Encontro no corredor



Capítulo 10 - Encontro no corredor


Os dias viraram semanas, e as semanas viraram meses. Nada de tão emocionante aconteceu. Ah, a quem eu quero enganar? Logo na volta das férias, ainda dentro do trem, enquanto procurava uma cabine para me sentar com os Marotos, o que eu vejo? Scorpius Malfoy, enroscado no pescoço de Ofélia Gaylord, uma sonserina do primeiro ano, muito oferecida pro meu gosto, era tanta mão pra cá, e pra lá, que eu não conseguia olhar, mas ao mesmo tempo, não conseguia não olhar... COMO ELE PÔDE? Só parei de olhar pra cena, quando Alvo me chamou, pois encontrara um lugar para nós sentarmos.


 


No começo de fevereiro, eu e os Marotos, estávamos no salão comunal, eles terminavam de fazer os deveres atrasados e eu fazia de tudo para ajudá-los, Richard, sentara ao meu lado, trazendo seus livros para perto de mim. Eu andava distraída, desde que vira o Scorpius agarrado com a Ofélia, a Oferecida. Ninguém a não ser Hugo e Lílian sabiam que eu o pegara com outra, e como isso me deixava nervosa e infeliz ao mesmo tempo. Os meninos estavam com seus rostos enfiados nos livros, eu já havia feito o meu dever, e varias lições complementares, para passar o tempo, agora folheava um jornal do Profeta Diário, que havia sido esquecido sobre a mesa, sem prestar atenção a ele, de verdade.


- John, você sabe o que é um feitiço Expulsório? – Perguntou Robert, olhando para o amigo.


- Deixei essa em branco... – John olhou para Thiago, que olhou para Richard, todos balançaram a cabeça, como quem diz, “Não olhe para mim”.


- É o contrario do Feitiço Convocatório! – não tirei os olhos do jornal quando respondi, então não pude ver todos os rostos se virando em minha direção. – Ao invés de convocar, ele repele os objetos.


- E qual é o encantamento, priminha? – perguntou Thiago com cara de maroto – Também deixei essa em branco! – Disse se explicando.


- “Depulso” e nome do que você quer repelir, ou então apenas apontando para o objeto desejado. – eu respondi, ainda sem tirar os olhos do jornal. – Apesar de ler-se Depulso, fala-se: “Dê – Púul – sô”, o púul é falado mais alto do que as outras sílabas.


- Você está brincando né? – Perguntou John. – Diz que você inventou isso!


Eu olhei para John, que estava com uma de suas sobrancelhas erguida, sem entender o porque ele falara aquilo. Peguei minha varinha de dentro do meu bolso, apontei para a pena que ele segurava e disse o encantamento. A pena saiu de sua mão, e voou para o outro lado da sala, batendo contra a parede, e caindo no chão. Fiz o feitiço convocatório, a pena pousou com delicadeza em minha mão e eu entreguei para ele sem mais delongas. Virei uma pagina do jornal...


- Ah, está tendo promoção na Loja de Penas e Escriba em Hogsmead. Uma Pena de Faisão Dourada por apenas três sicles e nove nuques. – olhei para eles, quando terminei de ler. – O que foi? – Perguntei quando reparei a cara que olhavam para mim.


- Como você sabia isso, Rose?


- Está no capítulo nove, do livro Padrão de Feitiços 2ª classe, John. Da Miranda Goshawk.


- Está? – ele perguntou confuso. - Em todo caso, esse não é o seu livro... O seu livro é o da 1ª classe... – eu o interrompi antes que ele terminasse a frase.


- Ah, eu não tinha nada para fazer, e li os livros de vocês para me distrair e... Que foi, John? Porque esta me olhando com essa cara agora?


- Ele está olhando assim para você, priminha. Porque você é brilhante.


Eu revirei os olhos para Thiago, fazia isso desde o momento em que ele falara “priminha”, mas ele não percebeu esse detalhe. Como nenhum dos marotos paravam de me encarar eu perguntei:


- O que foi agora?


Eles não responderam, voltaram para suas tarefas. Deixando-me bem constrangida... Eu precisava, precisava mesmo, aprender a calar a boca!


 


Era sábado, dia 14 de fevereiro, acordei com o sol batendo na minha cara. Espreguicei-me ainda deitada, quando percebi que havia um presente ao pé da cama e sete cartões ao seu lado. Nem ao menos me lembrava que era Valentine’s Day, percebi ao abrir cinco deles, de Thiago, Alvo, Robert, Richard e acreditem, havia um de John também. Abri o sexto cartão, era de um tal de Zeki Hawk.


- Zeki Hawk? – Pensava em voz alta. - Quem é esse? – Melanie, Sofia e Alice, escutando o que eu dissera, correram até onde eu estava. Confesso que levei um grande susto com a aproximação delas, porque nós nunca conversávamos.


