O Outro Rosier



O Outro Rosier


- Mas... mas... eu não me importo, não mesmo. – disse Cisa quando, como eu previ, Bella a contou do recente affair de Malfoy. Ela poderia dizer-nos quantas vezes quisesse que não se incomodava, mas seus olhos a denunciavam.Bella e eu trocamos um olhar significativo e a abraçamos. Foi mais que o suficiente para ela começar a chorar e soluçar.

- Ele... eu pensei que ele gostava de mim! – começou quando a voz embargada. – Mas eu sou uma criancinha estúpida... é claro que ele iria querer a outra menina, ela é mais velha... e provavelmente mais bonita que eu...

Apesar nos nossos protestos ela continuou dizendo que era feia demais para ter um namorado, e que provavelmente ia passar o resto da vida solteirona como nossa tia-avó Cassiopéia.

Tia “Cassi” merecia um capítulo a parte no livro dos Black, ela era sem favor nenhum a pessoa mais chata da face da terra. Ela tinha em torno de 50 anos, mas aparentava no mínimo uns 80. Vivia no interior da Irlanda, nunca tinha se casado, e pensando bem, ela nunca deu a impressão de querer casar. Só tinha a companhia dos seus milhões de amimais de estimação e plantas, e aparecia de vez em quando nas reuniões de família para reclamar da vida e dos bruxos em geral.

- E vou ter milhares de gatos, minhas roupas vão cheirar a eles. Vou ter morar com uma de vocês, vocês com seus lindos maridos e filhos... e vou morrer sozinha. Porque ninguém gosta de der uma “Cassiopéia” por perto...

- Cisa... você não vai morrer sozinha! –disse dando palmadinhas nas suas costas.

- Claro que não... você pode ser até três vezes mais feia que a tia Cassiopéia... mas amamos você do jeito que é! E nunca vou deixar que você fique cheirando a gato... eu não gosto de gatos, se você foi morar comigo vou comprar uma dúzia de cachorros. – brincou Bellatrix com um sorriso no rosto.

- BELLA! – gritei, mas também não consegui segurar a risada.

- ISSO NÃO TEM GRAÇA! Vocês são bonitas... mas eu sou horrível... Tenho os cabelos quase brancos de tão loiros, e escorridos, diferente do de Bella que tem ondinhas, ou do seu Andy, todo cacheado... sou sem graça demais. Vou ser a “Cassiopéia” dessa geração. Todo mundo vai casar e ter um monte de filhos, uma vida feliz e eu vou... vou... atrapalhar! – e retomou o choro depois do breve monólogo.

- Cisa, pare! Malfoy é um imbecil... você é linda, brilha, não passa despercebida na multidão! E se ele não notou isso é porque é cego... – disse passando a mão pelo seu rosto para limpar as lágrimas e tirar os cabelos molhados dos olhos.

- Você... acha isso mesmo Andy? – perguntou com a vozinha fraca e mais aguda que o de costume.

- Claro! Quantos Black você viu que tem o cabelo tão loiro que reluz a luz do sol, ou o par de olhos-azuis mais alegre de toda a Inglaterra.

- Bella, você acha que eu sou mais bonita que a outra?

- Vinte mil vezes mais! – encorajou Bella. – Mas sinto dizer que da Tia Cassiopéia você perde!

Ela sorriu, todas nós sorrimos. Nos abraçamos mais uma vez, um abraço que não dávamos a muito tempo, aquele que nos fazia sentir parte de um todo, que tínhamos o mesmo sangue apesar de sermos tão diferente, aquele abraço que nos fazia lembrar do tempo em que não nos desgrudávamos. Mas as coisas não eram mais as mesma, o breve momento não se estenderia por muito mais tempo, e eu já sabia...


Natal na França, na casa do irmão de mamãe que ela não via desde que tinha casado. Uma briga ou algo do tipo, alguma coisa ainda oculta pela (habitual) cortina de veludo que os adultos colocavam sobre nossos olhos, algo que havia acontecido mas estava sendo ignorado.

Tio Apolo estava doente, terrivelmente doente, ele era o único parente vivo de mamãe, o resto da sua família original. Ele e seu filho Evan viviam no sul da França com um verdadeiro batalhão de elfos-domésticos.

- Meninas... conheçam seu primo: Evan Rosier. – disse ela solene para o garoto. Ele deveria ser apenas uns dois anos mais velho que Bellatrix, mas se comportava de maneira pomposa, de modo que tudo fazia ele parecer mais velho. Alto, cabelos loiros (a marca dos Rosier) e grandes olhos azuis, mas não eram como os de Narcisa, os dele eram profundos, como se olhássemos diretamente para o fundo de um lago.

O Natal foi mais estranho que já passamos, e o mais enfadonho com certeza. Senti falta das brincadeiras de Sirius, das historias do Tio Alfardo depois da meia-noite, brigas, confusões... tudo fazia diferença.


Novamente em Hogwarts pude sentir o doce perfume que existia quando estava onde queria. É esquisito, mas quando estamos em um lugar desagradável, tudo parece colaborar para que este fique ainda mais detestável. Coisa que não acontecia em Hogwarts... não lá, apesar dos pesares...


- Não... – interrompeu-me Ted durante uma leitura que eu fazia do livro de DCAT. Eu ergui as sobrancelhas intrigada e ele continuou. – Eu não concordo...

- Não concorda com que? – perguntou rezando para que minha voz saísse mais calma do que eu. As interrupções de Ted Tonks eram constantes, mas eu simplesmente detestava ser interrompida dessa maneira!

