Jack, voltando à ação.



CAP 23 – Jack, voltando à ação.


 


N/A: Vários avisos no final do capítulo...


 


 


Mas agora, vamos ao que interessa!?


 


 


***


 


 


 


Jack Daniel’s, lá vou eu!” Pode ser irônico pensar assim, mas não estava pronto para ser Scorpius Malfoy, nunca mais seria Scorpius Malfoy se isso me fizesse perdê-la mais uma vez. Abri a porta do banheiro feminino confiante, e me estreitei para o corredor, Marjorie abriu um sorriso quando ouviu a porta se abrir, mas quando me viu, seu sorriso brochou completamente.


- O que foi? – Perguntei para ela irritado, estava farto de Marjorie por uma vida inteira.


- A gente espera ver um loiro gostoso e dá de cara com um inseto nojento que nem você! – Ela falou empinando o nariz. – Viu Scorpius Malfoy? – Ela perguntou com ar de superior.


- Não vi. – Respondi enquanto corria pelo corredor atrás de Rose, ouvindo Marjorie bufar, enquanto ficava para trás.


 


*


 


A cena foi mais marcante do que jamais poderia descrever. Meus avós a abraçavam com certo desespero, oferecendo o que ela quisesse pelo que ela tinha feito. Meu pai estava logo atrás abraçado com a minha mãe e quando a viu mais lágrimas surgiram em seus olhos.


 


- Não tenho como te agradecer, Ro-se! – Meu pai falou soluçando. – Não tinha certeza se você viria... - Ele a abraçou, não como um homem abraça uma mulher, não como dois namorados, amigos ou dois conhecidos... Meu pai abraçava Rose Weasley como se fossem pai e filha, e o abraço que ela devolvia era sem sombras de dúvida um amor de filha e pai.


- Desculpe, Draco. – Ela falou com lágrimas nos olhos. – Se eu te humilhei falando o que eu falei... – O abraço se apertou ainda mais. – Não consegui uma verdade diferente para provar o porque estava certa!


- Me humilhou? – Ele falou segurando seu rosto. – Você amar o meu filho é o melhor presente que Mérlin poderia me dar! – As mãos de meu pai secaram as lágrimas que restavam no rosto dela. – Vibraria com a idéia de vocês dois juntos, poderia conversar com o Scorpius, sei que ele me escutaria, quem sabe se...


- Eu amei o seu filho, Draco, mas isso foi há muito tempo. – Ela falou convicta. – Uma paixonite adolescente...


 


*


 


- Rose? – Eu, Jack Daniel’s, a chamei.


- Ah, forasteiro! – Ela falou soltando o meu pai e vindo me abraçar. – Eu te procurei, mas não o encontrei em lugar algum... Deixe-me apresentá-los. – Seu sorriso voltou ao seu rosto. – Astória, Draco, este é o meu namorado, Jack Daniel’s!


- Muito prazer, rapaz. – Meu pai me fuzilo com os olhos, como se tivesse certeza que eu Jack nunca chegaria ao nível de seu filho, Scorpius. Mas mesmo com toda a raiva que ele devia estar sentindo, ergueu a mão em cumprimento.


- Jack Daniel’s? – Minha mãe perguntou desconfiada. – Tem certeza?


- Absoluta mã... Astória! – Falei entregando minha mão para ela. Ela abriu o sorriso mais falso do mundo e me abraçou com a boca colada no meu ouvido.


 


- “Que palhaçada é essa, anjinho?” – Ela sussurrou no meu ouvido. – “Vai me explicar ou não?” – Ela falou me soltando... Era óbvio que todos perceberam que houve um sussurro, embora ninguém tenha escutado o que foi falado!


- Ótima idéia, Astória. – Falei sorrindo duro para minha mãe. – Eu e Rose adoraríamos passar o ano novo na sua casa! – Ela arregalou os olhos para mim inconformada com o que eu estava fazendo. – Scorpius, o seu filho, falou que teria uma grande festa, não é mesmo?


- Ele deve ter falado. – Ela falou entre dentes, juntando as sobrancelhas. – Faço das palavras dele as suas, Jack... O que ele comentou?


- Ah, ele falou que teria uma grande festa, com muitos amigos... – Falei piscando para minha mãe. – Música, comida, fogos filibusteiros... Tudo!


- Ah, claro... – Ela falou me fuzilando ao ver as expressões dos meus avós, e sorrindo para Rose completou. – Vocês dois estão convidados.


- Você não falou pra mim sobre essa festa Astória. – Meu pai a olhou de lado. – Não estava sabendo disso!


- Meu amor, ainda não enviei os convites, deve ser por isso! – Ela olhou para os meus avós sem graça. – Era para ser uma comemoração de fim de ano, caso tudo desse certo hoje... Mandarei todos os convites hoje à noite quando terminar de fazer a lista com Scorpius!


