Descobrindo Segredos



CAPÍTULO 28 – Descobrindo seus segredos


 
N/A: Quase um mês sem postar, mas olha o capítulo aí minha gente! (;

Aproveitem as 19 páginas...

 

 





- Sebastian? – Várias vozes perguntaram juntas.


- Aqui! – Ele respondeu calmo, ainda no meu colo. Foi o que bastou para a família inteira aparecer na sala de entrada e me encarar, e que família grande, diga-se de passagem!


- Malfoy? – Várias vozes perguntaram ao mesmo tempo. Parte da família tinha um ar de “mistério resolvido” em suas expressões. Eu não era um homem tímido, mas aquilo era bem intimidante...





 


*





 


Imaginar qual deles me azararia primeiro não era algo reconfortante, a idéia de ter ido até ali, sem dúvidas, foi a pior que já tive. Onde eu estava com a cabeça? Porque não escrevi uma carta? Rose com certeza leria uma carta!


Alvo foi o primeiro a se aproximar, quebrou a distância que separava eu e o tampinha do resto da família. Fez questão de olhar para nós dois, como se algo muito estranho estivesse acontecendo. Que tipo de amigo era aquele? Ele poderia muito bem quebrar o gelo, não poderia? Falar alguma coisa, qualquer coisa, para chamar a atenção para ele?


- Eu sabia que eu sabia! – Alvo deu uma gargalhada, confirmando alguma coisa para a família. Seus olhos esbugalharam. – Puxa, como eu sou lerdo! – Falou encarando Sebastian e a mim. Queria que mais alguém falasse alguma coisa, cheguei a pensar se eu deveria falar...


 


- O que foi, Alvo? – A voz de Rose foi ficando mais alta à medida que ela passava entre os familiares apinhados no corredor de entrada. – Você o encontrou? – Sua voz timbrando ao desespero, seu pai a seguindo igualmente desesperado.


Ela se calou quando me viu, olhou para o filho e depois para mim, mas ao invés de sua expressão se acalmar, se encolheu nos braços de Lílian. O senhor Weasley aproveitou o caminho que se formava entre seus parentes, olhando nervoso para o lugar onde eu estava. Não era à toa, um Malfoy segurava seu neto em sua própria casa.


 


- UMA DONINHA, ROSE? – Rose que se encolhia na prima, se encolheu ainda mais com os gritos do pai. – Hermione? – Ele chamou a esposa, desesperado. – Alguém, por favor, pode me acordar desse inferno?


- Ronald! – A mulher o repreendeu, postando-se ao seu lado.


- Mas é uma doninha, Mione! – O rosto de Ronald começou a ficar vermelho e inchado enquanto me encarava. Olhou para a filha com aquela expressão homicida. – UMA DONINHA! – Gritou. Rose deu um passo para trás, assustada.


- RONALD! – Hermione gritou para chamar a atenção do marido. – Não na frente do Sebastian!


- Mas Mione! – Ele exclamou para a mulher que o encarou com um olhar superior. – É um Malfoy! Quando a coisa melhora, a sua filha – Ele falou apontado para Rose enquanto me olhava sem paciência. – Aparece com um Malfoy!


Não posso dizer que estava ofendido, tive certeza, naquele instante, que ultrapassara algum limite, alguma linha invisível que aparentemente eu e Sebastian éramos os únicos a não enxergá-la. Toda a família nos encarava.


Aquilo devia assustar o tampinha tanto quanto me assustava. Olhei para ele para me certificar que estava bem, ele me olhou de volta. Sua expressão devia ser a mesma que eu tinha, algo beirando à: “Perdemos alguma piada?”. Alguns alternavam os olhares para Rose, suas expressões inconformadas.


Hermione respirou fundo, foi a primeira que se atreveu a se mexer. Veio calmamente em nossa direção e esticou os braços firmes para o neto. Sebastian saiu do meu colo, olhou para mim uma última vez enquanto sua avó o tirava do meio da confusão. Fiquei grato por ela tirá-lo do meu colo e o afastar da guerra que poderia se seguir.


Minha expressão possuía um ar confiante – que na realidade havia se extinguido no momento que havia sido visto por todas aquelas pessoas – Ronald, com seu rosto vermelho e inchado, conseguira que eu perdesse a fala. Todos os primos de Rose, com exceção de Alvo, pareciam esperar apenas por uma ordem para levantarem suas varinhas. Já suas primas me olhavam boquiabertas. Lílian empurrou Rose na minha direção, e ao invés de falar comigo, Rose saiu pela porta atrás de mim. Como assim ela estava saindo?


