O Bicho-Papão no Armário



Review:


Izabella Bella Black: 


 Oi, não tem problema nenhum. Eu sei como as coisas estão complicadas, acredite. Também odeio arrumar o guardar roupa. Mas espero que curta a viagem.


 Sobre o Regulus deve relevar... O problema é que eu acho que os sonserinos daqui já relevam demais, Harry, mesmo sem querer, sempre lasca com a Sonserina... Embora, Harry tenha mudado depois.


 Também acho, pobres cachorros.


 Eu adorei escrever essa parte de James, porque foi muito leve e também foi bem James. Mas James tem um pouco de razão sabe, Quadribol é vida :D


 Eu sou viciada em tomates.


 É a cara deles mesmo e de muita gente que eu já conheci. Todo mundo quer tudo fácil.


 Verdade, você está certa. Fred e Jorge ajudariam mesmo.


 Lily é muito inteligente para umas coisas, mas para outras...


 A cada cap você gosta mais de Regulus, e eu gosto de escrever mais sobre ele. Ele é um personagem muito perfeito e o fato de eu imaginar ele como Ben Barnes não atrapalha né ;D


 Lily tem um temperamento mais forte que o meu, mas ela é uma ótima mãe também.


 Também achei muito engraçado nessa hora! O impossível já aconteceu agora.


 Eu vou escrever nela agora, só parei para focar em LHP, mas eu vou tentar fazer as duas ao mesmo tempo (fora os outros projetos que eu tenho em mente).


 Por que tu não assiste online? Apesar que eu não posso falar nada porque eu vejo pelo DVD.


 Eu to indo mais devagar agora, porque tá chegando perigosamente perto do fim e eu não quero terminar, sabe? Mesmo ainda tando em exibição.


 Fico feliz por isso.


 Beijos,


 Biaa. 
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Capítulo 7 - O Bicho-Papão no armário


Draco não reapareceu nas aulas até o fim da manhã de quinta-feira,


- Que pena.


quando os alunos da Sonserina e da Grifinória já estavam na metade da aula dupla de Poções.


- Por que ele foi se já estava na metade da aula?


Ele entrou cheio de arrogância na masmorra,


- Eu teria ficado com vergonha de não ter sido capaz de me defender de um hipogrifo – resmungou Sirius.


o braço direito enfaixado e pendurado em uma tipóia, agindo, na opinião de Harry, como se fosse o sobrevivente heróico de uma terrível batalha.


- Isso que é desespero.
— Como vai o braço, Draco? — perguntou Pansy Parkinson, com um sorrisinho insincero. — Está doendo muito?
— Está


- Duvido.


— respondeu o garoto, fazendo uma careta corajosa.
Mas Harry o viu piscar para Crabbe e Goyle,


- Eu falei.


quando Pansy desviou o olhar.


- Pelo menos, ela não sabe que é mentira – falou Regulus.
— Vá com calma, vá com calma — disse o Profº. Snape gratuitamente.


- Não se preocupe, tenho certeza que Draco está fazendo isso já. 
Harry e Rony fizeram caretas um para o outro; Snape não teria dito "
vá com calma" se eles tivessem entrado atrasados, teria lhes dado uma detenção.


Snape deu um sorriso amarelo.


Mas Draco sempre conseguira escapar com qualquer coisa nas aulas de Poções;


Snape deu de ombros. Ele nunca disse que era imparcial.


Snape era o diretor da Sonserina e em geral favorecia os próprios alunos em prejuízo dos demais.


- Não acredito que eu sou o único – se defendeu.


Lily deu um sorriso triste.


- Provavelmente não.
A classe estava preparando uma poção nova naquele dia, uma Solução Redutora. Draco armou seu caldeirão bem ao lado do de Harry e Rony,


Hermione revirou os olhos.


de modo que os três ficaram preparando os ingredientes na mesma mesa.


- Isso não vai dar certo.
— Professor — chamou Draco —, vou precisar de ajuda para cortar as raízes de margarida, porque o meu braço...


- Só tem um braço agora? – resmungou Jorge.
— Weasley, corte as raízes para Malfoy


- Claro, porque eu me lembro de ter assassinado um contrato dizendo que eu era escravo de Malfoy – falou Rony.


— disse Snape sem erguer a cabeça.
Rony ficou vermelho como um tomate.


- Essa é cara normal dele – falou Gina sorrindo.


- GINA!


- O que? É verdade, Rony.
— O seu braço não tem nenhum problema — sibilou o garoto para Draco.
Draco deu um sorriso satisfeito.
— Weasley, você ouviu o que o professor disse; corte as raízes.


- Odeio crianças mimadas – resmungou Alice.


James olhou para ele ofendido.


- Menos você.
Rony apanhou a faca, puxou as raízes de Draco para perto e começou a cortá-las de qualquer jeito, de modo que os pedaços ficaram de tamanhos diferentes.


- Eu não ia ficar fazendo certo para Draco.
— Professor — falou Draco com a voz arrastada —, Weasley está mutilando as minhas raízes.


- Fresco.
Snape aproximou-se da mesa, olhou para as raízes por cima do nariz curvo e em seguida deu a Rony um sorriso desagradável, por baixo da cabeleira longa e oleosa.


- Já percebi como você me ama, Potter – Snape sorriu sarcástico.


- Desculpe.
— Troque de raízes com Malfoy, Weasley.
— Mas, professor...!
Rony passara os últimos quinze minutos picando cuidadosamente suas raízes em pedacinhos exatamente iguais.


Hermione olhou espantada para o namorado.


- Eu faço alguma coisa certo – Rony reclamou para ela.
— Agora — mandou Snape com o seu tom de voz mais perigoso.


- Não fiquei com muito medo.
Rony empurrou as raízes caprichosamente cortadas para o lado de Draco na mesa, e, em seguida, apanhou novamente a faca.


- Foi difícil não matar Draco com aquela faca – comentou o ruivo.
— E, professor, vou precisar descascar este pinhão — disse Draco, a voz expressando riso e malícia.


- Criança irritante.
— Potter, pode descascar o pinhão de Malfoy — disse Snape,


Sirius levantou uma sobrancelha.


lançando a Harry o olhar de desprezo que sempre reservava só para o garoto.


- Você devia processar ele por bullying.


- Eu estou aqui – reclamou Snape.


- Mas é uma outra versão sua, não é você – falou Dorcas.


Snape olhou surpreso para Dorcas. Suponha que a garota estava certa. Snape sabia que aquele cara seria ele, mas ele não era ele ainda. Era complicado, mas Snape sentia como se fosse duas pessoas diferentes.
Harry apanhou o pinhão enquanto Rony começava a tentar consertar o estrago que fizera às raízes que ia ter que usar. Harry descascou o pinhão o mais depressa que pôde e atirou-o para o lado de Draco, sem falar.


Remus acenou com a cabeça, aprovando. Ficar sem falar era bom. Menos chance de brigar.


O outro riu com mais satisfação que nunca.


Regulus olhou com um olhar assassino para o livro. Aquele idiota era muito irritante.
— Tem visto o seu amigo Hagrid, ultimamente? — perguntou Draco aos dois, baixinho.