- Obrigada, Astória. – Rose falou corando. – Mas não sei se poderemos ir...


- Deixe de besteiras, Rose, nós vamos! – Eu falei pra ela enquanto a segurava pela cintura e a tirava do meio da minha família enquanto acenava em despedida. Olhei para trás uma última vez quando constatei que apenas minha mãe olhava, formei a palavra: “Obrigado” com os lábios e voltei a caminhar.


 


***


 


Fomos para a entrada trouxa do Ministério Alemão, ainda era muito cedo quando sentamos em uns banquinhos de madeira. Ela sentada com as costas encostadas no meu peito afagava minhas mãos que estavam em suas pernas. Tudo ia muito bem, até ela bufar impaciente.


- Um galeão pelos seus pensamentos. – Falei a abraçando mais apertado. – O que foi, Rose? Porque está assim?


- Nada... – Aquela falta de convicção me deixou atordoado.


- Pode ir falando... – Eu fiz com que olhasse para mim. – Porque essa cara?


- É que eu achei que depois da sua missão ter terminado, você tiraria o seu disfarce.


- Eu vou tirar...


- Jura? – Ela se virou para mim com expectativa, minha expressão não deve ter sido das melhores. – O que foi? Você disse que ia tirar!


- E eu vou, Rose, mas não agora, ta?


- Porque não?


- Porque você não vai gostar de mim quando eu tirar o meu disfarce! – Eu mordi os lábios tentando disfarçar a verdade das minhas palavras. – Quero que você me conheça melhor, antes...


- Já não conheço o suficiente? – Ela me olhou de um jeito malandro, repetindo uma frase minha para me encurralar.


- Não o bastante para isso!


- Eu odeio esse suspense todo...


- Você vai superar! – Falei depositando um beijo na ponta do seu nariz.


- Vou para a casa da minha mãe hoje...


- Ah é?


- Sim... – Ela baixou a cabeça. – Você quer vir junto?


- Não, não quero...


- Porque não? – Ela voltou a olhar para cima. – Não quer conhecer o Sebastian?


- Quero, mas não estando disfarçado...


- Isso é bem fácil de resolver!


- Não, eu não vou tirar meu disfarce agora... – “Não estamos prontos pra isso... Você não está pronta pra isso”, completei mentalmente.


- Eu não preciso te apresentar como o meu namorado...


- Vai me apresentar como um amigo? – Perguntei querendo ter certeza. – O seu filho não vai achar isso estranho?


- Já viu o tamanho da minha família? – Ela começou a rir. – Você será só mais um na multidão...


- Vou pensar!


- Por favor? – Como negar um pedido com ela fazendo bico?


- Tudo bem... Como amigos então.


- Como amigos! – Ela garantiu.


 


 


***


 


 


Aparatamos no Beco Diagonal e fomos a pé para a casa dos pais de Rose, era perto, uns vinte minutos andando. Conforme ela, era uma casa geminada, onde os pais moravam de um lado e os tios, Harry e Gina, moravam do outro. Dois andares, ela falou, no andar de baixo é tudo comunitário, na parte de cima é onde as casas se dividem para dar privacidade...


A casa era grande realmente, era a maior do bairro pelo menos. Ela se postou na porta e apertou a campainha, nossas mãos se soltaram quando passos vieram em direção à porta, e esta se abriu.


- Filha? – Hermione falou abraçando Rose em um abraço apertado. – Ah, que saudades! – Ela se virou para trás antes de gritar. – RONALD, É A ROSE! – Mais um abraço de tirar o ar. – Não esperava vê-la tão cedo, Alvo ainda não voltou da Alemanha! E, oras, quem é você? – A mãe dela perguntou para mim.


- Jack Daniel’s, senhora Weasley. – Falei estendendo a minha mão. – Amigo de Rose... – Minha mão ficou erguida no ar, de vez de aceitá-la, a Sra Weasley me puxou para um abraço apertado. Não foi estranho, apenas não estava acostumado com esse tipo de recebimento.


- É só não me chamar de senhora Weasley e nos daremos muito bem, Jack. – Ela falou soltando-me do abraço e sorrindo, não tive dúvidas de onde Rose puxou aquele sorriso cativante. – Assim você me faz pensar que sou a minha sogra, mocinho!


 


Não tive tempo de responder, quando olhei para o lado vi Rose caindo de joelhos no chão e abrindo os braços... Demorei para perceber que ela não caíra, ela se jogara. Um menino com seus cinco e poucos anos vinha correndo em sua direção com os braços bem abertos.


- MÃAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAE... – Ele veio gritando, até se jogar no meio dos braços de Rose, em um abraço caloroso e amável. Ela não disse nada, estava ocupada demais beijando cada centímetro do seu rosto.


- Sebastian, esse é o Jack. Jack Daniel’s, um amigo meu. – Ela falou nos apresentando. – Jack, esse é o meu Sebastian! – Ela falou orgulhosa.


 


Ele ergueu sua mão para mim, pronto para me cumprimentar, como um bobo eu ergui a mão para ele, sem tirar os olhos do garoto. O menino tinha uma pele claríssima, tão branca como seus dentes de leite, os cabelos estavam cortados à escovinha, loiro, um loiro bem claro... Mas os olhos dele me deixaram sem palavras, eram cinzas, assombrosamente iguais aos meus, quando não estava disfarçado. Era difícil não encará-lo como eu fazia...O rosto dele era delicado, sem nenhum traço fora do lugar, ele era lindo, era a criança mais bonita que eu já havia visto, sem sombra de dúvidas! E aqueles olhos, nossa, estranhamente familiares!


 


- Mãe, quer ver o jogo que eu ganhei? – Ele perguntou soltando sua mão da minha, e agarrando as mãos de Rose.


- Claro! – Ela deu aquele sorriso que eu tanto gostava, aquele sem malícia alguma.


A mãe de Rose fechou a porta atrás de mim, voltando para a cozinha, onde os familiares estavam. Dei um aceno rápido para todos, constrangido demais para ir até lá, percebi que Rose passou fazendo o mesmo, e indo para o outro lado da casa. Não sabia o que fazer, fiquei parado no lugar sem me mexer. Rose e Sebastian me encaravam a três passos de onde eu estava.


- Você não vem, Jack? – Não foi Rose que me perguntou isso, foi Sebastian, e ele me olhava impaciente por ter que esperar.


 


*


 


Entramos em uma sala aconchegante, aberta, arejada e espaçosa, havia tantos sofás no lugar que acomodariam umas trinta pessoas sem problemas. E no chão daquela sala, brinquedos, incontáveis brinquedos espalhados por todo o lugar.


- Que jogo é esse? – Perguntei para Rose em dúvida, ela já havia sentado no chão ao lado do garoto.


- Quebra cabeça da Geminialidades Weasley... – Ela falou orgulhosa. – Coleção especial para pequenos bruxos!


- O vovô falou que criou esse pensando em mim, mãe. – Ele contou segurando algumas peças na mão. – Falou que é sucesso de vendas!


- E o que tem que fazer? – Perguntei me sentando.


- Encaixar as peças que nem no jogo trouxa. – Ele respondeu radiante. – E quando terminar de montar todas as peças, ele se transforma em um brinquedo!


- Em um brinquedo? – Achei que não havia escutado direito.


- É, esse aqui é um trem! – Ele falou jogando todas as peças no chão da sala e me mostrando a imagem estampada na caixa. – Vovô disse que ele faz até barulho de trem de verdade! – Ele contou maravilhado, juntando algumas peças para o lado dele, algumas para Rose, e algumas, acreditem ou não, para mim.


 


Posso até soar como um idiota ao admitir isso, mas realmente achei que quando ele me conhecesse, não gostaria de mim, me trataria mal, ou então faria birra por não me querer por perto! Entenda... Nunca me dei bem com crianças, nem quando eu era criança me dava bem com crianças... Mas Sebastian era diferente, eu me diverti com ele, de verdade, sem falsidade ou teatro, ele era engraçado e me fez rir. Quando queria me deixava curioso... Ele era um manipulador de sentimentos aquele baixinho!


 


Antes de qualquer coisa, é necessário entender a complexidade do que estava acontecendo ali, embora não pareça nada de mais, eu estava sentado no chão de uma sala... EU, Scorpius Malfoy, estava sentando no chão da sala dos Weasley’s, os traidores de sangue... EU, um adulto, um auror, sério e respeitado... EU, que nunca me divertia ou tinha um momento de sossego e tranqüilidade, estava sentado no chão de uma sala brincando com uma criança de cinco anos de idade... Estava montando quebra cabeças! Nunca havia me divertido tanto em toda a minha vida...


Nem ao menos reparei quando Rose saiu da sala, Sebastian estava contando sobre a sua ida ao circo, e aquilo me deixou completamente entretido! Por mais que odiasse trouxas, ao som da voz daquela criança, eles eram incríveis! Quase perdi o ar quando ele me contou sobre um atirador de facas, o trouxa devia ser realmente corajoso! E o trapezista então? Voando no ar sem vassouras? Senti-me um tapado por ter que perguntar a uma criança de cinco anos, se a mulher sangrou quando foi cortada ao meio...