Ignorei todos aquelas cabeças ruivas, e sem paciência fui atrás dela, sem me preocupar em fechar a porta. Ela se sentou no jardim, onde minutos atrás eu sentara com seu filho. Imitando o que ela fazia, postei-me ao seu lado.


Queria perguntar se toda aquela reação era por eu ser um Malfoy. Se a decisão que ela tomaria para o nosso destino se basearia na opinião de toda a sua família.


- Desculpe por ter vindo. – Falei com a voz rouca. Não posso dizer se ela escutara, parecia entretida mexendo na neve, formulando alguma frase em sua cabeça.


- Eu disse que te contaria hoje. – Ela falou desanimada. – Não achei que você viria até aqui.


- Eu sei que não devia ter vindo. – Percebi que nada do que eu falasse ajudaria. Tentei não interrompê-la, ela respirou fundo.


- Minha intenção era voltar na sua casa... – Em poucas palavras ela resumiu que eu havia agido precipitadamente. Resolvi pedir minhas desculpas quando o silêncio se instalou entre nós.


- Não devia ter escondido de você, que eu era ele... Ele era eu. – Ela me ignorou, bufando, como se aquilo não tivesse mais importância.


- Eu quis que você se arrependesse! – Hein? – Realmente desejei isso por muito tempo! – Seus dedos mexiam a neve, suas mãos começaram a tremer. Perguntei-me se deveria me aproximar delas, segurá-las e esquentá-las. – Tudo o que consigo pensar agora é que quem se arrependeu fui eu!


- Você está falando sobre aquele dia!? – Constatei. Aquele dia em que juntara toda minha arrogância e despejara em cima dela: “Você é um idiota, um cretino, um imbecil, um trasgo sem coração e você vai se arrepender desse dia, o resto da sua vida!” “Eu não vou me arrepender!” – Eu me arrependo, Rose.


- Você não está entendendo!


- Estou sim! – Garanti a ela. – Eu me arrependi desde do primeiro instante. Juro! – Ela olhou pra baixo tristonha. – Eu te am... – Não consegui terminar minha declaração, seus dedos gelados me silenciaram.


- Você não se arrepende mais do que eu. – Ela falou como se olhasse dentro de mim, bem na minha alma. - Eu devia ter insistido e fazê-lo me ouvir a qualquer custo, mas você me tratou tão mal, com tanta indiferença, que eu cansei de tentar!


- Me desculpe por aquele dia... – Respirei fundo tentando acalmar a insanidade que passava na minha cabeça. - Eu estava com raiva... Com ciúmes! Não conseguia acreditar que você... Você transou com o Phill, o meu primo Phillip... Naquele bar... Antes que eu pudesse te ter... – Respirei fundo mais uma vez. – Eu não consigo contar o tempo quando se trata de você!


- Malfoy... – Ela falou com a voz fraca.


- Eu não te culpo mais! – Ela tentou me silenciar mais uma vez, mas eu segurei suas mãos. – Por favor, Rose, eu me culpo por ter reagido daquela forma e...


- Malfoy...


- Eu me culpo Rose, por favor, acredita em mim!


- Malfoy...


- Eu nunca devia ter te tratado daquele jeito, desculpe por ter sido...


- Malfoy... – Cansei de falar por que ela não queria me ouvir. Levantei em derrota, cheguei a dar uns dois passos para a direção que me levaria ao Beco Diagonal. Suas palavras me pegaram de surpresas, não achei que houvesse mais algum assunto em pauta. – Eu nunca transei com o Phillip!


- Não importa com quem foi, Rose. – Parei onde estava, olhando para ela mais uma vez.


- Malfoy, eu tentei te contar, mas você não quis me ouvir... – Uma lágrima saiu de seus olhos, sem me conter, voltei a sentar ao seu lado, na neve gelada, enxugando sem permissão a lágrima que escorria por sua bochecha.


- Do que você está falando?


- Estou tentando dizer que meu pai estava errado, eu não sou o que ele sempre insistiu em dizer...


- Ele está errado Rose, mas não deixa de ter razão quando diz que você fez uma burrada, sendo expulsa daquele jeito, você... Você devia ter interrompido aquilo... Você...


- Ah, claro, você quer dizer que eu devia ter abortado? – Ela me olhou indignada, interpretando minhas palavras da forma mais literal possível.


- NÃO! – Eu falei desesperado. – Não sei... Realmente eu não sei! – Ela me olhou travando a boca. - Conhecendo o seu filho hoje, eu diria que essa é a maior loucura que você poderia ter feito, um crime terrível e sem fundamento... – Tentei me justificar em um único fôlego. - Mas na época, talvez fosse a decisão mais sensata.