- Isso não tem nada a ver com você.
— Não é da sua conta — retrucou Rony aos arrancos, sem erguer a cabeça.
— Acho que ele não vai continuar professor por muito tempo — disse Draco num tom de fingida tristeza.


- Porque ninguém ali sabia que ele estava fingindo – falou Fred, sarcástico.


-Meu pai não ficou nada satisfeito com o meu ferimento...
— Continue falando, Draco, e vou lhe fazer um ferimento de verdade — rosnou Rony.


Todos riram.


... Ele apresentou queixa aos conselheiros da escola. E ao Ministério da Magia. Meu pai tem muita influência, sabe.


- Sabemos. Você fala isso desde o primeiro ano.


E um ferimento permanente como este


- Permanente? - Lene revirou os olhos.


— ele fingiu um longo suspiro —, quem sabe se o meu braço vai voltar um dia a ser o mesmo?


- Vou acabar contigo para tu aprender o que é permanente – falou Sirius.


- Ele não pode te ouvir, Sirius – lembrou Remus.


— Então é por isso que você está fazendo toda essa encenação — comentou Harry, decapitando sem querer uma lagarta morta, porque sua mão tremia de raiva.


- Lembrete: Não deixar Harry com raiva porque ele pode me decapitar – falou Jorge.


- Muito engraçado – ironizou Harry, enquanto a sala ria.


— Para tentar fazer Hagrid ser despedido.
— Bom — respondeu Draco, baixando a voz para um sussurro —, em parte, Potter. Mas tem outros benefícios, também. Weasley, fatie minhas lagartas para mim.


Não é preciso dizer que Draco foi muito xingando por todos.
A alguns caldeirões de distância, Neville se achava em apuros.


Neville corou.
Ele se descontrolava regularmente nas aulas de Poções;


Frank olhou preocupado para o livro. O colégio era muito importante para ele e o fato de seu filho estar indo mal não era legal.


era a sua pior matéria,


- Todo mundo tem que ter uma, certo? – falou Gina.


e seu grande medo do Profº. Snape tornava as coisas dez vezes pior.


Alice olhou feio para Snape, que se encolheu.


Sua poção, que devia ter ficado verde ácido e berrante, tinha acabado...
— Laranja,


- Bem, laranja é uma boa cor – consolou Dorcas.


Longbottom — exclamou Snape, apanhando um pouco de poção com a concha e deixando-a cair de volta no caldeirão, de modo que todos pudessem ver.


- Você é muito exibicionista – comentou Josh.


— Laranja. Me diga, menino, será que alguma coisa penetra nessa sua cabeça dura?


Frank olhou feio para Snape.


Você não me ouviu dizer, muito claramente, que só precisava pôr um baço de rato?


- Snape... – Alice murmurou – Cuidado com o que você diz.


Será que eu não disse, sem nenhum rodeio, que um nadinha de sumo de sanguessuga era suficiente? Que é que eu tenho de fazer para você entender, Longbottom?


- Não ser um idiota – resmungou Rony.
Neville estava vermelho e trêmulo. Parecia prestes a chorar.


Gina olhou para o livro com raiva, quando Neville corou.
— Por favor, professor — disse Hermione —, eu poderia ajudar Neville a consertar...


Alice sorriu agradecida para Hermione.
— Eu não me lembro de ter lhe pedido para se exibir, Srta. Granger — respondeu Snape friamente e Hermione ficou tão vermelha quanto Neville.


- Vocês coram tão facilmente – comentou James.
— Longbottom, no final da aula vamos dar algumas gotas desta poção ao seu sapo e ver o que acontece.


- Se algo acontecer ao sapo... – Alice ameaçou.


Quem sabe isto o estimule a preparar a poção corretamente.


- Quem sabe Neville falar com Dumbledore te ajuda a dar aula melhor – falou Lyssi, sorrindo falsamente.


- Li, não... – advertiu Alex – Não estamos aqui para julgar ninguém.


- E para que vocês estão exatamente? – Lily perguntou o que todos queriam saber.


- Para a mesma razão que vocês. Um futuro diferente – replicou Josh.


Rony e Harry se encararam, se comunicando silenciosamente, tentando descobrir o que mais eles contariam.


- Acho que vocês só vão dizer isso, não é? – resmungou Rony por fim.
O professor se afastou, deixando Neville sem fôlego de tanto medo.


- Não foi assim – Neville mentiu.
— Me ajude! — gemeu o menino para Hermione.
— Ei, Harry — disse Simas Finnigan, curvando-se para pedir emprestada a balança de latão de Harry —, você já soube? No Profeta Diário desta manhã, eles acham que avistaram Sirius Black.


- E estava bom demais para ser verdade... – resmungou Sirius. Tinham que falar alguma coisa sobre o louco Sirius Black.


Lene apertou a mão dele com força.
— Onde? — perguntaram Harry e Rony depressa. Do lado oposto da mesa, Draco ergueu os olhos, escutando a conversa atentamente.


- Ótimo lugar para ter uma conversa privada – ironizou Regulus.
— Não muito longe daqui — respondeu o colega, que parecia excitado.


- Ele devia estar preocupado, não excitado – comentou Remus – Louco.


— Foi visto por uma trouxa. Claro que ela não entendeu muito bem. Os trouxas acham que ele é apenas um criminoso comum, não é?


- Mas muitos criminosos trouxas fizeram coisas muito piores do que Sirius foi acusado – reclamou Hermione.


Então ela telefonou para o número do plantão de emergência.


- E você queria que ele fizesse o que? – perguntou Dorcas.


Mas até o Ministério da Magia chegar lá, o Black já tinha sumido.
— Não muito longe daqui... — repetiu Rony, lançando a Harry um olhar sugestivo.


- Rony e suas ideias – Fred revirou os olhos. Seu irmão podia ser mais insano que ele.


Ele se virou e notou que Draco os observava, atento. — Que foi, Draco? Precisa que eu descasque mais alguma coisa?


- Não oferece, porque ele aceita – avisou Lene.
Mas os olhos do garoto brilhavam de maldade,


- Harry, você é muito dramático. Ele só tinha 13 anos, não tinha como brilhar de maldade – Regulus revirou os olhos.


- Você não estava lá – replicou Harry.


- Se eu tivesse não faria diferença, eu ainda estaria certo.


Harry riu.


- Eu ganharia.


Assim Regulus e Harry começaram uma grande discussão sobre isso que só foi parada com sucesso por Hermione e Rony.


Sirius mantinha um sorriso feliz. Mesmo com as conversar dele sendo preso, ele ainda estava feliz. Era bom ver Harry que era sempre tão sério sendo um adolescente normal, e Regulus se abrindo com algum um deles.


e estavam fixos em Harry. Ele se debruçou na mesa.
— Está pensando em apanhar o Black sozinho, Potter?


- Por quê? Quer ajudar? – Sirius perguntou com um sorriso feroz nos lábios.
— Acertou! — respondeu Harry displicentemente.
Os lábios finos de Draco se curvaram num sorriso mau.