 


- Eu não sei... – Ele falou assustado e um tanto envergonhado. – Eu fechei os olhos nessa parte... Mas vovó me garantiu que cortaram a assistente ao meio, e quando eu voltei a abrir os olhos, ela estava inteira, sem nenhum arranhão!


- Impossível! – Eu falei estupefato.


- É verdade! – Ele garantiu.


- Parece ter sido incrível! – E isso foi mesmo um comentário sincero. – Gostaria de ter visto!


- Você pode ir comigo se quiser!


- Posso?


- Se a mamãe deixar, pode! - Foi nesse momento que olhei para o lado e vi que ela não estava lá, eu estava tão eufórico com a idéia de ir ao circo que fui procurá-la no mesmo instante.


Ela estava na cozinha conversando com os pais e os tios sobre o que aconteceu na Alemanha, ela omitiu algumas partes, mentiu sobre outras e garantiu para a mãe que eu e ela éramos só amigos!


- E ele foi inocentado quando...


- Rose? – Eu a chamei da porta, os cinco olharam para mim. – Posso ir ao circo? – Eu perguntei para ela, esperançoso.


- Claro que pode... – Ela falou sorrindo. – Porque?


- Sebastian falou que eu precisava pedir pra você!


- Tem certeza que ele não queria saber se ele pode ir ao circo? – Ela perguntou rindo.


- É, pensando bem pode ter sido isso! – Eu falei pensando, enquanto os cinco riam do meu desentendimento. – Mas a gente pode ir?


- Podemos, vamos hoje à noite! – Ela prometeu. Tive vontade de pular de alegria, e fazer uma dancinha ridícula que fazia quando era criança, mas me controlei muito bem, apenas sai de lá com um sorriso grudado no rosto.


 


*


 


O circo definitivamente passara a ser o meu lugar predileto em todo o mundo, não conseguia entender como Rose podia dormir em um lugar daqueles. Eu e Sebastian não conseguimos nem piscar, bom, na verdade ele tampou os olhos com as mãos quando o mágico anunciou que cortaria a assistente no meio, mas eu olhei, e aquilo foi incrível. Assim que o espetáculo acabou, Sebastian estava capotado no meu colo e Rose estava nos olhando com um olhar um tanto enigmático.


- Você não precisa fazer isso... – Ela falou constrangida.


- Você quer carregá-lo? – Perguntei enquanto me levantava com ele nos meus braços.


- Não, pode ficar a vontade. – Ela falou sorrindo. – Meus braços agradecem!


- O que eu não preciso fazer? – Perguntei mais uma vez, enquanto colocava uma blusa sobre os ombros dele, com muito cuidado, para não acordá-lo.


- Você não precisa se aproximar dele... Quero dizer, eu não espero que vocês dois se tornem... – Ela suspirou balançando a cabeça. - Não sei o que dizer!


- Diga de uma vez! – Falei para ela enquanto andávamos em direção a rua.


- Eu não espero que você goste dele, aceitar é o essencial, mas...


- Mas eu gosto dele. – Como isso podia ser verdade em tão poucas horas? – Eu realmente amo esse baixinho... Ele é cativante!


- Bom, eu só não quero que você se sinta obrigado a gostar ou...


- Tarde demais para essa conversa, Rose. – Falei depositando um beijo em seus lábios. – Ele já me tem nas mãos!


Andamos todo o caminho de volta, o peso do garoto foi aumentando conforme a gente avançava. Ele me abraçava pelo pescoço, suas pernas entrelaçadas na minha cintura e eu me senti o homem mais feliz do mundo! Estava ao lado da garota mais inteligente e simpática, diga-se de passagem, a mais bonita também. De brinde, ainda tinha a companhia da criança mais esperta e engraçada que já conhecera, a única com quem eu conseguira me relacionar durante toda a minha vida... Eu, Jack Daniel’s era o cara mais sortudo do mundo!


Como um idiota poderia ter largado a mão de uma vida como essa? Os dois eram um conjunto de felicidade na vida de qualquer pessoa... Mas como ficar revoltado com o homem que a abandonou se ele abriu a brecha para que eu pudesse entrar na vida deles? Não tinha do que reclamar... Uma mão lavava a outra! Mas mesmo assim, Phill é o cara mais burro que eu nunca vou ter oportunidade de conhecer, graças a Mérlin.


 


*


 


Quando chegamos na casa de Rose, ela pegou Sebastian dos meus braços e o levou para o andar de cima, para colocar ele na cama. Fiquei no andar de baixo esperando ela voltar, quando duas vozes me chamaram a atenção...


 


- ... Como pode ser errado Gina?


- Desce da vassoura Hermione, isso não tem nada haver com quem você é... Bisbilhotar não é o seu papel, é o meu!