- O que você teria feito? – Ela me perguntou com curiosidade!?


- Na época, se eu fosse você, teria tomado a decisão sensata, ou então, teria escolhido alguém melhor naquele bar que você pudesse...


- MALFOY!


- Você me perguntou, estou apenas respondendo o que eu penso!


- Quando você vai entender que eu não transei naquele bar? Nem com Phill, nem com ninguém!? – Aquelas palavras me encheram com uma felicidade incontável, inapropriada para o momento. – Eu queria que você se arrependesse, mas eu já disse que a única arrependida sou eu... Eu devia ter contado na época, feito você me ouvir...


- Rose, eu já disse que me arrependo, você não tem motivos para isso!


- Quando o seu galeão vai cair? – Ela me perguntou irritada, o que só me deixou sem paciência. – Com quantas letras eu vou ser obrigada a falar essa frase?


- Pode chegar logo ao ponto? Eu não estou entendendo suas ladainhas!


 


 


- Nem a gente! – Ronald falou de braços cruzados, parado na porta, onde toda a família dela estava apenas nos escutando.


– Você não está fazendo isso. – Hugo falou nervoso, fazendo menção de ir até a irmã, sendo segurado por Thiago. – Rose, diz que você não está fazendo isso! - Ela olhou brava para o irmão, as lágrimas voltando a cair por seu rosto.


- Eu estava, Hugo, mas vocês fizeram questão de me interromper!


- Deixe-a falar, Hugo. – Lílian falou fechando a porta na cara do primo, do tio, e de alguns outros ruivos. – Ninguém tem mais o que fazer? – Podia ouvir Lílian falar para a família.


 


 


- Qual frase Rose? – Perguntei tentando fazê-la voltar a falar. – Você não vai contar? – Perguntei, quando ela baixou a cabeça tentando enxugar o rosto molhado. – Você prometeu que contaria hoje!


- Eu não sei como... – Ela me olhou sincera, aquilo foi como receber um soco na boca do meu estomago.


- Que tal começar do começo? – Sugeri.


- Ta – Ela falou constrangida. – Você sabe que o meu primeiro beijo foi com você?


- Sei.


– Que Mérlin me perdoe, mas você sabe que eu já beijei Richard? – Eu fiz que sim com a cabeça, irritado por ter que escutar aquilo. – Já fui noiva do Zeki e ele rompeu comigo?


- O que isso tem haver? – Perguntei torcendo para que aquela tortura terminasse.


- E agora você sabe, que eu beijei seu primo naquele bar, e não transei com ele como você pensava... E nem com mais ninguém!? – Assenti com a cabeça. – E que eu perdi a virgindade com você?


- Você... Você era... Virgem? – Perguntei assustado com aquela informação, podia sentir meu rosto empalidecendo.


- Era. – Ela respondeu me olhando de lado. – Agora você sabe o porque eu me arrependo de não ter te contado isso?


- Não sei se estou entendendo aonde você quer chegar com isso... – Podia sentir meu coração querer voar pela boca, agora eram as minhas mãos que tremiam, apesar do frio aquele inverno trazia, comecei a suar.


- Scorp... Malfoy. – Ela falou se corrigindo. - Eu sempre amei seus olhos, você sabia?


- Porque está mudando de assunto? – Perguntei impaciente, minhas mãos tremiam violentamente.


- Porque eu acho que você é o único no mundo com olhos assim, fora o Sebastian...


- Não, não. Não. Você não... Quero dizer... NÃO!


- Pelo menos eu te poupei de falar que me ama! – Ela falou se levantando, eu a segurei pelo punho, fazendo-a voltar a sentar na neve, com uma certa força que não pude controlar. – Eu realmente sinto muito por não ter insistido e feito com que me escutar... – Eu estava tão atordoado, que não sabia até que ponto eu tinha assimilado cada informação. - Mas eu não posso voltar no tempo e nem você.


- Você guardou isso por todos esses anos? – Perguntei incrédulo, aquilo não podia ser verdade!


- Eu não estou te obrigando a assumir essa responsabilidade, ou qualquer outra. – Ela falou rangendo os dentes. – Eu não pensei que...


- VOCÊ NÃO PENSOU EM ME CONTAR?


- EU TENTEI FALAR PRA VOCÊ, MAS VOCÊ NÃO QUIS ME ESCUTAR!


 


 - Porque você não gritou, esperneou, criou uma cena e... A gente podia ter se casado... A gente pode se casar! – Falei desesperado, engolindo palavras. – Você não precisava ter segurado a barra sozinha, poderia ter terminado Hogwarts... Não precisaria trabalhar naquele lugar, você...


