Detenção



CAPITULO 7 – Detenção


 


No sábado de manha, vi quando os marotos iam a direção de Hogsmead. Corri para a sala de Troféus, pois estava atrasada... Minerva me esperava a porta, Scorpios já estava polindo seu segundo troféu, quando ela me entregou um pano, com uma poção, e saiu da sala. Não olhei na cara dele, e fiquei quieta em quanto trabalhava, de vez em quando, eu suspirava, meus braços estavam cansados, minhas pernas ardiam, por eu estar de cócoras.


- Sinto muito por perder seu sábado comigo, Weasley.


- Ah, vamos fingir que eu acredito, ta bom, Malfoy?


- Espero que você acredite mesmo. – Disse ele sério. - Meu pai falou que devemos à sua família, e que não é para eu criar confusões com nenhum Potter e Weasley. Embora ele não faça isso...


- Ah, ele falou é?


- Sim, na estação de trem, mas eu não tenho culpa se você e Thiago resolveram se vingar de mim, por causa de meu pai, naquele dia. Eu tenho um nome a honrar...


Eu olhei séria para ele, ele só podia estar brincando, não?


- Eu não me vinguei de nada. – Olhei séria para ele. – Mas devia, você escondeu a minha coruja, Malfoy! Você roubou o meu colar!


- Não, eu não fiz isso, eu troquei um pelo outro!


- Claro que fez! Você roubou minha coruja e trocou pelo meu próprio colar. RESUMINDO, VOCÊ ROUBOU OS DOIS.


- Eu não machuquei a sua coruja, Weasley, pense pelo lado positivo...


- Pelo menos isso, não?


- Os meninos do meu quarto queriam machucá-la, tentando pegar a sua carta...


 Eu fiquei em silencio, será que ele dizia a verdade? As borboletas em meu estomago agitadas em uma guerra sem fim, mas isso não explicava tudo, ou melhor, não explicava nada...


- Se é assim, por que roubou meu colar?


- Porque você me azarou!


- Você pode devolver meu colar, por favor?


- Sinto muito, eu o perdi! – Ele sorriu para mim de canto de rosto. – O fecho estava quebrado, entende?


Não sabia o que dizer, uma lagrima rolou em minha bochecha, tinha motivos de sobra para odiá-lo, mas mesmo assim, eu o amava. ELE PERDEU MEU COLAR? Estava inconformada, olhava para o chão. Ele se aproximou, em meio ao meu silencio, enxugou minha lagrima com sua mão, e me abraçou... Alguma coisa aconteceu, a neve lá fora, de algum jeito conseguiu congelar meu estomago, o frio foi parar na barriga, involuntário, eu o abracei de volta. Não posso dizer, quanto tempo ficamos assim, mas sabia que fazia muito tempo, porque minhas pernas estavam rígidas por ficar em pé, eu não me importei com mais nada, Colar? Que colar?


As borboletas se agitavam no meu coração freneticamente, pude sentir que o dele também. Estávamos tão perto, que eu podia sentir o cheiro dele, que me deixava mole e um pouco inconsciente, minha respiração estava rápida, se misturando com a dele. O que estava acontecendo comigo? Não conseguia falar nada, a voz não saia, não tinha força para afastá-lo, ao invés disso cheguei mais perto dele. Minhas mãos estavam tremendo, o meu corpo inteiro estava tremendo, e não era medo... Ele não disse nada, soltou um de seus braços e acariciou minha face com sua mão livre, enxugou lagrimas que apareceram em meus olhos... Eu estava chorando? Tive a impressão de não controlar mais o meu corpo, os meus sentidos.


Por alguns segundos não tinha consciência de onde eu estava, ele segurou minha cintura com uma das mãos, de leve, sabia que se eu quisesse poderia me afastar, mas na verdade, eu não queria, não sabia como, sabia? Nossos rostos se aproximaram involuntariamente, nossos lábios tão pertos um do outro, até que se encontraram, com a língua ele abriu passagem em minha boca cerrada, e então me dei conta que correspondíamos um ao beijo do outro.


