Irmãos Weasley



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– Você demorou tanto... – Rony reclamou quando o viu. – O que vocês estavam fazendo até agora?


– Irina me levou para conhecer a propriedade... O que você, tão insistentemente, quer?


– Quero que volte comigo até o parque, quero ver se eles já chegaram.


– Onde está a Mione?


– Por aí, com a Mirella, aprendendo sobre a cultura local! Dá pra acreditar?! Estudando...


– Ok... então, vamos – virou-se novamente para a saída, Rony o deteve.


– Depois que você almoçar – arrastou-o para a cozinha. – Eles fazem uns pratos muito bons... – comentou ansioso por repeti-los.


Atravessaram o parque, estava vazio e silencioso, um grande contraste se comparado à noite anterior. Puderam reparar melhor a variedade de atrações que existiam ali. Encontraram duas pessoas fazendo a manutenção dos brinquedos mas não conseguiram se comunicar com elas.

As duas casas de show estavam lacradas. Encontraram um rapaz limpando a loja, após muito repetir o nome dos gêmeos e repetitivos gestos indicando o próprio cabelo, Rony teve a sensação de conseguir se fazer entender. Pelas palavras e gestos que receberam como resposta deduziram que Fred e Jorge não estavam.


– Se eles ainda não voltaram deve ter acontecido alguma coisa...


– Claro, o ataque ao Beco, pode ter atingido a loja... Vamos voltar mais tarde, à noite – pediu enquanto se afastava – Não gosto deste lugar.


– Por que não? – Rony o acompanhou – Eu gostei daqui, é divertido, e você está precisando disso, de distração.


– Estou precisando dormir – coçou a cicatriz tentando ignorar o incômodo.





Harry saltou da cama sobressaltado. Demorou alguns instantes até se acostumar com a escuridão à sua volta. Voltou ao chão e foi até o banheiro. Após o banho, ficou um bom tempo parado em frente ao espelho observando o próprio reflexo, ergueu a mão e tocou a superfície fria. Animou-se quando aspirou seu perfume.


– Atrapalho? – ela perguntou da entrada.


– Irina... não, nunca.


– Trouxe sua encomenda – Irina se aproximou e estendeu a ele o embrulho – Não parece ter descansado muito.


– Tive sonhos ruins – Harry abriu a caixa e pegou os óculos, estranhou um pouco a princípio mas ao mesmo tempo ficou aliviado por voltar a usá-los, guardou as lentes novamente, ainda poderiam ser úteis.


– Eu também já fui como você – ela cruzou os braços e se encostou na bancada, vendo-o se arrumar em frente ao espelho.


– Como? – passou o pente pelo cabelo puxando sua franja castanha para tampar a cicatriz.


– Eu também tive dificuldade em me aceitar, o que eu me transformei... passei muito tempo tentando encontrar um meio de reverter isso...


– É diferente – Harry olhou para ela, contemplando sua expressão tranquila e olhar vívido.


– Realmente... você cresceu assim, faz parte de quem você é.


– Como foi que aconteceu, com você?


– É uma longa história que poderei te contar em outra ocasião, por hora você já tem muito em sua mente... Eu gosto mais deles ao natural – comentou olhando para o seu cabelo.


Harry passou a mão por eles deixando que ficassem novamente pretos e rebeldes.


– Ainda não pensei em outro disfarce.


– Você deseja tanto ser igual aos outros que acaba se limitando. Se recusa a ser você mesmo e nunca consegue ser como os demais, vai acabar perdendo sua identidade.


– Não sei do que está falando... – Harry desviou o olhar – Você não parece nada natural também, com esse piercing, a tatuagem...


– Isso foi uma adaptação que fiz para os tempos modernos – virou-se para o espelho reparando a imagem deles, refletida. – Quis algo mais agressivo, estava cansada de ser vista como uma boa menina... – sorriu marotamente e ficou a brincar com o metal em sua boca.


– Tem um piercing na língua também?


– Gosta? – passou a língua pelos lábios para mostrar seu acessório.


– Sim... – conseguiu balbuciar.


– Tenho outros... – mostrou a orelha direita, atravessada por uma seta, e levantou a blusa mostrando o umbigo, ornamentado com uma pequena argola.


– Olá – Grazina entrou pela porta – Estão fazendo o que aqui...? Ah, você ficou bem com eles.


– Obrigado – Harry passou a mão pela calça, secando o suor – Foi Irina quem escolheu.


– É... Irina tem bom gosto...


Harry recolheu suas coisas e jogou dentro da mochila, voltou para o quarto.


– Seus amigos vão voltar logo? – Grazina os acompanhou.


– De onde? – Harry jogou a mochila na cadeira e se virou para ela.


