O Orfanato



Capítulo 7 – O Orfanato


 


Na quarta feira, Harry procurou por Marcus conforme combinado para o acerto da festa e a contratação.


- O pessoal do Chargers ficou louco com as suas fotos. – disse ele. – Até me perguntaram se eu tinha voltado a fotografar.


- Ficou feliz que eles tenham gostado. – disse Harry corando. – Só fiz o que eu gosto.


- Eu aprecio isso.  – disse Marcus. – Mas tive uma reclamação sobre você. Não foi uma reclamação, mas um conhecido veio falar de mim sobre você. Falou que você o desrespeitou.


- Ele achou que eu fosse um penetra e só me defendi. O segurança da festa pode te confirmar isso.


- Eu sei disso. Conheço o Malfoy a muitas primaveras. Ele sempre foi assim, então não liguei muito, mas ele falou muitas coisas sobre você.


- O filho dele estuda comigo, e digamos não fomos muito um com a cara do outro. – disse o moreno. – Ele acha que manda na escola e eu não abaixo a cabeça para ele e seus amigos.


- Ele disse mesmo que você era um delinquente. Agora entendo. Mas não se preocupe com isso, faz tempo que não trabalho com ele, fora as ocasiões que trabalho para a P&B, mesmo assim não é ele quem me paga.


- Ótimo, quanto menos eu ver a cara dele, melhor.


- “Evite problemas, mas quando ele vier para você o enfrente”. Escutei isso quando entrei na escola, de um garoto bem parecido com você. – disse Marcus pensativo. – Bom vamos deixar isso para lá, e vamos falar de negócios. Nessa semana não tenho nada para você. Todos os meus compromissos já têm alguém, mas você deve ficar alerta, caso precise de você. Mas semana que vem tem uma festa pra você na quinta.


Assim eles acertaram todos os detalhes.


 


Sexta começou com agitação, um recado nos murais espalhados pelo colégio solicitava a presença de todos no refeitório no horário do almoço. Aviso reforçado pelos professores.


Não era obrigatório o almoço no colégio, mas a maioria o fazia pela comodidade ou preguiça de ir em casa ou restaurante. Mas o diretor queria que todos, ou o máximo de pessoas estivessem presentes.


Harry percebeu que não era uma coisa muito incomum, já que não havia muitos comentários a respeito disso pela escola. Mas ele tinha a leve suspeita que sabia o motivo para isso.


Desta vez ele não precisou chamar Gina para almoçar com ele. Como saíram da aula juntos, assim como Mione, Rony, Luna e Neville. Eles foram em direção à mesa onde habitualmente focava Tiago. Parecia que todos queriam ficar o mais próximo possível da mesa dos professores.


O moreno ficou impressionado, que quando Dumbledore se levantou, todos ficaram quietos.


- Sei que todos estão mais interessados no delicioso almoço que estamos servindo, e tem pouco interesse no que um velho possa dizer, mas garanto que ficaram contentes com esse anuncio. – disse o diretor. – Todos os anos, o aniversário de fundação de Hogwarts é comemorado com uma festa para funcionário e alunos, mas este ano é especial. A nossa magnífica escola comemora duzentos anos. E para uma data tão especial teremos que ter uma comemoração especial. Portanto venho anunciar um Baile de Aniversário para a escola. Será uma ocasião perfeita para todos, mas insisto em que as tradições sejam mantidas e que na medida do possível todos venham acompanhados. Pares de fora da escola serão aceitos, mas para isso deverão ser informados a um dos professores com pelo menos uma semana de antecedência. No mais, bom apetite.


Foram poucos os que realmente se preocuparam inicialmente com a comida, o som das vozes tomou um nível mais alto que anteriormente.


- Um Baile, que coisa legal. – disse Mione. – temos que ir as compras meninas.


- Claro. – disseram Luna e Gina.


- O mais cedo possível. – disse a ruiva.


- Não sei porque a pressa. – disse Rony. – Vocês já são bonitas, qualquer coisa que vocês coloquem vai apenas ressaltar isso.


As meninas olharam para ele com uma cara espantada, ele não era de elogios, ainda mais um bom como esse. Neville se beliscou para ter certeza que não sonhava. Harry apenas sorriu para ele, enquanto Tiago segurava para não rir da situação toda.


- Mione, Uh. Eh, você gostaria de ir comigo, tipo ser meu par? – perguntou o ruivo corando muito.


- Não sei, deixa eu pensar. – disse ela, mas ao ver que o menino parecia diminuir como um balão furado ela respondeu. – Claro que quero, seu bobo. Com quem mais eu iria?


