Convites e Passeio



Capítulo 8 – Convites e Passeio


 


Harry percebeu que o clima na escola estava diferente. Grupos de meninas passavam rindo, garotos envergonhados e outros se vangloriando. Era o clima pré-baile, mesmo que esse ocorresse apenas no mês seguinte.


Algumas meninas olhavam para ele, como se esperassem que ele as convidasse. Ele percebeu que tinha algo estranho mesmo, quando viu Tiago andando calmamente pela escola, recebendo os mesmos olhares. O que dava essa sensação não eram as meninas, mas sim a presença do motoqueiro entre eles, ele geralmente sumia e aparecia onde devia estar.


- Eu gosto de causar pânico. – disse ele quando Harry o questionou. – Muitos dos meninos acreditam que eu posso convidar suas parceiras, ou futuras parceiras, e elas aceitarem. Sabe aquele ar rebelde que carregamos pode ser sedutor. Ou você não percebeu que tem muitos garotos estão te olhando feio, mais que o normal.


- Achei que era coisa do Duda. – disse ele.


- Ele não tem poder na escola. A Doninha chegou antes. – disse ele e os dois começaram a rir.


Isso chamou atenção de todos, alguns se arrepiaram de medo. E também alertaram uma pessoa.


- Oi, Meninos. – Chegou Gabrielle perto deles.


- Bom dia, Gaby. – disse Tiago.


- Bom Dia, Delacour. – disse Harry, fazendo a menina fechar a cara por meio segundo.


- Pode me chamar de Gabrielle, Harry. Não tem motivo nenhum para tanta intimidade. – disse ela quase o abraçando. – Queria saber se você vai ao baile. Escutei seu primo que você não gosta disso.


Harry pensou que ela devia saber que parte da detenção do grupo era o baile, pois ela é irmã da Lílian, mas provavelmente a ruiva não falou nada para a irmã, por não se darem bem, ou porque a menina não queria que todos soubessem quem era seu par.


- Eu irei, e não, não vou te convidar. – disse ele prevendo a próxima pergunta.


A loira murchou, tinha esperanças de ser a primeira a conversar com ele, mas parece que nem assim ela conseguiu.


Na falta de falas da menina, Harry se afastou.


Gabrielle meio atordoada pela recusa, olhou em volta para ver se alguém tinha visto o seu fora. Só viu Tiago, parado as suas costas, lugar que ele estava desde que ela chegou, e o ignorou. Ela se virou para ele com um brilho no olhar.


-Tiago, meu amigo. Você não quer...?


- Não. – respondeu ele.


- Mas...


- Eu não te ajudarei a fazer ciúmes em um amigo. – disse ele. – Não que fosse adiantar. Ele sabe que não pretendo me envolver com você, e ele também não. E não vou fazer parte dessa birra que você tem com a Lílian. Já te disse que isso é uma bobagem muito grande.


- Você ficou com a Bones na festa do Diggory, pra fazer ciúmes no Finch Fletchey, e agora com essa.


- A situação era diferente, eu estava com vontade de fazer aquilo com o Finch Fletchey. Pelo que ele fez com ela. E já te disse que não vou ficar com você de maneira nenhuma. Você é bonita, mas não é o meu tipo.


- Você vai se arrepender, nenhuma garota vai aceitar ir com você. – disse ela com raiva.


 


Harry então seguiu para sua sala, que desta vez não seria compartilhada com a outra turma. Ele chegou a tempo de ver Malfoy se aproximando de Gina.


-Wesley, como você está? – perguntou o loiro de forma educada.


- Vou Bem, Malfoy. – respondeu ela de forma polida, mas com grande vontade de mandá-lo ir passear.


- Quem bom. – disse ele achando que o fato dela não ter o mandado sair uma coisa boa. – Você não gostaria de ter a honra de ser minha companheira no baile.


- Honra. – riu ela. – Nunca.


- Não fale assim gata. – disse Malfoy tentando ser sedutor.