- Ele só tem esse – comentou Hermione.
— É claro, se fosse eu — disse em voz baixa —, eu já teria feito alguma coisa há mais tempo. Eu não ficaria na escola como um bom menino, eu estaria lá fora procurando o homem.


- Se ele fosse você e se Sirius realmente fosse um criminoso, ele estaria morto – comentou Lyssi.
— De que é que você está falando, Draco? — perguntou Rony com aspereza.
— Não sabe, Potter? — sussurrou MaIfoy, os olhos claros quase fechados.


- Vai dormir, é? Que pena – ironizou James.
— Não sei o quê?
Malfoy soltou uma risada baixa e desdenhosa.
— Vai ver você prefere não arriscar o pescoço.


- Claro, porque isso soa exatamente como Harry – Neville falou ironicamente. Quer deixar os dementadores resolverem o caso, não é? Mas se fosse eu, eu ia querer me vingar. Ia atrás dele pessoalmente.


- Não sei o motivo de a ideia de Draco indo atrás de alguém não me assustar – falou Gina, rindo.


- Deve ser porque ele é muito grande, intimador – ironizou Hermione.
— Do que é que você está falando?— perguntou Harry com raiva,


- Não caia nessa – falou Remus.


Mas Harry ficou pensando que todo aquele tempo Draco sabia e não contara a ele.


mas naquele momento Snape falou:
— Os senhores já devem ter terminado de misturar os ingredientes. Essa poção precisa cozinhar antes de ser bebida; portanto guardem o seu material enquanto ela ferve e, então, vamos testar a do Longbottom...


- Eu processava por bullying.


- Tenho certeza que ele vai ter muitas provas – Snape revirou os olhos.
Crabbe e Goyle riram-se abertamente, vendo Neville suar, enquanto mexia febrilmente sua poção. Hermione murmurava instruções para o garoto pelo canto da boca, para que Snape não visse.


- Você é uma boa amiga – sorriu Neville.


- Na realidade, eu fui péssima com você até o quinto ano – confessou Hermione.


- Está tudo bem – falou Neville.


- Não, não está tudo bem – falou Harry – Todos esses anos antes... A gente nem tentou conversar de verdade com você.


Rony acenou também, culpado.


- Não tem problema. O que passou, passou – sorriu Neville. Claro que tinha sido horrivelmente solitário, mas ele não culpava o trio. Eles eram legais com ele, mas não era abertos para mais ninguém.


Harry e Rony guardaram os ingredientes que não tinham usado e foram lavar as mãos e conchas na pia de pedra a um canto da sala.
— Que foi que o Draco quis dizer? — sussurrou Harry para Rony, enquanto molhava as mãos no jorro gelado que saia da boca da gárgula.


- Estranho isso – comentou Dorcas.


— Por que eu iria querer me vingar de Black? Ele não me fez nada... Ainda.
— Ele está inventando — disse Rony com violência. — Está tentando instigar você a fazer uma idiotice...


- Dessa vez, eu estava errado – falou Rony.


Sirius o encarou, mas o ruivo não percebeu. Então ele era realmente culpado? Por tudo aquilo? Mas se era como podia estar sentado ali conversando calmamente sem ninguém querer matar ele?
O fim da aula à vista, Snape encaminhou-se para Neville, que estava encolhido ao lado do seu caldeirão.
— Venham todos para cá — disse o professor, seus olhos negros cintilando — e observem o que acontece ao sapo de Longbottom. Se ele conseguiu produzir uma Poção Redutora, o sapo vai virar um girino.


- O que, eu espero que você desfaça – falou Alice.


Se, o que eu não duvido, ele não preparou a poção direito, o sapo provavelmente vai ser envenenado.


- Você envenenou o sapo do menino? – Lily perguntou incrédula.


- Eu não fiz nada – se defendeu Snape.
Os alunos da Grifinória observaram temerosos. Os da Sonserina se mostraram excitados.


- Sempre generalizando.


- Desculpa, Regulus.


- Tudo bem, Harry.


Snape apanhou Trevo, o sapo, com a mão esquerda e mergulhou, com a direita, uma colherinha na poção de Neville, que agora estava verde. Depois, deixou cair umas gotinhas na garganta de Trevo.


- Não acredito que você realmente fez isso – comentou Alex.


- Eu devia ter algum plano.
Houve um momento de silêncio, em que Trevo engoliu a poção; seguiu-se um estalinho e Trevo, o girino,


Os amantes de animais e os que tiveram pena suspiraram aliviados.


pôs-se a se contorcer na palma da mão de Snape.
Os alunos da Grifinória desataram a aplaudir.


- Não sei se isso foi uma boa ideia – falou Fred, cautelosamente.


Snape, com a expressão mal-humorada, tirou um vidrinho do bolso das vestes, pingou algumas gotas em Trevo e ele reapareceu repentinamente adulto.


- Viram? Eu tinha o antidoto – se defendeu Snape.
— Cinco pontos a menos para a Grifinória — anunciou ele, varrendo, assim, os sorrisos de todos os rostos.


Snape sorriu. Isso era algo que ele gostaria de fazer.


— Eu disse para não ajudá-lo, Srta. Granger.


- A pessoa tenta ser uma boa pessoa e é isso que dá – Hermione fingiu tristeza.


A turma está dispensada.
Harry, Rony e Hermione subiram a escadaria do saguão de entrada.
Harry ainda estava pensando no que Malfoy falara,


- Esqueça isso – pediu James.


enquanto Rony espumava de raiva de Snape.
— Cinco pontos a menos para a Grifinória porque a poção estava certa! Por que você não mentiu, Mione?


- Hermione mentindo para um professor? – perguntou Gina – Não, acho que não.


- Ela já fez isso por nós - falaram Harry e Rony e Hermione corou.


- Foram coisas diferentes!


Devia ter dito que Neville fez tudo sozinho!


- Não acho que ele ia acreditar nisso – falou Regulus recebendo um olhar assassino de Alice, mas Frank ficou em silêncio porque concordava com ele.
Hermione não respondeu.


- Que rude, você.


- Me erra, Rony.


Rony olhou para os lados.


- Foi engraçado – falou Harry.


— Aonde é que ela foi?


- Vocês não conseguem sobreviver um segundo sem mim.
Harry se virou também. Os dois estavam no alto da escadaria agora, vendo o resto da turma passar por eles a caminho do Salão Principal para almoçar.


- Isso soa depressivo – comentou Josh.


- Deixa eles – Alex revirou os olhos.
— Ela estava logo atrás da gente — comentou Rony, franzindo as sobrancelhas.
Malfoy passou pelos dois, caminhando entre Crabbe e Goyle. Fez uma careta de riso para Harry e desapareceu.


- Vocês realmente não se dão bem – falou Dorcas.


- Por incrível que pareça, não nos odiamos mais... Somos só... feito rivais – comentou Harry e quase todos olharam surpresos para ele – Draco é um arrogante idiota, mas ele não é nenhum Voldemort.


Nisso todos tinham que concordar.
— Lá está ela — disse Harry.
Hermione vinha ligeiramente ofegante, correndo escada acima; com uma das mãos, ela agarrava a mochila e com a outra parecia estar escondendo alguma coisa dentro das vestes.