- Eu só queria que ela tivesse um relacionamento saudável!


- Um dia ela vai ter, Mione... Ela não está pronta para isso!


- Só unzinho, um relacionamento que desse certo!


- Você precisa deixá-la tomar as próprias decisões...


- É fácil dizer isso quando a sua filha está prestes a anunciar o noivado! – A mãe de Rose falou indignada.


- Hermione... Desça da vassoura, pare de sobrevoar a Rose...


- Eu não estou sobrevoando... Eu não estou! – Ela garantiu. – Mas quando aquele rapaz apareceu... Eu fiquei tão feliz...


- É saudável que ela tenha amigos também... Jack parece ser um ótimo amigo!


- Mas ela não tem um único relacionamento desde que descobrimos que ela estava grávida...


- Esse Jack parece gostar dela, Hermione... Como Mérlin diria: tudo tem o seu tempo.


- Ele se referia a poções, Gina! Tudo tem o seu tempo de preparo quando...


- Ah, e você precisa pensar assim? Não vale o ensinamento?


- Mas Gina... Esquece! – Hermione falou como se não valesse a pena discutir. – Você parou para pensar que esse rapaz é um auror?


- Nossos maridos são aurores, bobinha!


- E quantas vezes eles mantiveram um disfarce depois de uma investigação?


- No que você está pensando?


- E se ele for casado, Gina? Ou tiver uma namorada, não sei...


- Então você deveria ficar feliz por eles serem apenas amigos! – Gina falou com uma voz tão engraçadinha, que tive que me segurar para não rir.


- Não é hora pra isso! – Hermione falou brava, logo rindo com a cunhada.


- Alvo falou que o conhece, e que não temos com o que nos preocupar!


- Alvo falou com você?


- Mandou uma carta dizendo que conheceu uma garota na Alemanha, Margô, Marjô... Alguma coisa assim... E disse que viu Rose junto com um amigo dele...


- Alvo não falou o nome dele? – Hermione perguntou, eu prendi a minha respiração esperando pela resposta.


- Não, falou que não contaria, mas que gostaria de estar presente quando o Jack tirar o disfarce... Escreveu algo como, não perco a reação do tio Rony por nada nesse mundo!


- E se ele brincar com os sentimentos dela?


- Eles são amigos, Mione!


- E se não forem?


- Você sabe que Alvo teria interferido se achasse que tem algo errado! – Gina falou impacientemente. – O que está te preocupando, Hermione?


- Sebastian... – Ela falou em um sussurro.


- Sebastian está bem!


- Agora ele está radiante, perguntou até se Jack era o pai dele... – Aquilo me assustou e eu demorei a voltar para a conversa. – ... Não, Rose o distraiu com a história do circo...


- Hermione, e se ela não souber? – Gina perguntou com a voz séria. – E se ela realmente não souber quem é o pai do Sebastian?!


- A Rose? – Hermione respondeu rindo, Gina riu junto com ela. – Ela sabe muito bem quem é, só deve ter medo de contar, ou...


- A Lílian sabe... – Gina falou de repente. – Eu sei que ela sabe!


- Nem as investigações de Rony deram certo, Gina. – Hermione contou para a cunhada. – Zeki era o único suspeito... E ele estava com a esposa no Alabama na época...


- O Hugo nunca falou nada? – Gina perguntou curiosa. – Lílian nunca trairia Rose, mas o Hugo é um dedo-duro igual ao Rony...


- Hugo desconfia de uma pessoa...


- E...


- E nada... Não falou de quem ele desconfiava por mais que eu o beliscasse... Mas falou que se for quem ele está pensando, Rose quebrou um pacto de sangue...


- Não pode ser alguém tão ruim, Hermione, parece até que estamos falando de “Você sabe quem”...


- Pelo modo que o Hugo falou...


- É... Lílian também...


 


*


 


Não agüentei toda aquela conversa, acho que não estava pronto para todo aquele assunto. Com o mesmo cuidado que cheguei ao lado da porta da cozinha, onde as duas conversavam, sai o mais silenciosamente possível. Subi as escadas à procura de Rose, ela estava demorando a voltar e eu ainda precisava ir para a minha casa me explicar com a minha mãe... Isso ia dar um trabalho desgraçado!


Fui olhando entre as portas do cumprido corredor quando eu a avistei. O quarto era rosa, nas partes baixas das paredes havia rabiscos, obras de Sebastian sem dúvida. Brinquedos incontáveis dentro de algumas caixas no canto do quarto. Havia umas estantes repletas de livros, novos e velhos, bruxos e trouxas, uma escrivaninha pequena com alguns artefatos trouxas encima. Em uma das paredes, doze globinhos de vidro, cada um com uma rosa dentro, cada rosa de uma cor... Ela guardara todas? No centro do quarto tinha a cama, onde Sebastian pulava animadamente, enquanto Rose lia um livro para ele...