- Com o que está escrito. Diabretes não podem ser tão simples de se enfrentar... simplesmente não podem... – dizia ele rindo.

- C o m o v o c ê p o d e s a b e r ? – continuei falando entre os dentes. Irritada... eu detestava mostrar-me assim, mas aquela indagação não era pertinente. Por que parar a explicação para perguntar aquilo? Era no mínimo incoerente!

- Por que você acredita em tudo o que está escrito nos livros? – falou ainda sorrindo.

- Porque está escrito ! – respondi óbvia. – E se está lá é porque já foi provado e comprovado.

- Não necessariamente, você tem que aprender a duvidar das coisas. Você aceita tudo o que dizem para você? Calada?

- Eu... isso... – gaguejei, eu detestava gaguejar, Bella dizia que era sinal de fraqueza.

Passado o momento de confusão, entendi que aquilo não tinha absolutamente nada haver com Diabretes ou Artes das Trevas. Era algo que eu não me obrigava a pensar.

- Esse não é o foco. – retomei decidida revirando rapidamente as páginas do livro.

- Por que não fazer desse o enfoque? – mirei-o incrédula.

- Gente, eu acho que esse não é o momento de falar sobre isso, quer dizer... os exames estão chegando e... – começou a voz fraquinha e indecisa de Berta

- Isso não é uma matéria Sr. Tonks... – interrompi fechando o livro com força.

- E por que não pode ser discutido? – persistiu também fechando o seu, com a mesma raiva que eu.

Seus olhos flamejavam, sempre em nossas discussões era assim, creio que os meus também. Mas eu não podia (nem queria) deixar que ele questionasse minha maneira de pensar...

- Atenha-se aos fatos Sr. Tonks. Isso não é uma matéria curricular...

- Srta. Black, por favor, não tenha a mente tão tacanha. Não combina com você, uma menina tão refinada.

- OK! Acho que já deu por hoje... – disse Joey entrando na minha frente.

-Tacanha? TACANHA? Deixe-me esclarecer uma coisa aqui Senhor Sabe Tudo... eu NÃO tenho mente tacanha!

Mas a essa hora o burburinho já era geral, creio que Kingsley o levou para fora porque todo mundo já estava saindo.

- Andy, se controle, por favor! – insistiu Joey sentando-me a força na cadeira.

- Mente tacanha! Que... que... despropósito! – eu não estava conseguindo colocar meus pensamentos em ordem, agitava minha mãos rapidamente para que Joey me entendesse.

- Andrômeda, para, calma... respira fundo. – começou pausadamente na tentativa de que, imagino, sua tranqüilidade passasse para mim, o que obviamente não aconteceu. Irritou-me o modo como ela falava, como se eu fosse uma criança lesada. Acho que ela percebeu porque mudou sua conduta e me deixou levantar e jogar todos os meus livros (e os dela também) na porta.

- Quem ele pensa que é? – disse quando já não encontrei nada mais para quebrar rasgar. Joey murmurou um “reparo” e rapidamente tudo voltou ao normal

- Pronto?

- Eu... eu... já. – e recolhi meus pertences jogando-os de qualquer forma na mochila. Mentalmente agradeci a por ninguém ter visto meu pequeno “ataque”, me lembraria de agradecer a Joey por não tocar no assunto.


- Onde você estava? – perguntou Bellatrix eufórica quando cheguei à sala comunal. Murmurei alguma coisa em resposta, mas acredito que ela nem escutou direito. Ela estava muito agitada e nervosa, puxou-me para um canto mais afastado e recomeçou.

- Eu preciso da sua ajuda... – pela dificuldade em pronunciar as palavras percebi que não era um assunto qualquer, Bellatrix não costumava pedir ajuda.

- O que aconteceu? – comecei preocupada, mil coisas passavam pela minha cabeça. Desde as reuniões com o grupo de estudo até a saúde de Cisa.

- Minha roupa. Amanhã tem uma visita à Hogsmeade e eu simplesmente não tenho o que vestir – confessou enfurnando as mãos no rosto. Aparentemente era vergonhoso demais para ela parecer-se tanto com Cisa.

- Como não tem?

- Eu preciso de uma roupa... especial. – falou, e apesar de estar com o rosto escondido percebi que corava furiosamente.

- Pra que? Eu pensei que Rodolfo estivesse namorando a...

- Rodolfo? Isso não tem nada haver com Rodolfo! – interrompeu-me bruscamente. Ela olhou inconscientemente para a lareira da sala onde Rodolfo e sua namoradinha terminavam os deveres.

- Então...

- Johann Andersen III... – disse quase em um sussurro.

Um rapaz alto do quinto ano, olhos azuis e cabelos castanhos, quase translúcido de tão pálido. Sua família era dinamarquesa, ele quase não falava, imagino que era porque não sabia muito o nosso idioma, somente o necessário.

Depois de ajudar Bella a escolher uma roupa – o que garanto categoricamente não ser fácil! – a idéia do encontro dos vinha e voltava na minha cabeça. Eu nunca tinha visto os dois se quer se cumprimentava, ele não pertenci ao grupo mais íntimo de conhecidos...

Curioso...

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N/A:. Demorei mas cheguei... hehe
mais um capitulo medoooonho de tão grande, espero que tenham paciencia!
Agora que to tendo tempo pra respirar nomalmente...
'brigada pelos comentario e bjinhuus

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