Hermione corou. Ela não tinha sido nada discreta.
— Como foi que você fez isso?


- Fazendo.


— perguntou Rony.
— O quê? — perguntou, por sua vez, Hermione, se juntando aos amigos.


- Finalmente alguém que preste no trio – sorriu Fred.


- Ei! – falaram Rony e Harry.


- Brincadeira.
— Em um minuto você está bem atrás da gente e no minuto seguinte está de volta ao pé da escada.


- Como você fez isso? – perguntou Frank.


- Sou uma bruxa – Hermione se recusou a responder.
— Quê? — Hermione pareceu ligeiramente confusa. — Ah... Eu tive que voltar para ver uma coisa. Ah, não...
Uma costura se rompera na mochila da garota.


Lene olhou com pena para Hermione.


Harry não se surpreendeu;


- Porque ver uma mochila rasgando é totalmente comum – falou Neville sarcástico.


era visível que a mochila fora atochada com pelo menos doze livrões pesados.


- Eu preciso deles! – se defendeu Hermione.
— Por que está carregando tudo isso na mochila? — perguntou Rony.
— Você sabe quantas matérias estou estudando — respondeu ela sem fôlego. — Será que podia segurar esses para mim?


- É, Rony, seja útil uma vez na vida – falou Gina.
— Mas... — Rony foi virando os livros que a amiga lhe passara para olhar as capas — você não tem nenhuma dessas matérias hoje.


- E...? – falou Lily. Se a menina estava levando os livros era porque ela queria estudar e o que tinha de demais nisso?


Só tem Defesa contra as Artes das Trevas, à tarde.


Harry sorriu, feliz que leriam sobre a aula de Lupin.
— É verdade — respondeu Hermione vagamente, mas guardou todos os livros na mochila assim mesmo. — Espero que tenha alguma coisa boa para o almoço, estou morta de fome — acrescentou, e se afastou em direção ao Salão Principal.


- Você soou como Rony – Gina fez uma careta.


- Desculpa.


- Ei, ainda estou aqui.
— Você também tem a impressão de que Mione não está contando alguma coisa à gente? — perguntou Rony a Harry.


- Acho que todos têm aqui – se pronunciou Regulus.
O Profº. Lupin não estava em sala quando eles chegaram para a primeira aula de Defesa contra as Artes das Trevas.


James e Sirius fizeram caras desapontadas para Remus, que baixou a cabeça. Ele estava ansioso para ler sobre o futuro dele.


Os alunos se sentaram, tiraram das mochilas os livros, penas e pergaminho e estavam conversando


- Claro, vocês são adolescentes – falou Sirius.


quando o professor finalmente apareceu. Lupin sorriu vagamente


- Como alguém sorrir vagamente? – perguntou Dorcas.


- Eu não sei explicar... só... é vago! – Harry tentou explicar.


e colocou a velha maleta surrada na escrivaninha.
Estava mal vestido como sempre,


- Obrigado, Harry – ironizou Remus.


mas parecia mais saudável do que no dia do trem, como se tivesse comido umas refeições reforçadas.


- Hogwarts faz isso comigo – concordou Remus.
— Boa tarde — cumprimentou ele. — Por favor, guardem todos os livros de volta nas mochilas.


- Começou bem – sorriram James e Sirius.


Hoje teremos uma aula prática. Os senhores só vão precisar das varinhas.


- Você já conseguiu conquistar os alunos – Josh sorriu para Remus.
Alguns alunos se entreolharam, curiosos, enquanto guardavam os livros.


- Só falta alguém reclamar – resmungou Sirius.


Nunca tinham tido uma aula prática de Defesa contra as Artes das Trevas antes,


- Isso é um absurdo – Frank falou.


- Você precisa de prática em DCAT – concordaram James e Regulus e se encararam estranhamente depois.


Sirius sentiu um pouco de ciúmes ao ver seus dois irmãos concordando em alguma coisa. Ele sabia que era besteira – James e Regulus não ia virar melhores amigos por isso – mas mesmo assim se sentiu um pouco excluído. Olhou para o chão.


- Ei, eu estou aqui – sussurrou Lene para ele – E eles não vão te trocar.


Sirius deu um sorriso agradecido antes de beijar a menina.


a não ser que considerassem aquela aula inesquecível no ano anterior, em que o professor tinha trazido uma gaiola de diabretes e os soltara na sala.


- Você está certo. Não consideramos – falou Alex.
— Certo, então — disse o Profº. Lupin, quando todos estavam prontos. — Queiram me seguir.
Intrigados, mas interessados, os alunos se levantaram e o seguiram para fora da sala. Ele levou os alunos por um corredor deserto


- Que assustador.


- Cala a boca, Sirius.


- Desculpa, Remus.


e virou um canto, onde a primeira coisa que viram foi o Pirraça, o poltergeist,


- Já vim que não vem coisa boa.


flutuando no ar de cabeça para baixo, e entupindo com chicletes o buraco da fechadura mais próxima.
Pirraça não ergueu os olhos até o professor chegar a mais ou menos meio metro;


- Devia ter continuado daquele jeito.


então, agitou os dedos dos pés e começou a cantar.
— Louco, lobo, Lupin


Remus ficou branco. Pirraça sabia o segredo dele?


— entoou ele. — Louco, lobo, Lupin...
Grosseiro e intratável como era quase sempre,


- Ou como sempre – resmungou Alex. Ele realmente odiava Pirraça .


Pirraça em geral demonstrava algum respeito pelos professores.


- E eu sou a exceção – Remus falou irritado.


Todo mundo olhou na mesma hora para Lupin para ver qual seria sua reação àquilo;


- Tudo um bando de curioso – falou Sirius.


Remus deu um sorriso agradecido para o melhor amigo.


para surpresa de todos, o professor continuou a sorrir.


Lene o encarou desconfiada, até Sirius olhar irritado para ela.
— Eu tiraria o chicle do buraco da fechadura se fosse você, Pirraça — disse ele gentilmente. — O Sr. Filch não vai poder apanhar as vassouras dele.


- Ele deve tá muito ocupado torturando um estudante para isso.
Filch era o zelador de Hogwarts, mal-humorado,


- Ninguém poder discordar disso.


um bruxo frustrado


Harry olhou para baixo. Agora ele sabia porque Flich era frustrado.


que travava uma guerra constante contra os estudantes e, na verdade, contra Pirraça também.


- E com o resto do mundo – acrescentou Gina.
Mas o poltergeist não deu a mínima atenção às palavras do professor a não ser para respondê-las com um ruído ofensivo e alto feito com a boca.


- Isso que é capacidade de um debate – ironizou Regulus. Ele não gostava de pessoas que não eram capazes de usar um mínimo de inteligência.
O professor deu um breve suspiro e tirou a varinha.
— Este é um feitiçozinho útil — disse à turma por cima do ombro. — Por favor observem com atenção.


- Você vai aprontar – Lily suspirou. Ela conhecia os marotos bem o suficiente para dizer isso com certeza.


- Ele merece – Remus deu um sorriso travesso.
Ele ergueu a varinha até a altura do ombro e disse:
— Uediuósi!— e apontou para Pirraça.