- A gente não teria se casado, a gente não vai se casar! – Ela me olhou séria e aquilo foi pior do qualquer outra atitude que ela poderia tomar. – Não teríamos terminado Hogwarts! – Eu tentei interrompê-la, mas as palavras não saiam. - Você mesmo disse que tomaria a decisão sensata, e me faria abortar! – Ela estava em pé andando em direção a casa.


- VOCÊ NÃO PODE TER CERTEZA DE NADA DISSO! – Eu gritei em explosão, minha cabeça parecia que ia explodir, meu corpo tremia descontroladamente.


- Nem você, Malfoy! – Falou sem olhar para trás.


- WEASLEY! – Eu a chamei desesperado quando vi que ela abria a porta para entrar.


- Você não foi o único que achou que a nossa relação poderia durar... – Ela falou me olhando uma última vez, entrando na casa e sumindo atrás da porta.


 


 


 


 


*


 


 


 


 


Possesso, eu estava louco, depois de tantos anos finalmente a Weasley havia me deixado louco! Não sei como cheguei em casa, acho que aparatei ali mesmo, daquele jardim, depois que vários rostos apareceram por de trás da cortina para ficar me encarando.


 


Estava na grande sala da mansão, os nós dos meus dedos sangrando. Tentava inutilmente respirar fundo, mas quanto mais fôlego eu tinha, mais coisas eu quebrava.


 


Não conseguia parar, não conseguia me acalmar. Incontáveis Elfos Domésticos tentavam pegar no ar as coisas que eu jogava nas paredes. A mesa de vidro quebrada. Chutava tudo o que via pela frente, até não sobrar nada. Nenhum objeto sobrevivera ao meu ataque de fúria.


 


Todos os espelhos estavam estilhaçados, lembro-me vagamente de tê-los acertado, o que explicava o sangue e a dor que eu sentia nos nós dos dedos. Os móveis revirados e irreconhecíveis. As pessoas nos quadros saíam gritando para seus vizinhos quando alguma coisa as acertava. Cada suvenir, cada lembrança de viagens em família, em migalhas.


 


Roman era o único Elfo sentado no cômodo ao lado. Ele me encarava curioso. Encontrei seu olhar e parei onde estava, não conseguia mover um único músculo, cheguei a pensar que ele havia feito algo comigo, mas não, meu corpo inteiro tremia.


 


Minha mãe entrou na sala assustada, a varinha em punho para pegar o responsável que destruía sua casa. Eu a encarei também, sem conseguir me mexer. Sua expressão mudou quando me viu, jogou a varinha de lado. Manteve-se em seu lugar sem se aproximar.


 


- O que você pensa que está fazendo? – Ela falou com a voz trêmula. Chutei mais alguma coisa, tentando não gritar com ela. – Chega, Scorpius! – Ela falou brava, deu uns passos para frente. – Ela... Vocês terminaram? – O que eu sentia era torturante, meu coração batendo tão rápido, parecia que pegava velocidade para sair voando do meu peito. Percebi que estava chorando. – Ela não aceitou seu disfarce? – Minha mãe me abraçava, não sentia seus braços ao redor do meu corpo. Estava sem fôlego, e mesmo assim, seria capaz de correr quilômetros para me livrar do que eu sentia.


- Ela estava grávida! – Falei atônito, arfava, minha voz rouca. – Ela foi expulsa porque estava grávida!


- Você já sabia disso, filho. – Pena, era o que ela sentia por mim naquele momento, sua voz me dizia isso a cada palavra. – Eu contei que o imprestável a largou quando...


- VOCÊ NÃO ENTENDE? – Sai de seus braços, nervoso, possesso, chutando o que estava no caminho. – ELA ESTAVA GRÁVIDA! – Minha mãe me fitou de onde eu a deixara.


 


Meu pai estava parado no pé da escada, vestia um roupão vinho, sua varinha baixando enquanto olhava a sua volta.


- Scorpius, o que aconteceu aqui? – Ele perguntou caminhando enquanto olhava o que sobrara de sua antiga sala. – O que você...? – Ele examinava o estado das minhas mãos, o sangue jorrando pelos cortes. – Mais alguém...? O que você fez? – Ele se aproximava da minha mãe que tampava a boca com as mãos, chorando.


- Você está dizendo que o imprestável... – Minha mãe não conseguia terminar a frase, eu esperei, queria que ela me xingasse, me ofendesse. Queria que ela traduzisse em palavras tudo o que eu era. Mas ela não o fez. Continuo chorando em silêncio, tentando absorver a notícia.