Parecia impossível, mas nossos corpos se aproximaram mais, nosso abraço foi ficando apertado, e nossas línguas, uma na boca do outro se desesperaram, até o momento que percebemos o que fazíamos, e juntos nos empurramos, nos afastando um do outro lentamente, nossos lábios que permaneciam grudados, até então, se separaram, assim que nossos corpos se afastavam ainda mais.


- Acha que pode me agarrar assim, Malfoy? – Perguntei confusa, e um pouco assustada.


- EU? AGARRAR? POUPE-ME, WEASLEY!


- Você não vai contar pra ninguém o que aconteceu aqui!


- E eu lá quero ser taxado de louco? Nunca vou admitir que uma traidora de sangue me agarrou... – Seus olhos tinham medo e me encaravam. - Meu primeiro beijo com uma traidora de sangue, que Merlin me perdoe.


- Merlin te perdoe? – eu transbordava nervosismo. - Meu primeiro beijo com um preconceituoso, nojento, filho de doninha...


A discussão poderia ter ido longe, se não fosse o barulho que escutamos... Pegamos nossos panos no chão e voltamos a limpar os troféus. Minerva entrou na sala, ela não percebeu o que havia interrompido, mas abriu um largo sorriso.


- Vejo que pararam de brigar um com o outro, a detenção fez efeito, então? Estão liberados podem ir almoçar. – ela deu as costas e saiu.


Com o susto, do que aconteceu; eu virei as costas para Scorpios e sai, seguindo a diretora até o refeitório, sentei-me na mesa da Grifinória e comecei a almoçar. Vi quando ele entrou e seguiu em direção a sua mesa da Sonserina.


Quando acabei de almoçar, tomei um grande gole de suco de abóbora, estava me preparando para levantar, quando os Marotos sentaram ao meu lado, eles estavam com neve nos cabelos, e tremiam. Richard parou atrás de mim, quando eu me virei para olhá-lo, ele sorria.


- Comprei um presente para você. – Ele me olhou esperançoso, meus primos rolaram os olhos. Ele me mostrou um colar com pingente ridículo, de uma fada trouxa. – Já que você perdeu seu colar para aquele sonserino nojento, eu te comprei isso...


- Muito obrigada. Eu agradeço a consideração. – Eu segurei meu cabelo, e ele colocou o colar em meu pescoço.


- Como foi a detenção? – Perguntou Alvo me encarando.


- Porque voce quer saber? – Eu perguntei assustada.


- Nossa, Rose, calma, não ta mais aqui quem perguntou!


- Desculpe Alvo, querido, foi normal, limpei troféus...


- E o porque da detenção, afinal? – Perguntou Robert, sentando na minha frente.


- Porque eu e Scorpios Malfoy discutimos, e a diretora McGonagall viu quando nós apontando a varinha um para o outro!


- E sobre o que vocês estavam discutindo? – Perguntou John.


- Ele falou mal da criação que ganhei da minha mãe, e eu xinguei o pai dele!


- O que ele falou da tia? – Perguntaram Alvo e Thiago, juntos.


- Ele falou que minha mãe é trouxa, de um jeito ofensivo. Mas eu me vinguei, falei mal do pai dele também!


Não tinha reparado que os cincos marotos estavam nervosos, quando eles começaram a se levantar, eu falei: “Vocês não vão fazer nada! Eu já disse que me vinguei por isso”. Eu estava irritada com a situação, senti Richard colocando os braços sob meus ombros, e me puxando para mais perto dele, enquanto encarava Malfoy. “Terminem o almoço de vocês”. Richard puxou meu rosto delicadamente, se aproximando de mim e tentando me beijar. Eu virei meu rosto e me levantei, deixando-o na mesa, intrigado.


 


 


 


Chegando em meu quarto, arrumei meu malão, para as tão esperadas férias. Domingo cedinho viajaríamos em direção a Londres, para casa. Deixei tudo arrumado e desci para o salão comunal. Lá estavam John, Robert e Richard, junto com meus primos, sentei-me ao lado deles, de frente a lareira.