- JACK! – Ele gritou vindo até onde eu estava. – Você sabia que os Leprechauns são duendes irlandeses que se vestem de verde e podem fazer vários galeões aparecerem bem na sua frente?


- Sabia... – Falei pegando-o no colo e colocando ele deitado debaixo das cobertas. – Você sabia que essas moedas desaparecem depois de algumas horas? – Perguntei dando um inconsciente beijo no topo de sua testa.


- A mamãe não me contou isso! – Ele falou olhando para a mãe como quem pede por explicação. – Você não falou isso, mãe!


- Você não me deixou chegar nessa parte, Sebastian. – Ela falou coçando os olhos, cansada. – E aparentemente você não vai dormir? – Ela perguntou olhando para o filho que agora estava deitado na cama enquanto eu fazia cafuné em sua cabeça.


- Não, não pretendo fazer isso hoje... Vou ficar acordado com você, mãe. – Ele falou após um longo bocejo. Rose fechou o livro, Animais Fantásticos e Onde Eles Habitam - Volume Dois, colocando-o sobre a escrivaninha.


- Então você não vai ficar acordado por muito tempo, amor, porque eu estou quase dormindo! – Ela falou com carinho para o filho.


- Jack, você conhece alguma história de terror? – Sebastian perguntou se animando mais uma vez, impedindo que seus olhos fechassem.


- Conheço uma de mistério... – Falei enquanto seus olhos brilhavam de curiosidade. – Mas é uma história real, aconteceu comigo há uns dois anos atrás... Havia acabado de me mudar para a Alemanha, morar com os meus avós, quando consegui minha primeira missão investigativa, estava tarde quando eu...


 


 


“...”


 


 


- Pode parar agora, forasteiro. – Ela falou me puxando para fora do quarto junto com ela, encostando a porta.


- Não percebi que ele havia dormido... – Falei constrangido.


- Ele dormiu bem no comecinho... – Ela falou andando comigo pelo corredor. – Mas eu fiquei curiosa... Não é todo dia que se descobre que o meu namorado salvou a vida de três trouxas por ser intuitivo...


- Posso te perguntar uma coisa? – Falei assim que a idéia surgiu, ela apenas assentiu com a cabeça. – Você guardou todos os globinhos?


- Globinhos? Que globinhos?


- Em cima da estante tem doze globinhos de vidro com uma rosa dentro de cada um deles...


- Aquilo? – Ela perguntou corando as bochechas, aquele sorriso me encantou tanto que me vi preso nele. – Foram presentes de Valentine’s Day... Não precisa ficar com ciúmes... – Ela falou olhando para o chão, ainda mais envergonhada. – Eu nem sei quem me manda... Ganho todos os anos e...


- Acho que ficaria com ciúmes se não soubesse quem mandou... Então porque você guardou? – Perguntei tentando não rir de seu constrangimento.


- É que é tão bonito... – Ela falou sem graça. – Quando a gente sacode sai uma fumacinha e tudo fica cheirando a rosas...


- É, sacudir tem seus efeitos, né?


- É... E tem uma inscrição também... Fala que os homens cultivam milhões de rosas em seus jardins... – Ela falou sem graça olhando pra mim. – Mas não encontram o que procuram... No entanto, o que eles procuram...


- Poderia ser achado em uma única rosa! – Completei sua frase, fazendo com que ela me olhasse assustada. – Eu realmente não sabia que você guardava todos... O feitiço ainda funciona? – Perguntei para ela.


- Foi você? – Seus olhos se arregalaram em segundos.


- Claro! – Respondi prontamente devolvendo o abraço que ela me dava. – Quem mais seria? - Ela olhou bem dentro dos meus olhos, parecia que haviam roubado todo ar de dentro dos meus pulmões, aquilo ardia de uma forma estranha e prazerosa.


- Toda vez que eu te vejo eu sinto uma coisa estranha... – Ela falou sem piscar.


- Estranha? – Perguntei confuso.


- Como se borboletas, há muito tempo esquecidas, entrassem em vôo ao mesmo tempo... Milhares delas... É como se não houvesse espaço pra mim... Só pra você!


- Sei o que quer dizer com isso!


Selei nossos lábios naquele instante, abracei seu corpo com força, com medo que ele desaparecesse dos meus braços, sua boca se abriu me dando um beijo de verdade. Suas mãos seguraram meu cabelo negro puxando meu rosto pra frente. Aos poucos encostei seu corpo na parede gelada, fazendo-a tremer com a temperatura, minhas mãos encontraram suas pernas que a puxaram para cima, fazendo com que elas se fechassem em torno do meu quadril. A prensei na parede enquanto minhas mãos acariciavam a sua barriga. Sua respiração ficou mais rápida, entrando no mesmo ritmo que a minha. Seus lábios mais desesperados. Suas mãos foram de encontro com a pele das minhas costas, ela me apertava tanto, que conseguia sentir onde suas unhas passavam... E foi o que bastou para me deixar louco.