- Falo com eu quiser. – disse ela. – Nem que você fosse o único homem aqui eu iria sair com você.


- Olhe como fale comigo. – disse ele agarrando o braço dela.


Harry já estava a ponto de sair correndo para esmurrar o Slytherin, quando viu um brilho furioso no olhar dela.


- Me solte agora. – disse a ruiva depois de olhar para o braço.


- Não solt...- ele não terminou a frase, ele estava se curvando depois de uma joelhada recebida.


- Nunca mais me toque. – disse ela, o que causou mais medo no pessoal que assistia que a joelhada.


- Você vai se arrepender disso, Weasley. – disse ele entre os dentes. – Ninguém vai te convidar, vou fazer questão disso. Você vai ser obrigada a ir sozinha no baile, ou me pedir de joelhos para ir com você.


Harry viu que seria a hora para intervir e evitar que a ruiva fizesse uma besteira.


- Gin, já escolheu a cor do vestido? – perguntou Harry. – Preciso ir combinando com você.


- Ainda não. – disse ela, de forma meiga.


- Não demore, então. – disse ele passando a mão na bochecha dela de forma carinhosa. – Terei pouco tempo para providenciar as minhas coisas.


- Pode deixar, Harry. – disse ela, e o abraçou. – Vamos para a aula.


Os dois saíram deixando Malfoy humilhado para trás.


 


A festa que Harry foi escalado para fotografar naquela semana foi um casamento. Foi uma cerimônia simples e pequena, para no máximo 100 convidados. Por isso, ele foi sozinho.


Não teve nenhum incidente desta vez.


Mas no final da festa ele viu a pequena dama de honra brincando perto de uma fonte luminosa. Com seu vestido rodado ela parecia uma dríade.


Ele não se conteve, mudou seu cartão de memória para o pessoal e se aproximou da mãe da noiva que era a organizadora.


- Eu posso tirar algumas fotos da daminha? E para minha coleção particular. – disse ele.


Ela o olhou desconfiado.


- Tenho aqui algumas delas. – disse ele mostrando a câmera para a mulher.


A mulher se impressionou com as fotos e se as fotos do casamento eram tão boas quanto essas, ela tinha feito um bom negócio.


- Pode, mas com uma condição. Quero uma delas.


- Vou escolher uma e mando revelar e emoldurar para você.


- Muita gentileza sua. – disse ela, achando que teria apenas o arquivo digital.


Ele tirou algumas fotos de longe para pegar poses espontâneas e não deixar a menina envergonhada.


Depois foi se aproximando e obteve a atenção da menina, que parecia bem a vontade com a câmera. Ele tirou tanta foto que ele poderia e faria um álbum para mandar para a menina.


 


Sábado chegou e com ele mais um dia de detenção, se bem que Harry percebeu que aquela não era uma punição.


Tiago conversava com Minerva e uma mulher que Harry não conhecia. O amigo parecia mais disposto nesta manhã.


- Harry, essa é a Papoula Pomfrey, ela cuida da enfermaria do colégio.


- Prazer. – disse ele.


- Você me lembra alguém. – disse ela.


- Todos me dizem isso aqui. – disse ele de forma divertida.


Papoula ficou pensando sobre isso enquanto via Gui chegar trazendo Gina, Lilian e Fleur.


- Parece que nos vai caber todo mundo. – disse o ruivo depois de cumprimentar as duas mulheres e Tiago.


- Eu sigo vocês. – disse Tiago.


E assim saíram. Gui ficou menos preocupado desta vez com o pessoal no carro, apesar de não gostar da aproximação de Harry da irmã. Mas ficou mais preocupado com a atenção que Lilian desprendia a Tiago.


Ela, de tempos em tempos, olhava para trás para ver se ele estava bem.


Por namorar Fleur há algum tempo, considerava Lilian como uma irmã, mais que Gabrielle. Conhecia Tiago e sabia que ele era mais do que aparentava, mas mesmo assim se preocupava, assim como se preocupava com Gina.