- Eu nunca vou esquecer disso – Rony sorriu.
Com a força de uma bala, a pelota de chicle disparou do buraco da fechadura e foi bater certeira na narina esquerda de Pirraça;


- Como não aprendemos isso antes? – James exclamou, encantado.


Lily desistiu da ideia de ter pena de Pirraça.


o poltergeist virou de cabeça para cima e fugiu a grande velocidade, xingando.


Todos riram, mesmo Snape. Ninguém gostava de Pirraça.
— Maneiro, professor — exclamou Dino Thomas admirado.
— Obrigado, Dino — disse o professor tornando a guardar a varinha. — Vamos prosseguir?


- Não?
Eles recomeçaram a caminhada, a turma olhando o enxovalhado professor com crescente respeito.


- Parece que você vai ser um bom professor, Remus – elogiou Frank.


- Obrigado.


- Ele foi o melhor professor de DCAT – falou Harry, excluindo o falso Moody do pensamento.


Fred e Jorge concordaram com a cabeça.


Remus sorriu orgulhoso.


Lupin os conduziu por um segundo corredor e parou bem à porta da sala de professores.
— Entrem, por favor — disse ele, abrindo a porta e se afastando para os alunos passarem.


- Na sala dos professores? Eu passo – falou Sirius. Obviamente, não era fã da ideia de professores reunidos.
A sala dos professores. Uma sala comprida, revestida com painéis de madeira e mobiliada com cadeiras velhas e desaparelhadas, estava vazia, exceto por um ocupante.


- Por que eu sinto que não vem coisa boa?


O Profº. Snape estava sentado em uma poltrona baixa e ergueu os olhos para os alunos que entravam. Seus olhos brilhavam e ele tinha um arzinho de desdém em volta da boca.


- Ah, é porque nunca vem.


- Eu me sinto muito amado – ironizou Snape.


- E eu me sentia muito amado quando você falava coisas cruéis para mim – retrucou Neville. Ele finalmente podia enfrentar o homem que mais o assustara por anos.


- Ei, calma – pediu Lily – Severus não é o mesmo do livro, ok?


Snape deu um sorriso agradecido para Lily.


Quando o Profº. Lupin entrou e fez menção de fechar a porta, Snape falou:
— Pode deixá-la aberta, Lupin. Eu prefiro não estar presente.
E, dizendo isso, se levantou e passou pela turma, suas vestes negras se enfurnando às suas costas.


Todos o encararam.


- Admito que sou dramático – falou Snape, a contragosto.


À porta, o professor girou nos calcanhares e disse ao colega:
— Provavelmente ninguém o alertou, Lupin, mas essa turma tem Neville Longbottom.


- Ninguém me alertou por que não tinham nada para falar – disse Remus. Foi cruel fazer isso na frente da sala toda.


Eu o aconselharia a não confiar a esse menino nada que apresente dificuldade.


- E eu aconselharia que você não se metesse na aula dos outros – falou Frank, furioso. Era sobre o seu filho que eles estavam falando.


A não ser que a Srta, Granger se incumba de cochichar instruções ao ouvido dele.


- Eu faria de novo. Faria mil vezes – falou Hermione, sem se deixar abalar.
Neville ficou escarlate.


Alice mandou um olhar feio para Snape.


Harry olhou aborrecido para Snape;


- Não foi o único – falou Rony.


já era bastante ruim que ele implicasse com Neville nas próprias aulas,


- Abuso de poder – falou Lene.


e muito pior fazer isso na frente de outros professores.


- Pelo menos, um adulto pode lidar melhor com Dumbledore – falou Dorcas.
O Profº. Lupin ergueu as sobrancelhas.
— Pois eu pretendia chamar Neville para me ajudar na primeira etapa da operação,


Remus tinha certeza que isso era uma mentira dele, mas ficou calado.


e tenho certeza de que ele vai fazer isso admiravelmente.


Alice e Frank sorriram para Remus.
A cara de Neville ficou, se isso fosse possível, ainda mais vermelha.


- Mas obrigado, Remus – agradeceu Neville. Tinha significado muito para ele. Significava que alguém acreditava no potencial dele.


Snape revirou os lábios num trejeito de desdém, mas se retirou, batendo de leve a porta.


- Ficou irritado – comentou Josh.
— Agora, então — disse o Profº. Lupin, chamando, com um gesto, a turma para o fundo da sala, onde não havia nada exceto um velho armário em que os professores guardavam mudas limpas de vestes.


- O assustador é que Harry sabe disso – comentou Dorcas e ela tinha um ponto.


- Eu sou informado – Harry deu de ombros.


- Informado demais – resmungou Gina.


Quando o professor se postou a um lado, o armário subitamente se sacudiu, batendo na parede.
— Não se preocupem — disse ele calmamente porque alguns alunos tinham pulado para trás, assustados.


- Não posso culpá-los – falou Lily.


— Há um bicho-papão ai dentro.


- Isso é uma coisa tão tranquilizadora – ironizou Josh.


- Você está certo. Fui horrível – admitiu Remus.
A maioria dos garotos achou que isso era uma coisa com o que se preocupar.


- Não é para tanto – falou James.


Snape revirou os olhos.


Neville lançou ao professor um olhar de absoluto terror e Simas Finnigan mirou o puxador, que agora sacudia barulhentamente, com apreensão.
 Bichos-papões gostam de lugares escuros e fechados — informou o mestre. — Guarda-roupas, o vão embaixo das camas, os armários sob as pias... Eu já encontrei um alojado dentro de um relógio de parede antigo.


- Isso vai acontecer ainda – acrescentou Remus.


Este aí se mudou para cá ontem à tarde e perguntei ao diretor se os professores poderiam deixá-lo para eu dar uma aula prática aos meus alunos do terceiro ano.


- Então, até um dia antes da aula você não tinha planejamento? – provocou Sirius.


- Eu provavelmente só mudei o planejamento.


Então, a primeira pergunta que devemos nos fazer é, o que é um bicho-papão?
Hermione levantou a mão.
— É um transformista — respondeu ela. — É capaz de assumir a forma do que achar que pode nos assustar mais.


- Resposta perfeita – Regulus quase revirou os olhos de tédio. A menina com certeza tinha citado algum livro.
— Eu mesmo não poderia ter dado uma definição melhor — disse o Profº. Lupin, e o rosto de Hermione se iluminou de orgulho.


Hermione corou.
— Então o bicho-papão que está sentado no escuro aí dentro ainda não assumiu forma alguma. Ele ainda não sabe o que pode assustar a pessoa que está do lado de fora. Ninguém sabe qual é a aparência de um bicho-papão quando está sozinho,


- Nem quero saber.


mas quando eu o deixar sair, ele imediatamente se transformará naquilo que cada um de nós mais teme.


- O que é uma coisa muito interessante – falou Frank. Ele se perguntava como o bicho papão era capaz de fazer isso e as vantagens que um inimigo teria ao descobrir o maior medo do outro.


Isto significa — continuou o Profº. Lupin, preferindo não dar atenção à breve exclamação de terror de Neville


Neville corou. Ele foi muito idiota.