- Mãe... – Estava desesperado, não tinha forças para ir a seu encontro, meu corpo caiu de joelhos sobre os cacos de vidro. – Mãe... – Voltei a chorar e me achei patético por isso, ela veio até onde eu estava, com receio. – Mãe, ela estava grávida! – Eu estava soluçando. Minhas mãos agarraram meus cabelos, puxei-os com força tentando me controlar. – Ela tentou contar e eu...


- Chiu! – Minha mãe fez um som para que eu me acalmasse. Ajoelhou ao meu lado tentado com que eu soltasse meus cabelos. – Estou aqui! – Ela sussurrou me puxando, meus braços agarrando sua cintura, involuntariamente. Tentava fazer meu corpo parar de doer, a dor física não me incomodava. Queria que o aperto dentro de mim se aquietasse.


- Quem estava grávida? – Meu pai sussurrou as palavras imitando minha mãe, mas ao contrário dela, ele estava confuso. – Quem é ela?


- Rose Weasley. – Minha mãe respondeu em voz baixa, engolindo um suspiro pesado de culpa.


- É claro que ela estava grávida, Scorpius! – Meu pai falou bravo. – Como você acha que o Sebastian nasceu? Por mágica? – Minha mãe fez um som para que ele se calasse, foi inútil. – Eu fiz o parto! Ele destruiu a nossa sala por isso?


- Draco, agora não! – Minha mãe o repreendeu.


- Agora não, Astoria? Agora sim! – Meu pai andava pela sala nervoso, sua varinha em punho concertando cada objeto que encontrava. – Não tenho culpa se seu filho não soma um mais um. – Concertou os espelhos, os porta retratos...


- Draco, não! – Minha mãe falou mais uma vez. – Agora não, por favor. – Ela chorava também, tanto quanto eu.


- Scorpius não tem limites, Astoria. – Ele falou como se eu não estivesse ali. – Destruiu nossa sala por uma coisa que já sabia! – Ele falou impaciente, acenando a varinha em silêncio.


- Ele não sabia! – Minha mãe falou tentando me segurar, não percebi que estava me levantando.


- Não sabia que ela estava grávida? Não sabia que ela é mãe solteira? Não sabia que o imprestável do pai...


- QUE O IMPRESTÁVEL? – Eu gritei, perdendo a calma mais uma vez. Meu pai se assustou quando me viu, chegou a dar passos para trás, sem reação. – QUE O IMPRESTÁVEL NÃO ESTAVA LÁ!?


- Ele não estava lá, Scorpius! – Meu pai falou com firmeza, sem deixar se abalar. – Então é por isso o escândalo? Por causa do idiota que abandou a garota?


- Draco, pára! – Minha mãe implorou desesperada. – Por favor, pára de falar isso!


- Falar o que, Astoria, a verdade? Que Rose Weasley diz não saber quem era o pai da criança? Que o imprestável nunca foi ver o filho? Que eu quase a matei, ela e o bebê? Que se não fosse a Granger e seus métodos trouxas eles teriam morrido?


- PÁRA COM ISSO, DRACO! – Minha mãe gritou, soluçando.


Eu causara tudo aquilo, era tudo culpa minha. Não conseguia sentir pena de mim, não conseguia me fazer de vítima. Ela estava sozinha por minha causa. Escutou coisas desnecessárias. Foi expulsa. Viveu como trouxa. E o Sebastian...


Encarei o espelho concertado, algumas lascas faltando, ele quebrou mais rápido do que da primeira vez. Os nós dos meus dedos voltaram a sangrar.


- CHEGA, MALFOY! – Não sabia de quem era a voz. Meus punhos estavam sendo segurados por trás enquanto meus pais me encaravam. Tentei me desvencilhar, o aperto era forte de mais. – CHEGA!


- O IMPRESTÁVEL NÃO ESTAVA LÁ PORQUE ESTAVA TERMINANDO HOGWARTS ENQUANTO A XINGAVA POR TER IDO EMBORA!


- Para com isso, Scorpius! – Minha mãe falou se aproximando.


- Xingando ela enquanto o que? – Meu pai perguntou confuso, olhando para a minha mãe. – Do que ele está falando?


- ESTOU FALANDO DO IMPRESTÁVEL QUE A DEIXOU GRÁVIDA!


- Para com isso, cara! – A voz falou mais uma vez, obrigando meu corpo a ajoelhar. Olhei para trás e vi Alvo ofegando. – Não vale a pena. - Enchi meu pulmão, tentando me acalmar, Alvo afrouxava o aperto. Estava envergonhado, não queria que ele me visse daquele jeito, ninguém daquela família deveria me ver assim.


- Descobriram quem é o cara? – Meu pai perguntou para a minha mãe em um sussurro.