– Maddy disse que saíram juntos, foram ao parque... A gente podia ir encontrá-los lá, Mihail disse que ontem foi muito divertido.


– Não ficamos no parque – Irina esclareceu.


– Não tenho vontade de voltar àquele lugar...


– Eu estou indo... – Grazina sorriu e levou à boca um pirulito que combinava com


seus cabelos e batom vermelho-sangue – Tem certeza de que não quer me acompanhar, Irina?


Irina alternou o olhar entre ambos, conflitando-se quanto a escolha a fazer. Harry foi distraído pelo calor emanado de seu cordão.


– Vou ter que ir, eles se encontraram – escondeu-o novamente sob a roupa e olhou para elas. – Eu posso levá-las – ofereceu.


– Claro! – Grazina saltou alegre – Vai fazer uma daquelas coisas mágicas pra levar a gente até lá? – sorriu para ele , agarrando-se ao seu braço.


– É mais rápido... – estendeu a mão para Irina também, que a aceitou relutante.




Caminharam pela estrada até chegar ao local, assim como na noite anterior estava cheio e barulhento.


– Vamos agitar, Harry! – Grazina pediu. – Que outras mágicas você faz pra se divertir?


– Hum... nenhuma, acho. Não tenho tido tempo pra isso... – Harry desculpou-se – E preciso encontrar os Weasley...


– Ah, sei... você é igual a Irina... – concluiu com uma careta – Por isso se dão tão bem. Não precisam me esperar.


Harry ficou olhando para o lugar onde tinha sumido, olhou ao redor para ver se alguém estava prestando atenção, parou o olhar sob Irina.


– Você já deve ter percebido o quanto ela é naturalmente discreta, não? Ela chama muita atenção e adora tudo que chame atenção...


– Vocês costumam vir juntas? – foram abrindo caminho entre a multidão, aproximando-se da loja dos gêmeos.


– Se algo der errado alguém tem de estar por perto para limpar a sujeira – ela explicou –   Se formos descobertos teremos problemas não só com os habitantes do local, mas também com o seu pessoal... – justificou-se ao perceber seu olhar inquisidor.


Os gritos e risos, vindos das casas de show, podiam ser ouvidos apesar do som ambiente. Harry puxou novamente o cordão e ficou algum tempo olhando para a mensagem.


– O que foi? – Irina se aproximou mais, as pessoas passavam empurrando-os.


Harry estendeu o pingente para que ela o lesse.


– Fica comigo um pouco – Irina pediu a ele – Tenho que ficar de olho em Grazina, caso ela comece a chamar atenção demais, seria bom ter companhia...


– Bom, ao menos não vai ser difícil encontrá-la... – aceitou sua tentativa de distraí-lo.


– Você acha? Então por que não me mostra suas habilidades? – ela sorriu.


 


– Hei!! O que fazem aqui?! Como nos acharam? – Jorge e Fred os receberam com um abraço apertado.


– Vocês ainda estão vivos... Estão todos preocupados! Como teve coragem de fazer uma coisa dessas? – Fred perguntou ao irmão ainda o segurando firmemente.


– Estamos sempre enviando mensagens aos nossos pais, eles se preocupam demais – Rony queixou-se.


– Além de abandonar a escola você também fugiu de casa... – Fred o olhou com admiração.


– Nós não esperávamos que fosse seguir nossos passos, quanto mais nos superar – Jorge deu tapinhas nas costas do irmão e Hermione arqueou as sobrancelhas.


– Se bem que, por sua causa nem sabemos se iremos ter natal... – Fred o acusou.


Jorge agarrou seu braço.


– Claro que vamos, afinal, ele está aqui...Podemos limpar a nossa barra – confabularam.


– Do que estão falando...?


– Fomos até lá assim que soubemos do ataque ao Beco, mamãe está aflita, até tentou culpar a gente.


– Olivaras foi encontrado, gravemente ferido, mas lúcido o suficiente para contar o ocorrido.


– Ele disse que tinha sido enfeitiçado para que avisasse aos partidários das trevas caso Harry aparecesse, informou ao Ministério que vocês três tinham estado por lá. Papai teve que mentir dizendo que não sabia do ocorrido, que você tinha saído de casa sem dar explicações.


– Então, agora o Ministério sabe sobre Harry... – Hermione trocou um olhar preocupado com Rony. – Devem estar à procura dele.


– Não só dele, agora estão à procura de vocês também. Os corpos de vocês três e o de Dolohov, segundo as informações passadas por Olivaras, foram os únicos não encontrados.


– Walden McNair foi encontrado morto e três deles foram levados ao St. Mungus, dois já estão presos. Muitos dos seguidores dele foram mortos aquele dia, o Ministério está se sentindo confiante.


– Acho que nós tivemos sorte... – Rony comentou e puxou o cordão para enviar uma mensagem a Harry.


