Assembleia

Capítulo 28 – Assembleia

 

Sirius andava de um lado para o outro da sala de reuniões. Tudo estava pronto desde a manhã, mas ele checava tudo de dez em dez minutos.

- Você está mais nervoso que o Pontas quando foi pedir a mão da Lilian. – disse Remos, que apesar de não participar da reunião, por não ter vínculos com a empresa, estava ali para apoiar os amigos.

- O Pontas sempre foi assim quando se tratava da ruiva. – disse Sirius ajeitando os papeis sobre a mesa. – Mas ele pelo menos tinha esperança que tudo ia dar certo.

- Tá certo que ele era o otimista do grupo, mas que eu me lembre o pessimista era o Frankstein. Que mesmo a gente falando para ele que a Alice gostava dele, custou quase um ano para ele pensar na possibilidade dela falar sim para um convite dele.

- Eu pensei que ele tinha tomado coragem depois que prendemos os dois naquela salinha que fazíamos nossas reuniões. – disse Sirius.

- Só colocamos o plano em ação depois que ele admitiu que poderia pedi-la, mas enrolou tanto que o prendemos.

Aquele papo acabou acalmando Sirius.

Subitamente a porta foi aberta e muitas pessoas entraram.

- Agora que todos estão aqui podemos começar. – disse Malfoy, que parecia estar empurrando todos para dentro.

- Ainda falta meia hora para o começo, e nem todos estão presente. – disse Sirius. – E eu sou o presidente desta companhia, assim presido todas as assembleias. Que eu saiba, minha prima vai participar da reunião, portanto você é um mero espectador.

- Não por muito tempo. – disse o loiro.

- Você está certo. – disse Narcisa. – Mas não do jeito que você pensa.

- Como assim? – perguntou Lucius sem se importar com os outros.

- Se você quer essa discussão aqui, sem problemas. Acabo de contratar uma advogada para entrar com os papeis de nossa separação. – disse ela. – Cansei deste joguinho de família perfeita que você insiste que eu faça. Meu amor por você acabou muitos anos atrás.

- Você não pode. – disse Malfoy. – Nosso contrato nupcial é bem claro. Você vai acabar na miséria.

- Os bens herdados da minha família estão fora do acordo. – disse ela simplesmente. – E você insistiu na clausula de fidelidade. Pois bem, ela vale para ambos e você não quer que eu exponha seus casos para todos aqui, ou quer?

Malfoy ficou sem reação, ainda mais quando quase todos na sala começaram a aplaudi-la.

- Você hoje ainda pode ficar aqui. – disse ela quando todos se acalmaram. – Mas a procuração que te dei será anulada, então será sua última reunião aqui.

Ele saiu da sala tempestivamente, mas Sirius pode ouvir algo como “vocês que pensam”.

- Me desculpem. – disse Narcisa. – Eu não queria as coisas assim.

- Mas provavelmente era o único que ele aceitaria, sem maiores problemas para você. – disse Andrômeda abraçando a irmã. – Finalmente vamos nos livrar aquele ser.

– Vamos dar um jeito dele sair definitivamente da empresa. – Disse Sirius.

 

- Sejam Bem Vindos. – disse alguém, seguido de um flash e uma gargalhada. – Vocês deviam ver a cara de vocês. Aliás vocês podem.

- Tiago? – perguntou Harry ainda não acreditando no que via.

- Que Piada é essa? – perguntou Gina com raiva.

Mais uma foto foi tirada.

- Piada, me lembrei de uma. Havia dois cachorrinhos... – disse Tiago, mas foi interrompido por um tapa de uma pessoa que estava dentro da limusine.

- Não é hora pra piadas. – disse Lilian saindo do carro.

- Mas eu queria ouvir. – disse Suzy pulando no colo de Tiago com um biquinho.

- Depois eu te conto. – disse Tiago entregando a câmera para Lilian que bateu mais uma foto.

- Eu gostaria de saber o que está acontecendo? Por que você nos sequestrou?

- Bom, essa é uma explicação um pouco longa, e melhor que todos se apresentem. – disse Tiago.

Do outro carro saíram Kingsley Shacklebolt e Alastor Moody, com coletes e distintivos.

Agora Harry estava confuso. Primeiro ele acreditou que era coisa do Malfoy para atrapalhar a reunião. Depois um trote de seu amigo. Mas com a polícia envolvida a situação era mais perigosa.

- Desculpa qualquer coisa. – disse um dos motoqueiros.

- Eu nunca pensei que isso ia ser usado para outra coisa que não puxar papo com a mulherada. – disse o motoqueiro que acompanhou Harry, mostrando que em sua mão havia um isqueiro, não uma arma.

- Explicações. – exigiu Gina, batendo o pé.

- Eu não tenho medo de você, Princesa de Fogo. – disse Tiago. – Mas como nosso tempo é curto, vou conceder o seu desejo. Billy e Teddy foram abordados por dois homens a fim de proporem um negócio.

- Alguns ainda acreditam que somos bandidos. – disse o que era chamado de Teddy.

- Culpa dos filmes. – disse o Billy.

Harry pode ver a semelhança dos dois com o filme antigo. Alguma coisa com malucos perdidos no tempo. Ele mesmo testou algumas cabines de telefone para ver se podia salvar os pais, mas aparentemente não achou nenhuma que era máquina do tempo.