- Não sei, tem tantos meninos que parecem ser mais bonitos e legais que eu.  – disse ele num ataque de inferioridade.


- Mas nenhum é você. – disse a morena acariciando a bochecha dele.


- E você Neville, tem alguém em vista? – perguntou Luna para tirar a atenção de todos do casal.


- Tenho. – disse ele olhando para uma menina da turma de Tiago que estava com os cabelos trançados com uma fita amarela, representando sua escolha.


- Parece que vou ter que espera até o final para ver se alguém me convida. – disse a Loira.


- Não devia. – disse Harry. – Se você quer, você deveria convidar o garoto. Não estamos na Idade Média mais, as mulheres podem fazer o mesmo que os homens.


- Mas, será que pode? – perguntou a Ravenclaw.


- Dumbledore não disse nada a respeito. – disse Tiago, que já terminara de comer. – E como as pessoas terão certeza que o convide partiu de um ou de outro?


- Gostei desse raciocínio. – disse ela.


- Vou andando. – disse Tiago. – Acho melhor alguém trazer os pombinhos de volta a realidade, Mione vai matar um se chegar atrasada na aula.


Logo a morena e o ruivo viraram zoação de todos.


Quando o grupo saiu do refeitório, foram alcançados por Lílian.


- Oi. – disse ela embaraçada. – Será que eu posso ficar com vocês hoje? Não quero ter que responder algumas perguntas que consegui evitar no almoço, mas que com certeza virão.


- Claro. – respondeu Gina sabendo do que ela estava falando.


- Obrigada. – disse a ruiva.


- Você já fez os exercícios de Matemática que a McGonagall passou para semana que vem? – perguntou Mione, que percebeu que deveria mudar o assunto.


- Só não consegui fazer o último. – disse ela.


- Nem eu. – disse a morena, suspirando, o que deixou os outros preocupados.


Eles passaram nos armários de cada um para pegar os livros. Lílian ao se aproximar do seu parou de falar no meio de uma frase ao ver uma rosa presa na porta do seu armário.


Ela pegou a flor e aproximou do rosto para cheirar.


- Ah, me desculpem. – disse ela percebendo que ninguém estava entendendo. – Eu adoro receber flores. Todo mês eu recebo uma assim, de surpresa, nunca sei quando ela parece, mas geralmente e no meu armário. No meu aniversário, recebo flores azuis. Sempre sem remetente ou cartão. Sei que é muito estranho, mas não consigo não ficar boba quando vejo a flor no meu armário.


Ninguém comentou nada, nem era preciso.


Mais perto da sala, eles foram interceptados por Duda.


- GI...Weasley. – corrigiu ele ao ver a expressão dela. – Você gostaria de ira ao baile comigo?


A pose dele era para ser de um galã, mas seu físico atrapalhava.


- Não. –disse a ruiva entrando na sala.


- Como assim não? – perguntou ele.


- Como de todas as outras meninas antes, Duda. – disse Harry se colocando na frente dele. – Elas não querem nada com você.


Todos começaram a rir dele, inclusive alguns de seus amigos.


 


Harry saiu de casa cedo no sábado, já que teve que aturar durante o jantar de sexta, seu tio, primo e Guida falando sobre a sua detenção. Claro que eles não sabiam o que o moreno teria que fazer, mas ficaram tentando atazanar ele.


Ele seguiu para a escola e encontrou com Minerva em pé no topo da escada e Tiago sentado em um degrau abaixo, com algumas caixas de papelão atrás dele. O menino parecia dormir, mas ele não poderia ter certeza por causa dos óculos.


- Bom dia. – disse ele.


- Bom dia. – respondeu a professora, enquanto o motoqueiro rosnou algo. – Ele perguntou “O que há de bom?”.


- Hein?


- Você deve saber que ele não gosta nem um pouco de luz, e um dia bonito como este, não é muito bom para ele. – disse a professora recebendo um rosnado do motoqueiro confirmando.


Logo um carro parou na frente da escola. Dele desceu Lilian, depois de conversar algo com o motorista, que deveria ser o pai dela.


- Bom dia. – ela parecia feliz.


- Bom dia. – responderam os três, o que fez com que Harry olhasse para Tiago, que apenas balançou os ombros.


- Só falta a carona de vocês. – disse a professora.


- Não falta mais. – disse Tiago apontando para outro carro que chegava.


- Ei ai, galera. – disse Gina pulando do carro.


Ela correu para Harry e deu um beijo na sua bochecha, seguiu para Tiago e Lilian abraçando os dois.