- Terminaram de arrumar as malas? – Perguntei para Thiago e Alvo.


- Agente arruma amanha...


- AMANHA? Mas amanha cedinho agente vai pegar o trem e...


- Calma, está tudo sob controle, priminha.


Jogada na cadeira, pensava mil e uma maneiras de explicar a Richard, que estava lisonjeada pelo colar de fada, mas que não sentia nada por ele e tentava imaginar, qual seria a reação dele. Na pior das hipóteses ele falaria que não queria ser meu amigo. Pensava em Scorpius e o beijo que trocamos, estava muito confusa com as mudanças de humor dele, e com muito esforço, fiz-me acreditar que inventara tudo aquilo, e aquele beijo que queimava e gelava ao mesmo tempo, não bastava de mais um sonho. Então porque meu peito bate nessa velocidade ao pensar nele? E ao mesmo tempo meu coração fica apertado?


Meus olhos estavam molhados, e eu senti que algo pesava em meu pescoço, até que minhas lagrimas escorreram pelo meu rosto, não podia continuar assim, a voz de minha mãe veio em minha mente, como se ela fosse minha consciência. “Nunca abandone os seus amigos, Rose. Já te contei o quanto sofri, quando seu pai fez isso comigo e com seu tio Harry?” É mamãe, mas a senhora não teve que tomar essa decisão, não é? “Porque diz isso, minha rosa?” Porque papai é e sempre foi o amor da sua vida, e ao mesmo tempo o seu melhor amigo! A voz de minha mãe não respondeu. Abri o fecho do colar que Richard havia me dado, e segurando o colar na mão, desci as escadas que levavam ao Salão Comunal e fui falar com ele:


- Richard, precisamos conversar. – Ele me olhou assustado, mas respondeu: “Pode falar” – Aqui não, se não se importa. – Completei apontando para o quadro da Mulher Gorda.


Sai em silencio, com ele logo atrás de mim, entrei em uma sala que julguei estar vazia, e assim que ele entrou fechei a porta.


- Eu não posso...


Bom, eu ia dizer que não poderia aceitar o colar, mas não antes dele espremer meus lábios contra os dele. Empurrei ele com força, até que finalmente ele me soltou.


- O que você ia dizer?


- Que eu não posso aceitar esse colar. – Disse depositando o colar em sua mão que esperava aberta. – E antes que você diga alguma coisa, eu não quero namorar, nem nada do tipo.


- E eu posso saber o porque?


- Porque eu tenho 11 anos, Richard. E por mais que eu goste de você, eu sinto dizer que é um amor de amigo, assim como eu amo meus primos. – Ele não falou nada, e seu rosto não expressou qualquer reação. – Sinto muito. – Completei ao ver o seu silencio.


- Agora eu me sinto um bobo. – Ele disse me olhando nos olhos.


- Porque diz isso?


- Porque eu jurava que você me chamou aqui para me beijar...


- Desculpe, eu realmente não quero que fique chateado. – Com minha mão, obriguei que olhasse para mim. - Mas eu estaria mentindo se eu continuasse com isso.


- Não peça desculpas por nada, está bem. Voltamos a ser amigos, então?


- Sim, se ainda quiser ser meu amigo...


- É claro que eu quero, Rose. Mas posso te pedir só uma coisa? Ou melhor, duas?


- Claro que sim. – Disse sorrindo.


- E você promete que vai aceitar?


- Ta, tudo bem, prometo.


- Primeiro, eu quero que fique com o colar. – Disse me virando e colocando o colar no meu pescoço, e eu aceitei sem objeção. – E segundo. – Ele disse me virando de frente pra ele. – Você me dá um beijo?


- Richard, eu acho que você não entendeu o que eu falei agora a pouco, eu disse que não quero...