- Zeki? Zeki Hawk? Recebeu um cartão dele? – Perguntou Alice, dando pulinhos histéricos de felicidade, enquanto seus óculos pareciam querer sair voando de seu nariz a cada pulo.


- Sim, é o que parece. – Conferi o nome no cartão, para ter certeza do que falara. - Mas quem é ele? – Melanie, ouvindo minha confirmação, puxou o cartão de minhas mãos.


- NÃO A-CRE-DI-TO! – Melanie, começou a pular tão loucamente quanto Alice. – É dele mesmo! Eu quero ler, posso ler? – Estava tão assustada com as reações das garotas que dei um passo para trás, fazendo um sinal positivo com a cabeça. – AH! – Melanie gritou tão alto, que no susto, cai de bunda na cama. – A letra dele é LINDA...


- O que ele escreveu? – Sofia puxou o cartão da mão da amiga, e depois de ler e dar seus pulinhos de hipogrifo saltitante exclamou. – Ele quer sair com você?


- Não sei, eu ainda não li! – Levantei me da cama e Sofia entregou o pergaminho sem objeção. – Afinal, quem é ele?


- Rose, Rose, Rose. – Alice falou tantas vezes o meu nome que podia jurar que ela tinha problema mental. – Em que mundo você vive?


- Ele joga no time de Quadribol? – Sofia falou como se EU tivesse problema mental, como ela viu que eu ainda não sabia quem era. – 3º ano? – Suspiros? Francamente, Sofia! – Batedor?


- Moreno! – Alice sorria abobada agora, como se tivesse levado um feitiço na cara. - Olhos castanhos...


- Alto, forte. – Melanie complementava. – Tão, mais tão gostos...


- E de quem é esse, Rose? – Sofia perguntou, atrapalhando o raciocínio de Melanie. Apontando para o presente que permanecia esquecido em cima da minha cama, e ao sétimo cartão que estava grudado a ele. – Posso abrir?


- Ah, pode. – disse sem jeito. Esperei pacientemente que ela dissesse do que se tratava, mas ela não falava nada, apenas arregalava os olhos e abria a boca lentamente.


- Está querendo nos matar de curiosidade? – Falava Alice, impacientemente. – Leia em voz alta, Sofia.


- Ta, ta bom. – pigarreou antes de começar a ler. - “Rose. Não sei ao certo se quer uma carta minha, fiquei em duvida se lhe comprava um presente. Não poderia deixar essa data passar em branco, então espero que goste. Com amor”.


- Com amor? – Arregalei meus olhos, assustada, com amor? – De quem é?


- Não tem assinatura. – Respondeu Sofia. – Abre o presente!


Abri com um pouco de medo, pensava em o que mamãe diria se eu abrisse um pacote de alguém que eu não conhecesse, lembrei na historia que tia Gina havia me contado, sobre o diário que ela achara quando estava no segundo ano... Mas dentro da caixinha, tinha um globo, bem parecido com os globos de neve trouxa, mas dentro do globo tinha uma rosa amarela, e no vidro havia uma gravação: “Os homens cultivam milhares de rosas em seus jardins, mas não encontram o que procuram. No entanto, o que eles buscam poderia ser achado numa única rosa”.


- Olha, tem mais uma carta. – Melanie, apontava para um pedaço de pergaminho, ao lado dos meus pés. Não tive tempo de pegar o bilhete, Melanie já estava com ele nas mãos. Leu em voz alta: “Sacudir, tem seus efeitos”.


- Não entendi. – Sofia, pegava o papel na mão da amiga, para ler o pergaminho. – Sacudir, tem seus efeitos?


Embora estivesse com medo de sacudir o globo de rosa, fiz o que mandava no papel, pude ver uma fumaça amarela dentro do globo, a rosa havia sumido atrás da nevoa que se formava, e um cheiro de jardim de rosas invadiu o quarto. Olhei maravilhada para a pequena rosa, que voltava a aparecer. Foi o presente mais estranho que já ganhara, e ao mesmo tempo, mais incrível. Coloquei o presente em cima da mesa, ao lado de minha cama, me despedi das meninas e fui procurar pelos meus primos.


Não os encontrei no salão comunal, segui então o meu caminho, até o salão principal para tomar café da manha. Estava descendo a ultima escada, quando de repente, ela se moveu. Fiquei em duvida do que fazer, se esperava a escada se mover mais uma vez, ou se seguia por outro caminho. Como a escada não queria cooperar com a minha fome, optei por seguir pelo corredor do 2º andar.


- Bom dia, Weasley. – Ele falou tão calmamente, que as borboletas que começaram a voar pelo meu estomago, não faziam sentido.


- Bom dia, Malfoy. – Tentei sorrir, para esconder meu nervosismo, não era todo dia, que ficávamos sozinhos. Ele se aproximou mais um pouco e eu fiz o mesmo.


- Sozinha no Valentine’s Day? – Ele sorriu, o que me fez pensar no que ele estava aprontando. – A sabe-tudo não conseguiu ninguém nessa data?