Gui olhava feio para Harry, mas não disse nada.


- Vamos? – perguntou Gina.


- Só preciso de ajuda com as caixas. – disse Tiago.


- O que tem ai? – perguntou Lilian curiosa e preocupada, enquanto Harry e Gui o ajudavam.


- Uma surpresa. – respondeu Tiago. – Nada perigoso.


- Assim espero. – retrucou a Lilian que cumprimentava o futuro cunhado.


- O que Alvo foi arrumar juntando todos eles? – se perguntou Minerva ao ver os alunos se acomodarem no carro.


Gina foi na frente com o irmão, por insistência deste, enquanto Lilian se acomodava nervosa entre os morenos atrás. Mas Tiago não fez nada, apenas encostou a cabeça no vidro.


 


Eles foram recebidos pela diretora do orfanato, uma senhora com cara bondosa.


- Bom dia. – disse ela. – meu nome é Penélope Stuart, sou responsável pelas crianças do orfanato. Vocês devem ser os meninos do Alvo?


-Bom dia. – respondeu Gina. – Somos. Menos o grandão ali, que é só nossa carona.


-Bom, vamos entrar. – disse Penélope. – As crianças ainda estão nos quartos, daqui a pouco elas vão para o café. Vocês devem tomas conta deles lá por enquanto. Daqui a pouco eu passo as outras funções.


Os garotos estavam levando as caixas para dentro, para a sala da diretora.


Seguindo todos para o refeitório, onde pouco depois entrou um monte de crianças entre quatro e dez anos.


Alguns foram diretamente para as mesas, mas alguns correram para Tiago.


- Oi pequenos! - cumprimentou ele. – Trouxe alguns amigos para brincar com vocês hoje. São o Pontas, Gina e Lily. Eles são legais.


Ele conduziu os meninos para as mesas e se sentou com uma menina de cabelos pretos, e olhos azuis no colo, a menor de todas.


As crianças da mesa de Tiago se comportavam direito, mas nas outras a situação era meio diferente, o que dificultava muito a vida de todos.


 - Trate como crianças.  – disse Tiago para os outros. – ou seja, como um de nós.


As crianças acabaram e saíram com os funcionários do orfanato, deixando os quatro na limpeza e arrumação.


- Como eles te conhecem? – perguntou Lilian de forma intimidadora.


- Sou voluntário aqui há dois anos. – disse ele. – Não venho tanto quanto gostaria, ainda mais durante as aulas, mas me divirto muito aqui.


- Você? Voluntário em um orfanato? Até parece. – disse a ruiva.


- Lily, que tal discutirmos isso outra hora. – disse Gina. – Temos crianças para cuidar. E lembre-se que eles faram relatórios sobre nós.


Assim eles voltaram a limpar o refeitório, que não era um trabalho difícil.


Tiago que tinha se mostrado uma pessoa mais extrovertida ali, se retraiu novamente e não falou mais nada enquanto estavam naquele cômodo.


Depois disso, eles foram para o pátio, onde Penélope os esperava.


- Agora é a hora deles brincarem por aqui. – disse ela. – Cuidem deles. Se divirtam, mas cuidado, alguns deles tem a tendência a aprontar, principalmente com pessoas novas. Tiago você sabe quem eles são. Ela estava com saudade de você.


- Eu também. – disse ele, se dirigindo para as crianças.


- Será melhor que vocês formem duplas, ficará mais fácil cuidar deles. – disse a mulher novamente.


- Eu fico com o Harry. – disse Gina. – Você tem que se entender com o Tiago, ele não é como falam na escola.


- Mas... mas... - disse a ruiva.


- Ela está certa. – disse Harry. – Ainda mais que vocês vão no baile juntos, e terão que passar mais algum tempo juntos. Ele não vai fazer nada contra você, pelo menos aqui.


- Vocês ainda me pagaram por isso. – disse ela saindo e indo em direção ao menino. Que estava com um grupo de meninos no que parecia ser um jogo de tabuleiro, com a mesma menina do café ao seu lado.


- Nunca vi um casal tão perfeito que briguem tanto. – disse Harry.


- É verdade, eles conseguem até mesmo superar Rony e Mione no começo. – disse Gina.


- Eu gostaria de saber se Lilian sente algo por ele. – disse ele com um suspiro. – Eles poderiam ser mais felizes juntos.


- Sim, mas temos que descobrir o que aconteceu com os dois, eles eram amigos antes, do nada ficaram como estão. – disse Gina. – Agora não vamos poder fazer nada, temos que tomar contas dos pequeninos.