- Eles queriam que nossos amigos sequestrassem alguém. – disse Tiago.

- Não aceitaríamos. – disse Billy.

- Mas eles mostraram uma foto e reconhecemos você, lá do bar.  – disse Teddy. – Aceitamos e corremos para o Avalon, contar para o Vampiro.

- Estávamos no bar, neste dia. – disse King. – Então montamos essa farsa.

-Agora vocês vão seguir o seu caminho. – disse Olho Tonto. – Enquanto pegamos os dois que contrataram nossos amigos. Lembrem-se eles tem que falar do acordo e se possível quem pagou, acho que não são o cabeça disso. Só depois pegam o dinheiro.

- Eles não vão se meter em encrenca por isso, né? – perguntou Gina.

- Não, eles estão trabalhando para a polícia. – disse King. – Foram bem espertos em aceitar. Assim puderam avisar e fazer parte desse plano.

- Agora está na hora de irmos. – disse Tiago. – vocês tem uma reunião para participar. E eu tenho que levar a Suzy para comer batata frita com muito ketchup.  

- Oba. – disse a menina.

- Por que a limusine? – perguntou Harry depois que eles saíram do edifício garagem.

- É para chamarmos menos atenção. – disse ele, mas Gina levantou as sobrancelhas duvidando. – Pra onde vocês vão, chama menos atenção que motos. Sem contar que ninguém olha para quem está dentro de uma limusine, só para o motorista.

- Tem lógica.  – disse Harry.

- Essa foi minha ideia. – disse Lilian.

Eles entraram direto no prédio da P&B. Como previsto, nem mesmo pararam.

- Se precisarem de carona, e só chamar. – disse Tiago quando se despediam. – e não se preocupe com a moto. Ela está bem cuidada.

Harry e Gina subiram direto para a sala de reuniões.

- Bem a tempo. – disse Remo do lado de fora da sala. – A reunião está para começar. Malfoy tentou antecipar, mas Sirius não permitiu. Tiago tem muita influência para alguém de sua idade.

- Vocês sabiam? – perguntou Harry.

- Claro. – disse Remo. – Vocês realmente acham que estou aqui só porque sou amigo. Estou a trabalho. Nosso principal suspeito está no prédio.

- Vai logo. – disse Gina. – Depois ficamos sabendo dos detalhes.

Harry entrou na sala e foi recebido por Sirius, que parecia aliviado. Andy acenou do seu lugar com um grande sorriso.

Na sala algumas pessoas estavam surpresas, outras demonstraram alegria, com certeza conheciam o Tiago Potter, e agora encontravam seu filho. Mas havia aqueles decepcionados, aqueles que esperavam que isso não acontecesse para poder pleitear as ações do moreno.

Foi apresentado a todos.

Mas faltava alguém.

Lucius Malfoy logo entrou na sala. Parou na porta, incrédulo ao ver Harry ali. Deu um passo para trás, como se fosse sair, e pegou o celular.

- Espero que tenha pego para desligar. – disse Sirius. – A reunião está começando. Se você quer participar entre e sente.

Ele avaliou a situação. Suspirando ele sentou, mas não desligou o celular.

Sirius começou a reunião, e houve as mesmas discussões de sempre. Até que chegou o assunto do Harry.

- E como muitos puderam ver. Estamos apresentando para todos Harry Tiago Potter, filho de nosso saudoso Tiago Potter, e seu único herdeiro.

Não foi preciso falar nada. Todos sabiam que ele se tornaria o chefe deles.

Malfoy estava segurando sua raiva e não parava de olhar para o telefone, que não parecia que ia tocar.

- Você vai assumir a presidência? – perguntou alguém.

- Ainda não. – disse Harry. – ainda estou na escola, e provavelmente precisarei de ter alguma instrução e experiência. Sirius fez um bom trabalho, deve continuar.

Alguns esperavam por isso e ficaram aliviados. Outros nem se importaram. Apenas Malfoy bufou.

Mais alguns assuntos foram discutidos.

Quase no fim, alguém bateu na porta.

- Com licença. – disse Remo entrando. – Mas o assunto que me traz aqui e urgente e grave. Lucius Malfoy, você está preso por tentativa de sequestro, e formação de quadrilha.

- Você não pode fazer isso. – disse o loiro.

- Posso, tenho um mandato para isso. – disse Remo com um sorriso. – As provas contra você são fortes. E um juiz aceitou a denúncia.

- Isso é um abuso. – disse Malfoy.

- Isso não importa. – disse Remo o algemando. – Você tem direito a permanecer em silêncio, tudo o que dizer poderá ser usado contra você no tribunal. Tem direito a um advogado, se não puder contratar um, o estado providenciará um. Poderá fazer seu telefonema da delegacia.

Remo continuou a citar os direitos dele, mas ninguém mais ouvia. Todos estavam aplaudindo. Ninguém ali gostava dele, nem mesmo sua ex-esposa.

- Não sei se isso termina nossos problemas, ou e apenas uma vitória nessa guerra. – disse Sirius antes de pedir a atenção de todos, e voltar a reunião.

 

Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.