- QUEM ERA O CARA? QUEM ERA O IDIOTA QUE IA ATRÁS DO FUTURO BRILHANTE DE AUROR ENQUANTO ELA... ENQUANTO ELES... – Meu peito estava tão apertado que eu não conseguia respirar. Alvo voltou a me segurar com força, e agradeci a Merlin por ele estar ali.


Meu pai balbuciou alguma coisa para meu amigo, eu estava assustado, minha família estava sem reação, se não fosse Alvo...  Minha mãe agradecia meu amigo em silêncio. Eu não sabia o que fazer para me desculpar, por tudo o que havia e não havia feito nos últimos anos.


 


- Mãe... – Não sabia traduzir o que eu sentia. – Mãe, eu não sabia! –Minhas lágrimas me deixavam cego.


- É claro que não sabia, anjinho! – Ela falou por fim, vindo até onde Alvo me segurava. Fez com que eu a encarasse. – É claro que você não sabia. – Fez com que eu a olhasse nos olhos, ela acreditava em mim.


- Eu falei que se fosse ela eu teria... Que eu teria me livrado do problema... Que eu teria... E agora ela...


- Calma, cara! – Alvo falou segurando meus pulsos de um jeito dolorido, agonizante, por precaução. – Ninguém sabia!


- Dá para alguém me explicar o que está acontecendo? – Meu pai falou perdendo a paciência. – O que diabos está acontecendo?


- Seu filho está tentando te contar, Draco, que ele tem...


- Eu tenho! – Interrompi minha mãe no mesmo instante. – Como eu sou lerdo!


- Oh, Merlin! – Meu pai falou arrumando o sofá para se sentar. – Tem o que?


- Eu tenho um filho! – As palavras se tornaram verdadeiras, mas a dor que eu sentia não diminuiu nem um pouco.


- Deixe de asneira, Scorpius.


Finalmente estava calmo, como se tudo o que eu precisava era afirmar aquela única frase. Alvo me soltou, jogou-se sem força ao meu lado, suas mãos vermelhas com o meu sangue. Meu filho, eu tenho um filho, eu tenho Sebastian... E ele morreria de vergonha se me visse naquele momento.


 


- Como eu não percebi isso? – Perguntei para os três que me encaravam, assustados. – O Sebastian é a minha cara! – Alvo confirmou com a cabeça.


- O Sebastian? – Meu pai perguntou se levantando. – Scorpius, o Sebastian é filho da Rose...


- É! – Eu falei para o meu pai que se ajoelhou assim que o galeão caiu. – Eu não sabia, pai!


- Eu sei que você não sabia, garoto! – Meu pai falou abraçando minha mãe que soluçava inconformada, ele me olhava com pesar, olhou para Alvo envergonhado, como se pedisse desculpas por coisas que nem ele entendia. – Eu sei que não sabia!


 


 


Quando a raiva passou estava constrangido, sem fôlego. Alvo ajudava minha mãe a arrumar a sala, enquanto meu pai tirava cacos de vidro da minha mão ensangüentada. Meu pai me deu um calmante, o que achei desnecessário depois que já estava calmo, mas entendi sua atitude, ele estava com medo que eu começasse tudo outra vez.


- Ai! – Reclamei quando um pedaço de vidro de uns três centímetros saiu do meu braço. Meu pai revirou os olhos sem dizer nada. Okay traduz-se para “Você mesmo fez isso”.– Desculpa. – Falei baixo para meu pai. Minha voz meio grogue por causa da poção.


- Se me permite dizer... – Alvo falou olhando para todos. – Sebastian não reagiu muito diferente...


- O que? – Perguntei assustado. Meus pais encararam Alvo do mesmo jeito.


- Não se preocupe, okay? – Alvo falou dando de ombros. – Ele tem cinco anos!


- O que ele fez? – Perguntei para ele, tentando me levantar. Uma imagem de Sebastian com as mãos ensangüentadas passou pela minha cabeça. – Ele...


- Como eu disse, Scorpius, ele tem cinco anos! – Alvo falou calmo, como se pedisse para eu fazer o mesmo. – Ele só quebrou um brinquedo velho...


- Ai! – Reclamei mais uma vez. Meu pai me beliscando com a pinça.


- Se você parasse de se mexer ficaria mais fácil...


- Ele se machucou? – Perguntei buscando por uma confirmação.


- Cara, ele só tem cinco anos!


- Não foi isso que eu perguntei! – Falei tentando me levantar. – Ai!


- Pare de se mexer! – Meu pai reclamou mais uma vez.


- Ele não se machucou! – Alvo garantiu. Olhei para o lado, podia reconhecer o lugar aos poucos.