Eles passaram a manhã brincando com os meninos, de pega-pega, cabra cega, e outras brincadeiras pelo pátio.


Tiago e Lilian não se falaram muito, mas acabaram trabalhando bem juntos.


O almoço foi quase uma repetição do café, a diferença foi que um menino mais velho tentou iniciar uma guerra de comida, mas foi parado por Gina, que disse que comida não era para ser desperdiçada assim, com uma bobagem destas.


As crianças menores foram para os quartos para uma soneca, enquanto os maiores foram para a sala de leitura, onde havia muitos livros para lerem.


 Desta vez quem pegou o livro foi Tiago, e para surpresa dos amigos e principalmente de Lilian, ele conseguia dar vida aos personagens alterando as vozes e todos prestavam atenção nele, menos a mesma menina que não desgruda dele, que acabou adormecendo no seu colo.


 


Eles estavam se preparando para sair quando Tiago revela o que tinha nas caixas. Pacotes de doces para os meninos, que adoraram tudo.


- Assim eles não ficam tão tristes quando a gente for embora. – disse ele.


- Você cuida bem das crianças. – disse Lilian, sem conseguir olhar para ele. – Me desculpe pelo que falei mais cedo.


- Sem problemas. – respondeu ele. – Parte disso e minha culpa mesmo, já que minha aparência não ajuda as pessoas a pensarem bem de mim.


Eles acabaram se afastando quando Penélope chamou Tiago.


A menina que estava sempre com ele se aproximou de Lilian.


- Você é namorada do Titi?


- Não. – respondeu ela no susto.


- Ele sempre fala que a namorada dele é bonita, e pensei que era você. – disse ela saindo. – Você é legal.


 


- Não sei como tem tanta criança aqui. São todas órfãs? – perguntou Gina já no carro.


- Não. – respondeu Tiago. – Algumas são. Outras foram abandonadas pelas mães por diversos motivos, tem algumas que deixam os filhos aqui por não terem condições de criar, e assim darão uma condição melhor para os filhos. Infelizmente tem aqueles que sofrem abusos e violência em casa e são retirados dos pais por isso. A Suzy, aquela menina que andou comigo o dia todo, por exemplo, a mãe dela sofreu depressão pós-parto e rejeitou a menina. E o atual companheiro, que não é o pai dela, tinha outra filha mais velha de um casamento anterior. Essa menina batia na menina sempre que podia. Ela chegou aqui com vários hematomas e com suspeita de ter o braço quebrado. Foi na minha primeira vez aqui. Suzy não permitia que nenhuma das mulheres daqui chegasse perto dela, então eu que cuidei dela. Faltei uma semana de aula por isso. Agora ela deixa que uma ou outra cuide dela, mas somente depois que eu converso com ela.


- Nossa. – disse Harry. – Eu quase parei num lugar assim. Se não fosse a minha tia.


- E triste ver crianças assim, mas pelo menos eles são bem tratados no St Mungus. – disse Gina.


- Semana que vem eu venho como vocês. – disse Gui. – Vou trazer a Fleur comigo.


- Ela, acho que poder até vir, mas Gabrielle não vem de jeito nenhum. – disse Lilian, mas tinha uma coisa incomodando ela. – Suzy veio falar comigo.


- Falou com você? – perguntou Tiago espantado. – Ela não gosta de estranhos. Demorei três dias para ela deixar a Penélope dar banho nela, e mesmo assim eu tinha que estar presente nestes momentos por quase dois meses. Ela não te xingou, né?


- Não, pelo contrário. – disse ela corando. – Só me fez uma pergunta relacionada a você. Não pediu para ela fazer isso?


- Não. – disse ele secamente. – Se preciso saber algo, eu mesmo pergunto. Não preciso usar uma menininha para isso.


- Desculpe. – disse ela.


Gui mudou rapidamente de assunto, para evitar brigas.


- Eu escutei você chamando Harry de Pontas, tem algumas relação com...? – perguntou ele para o motoqueiro.


- Sim. Tem. – respondeu ele.

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Comentários (2)

  • Lana Silva

    OPAAAAAAAAAAAAAAAAA Relação com ....? AHhhhhhhhhhhhhhhhhhhh meu Merlin tô quase morrendo aqui como pode parar nessa parte do capitulo senhor ????? O.OSó pode ser pra me matar de curiosidade!Gostei bastante do capitulo.Bjooos! 

    2012-02-25
  • Fl4v1nh4

    relacao com...? Pontas original? xD que jeito de terminar o cap! atualiza logo plzz

    2011-04-14
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