— que temos uma enorme vantagem sobre o bicho-papão para começar. Você já sabe qual é, Harry?
Tentar responder uma pergunta com Hermione do lado,


- O que você quer dizer com isso? – Hermione estreitou os olhos.


- Nada – murmurou Harry.


com as plantas dos pés subindo e descendo impacientes e a mão no ar, era muito irritante,


- Desculpe – Hermione sorriu envergonhadamente. Ás vezes, ela se empolgava demais.


mas Harry resolveu tentar assim mesmo.
- Nunca desista, filho – James fingiu estar emocionado.


— Hum... Porque somos muitos, ele não vai saber que forma tomar.


Regulus sorriu para Harry que sorriu de volta.
— Precisamente — concordou o professor e Hermione baixou a mão, parecendo um pouquinho desapontada.


- Eu sou egoísta, ás vezes.


— É sempre melhor estarmos acompanhados quando enfrentamos um bicho-papão.


- Mas nem sempre possível.


Assim, ele se confunde. No que deverá se transformar, num corpo sem cabeça ou numa lesma carnívora?


- Que medos estranhos – Dorcas falou.


Uma vez vi um bicho-papão cometer exatamente este erro, tentou assustar duas pessoas e se transformou em meia lesma. O que, nem de longe, pode assustar alguém.


- Não sei, tem doido para tudo.


O feitiço que repele um bicho-papão é simples, mas exige concentração.


- Já é mais que eu consigo – brincou Fred.


Vejam, a coisa que realmente acaba com um bicho-papão é o riso. Então o que precisam fazer é forçá-lo a assumir uma forma que vocês achem engraçada.


- Mais fácil falar do que fazer.


Vamos praticar o feitiço sem as varinhas primeiro. Repitam comigo, por favor... Riddikulus!
— Riddikulus — repetiu a turma.
— Ótimo — aprovou o Profº. Lupin. — Muito bem. Mas receio que esta seja a parte mais fácil. Sabem, a palavra sozinha não basta.


- Claro que não.


E é aqui que você vai entrar Neville.
- Me sinto honrado.


O guarda-roupa recomeçou a tremer, embora não tanto quanto Neville, que se dirigiu para o móvel como se estivesse indo para a forca.


- Não foi bem assim – Neville corou.
— Certo, Neville — disse o professor — Vamos começar pelo começo:


- Não, vamos começar pelo fim – Alex ironizou e encarou Remus.


- Eu mereci essa – Remus corou.


Qual, você diria, que é a coisa que pode assustá-lo mais neste mundo?


Neville no que seria agora. Voldemort ou perder as pessoas que mais amava?
Os lábios de Neville se mexeram, mas não emitiram som algum.


- Deu pane no sistema – brincou Sirius, sendo ignorando.
— Não ouvi o que você disse, Neville, me desculpe — disse o Profº. Lupin animado.


- Alguém tinha que tá.
Neville olhou para os lados meio desesperado, como que suplicando a alguém que o ajudasse,


- Desculpe.


depois disse, num sussurro quase inaudível:
— O Profº. Snape.
Quase todo mundo riu. Até Neville sorriu como se pedisse desculpas.


- Desculpa – pediu para o real Snape.


- Tudo bem, eu acho – falou Snape meio confuso com a situação toda.


Lupin, porém, ficou pensativo.
— Profº. Snape... Hummm... Neville, eu creio que você mora com a sua avó?
— Sim... Moro — disse Neville, nervoso. — Mas também não quero que o bicho-papão se transforme na minha avó.


- Neville... – advertiram Frank e Alice – Sua avó é ótima.


- Eu sei, mas ela é muito dura às vezes.
— Não, não, você não entendeu — disse o professor, agora rindo.


- Remus estava usando drogas nesse dia – comentou Jorge.


- Não, eu não estava.


- Sim, estava.


- Não.


- Sim.


- Eu não vou ter essa discussão.


— Será que você podia nos descrever que tipo de roupas a sua avó normalmente usa?


- Ganhou o prêmio de pergunta estranha.
Neville fez cara de espanto, mas disse:
— Bem... Sempre o mesmo chapéu. Um bem alto com um urubu empalhado na ponta.


- Eu odeio esse chapéu – falaram Neville e Frank juntos e sorriram depois.


E um vestido comprido... Verde, normalmente... E às vezes uma raposa.
Regulus e Sirius estavam se controlando para não fazerem uma careta.


— E uma bolsa?
— Vermelha e bem grande.
— Certo então — disse o professor — Você é capaz de imaginar essas roupas com clareza, Neville? Você consegue vê-las mentalmente?


- Claro que sim. Ele acabou de citar todas – falou Snape.
— Consigo — respondeu Neville, hesitante, obviamente imaginando o que viria a seguir.


- Vai ser muito engraçado – prometeu Rony, quase rindo já.
— Quando o bicho-papão irromper daquele guarda-roupa, Neville, e vir você, ele vai assumir a forma do Profº. Snape.


Snape fez uma careta.


E você vai erguer a varinha... Assim... E gritar "Riddikulus"... E se concentrar com todas as suas forças nas roupas de sua avó. Se tudo correr bem, o Profº. Bicho-papão-Snape será forçado a vestir aquele chapéu com o urubu, aquele vestido verde e carregar aquela enorme bolsa vermelha.


- Eu não estou acreditando nisso – falou Snape chocado e indignado enquanto todos se estouravam de rir. Ele sabia que, provavelmente, durante toda a leitura não ia ter comentários positivos sobre ele, mas isso? Passou dos limites. Ele estava revoltado – Você é um idiota – cuspiu para Neville, mesmo sabendo que não era só culpa do menino.


Neville não respondeu. Não por medo, mas por pena. Ele imaginava se estivesse na posição do ex professor.


- Nunca vou me esquecer isso – disse Sirius entre risadas e Snape sabia que estava ferrado para sempre.
Houve uma explosão de risos. O guarda-roupa sacudiu com maior violência.
— Se Neville acertar, o bicho-papão provavelmente vai voltar a atenção para cada um de nós individualmente.


- E se ele errar?


Eu gostaria que todos gastassem algum tempo, agora, para pensar na coisa de que têm mais medo e imaginar como poderia fazê-la parecer cômica...


- Não é uma coisa tão simples assim – falou Lyssi.
A sala ficou silenciosa. Harry pensou... "O que o apavorava mais no mundo?"
Seu primeiro pensamento foi Lord Voldemort


Lily olhou tristemente para o filho. Com treze anos, a primeira coisa que ele mais devia temer era levar um fora ou algo assim e não um psicopata maluco.


— um Voldemort que tivesse recuperado totalmente as forças.


Regulus sentiu um calafrio. Sentia a marca no braço dele, ainda ali, escondida pela camisa de maga comprida e um casaco. Mesmo sem queimar ela estava sempre presente. Ele seria um espião, mas sabia o preço que pagaria se fosse descoberto.


Ele trocou um olhar com Sirius que também parecia estar com medo, mas era diferente. Sirius era declarado publicamente como um traidor. Ele era um alvo fácil.