A prensei ainda mais na parede, sem deixar de beijá-la por um segundo se quer. Com uma mão apertei sua cintura com força, enquanto a outra explorava o resto da região, não demorei em encontrar o caminho entre o sutiã e a sua pele, e acariciei seus seios com vontade. Suas mãos puxavam minha camisa para cima... Pela experiência não demoraria muito para ela se rasgar...


 


 


- Acho que agora você pode ficar preocupada, Mione. – Gina falou rindo olhando para a cunhada.


 


 


Tão rápido como encontrara os seios de Rose, mais rápido ainda fiz o caminho inverso. Suas pernas que esmagavam o meu tronco se soltaram mais rápido ainda, indo de encontro ao chão, e eu realmente gostaria que ela não tivesse feito isso... Agora não havia como disfarçar o estado que meu corpo chegara com a aproximação dela... Estava excitado e qualquer um poderia ver isso... Rose percebeu o meu embaraço e me abraçou, graças a Mérlin!


 


- Agora não sei se fico feliz ou triste, Gina. – A mãe de Rose gargalhou para a cunhada. – Se por uns instantes eu tive um genro... Agora não vou ter mais!


- A gente podia descer discretamente e subir fazendo barulho... – Gina olhou para nós dois, a cara vermelha de Rose e o espanto que devia estar estampado no meu rosto. – Poderíamos descer e contar até dez antes de subir?


- Ótima idéia, Gina! – Hermione falou descendo as escadas sendo seguida pela cunhada.


 


*


 


- Desculpe por isso... – Rose falou vermelha. – Elas acham que são muito engraçadinhas!


 


- Não ouvi o que ela disse...


- Ela disse que você não é engraçada, Gina.


- Você com certeza ouviu errado, Hermione, ela não ousaria dizer isso!


 


- Realmente me desculpe por isso! – Ela voltou a repetir me soltando. – Eu não pretendia...


- Você devia parar de se culpar pelas coisas... – Falei ainda sem graça. – Acho melhor eu ir...


- Você não precisa ir embora, forasteiro!


 


-Você não precisa ir embora, Jack! – Hermione e Gina fizeram coro no andar debaixo, me deixando ainda mais constrangido.


 


- Eu na verdade preciso... Prometi para a minha mãe que passaria na casa dela...


- Ah... Sem problemas... – Ela falou sem graça como se aquilo fosse um adeus.


- Esteja pronta às dez horas! – Falei dando um beijo nela. – O tampinha também!


- A onde a gente vai? – Ela perguntou curiosa voltando a estampar um sorriso no rosto.


- Surpresa. – Falei fazendo-a rir. – Mas vistam algo confortável... - Quando desci as escadas, Gina e Hermione me fitavam... Passei rapidamente por elas, e só quando eu estava na porta ousei falar alguma coisa. - Até amanhã senhora Weasley... Senhora Potter!


 


- Senhora Potter? – Pude escutar Gina rindo. – Ótimo... Ai eu vi respeito! – Hermione e Rose começaram a rir também.


 


 






*****











 


N/A:


- LUMUS!


A primeira que leu o capítulo foi a Marcela Weasley Potter, no dia 02 de fevereiro... Ela mandou um e-mail pedindo e não tive como recusar, obrigada pelos elogios da fic, Marcela, foi ótimo escutar todas as suas opiniões... E devo admitir que meu ego cresceu bastante após nossa conversa! (;


 


Queria ressaltar que com as minhas férias chegando ao fim, não terei mais tanto tempo livre de postar os capítulos um seguido do outro... Mas esse será meu último ano de faculdade, e eu realmente pretendo me dedicar!


Estou adorando ver todos vocês comentarem após lerem os capítulos...


 


Já tenho outra fic em mente quando a LRS chegar ao fim (Incarcerous – Acorrentados)... Da ultima vez que chequei havia 11 leitores marcados no Irei Ler... (O link da Incarcerous pode ser encontrado no capítulo de AVISOS = CAP 10000000).


Não esqueçam de votar na CAPA DA FIC (CAP 10000002), que a Lana Sodré fez para mim!!!


A Lavando Roupa Suja está concorrendo na 2ª Classificação do Torneio de Fic’s da Floreios e Borrões (+ INFORMAÇÕES NO CAP. 10000001), agradeço mais uma vez a Lana e a Potter4ever por votarem por mim!