- Porque veio até aqui, Alvo? – Perguntei, ignorando a pinça que me beliscava de hora em hora. – Aconteceu...


- Nada, não aconteceu nada. – Alvo balbuciou segurando uma foto com as mãos.


- Por favor, Alvo... – Implorei, sem saber se era isso mesmo o que eu queria.


- Foi o mesmo de sempre... – Ele respondeu se sentando. Minha mãe parou de mexer a varinha para escutar. – Meu tio gritando, Rose tentando se defender, a família indo embora, meu pai tentando intervir, minha mãe distraindo Sebastian, minha tia tentando colocar razão na conversa...


- E por que você veio? – Perguntei desconfiado.


- Por causa de uma coisa que o Hugo falou... – Eu o encarei tentando me controlar para o que pudesse vir. – Ele viu a hora que você aparatou, você estava um pouco...


- Hum?


- Maníaco? Acho que foi esse o termo que ele usou.


- E agora a família quer me matar... Ótimo, eu mereço dessa vez!


- Ninguém quer te matar, Scorpius! Não depois de descobrirem que você é Jack Daniel’s e tudo o mais... Digamos que meu tio está um pouco nervoso por causa disso, mas não quer te matar... Bom, quem sabe ele queira...


- E... – Queria perguntar de Rose, mas estava com raiva dela. Ela devia ter me contado! – E o Sebastian?


- Ele só tem cinco anos!


- Eu sei disso, Potter, eu fiz o Sebastian, lembra? – Minha mãe me repreendeu com o olhar, meu pai me beliscou propositalmente. – O que eu quero saber...


- Eu sei o que você quer saber, Malfoy! – Alvo falou perdendo a paciência. – O problema é: o que você quer que eu responda? Ele só tem cinco anos, não sei até onde ele entendeu... Ele não sabe se quer ver você, ele está assustado com tudo o que aconteceu, não sabe se escuta a mãe ou o avô, e venhamos e convenhamos que os dois têm opiniões bem distintas sobre a sua pessoa!


- O que eles falaram?


- Meu tio está falando que Rose jogou a vida no ralo por sua culpa. Que você deveria pagar por tudo o que fez pra ela. E a parte engraçada é que ele quer que vocês se casem...


- Ele quer o que? – Perguntei engolindo seco, voltando a ficar pálido.


- Bom, ele queria que vocês se casassem, aí ele lembrar que você é um Malfoy... – Ele deu uma risada sem se conter, seguido pela minha mãe. Sorri amarelo. – Ele não fala nada com nada!


- Ah! – Meu estômago embrulhado, meu peito dolorido.


- Rose por outro lado tenta amenizar o seu lado... Diz que você não tem culpa...


- Ela disse? – Minha mãe perguntou segurando as mãos do meu amigo. – Ela realmente acha isso?


- Eu não sei! Ela nunca deixou ninguém falar mal do pai do Sebastian, bem, de você! Quero dizer, Sebastian nunca teve motivo para odiá-lo, sabe?


- Mas mesmo assim ele não quer me ver?


- Ele não sabe o que ele quer! Ele queria vir junto comigo, mas minha mãe não deixou...


- Sua mãe é outra que não gosta de mim! – Afirmei sem motivos.


- Ela nunca teve nada contra você! – Ele falou irritado pela minha convicção. – Meu pai comentou que sabia que você era Jack Daniel’s... Meu tio ficou louco com isso...


 


Eu o encarei assustado, Alvo deu uma boa risada da minha expressão. Meus pais tentavam permanecer em silêncio, ou apenas começavam a assimilar o fato da família ter crescido da noite para o dia...


 


- O que eu faço agora? – Perguntei para os três que me encaravam. Não recebi respostas...


 


 


*


 


 


 


N/A:


 


- Lumus!


Espero que tenham gostado desse capítulo!


A autora fica envergonhada com o vídeo que fez para o capítulo, e faz questão de dizer que esse foi o primeiro e último vídeo de todos os tempos! Aproveitem:


http://www.youtube.com/watch?v=9fqQdTjeJrE




Comentários?


Votos para a fic?



Um irei ler na minha próxima fic?
http://fanfic.potterish.com/menufic.php?id=42375

- Nox!


Ana CR.