- Tão sozinha quanto você. – Segurei minha varinha dentro do bolso, só por precaução, ele me olhava de cima a baixo.


- Por enquanto, mas... – Voltei a andar pelo corredor, subentendendo que a conversa amistosa acabara, mas ao passar ao seu lado, ele segurou meu braço. – Na verdade, estava pensando quando ia te encontrar sozinha... - Tentei me soltar de seu aperto, inutilmente pensei em apelar por magia, mas ele foi mais rápido do que eu. Encostou-me na parede, segurando firme, os meus dois braços. - Quero apenas te fazer uma pergunta. – Ele disse, tão perto do meu ouvido, que meu estomago apertou, não conseguia respirar. – Você não contou pra ninguém, não é?


- Sobre? – meu corpo começava a se arrepiar.


- A sala de troféus e o que aconteceu lá dentro... – Bom, havia contado para Lílian e Hugo, mas sabia que eles não contariam a ninguém...


- Não, porque a pergunta?


Mas ele não falou nada, apenas afrouxou os meus braços. Quando mexeu sua cabeça, com menção de tirá-la de meu ouvido, involuntariamente fez seu rosto ficar centímetros do meu. Eu o olhava nos olhos, ele me fitava de volta. As borboletas se agitaram, travaram uma luta dentro de meu corpo assim que nossos lábios se encontraram. Segurou minha nuca com uma mão, e com a outra apoiou calmamente em minha cintura. Com os braços agora livres, segurei em sua cintura, o trazendo para mais perto, até que ele lentamente desgrudou nossos lábios. Parecia um sacrifício fazer isso, mas ele andou para trás, me fitando de canto de olho, e quando estava bem longe de mim começou a falar tão baixo, que eu tive muita dificuldade de entender.


- O que está acontecendo comigo? – Ele voltou ao normal em fração de segundos. – O que está acontecendo com você?


- Eu realmente gostaria de saber! – Disse em um tom, tão próximo e assustado quanto o seu.


- Você não vai contar pra ninguém o que aconteceu aqui!


- Você também não!


- Você é uma Weasley, Mérlin. – Ele fechou os olhos, e por uns instantes, achei que ia chorar, ou coisa parecida, mas assim que abriu os olhos mais uma vez, a raiva apossou de seu corpo. – Vá embora. Vaza daqui, Weasley.


            Ele me agarra e age como se a culpa fosse minha? Meu estomago ficou apertado, e senti que lágrimas estavam por vir, fiz menção de sair. Vi um menino alto e moreno vindo em minha direção, sorrindo, não fazia idéia de quem ele era, até ele...


- Recebeu meu cartão, Rose? – Fiquei parada onde estava, e vi que Scorpius também não se mexia. – Acho que não me apresentei, meu nome é Zeki.


            Perfeito, na hora certa. Então, ESSE era o Zeki? Realmente as meninas não o exageraram. Lindo, fofo, moreno, alto. E falando comigo na frente de Scorpius? Não podia ser melhor.


- Recebi sim, muito obrigada. – tentei dar o meu melhor sorriso, um pouco feliz e um pouco acanhada. – Você é do time de Quadribol, não é?


 - Ah, então já me viu jogar? – Ele perguntou sorrindo. – Sou batedor da Grifinória.


- Não, eu não vi. – Falei sem graça, ainda sorrindo. – Mas fiquei sabendo por...


- Gosta do jogo?


- Sim, gosto muito. Ano que vem vou tentar entrar no time. – Vi Scorpius amarrando o tênis, e se demorando ali. – Vou tentar a vaga de goleira.


- Uma menina nessa posição? – Havia um som de deboche em sua voz, coisa que não gostei nem um pouco. - Isso é raro...


         Vi Scorpius se distanciar, estava tão irritada com ele, que nem me importei. Sinceramente, senti uma pitada de satisfação, ao ver sua cara, mas o que ele queria que eu fizesse? Esperar pra ele me humilhar? Xingar mais um pouco? E ouvi-lo dizer, mais uma vez, que aquele beijo era culpa minha? Continuei conversando com Zeki, até que precisei ir embora.



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N/A: 


-Lumus!

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- Nox!





 

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Comentários (3)

  • Mariana Berlese Rodrigues

    Q FAISCA Q SAI DELES kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk'SE ELA É UM WEASLEY ELE É UM MALFOY DÃAAAAAAAAAAAAAAAAA kkkkkkkkkkkkkkkkkkk'#MORRI A-M-E-I <3 <3 <3 MUITOOOOOOOOOO LINDAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA *.*CHOREI AQUI :)

    2013-01-30
  • Ally Greene

      - Ah, eu não tinha nada para fazer, e li os livros de vocês para me distrair e... Tão Mioneee  

    2013-01-23
  • Lana Silva

    Nossa ....Esses dois são tão imprevisiveis! *-----------*

    2011-10-08
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