Obrigada a todos vocês mais uma vez.


Beijos.


ANA CR


- NOX.


 


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Comentários (9)

  • Mariana Berlese Rodrigues

    SIMPLISMENTE P-E-R-F-E-I-T-O ESSE CAP. A-M-E-I *.*O SCORPIUS VAI MORRER QUANDO SOUBER :PA-M-E-I QUANDO O ALVO DISSE Q NAUM PERDERIA A REAÇÃO DO RON POR NADA NO MUNDO EU TOH LOUCA PRA VER ISSO kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk'#MORRI A-M-E-I <3 <3 <3 MUITOOOOOOOOOO LINDAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA *.*CHOREI AQUI :)

    2013-01-30
  • Láh Jane Weasley

    Aimeldels!Sei que já peguei a fic num estágio beem avançado..mas não vou deixar de acompanhar!eu não sei se sinto raiva ou pena do Scorpius...E a Rose achando que ele é uma pessoa aleatória por aí...só quero ver a cara dela...O Sebastian é um fofo. "Rose, posso ir ao circo?" - quase morri rindo qdo "Jack" foi perguntar isso pra ela. aisduahisudhasiudahs' Como é que ele ainda não percebeu que é o pai do guri??Mas é muito tapado! Baaaaah. deusulivre.Esperarei ansiosamente o próximo capítulo, viu?mas vê se não demora pke eu sou tri curiosa e não ia aguentar mt tempo na expectativa.  xDDAguardando ansiosamente o próximo cap.bjbj, da mais nova leitora,Láh ^^

    2012-02-20
  • Babs Malfoy

    AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA,OMG,QUERO O SEBASTIAN PRA MIM <3 QUI LINDO,NHAC, to louca pra ver a cara da rose quando o scorpius se revelar,vai ser bom demais,quisso

    2012-02-13
  • Leticia Franciele Borghi

     SÁSENHORA! Que pegação foi essa, Santa Mãe de Deus! Adoro seus "detalhes":)A propósito... leiam WICKED GAME, minha fic! http://fanfic.potterish.com/menufic.php?id=42577

    2012-02-08
  • Nikki W. Malfoy

    fail no nome Jack ||                              V

    2012-02-03
  • Nikki W. Malfoy

    uhh, nossa! esse cap foi mt bom, ahh eu quero ler o prox cap antes, mas eu só vo ter acesso a net até o dia 08.02 depois só volto dia 18.02 tristeza vou viajar. Mas se vc só postar depois do dia 18, eu gostaria mt de ler ele, acho q vc tem meu e-mail: [email protected] a sua fic e to mt loka pra saber o q vai acontecer quando a Rose saber q o Jake é o Scorpius e quando o Scorpius saber q o Sebastian é filho dele, vai ser d+, e por incrível q pareça eu tinha certeza q quem dava os globinhos de rosa para a Rose era o Scorpius (deixei outro recado para ti no Menu) parabéns pelo cap, e se der, quero ser a primeira a ler o prox. té +.

    2012-02-03
  • Marcela Weasley Potter

    Oi Ana!!! Eu adorei conversar com vc ontem, e como eu disse ontem, o capitulo ficou PERFEITO!!! tudo q eu diria agora, eu disse ontem pra vc, entao eu nao vou repetir pq era realmente MUUUITA coisa! ameei a sua dedicatoria pra mim! fiquei super-feliz! Bjos... outro dia agnt conversa de novo!!

    2012-02-03
  • Lana Silva

    Em primeir lugar Marjorie é muito ridicula, sei que ri quando ela falou que esperava ver um loiro lindo e sai aqui mas ela é triste demais coitado do Jack KKKKKKK . Draco sendo super fofo *-* Ahhhhhh tinha que ser pai do Scorpius né ??? E Astoria super perceptiva, porque pra ela descobri que era o filho dela é bem perceptiva... Amei o Scorpius conhecendo o Sebastian *-* o bobão nem se tocou que o menino era seu filho, e a parte do circo foi altamente hilaria, Gina e Hermione também kkkkkkkkkkkkkkkkkkk Scorpius ficou morrendo de vergonha tadinho.Scorpius tá tão louco pela Rose que quer até mudar a propria identidade, vixe ele tem que contar logo ou a Rose vai ficar com raiva dele kk Agora o Scorpius está parecendo uma homem de familia *-* tá muito lindo ele com o Sebastian, acho que se a Rose soubesse que é ele mesmo estaria dividida entre matar ele ou admirar o pai e o filho. Ameiiiii o capitulo e  de nada flr *-* e tô louca pelo próximo capitulo *------------------------*

    2012-02-03
  • Ana CR

    COMENTEM COMENTEM COMENTEM!!!!

    2012-02-03
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