Novamente eles chegaram antes que as crianças entrassem no refeitório.


Fluer conseguiu colocar ordem naqueles que ela tomava conta, mas Gui acabou caindo em uma pegadinha de dois gêmeos, Fred e Jorge, que tinham catorze anos, e acabou com a camisa cheia de leite.


- Hoje vamos visitar um museu. – disse Penélope. – Não é porque isso é um orfanato que não devemos melhorar a cultura deles. Vamos dividir vocês em duplas, para cuidar de um pequeno grupo. Vocês são uma benção. Se não tivesse ajuda, não sei o que seria de mim, ou das crianças.


Eles seguiram em um ônibus antigo para o Museu. Lilian ficou chateada por ter que ficar ao lado de Tiago, mas a companhia de Suzy, que se sentou no colo dele. Os dois conversavam tranquilamente.


O museu não era grande e boa parte das obras era de artistas locais. Havia algumas cópias de obras famosas.


Harry e Gina ficaram com um grupo de meninas com dez a doze anos, que estavam muito interessadas nas pinturas e faziam perguntas sobre as obras famosas, então o grupo acabou acompanhando um guia.


Gina parecia conhecer um pouco das obras.


- Papai costumava trazer a gente aqui. – disse ela quando fizeram uma pausa. – Rony não gostava muito, mas eu adorava vir. Só não conheço muito as novas peças, mas as réplicas ela conhecia bem.


Cruzaram com Gui e Fleur, mas o casal não parecia muito feliz, um visitante do museu estava a todo tempo dando em cima da loira, que o cortava, mas ele não desistia, nem mesmo com a presença do ruivo.


O mais surpreendente foi que Lilian e Tiago estavam se divertindo, eles estavam com um grupo dos meninos menores. Eles não falavam muito, mas pediam para os meninos falarem sobre as obras, gerando histórias diversas.


 


Em um dado momento, Suzy pede para falar com Tiago. Ela era a única do grupo que não falava, por ter outras meninas com eles.


Ele olha para os lados e procura uma solução. Seus olhos cruzam com os de Lilian.


- Você poderia me fazer um favor. – disse ele para ela.


- Qual? – disse ela meio ríspida.


- Você poderia levar a Suzy no banheiro. – disse ele. - Eu não quero leva-la para o masculino, e nem posso entrar no feminino. Você pode fazer isso?


- Posso. – disse ela mais simpática.


- Suzy, você vai com a Lilian. – disse Tiago.


A menina soltou a mão dele e seguiu com Lilian sem problemas.


 


Sirius freou forte na porta do museu.


- Que isso, Almofadinhas? Quer nos matar? Avisa que eu fico longe de você. – disse Remo.


-E que eu vi o Pontas subindo naquele ônibus. – disse ele.


- O Pontas morreu, cara. – disse ele.


- Eu sei, mas eu acho que eu vi o Pontas adolescente. Pode ser o Harry. – disse o moreno.


- Tem certeza?


- Não muita, mas o cabelo bagunçado era bem parecido, só que não consegui ver o rosto para confirmar.


Os dois tentaram ver o ônibus, mas ele já tinha entrado no tráfego e se confundia com os ônibus dali.


- Não pode ser. – disse Sirius. – Os tios não o trariam de volta justo agora. E não deixaria que ele andasse livremente pela cidade assim.


- O que diz o detetive que você contratou.


- Ele achou o último emprego do Dursley, mas ninguém sabe por onde ele mudou no meio do ano. Parece que a oferta foi irrecusável e ele sumiu no dia seguinte de lá. Um vizinho falou de um sobrinho, mas não deu detalhes.


- Temos que tentar acha-los. Estão pressionando.


- Eu sei, Aluado, eu sei.

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Comentários (1)

  • Lana Silva

    Ahhhhhhhhhh que fic misteriosa é essa ?Acho que vou voltar a roer minhas unhas depois dessa.Amando *-*Espero que todo esse misterio se esclareça logo. 

    2012-02-25
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