 

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Comentários (16)

  • Mariana Berlese Rodrigues

    SIMPLISMENTE P-E-R-F-E-I-T-O ESSE CAP. A-M-E-I *.*#MORRI A-M-E-I <3 <3 <3 MUITOOOOOOOOOO LINDAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA *.*CHOREI AQUI :)TADINHOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO DO SEBASTIAN :((((((((AS FAMILIAS SE ODEIAN E ELE NASCEU PARA UNI-LAS?! *.*

    2013-01-31
  • sa142

    cada capitulo melhor que o outro... só me deixa triste o ron agindo desse jeito :( mas acho que a fic não teria parte dessa emoção tão intensa se ele não agisse assim... de qualquer jeito eu tô morrendo de curiosidade para saber a reação do sebastian! ele é tão fofo e esperto, e tem uma parte malfoy muito forte dentro de si (ele fez a mesma coisa com um brinquedo velho) :Pachei esse parte muito fofa/engraçada...enfim, parabéns pela fic linda. Eu estou ansiosa pelos próximos capitulos agora já que a fic está na reta final!  

    2012-08-02
  • CarolineMiller

    Ahh cara, sinceramente, eu não sei como vivi tanto tempo sem ler essa fanfic P-E-R-F-I-T-A! Sério, você escreve super bem e eu simplesmente estou viciada em cada palavra da fic.Eu vim aqui retribuir todos os reviews que você me deixou, e também porque, depois de ler essas ultimas 19 páginas simplesmente mágicas, você não merece menos do que milhares de comentários *-* Bem, eu tomei a liberdade de fazer uma capa para sua fic, primeiro porque eu adoro fazer essas coisas e segundo porque eu acho que sua fanfic merece *O*Como eu vi que já fizeram capas para você, não precisa usar viu? É mais para você saber o quanto to amando a fic mesmo :)https://lh6.googleusercontent.com/-Yz3yN3K-DmY/T_cEhk2U5KI/AAAAAAAABdQ/NwMmJOeeH84/s500/lanando.pngEspero que goste flor :)Beijos :* 

    2012-07-06
  • juliana vieira

    adoro essa fic, li tudo em dois dias. espero que tudo se acerte entre eles

    2012-06-29
  • Luhna

    Ana. acabei de ver o vídeo! Não se preocupe, ficou  muito fofo! Gostei mesmo!

    2012-06-23
  • mpds

    corrigindo R/SPS 2 lembrei agora foi sutil a mudança na narração da rose para o scorpios é legal ver de um angulo difernte. 

    2012-06-21
  • mpds

    oi oi ! é o meu primeiro comentario na sua fic ,mas descobri ela ontem por acaso,nunca tinha lido uma fic E/Rposso dizer que comecei muito bem kkk, não consigui parar até chegar a este capitulo não estou brincando! está emocionante imagina quando tiver uma acariação geral e quando o escorpio encontrar o rony e o sebastian .adoro capitulos gigantes assim como os seus são incriveis.Também odeio quem abandona fic de verdade, principalmente por que sempre largam na melhor parte mas até que é uma vingança justa , em alguns casos, ñ comentar nenhuma vez é sacanagem com quem     se disponhe a gastar seu tempo com uma fic . Bom sem mais desabafos kkk Nossa tem muito pano pra manga nessa fic, acho que vai ser estranho fazer comentarios retroativos então comento mais especificamente sobre o proximo capitulo. PS : Queria saber a frequencia das atualizações mais ou menos só pra não perder nada...mau posso esperar. 

    2012-06-21
  • Luhna

    Ah, Ana, AMEI o cap! Dessa vez achei que você postou bem rápido, parabéns por isso!Não vou ver o vídeo agora por falta de tempo, mas, quando der, eu vejo e comento, ok?Agora, o Alvo se achar lerdo? FALA SÉRIO! O Scorpius foi tãããooo mais sonso que ele o tempo todo...Muito curioso Scor e Sebastian reagindo de um jeito parecido... realmente, é coisa de pai e filho!Para terminar, um pedido: tem como você escrever, com detalhes, o que aconteceu na casa da Rose depois que o Scorpius foi embora? Please?Para terminar, uma pequena observação: o correto é "consertar" e não "concertar".     

    2012-06-20
  • Luciana Moura

    esse capitulo foi incrivel...li a fic inteira em dois dias...o que acontecerá agora??? fiquei com pena do Scorpios...da Rose e do pequeno Sebastian =(...não acredito que o Rony seria tão idiota assim mas acho que é isso que deixa tudo mais instigante...Amei!Amei!Amei! está de parabens...com certeza é umas das melhores R/S que já li...ja tá nos meus favoritos.... só espero que vc não demore muito para postar...vou esperar ansiosamente pelo desfecho dessa historia.eu já te amo autora querida *_*bjos 

    2012-06-18
  • Marcela Weasley Potter

    Aff, esqueci da nota! Kkkk Bjos de novo, e até o prox cap!

    2012-06-17
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