- Eu ouvi, Rose. Eu só queria saber como teria sido, se você correspondesse ao meu beijo. Prometo não contar pra ninguém se me beijar. – Ao ver a minha cara, completou. – Você prometeu!


Não, eu não quero ninguém me perguntando o porque fiz o que fiz, e ninguém me julgando também. Tenho que admitir que eu fui à pessoa mais arrependida e que sofreu todas as conseqüências dos meus atos...


            Richard ainda olhava para a minha cara, segurei em sua mão, trazendo-o comigo para perto da parede, encostei minhas costas nas pedras geladas. Trouxe seu rosto para perto do meu, e nossos lábios se encontraram no meio do caminho. Por mais que eu quisesse que tudo terminasse o mais rápido possível, fiz de tudo para que o momento fosse especial para ele. Bom, foi a minha intenção, até perceber que ele me prensava na parede com gosto, e suas mãos conheciam meu corpo, foi quando ele tentou colocar suas mãos dentro da minha camisa que eu o empurrei.


- Agora chega. – Disse olhando pra ele.


- Ah, Weasley, agora que a coisa tava esquentando, você para? – Não, não foi Richard que disse isso, foi Harold Vaughan.


- O que você ta fazendo aqui? – Perguntou Richard ficando na minha frente. – Vá embora Vaughan.


- E perder o show? Nem pensar O’Malley. Diga-me Weasley, posso ser o próximo?


- Rose vai embora daqui. Volte para o salão comunal. – Disse Richard, sem olhar pra mim. O que aconteceu naquela sala depois que eu sai, eu nunca descobri.


***********

 N/A:

- Lumus!

Boa tarde para todos s2 

Não tenho comentários para fazer, apenas lembrar o que foi dito no comentario de um dos capítulos:

Logo mais os meses irão voar, e eu vou dar apenas uma passagem rápida aos anos que estão por vir... Dando uma ótima freada nos ultimos anos em Hogwarts!


Tomara que voces gostem desse capitulo, lembrando que qualquer sugestão e criticas construtivas são bem vindas... E se voces encontrarem algum erro de Portugues ao longo dos textos, me deem um toque, ok?

- Nox! 

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Comentários (7)

  • Mariana Berlese Rodrigues

    #MORRI  A-M-E-I <3 <3 <3  MUITOOOOOOOOOO LINDAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA *.* CHOREI AQUI :)TADINHAAAAAAAAAAAAAAAAAAA DA ROSE :(((((((((((((((( 

    2013-01-30
  • Alice E.D.S.

    Richard perfeitooo. Rose fez algo certo com ele, mas não devia ter beijado. AGORA PERFEITOOOOO O BEIJO DELA COM SCORPIUUUS SUPER FOFO, apesar da briga no fim 

    2013-01-17
  • Lana Silva

    Sua fic é diva demaiiiis *------------------------* tô amando...AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH É muiiiito boa *--------*

    2011-10-08
  • Anne A.

    Ei tenho uma fic coletiva de autores e ficaria feliz se vc participasse, sempre convido autores que curto e que escrevem SMxRW, dá uma passadinha lá  XD http://fanfic.potterish.com/menufic.php?id=40072 O_o

    2011-07-28
  • Ana CR

    Sim, sim, vou correr com a história, é que uma amiga falou para eu fazer um cronograma da historia, para não me perder, e estou seguindo a risca cada detalhe. Na verdade é só no 1o ano que se passa tanta coisa... (: Espero que voce goste, bom, voce e quem vir a ler a fic! Bjs.

    2011-07-28
  • Anne A.

    Você escreve realmente bem e fico feliz em saber que vai dar uma passada nos anos, fica dificil pro romance fluir quando os personagens tem onze anos de idade. Não dá pra se empolgar muito kkk. Aguardando o próximo capitulo!!! PS: Não deixa a Rose na fossa d novo!!! Sofro junto com ela :(   kkkk Bjo    O_o

    2011-07-28
  • barbara aguiar azevedo

    =)Adoroo a fic.

    2011-07-28
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