Mas antes que conseguisse planejar um possível contra-ataque ao bicho-papão-Voldemort, uma imagem horrível foi aflorando à superfície de sua mente...


- Pior que Voldemort?
Uma mão luzidia e podre, que escorregava para dentro de uma capa preta... Uma respiração longa e rascante que saia de uma boca invisível... Depois um frio tão penetrante que dava a impressão de que ele estava se afogando...
- Você teme mais um dementador que Voldemort? – Frank perguntou surpreso.


- Não mais – Harry se limitou a responder, virando o rosto depois. Não queria pensar em Sirius, mas toda vez que falam de dementadores só se lembrava de Sirius, Sirius quase morrendo no terceiro ano... Não. Não pensaria nisso.


Harry estremeceu e olhou para os lados, na esperança de que ninguém tivesse reparado nele. Muitos alunos tinham os olhos bem fechados.


- Medo é uma emoção poderosa – afirmou Regulus.


Rony murmurava para si mesmo "Arranque as pernas dela". Harry teve certeza de que sabia a que o amigo se referia. O maior medo de Rony eram as aranhas.


- Obrigado, Harry – ironizou Rony enquanto a sala ria.
— Todos prontos? — perguntou o Profº. Lupin.
Harry sentiu uma onda de medo. Ele não estava pronto.


Regulus deu um sorriso de incentivo para Harry, que ficou agradecido.
Como era possível fazer um dementador se tornar menos aterrorizante?


- O transforando em outra coisa.


Mas não quis pedir mais tempo; todos estavam acenando a cabeça afirmativamente enrolando as mangas.
— Neville, nós vamos recuar — disse o professor. — Assim você fica com o campo livre, está bem? Vou chamar o próximo a vir para frente... Todos para trás, agora, de modo que Neville tenha espaço para agitar a varinha...
Todos recuaram, encostaram-se nas paredes, deixando Neville sozinho ao lado do guarda-roupa.


- Me deixam sozinho para enfrentar um monstro.


Ele parecia pálido e assustado,


- Natural.


mas enrolara as mangas das vestes e segurava a varinha em posição.


Alice sorriu.


- Você está enfrentando o medo e é isso que importa.
— Quando eu contar três, Neville — avisou Lupin, que apontava a própria varinha para o puxador do armário. — Um... Dois... Três... Agora!
Um jorro de faíscas saltou da ponta da varinha do professor e bateu no puxador. O guarda-roupa se abriu com violência.


- É agora ou nunca.


Com o nariz curvo e ameaçador, o Profº. Snape saiu, os olhos faiscando para Neville.


Snape revirou os olhos.


Neville recuou, de varinha no ar, balbuciando silenciosamente. Snape avançou para ele, apanhando alguma coisa dentro das vestes.
— R... R.. Riddikulus! — esganiçou-se Neville.
Ouviu-se um ruído que lembrava o estalido de um chicote. Snape tropeçou; usava um vestido longo, enfeitado de rendas e um imenso chapéu de bruxo com um urubu carcomido de traças no alto, e sacudia uma enorme bolsa vermelho-vivo.


Ninguém segurou a risada (menos Snape). Não tinha como não rir diante da cena de um Snape usando uma bolsa e um vestido. Era ridículo demais.


Snape estava com uma carranca, que só diminuiu quando viu como Lily ria.
Houve uma explosão de risos; o bicho-papão parou, confuso, e o Profº. Lupin gritou:
— Parvati! Avante!


- Vá, corajosa menina! – zoou Sirius.
Parvati adiantou-se, com ar decidido. Snape avançou para ela.
Ouviu-se outro estalo e onde o bicho-papão estivera havia agora uma múmia com as bandagens sujas de sangue; seu rosto tampado estava virado para Parvati e a múmia começou a andar para a garota muito lentamente, arrastando os pés, erguendo os braços duros...


- Uma múmia, sério? – Lene estava desapontada. Esse povo era muito fresco e sem imaginação.
— Riddikulus!— exclamou Parvati.
Uma bandagem se soltou aos pés da múmia; ela se enredou, caiu de cara no chão e sua cabeça rolou para longe do corpo.


- Não foi divertido essa – reclamou James.
— Simas — bradou o professor.
Simas passou disparado por Parvati.
Craque! Onde estivera a múmia surgiu uma mulher de cabelos negros que iam até o chão e um rosto esverdeado e esquelético — um espírito agourento.


- Pelo menos esse é um pouco diferente – comentou Regulus.
Ela escancarou a boca e um som espectral encheu a sala, um grito longo e choroso que fez os cabelos de Harry ficarem em pé.


- Irritante.


- Não mais que Sirius.


- Cala a boca, James.
— Riddikulus! — bradou Simas.
O espírito agourento emitiu um som rascante, apertou a garganta com as mãos; sua voz sumiu.
Craque! O espírito agourento se transformou em um rato,


- Não podia ser em um animal menos nojento? – Lyssi fez uma cara de nojo que a fez ficar parecendo extremamente enjoada.


que saiu correndo atrás do próprio rabo, em círculos, depois... Craque! Transformou-se em uma cascavel, que saiu deslizando e se contorcendo até que craque! Se transformou em um olho único e sangrento.


- Isso era pra ser Moody? – perguntou Fred.
— Confundimos o bicho! — gritou Lupin. — Já estamos quase no fim!


- Mas já? – Lyssi fez uma cara de decepção que ficou fofa nela. Muito melhor que a careta de antes.


Dino!
Dino adiantou-se correndo.
Craque! O olho se transformou em uma mão decepada, que deu uma cambalhota e saiu andando de lado como um caranguejo.


- Desisto – falou Lily – Tem muita gente estranha ai.


- Que nem você.


- James...


- Brincadeira, amor.
— Riddikulus! — berrou Dino.
Ouviu-se um estalo e a mão ficou presa em uma ratoeira.
— Excelente! Rony, você é o próximo!


Rony correu para frente aos pulos.
Craque!
Muitos alunos gritaram.


- Viu? Meu medo dá medo – Rony falou para Harry que revirou os olhos.


Uma aranha gigantesca e peluda, com quase dois metros de altura, avançou para Rony, batendo as pinças ameaçadoramente. Por um instante, Harry achou que Rony congelara. Mas...
— Riddikulus! — berrou Rony, e as pernas da aranha desapareceram; ela ficou rolando pelo chão;


- Esse é meu irmão – falou Gina orgulhosa.


- Queria ver se eu perdesse alguma coisa.


- Você seria deserdado – ameaçou Gina.


Lilá Brown deu um grito agudo e se afastou correndo do caminho da aranha até que ela parou aos pés de Harry. O garoto ergueu a varinha, preparou-se, mas...
— Tome! — gritou o Profº. Lupin de repente, correndo para frente.


- Mas o quê?
Craque!
A aranha sem pernas sumira. Por um segundo todos olharam assustados para os lados para ver o que aparecera. Então viram um globo branco-prateado pendurado no ar diante de Lupin,


James e Sirius se entreolharam. Será que era a lua? Faria sentido. Mas eles achavam que Remus estava se dando melhor que isso.


e ele disse "Riddikulus" quase descansadamente.
Craque!
— Para frente, Neville, e acabe com ela! — mandou o professor quando o bicho-papão aterrissou no chão sob a forma de uma barata.
- Eca! – falaram as meninas.


