ficou só olhando, pronta para entrar com o discurso “sangue do meu sangue”.

- Calma Andy! Ele não iria morrer, você acha que eu faria vocês ficarem com uma culpa tão grande assim? Era claro que os pais deles iriam levá-lo ao St. Mungus. – disse tentando me controlar.

Mas não conseguiu, continuei olhando-a esperando arrependimento da sua parte. Contudo não tinha nada no seu semblante que me fizesse acreditar nisso, muito ao contrário ela parecia despreocupada, como se aquilo acontecesse todo dia!

- Bella, isso foi muito... muito cruel! – cuspi as palavras sem me importar com que ela faria comigo. Dei as costas e voltei para minha cama. Ela permaneceu um pouco quieta e depois me seguiu.

- Andy, não faça drama... já aconteceu, não tem nada que se possa fazer para voltar atrás. – disse pulando na cama e fazendo carinho no meu cabelo. Cisa acompanhou-a ainda sem falar nada.

- Você poderia mostrar arrependimento! – repliquei. Como era possível que ela não estivesse percebendo a dimensão dos acontecimentos.

- Eu... ah... Ok, estou arrependida, melhorou? – perguntou-me com uma cara de quem não estava arrependida coisa nenhuma.

- Minta melhor Bella, ainda não me convenceu! – ironizei. Ela realmente pensou que eu ia acreditar naquilo?

- Tá, você não quer que eu minta? Então vou falar a verdade, eu não me senti nem um pouco mal pelo que aconteceu. Agora provavelmente eles não vão querer vir nunca mais aqui, ganhamos nós com sua ausência. Seria pior se eles começassem a meter idéias idiotas na cabeça da mamãe. Eles têm dinheiro sabe? Ninguém pensa muito quando isso está em questão.

- Mamãe não é boba Bella. Ela jamais acreditaria nos Bustrolde. – defendeu Cisa, se tinha algo que ela era infinitamente melhor que nós, além do choro falso, era em defender mamãe.

- Cisa, justamente por mamãe não ser boba que ela poderia até considerar a proposta deles! – continuou Bella. – Andy, eu não acredito que vamos brigar por causa daquele monte de... – e disse uma palavra que mamãe jamais aprovaria se tivesse escutado.

Continuei quieta, não queria escutar as explicações de Bella, ela provavelmente me convenceria se eu continuasse prestando atenção. Cisa pareceu dar-me razão desta vez, também ficou quieta enquanto escutávamos a respiração pesada de Bella.

- Ok, me desculpem vocês, eu deveria ter dito o que iria acontecer com o garoto. Mas esses serão nossos últimos meses juntas, e eu não quero terminar minhas férias com vocês chateadas comigo. – Bella parecia um tanto triste quando disse isto.

- Pra onde você vai? – perguntou Cisa aflita.

- Hogwarts provavelmente. Mamãe queria que eu fosse para Beauxbatons como ela, mas papai não gostou. Ele por sua vez preferia que eu fosse para Durmstrang, mas dessa vez mamãe bateu o pé, disse que era muito frio e longe.

- Quando você vai? – perguntei tentando não deixar transparecer minha angústia.

- Em setembro... – respondeu risonha.

- Ahh, não faça drama!! Tem muiiiito tempo ainda, praticamente um ano!!! – exclamei indignada.

- Passa rápido Andy, você vai ver, daqui a pouco vou estar indo e vocês vão ficar sem minha companhia por um tempão, então não seria melhor que esquecêssemos essas bobagens e permanecêssemos juntas o maior tempo possível? – perguntou olhando para baixo, como quem pede desculpas. Sua voz estava mais flexível que o normal, estava mesmo triste por se separar de nós.

Cisa abraçou ela, eu considerei por algum tempo, mas depois de ver as duas chorando silenciosamente senti um nó na garganta. Ok, era em praticamente um ano, mas essa perspectiva me assustava. Nunca tínhamos nos separado por tanto tempo.

- Não... não faça mais essas coisas Bella. – falei já sem conseguir conter algumas lágrimas.

Juntei-me a elas, choramos até o cansaço nos dominar. Dormimos abraçadas entre cobertores e travesseiros.



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N/A: atualizando pela mera falta do que fazer... alguem se lembra do que eu escrevi no cap anterior sobre o entusiasmo dos autores(se é que alguem leu o que eu escrevi no outro cap)??
essa fic ta tão fazia que faz ate ecoo... oo... oo...
HUAhuAHuHAUhuAHuhA
mas beleza neh.. faze o q? naum posso obriga as pessoas a comentar ou a gostar! Vou continuar postando até... bem... sei la até quando!
bjinhus pra "m.dashwood" a unica que comentou aqui!!! Parabens moça... sua fic eh tudo d bom!!!

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