Craque! E Snape reapareceu.


Sirius começou a rir.
Desta vez, Neville avançou parecendo decidido.
— Riddikulus! — gritou, e, por uma fração de segundo, seus colegas tiveram uma visão de Snape com seu vestido de rendas antes de Neville soltar uma grande gargalhada


- Foi muito engraçado – admitiu.


e o bicho-papão explodir em milhares de fiapinhos minúsculos de fumaça, e desaparecer.


- Já era. Bom trabalho.


- Obrigado.
— Excelente! — exclamou o Profº. Lupin enquanto a classe aplaudia com entusiasmo. — Excelente, Neville. Muito bem, pessoal... Deixe-me ver... Cinco pontos para a Grifinória para cada pessoa que enfrentou o bicho-papão — dez para Neville porque ele o enfrentou duas vezes e cinco para Harry e para Hermione.


- Isso é injusto – resmungou Snape.
— Mas eu não fiz nada — protestou Harry.


- Não proteste contra ponto, Harry – ensinou James – A gente não questiona a insanidade temporária.
— Você e Hermione responderam às minhas perguntas corretamente no início da aula,


Hermione sorriu.


Harry — respondeu Lupin gentilmente. — Muito bem, pessoal, foi uma aula excelente. Dever de casa: por favor, leiam o capítulo sobre os bichos-papões e façam um resumo para me entregar... Na segunda-feira. E por hoje é só.


- A aula foi ótima, Remus – elogiou Sirius – Mas não precisava mandar dever de casa.


- Eles tem que se esforças, Sirius.
Falando agitados, os alunos deixaram a sala dos professores.


- Essa é uma frase que eu espero não ter que ouvir de novo.
Harry, porém, não estava se sentindo muito animado.


- Por quê?


O Profº. Lupin intencionalmente o impedira de enfrentar o bicho-papão.


- Tenho certeza que não foi culpa sua, filho – falou Lily, enquanto mandava um olhar acusador para Remus.


- Lembrando que esse Remus é o Remus do futuro.
Por quê? Teria sido porque vira Harry desmaiar no trem e achava que ele não seria capaz?


- Claro que não. Eu jamais pensaria isso – falou Remus.


- Eu agora sei que não foi por isso.


Teria pensado que ele ia desmaiar de novo? Mas ninguém mais pareceu ter estranhado nada.


- As pessoas não notam muitas coisas.
— Você me viu enfrentar aquele espírito agourento? — perguntava Simas aos gritos.
— E a mão! — disse Dino, agitando a própria mão no ar.
— E o Snape naquele chapéu!
— E a minha múmia?


- Não foi grande coisa a sua múmia, não.
— Por que será que o Profº. Lupin tem medo de bolas de cristal? — indagou Lilá, pensativa.


- Não pergunte isso – pediu Remus. Ele sabia que não era uma bola de cristal. Ele tinha certeza que era algo relacionado ao fato dele ser lobisomen.
— Essa foi a melhor aula de Defesa contra as Artes das Trevas que já tivemos,


O sorriso que Remus abriu no rosto foi enorme e Dorcas ficou feliz de vê-lo assim.


- Você foi ótimo – ela elogiou sorrindo.


Ele sorriu ainda mais.


- Obrigado.


vocês não acham?— disse Rony excitado quando refaziam o caminho até a sala de aula para apanhar as mochilas.
— Ele parece um bom professor — comentou Hermione em tom de aprovação.


- O mais difícil eu já consegui – brincou Remus.


— Mas eu gostaria de ter podido enfrentar o bicho-papão...


- Talvez outra vez – consolou Gina – Eu queria ter tido essa aula também.


- Todos nós – falou Josh.


- Nem todos – contradisse Alex, pensando no que veria. Ele não precisava estar de frente de um bicho papão para saber. E ele não precisava vê-la mais do que já via acordado ou dormindo.


Remus se sentiu mal com o comentário do outro, mas ficou calado.
— O que ele teria sido para você? — perguntou Rony dando risadinhas. — Um dever de casa que só mereceu nota nove em dez?


- Muito engraçado – ironizou Hermione.


- Eu acho que depois do próximo capítulo devíamos fazer uma pausa – sugeriu Lyssi.
____________________
Feliz natal e feliz ano novo para todos :) 

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Comentários (2)

  • Izabella Bella Black

    Olá, consegui um tempo e a internet resolveu colaborar comigo. Imagino eu que ninguem gosta de arrumar guarda roupa. Estou gostando muito da viagem, os dois unicos problemas é a internet que não está colaborando e a minha vó paterna que por já estar de idade fica brava por qualquer coisa, hoje mesmo fui no batizado da minha prima e ela foi junto, já que é neta dela e depois deve um almoço na casa da minha tia, pois ela não queria ir no almoço por nada e quando foi divemos que sair antes da sobremesa pois ela queria vir embora logo. Sobre os sonserianos eu acho que elews tem que entender um pouquinho que na epoca do trio os sonserianos não deixavam nada quietos, ate mesmo eu que adoro a sonserina acabo xingando a casa por alguma coisa, mas tambem acho que em algumas coisas eles tem que falar. Para mim tambem Quadribol é vida, mais o que eu mais acho em graçado é que não importa a situação para o James se falarem em quadribol ele esquece de tudo e isso me faz rir muito. Sobre o Regulos não atrapalha em nada você imaginar ele como o Ben Barnes, eu estou gostando do jeito que ele está. Sobre a sua outra fic, eu vou ler era quando eu não sei, como eu disse a internet aqui está caindo muito, mais sempre que eu consigo eu entro, só que eu esqueço, mais eu vou ler ela sim. Sobre o Supernatural eu não gosto de assistir online pois eu pulo algumas partes e online trava no meu computador, eu estou enrolando ate agora por isso, pois eu sei que a hora que terminar eu vou chorar por dias, pois quando eu terminei a quinta temporada e ainda não tinha saido a sexta eu chorei por três dias, por que não queria que tivesse terminado. Sobre o capitulo eu adorei os comentarios do Sirius no começo, a Gina falando que era normal a cara do Rony vermelha ri muito com isso, o James olhando feio para a Alice quando ela disse que odiava criança mimada, foi muito legal, a minha pior materia sem duvida nenhuma era matematica nunca consegui me acertar com essa materia, a cena do Harry com o Regulus eu ri e gostei muito, mais muito mesmo, sem nenhuma duvida essa foi a parte que eu mais amei do capitulo, gostei de ver o Regulus e o James concordando em algo. Adorei muito o capitulo, espero o proximo com ansiedade. Beijos.

    2014-12-28
  • Izabella Bella Black

    Oi, adorei o capitulo, amei a cena do Regulos com o Harry, gostei muito. Se eu tiver tempo antes de você postar o proximo capitulo eu faço um comentario decente, pois estou sem tempo e a internet da casa da minha vó está muito ruim, está caindo muito.Então não estranhe se eu sumir.Feliz Natal atrasado e Feliz Ano Novo.Beijos. 

    2014-12-28
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