– Agora vocês vão dizer a todos que estão bem, ou nossos pais é que irão parar no hospital. – Fred determinou conduzindo-os para o interior da loja que era reservado a funcionários.


– Vocês estão bem mesmo? Aconteceu alguma coisa ao Harry? – Jorge se alarmou de repente notando sua ausência.


Fred os guiou para o segundo andar da loja, onde ficavam seus aposentos e o escritório particular e armou a lareira enquanto ouviam sobre Tristan e seu grupo.


– Imagino que tenham sido dias emocionantes... pronto, diga a eles que puxou ao Percy e não a nós – Fred pediu, afastando-se.


– Oi pai – Rony e Hermione se agacharam em frente à lareira observando parte da sala, onde o senhor Weasley estava debruçado sobre a mesinha de centro. Jorge fez surgir em volta deles imagens ilusórias de montanhas cobertas de neve.


– Rony!! Molly! O Rony! – ele gritou aliviado, os olhos úmidos. – Filho, onde vocês estão?


– Pai, por favor... estamos bem – murmurou encabulado – Como estão as coisas aí em casa?


– Ronald?! – Molly apareceu ao lado do marido. – O que pensam que estão fazendo?! Querem nos ver mortos!? Querem que tenhamos um ataque do coração?!!


– Mamãe... – Rony trocou um rápido olhar com Fred, que se mantinha distante apreciando os gritos. Ela continuou reclamando e esbravejando enquanto o Sr. Weasley se afastava.


– E como vocês estão? Têm se alimentando direito? Por que estão nesse lugar frio, sem um agasalho decente!? Voltem já pra casa!


– Mãe, a senhora sabe que não vamos voltar agora, e se continuar brigando não vamos mais aparecer e só mandar cartas... – usou um pouco das suas chantagens.


– Não pode fazer isso conosco! Ainda somos seus pais! Hermione seus pais também estão preocupados, embora pareçam não entender a gravidade de tudo isso, mas enfim... – acenou a mão rapidamente querendo se concentrar em outro assunto, Hermione se mexeu inquieta enquanto corava. – Onde está o Harry?


– Harry!? Ele está aí? – Sirius se agachou ao lado dela e os três se espremeram em frente a lareira.


– Não, ele deve estar vindo – Rony explicou. Hermione puxou rapidamente o cordão para avisá-lo.


– Vocês se separaram? Por que ele está sozinho? – Molly tentou entender.


– Ele está lá fora, não vai poder vir agora... desculpe, Sirius. – Hermione guardou novamente o cordão após ler a mensagem.


– Lá fora? Vocês já não estão do lado de fora? – Arthur se esticou tentando ver um pouco mais. Sirius não escondeu o desapontamento e a angústia, mas também não insistiu, ficou cabisbaixo ouvindo.


– O que aconteceu com o Sr. Olivaras? – Rony tentou desviar o assunto.


– Está no St. Mungus ainda, mas sem sequelas permanentes, vocês não se machucaram? Havia tanto sangue...


– Um pouco – Rony admitiu. – Mas já estamos bem. O que está acontecendo em Hogwarts? Dumbledore já voltou?


– Não, ainda não – Arthur respondeu à sua pergunta.


– E a Gina, Senhora Weasley, como ela está? Tem mandado notícias?


– Oh, não... os alunos não podem ficar enviando e recebendo correios a qualquer hora, novas normas de segurança do castelo. Mas ela está bem, na escola, onde vocês deveriam estar também. Quando vão voltar aos estudos? Vocês estão se atrasando... e Harry, ele...


– Desculpe mãe, tem mais gente querendo usar a lareira, nosso tempo já acabou. A gente manda notícias.


– Gente querendo usar? O quê? Como assim...?


– Esperem... – Sirius pediu – Esses gritos todos, que multidão é essa...?


Fred fechou a lareira, interrompendo a conexão e Jorge retirou a ilusão.


– Pra quê isso?


– Não querem que saibam onde estão, não é? – perguntou Jorge – Pois nós não queremos começar a receber visitas da Ordem e do Ministério por aqui. Não foi fácil conseguirmos permissão para fazer a parceria com o dono do parque, por ele ser trouxa, vocês sabem, a segurança...


– Só que Sirius é muito esperto – Fred comentou com o irmão – É melhor não nos arriscarmos novamente.


– E por que vieram pra cá, tão longe?


– É um ótimo lugar pras nossas pesquisas, estamos oferecendo entretenimento para bruxos e trouxas...


– E a horcrux? – Hermione se espantou – Vocês não deveriam...?


– Estamos também, não se preocupe – Jorge a interrompeu. – Melhor irmos procurar o Harry – sugeriu.


Harry voltou ao parque, o dia já estava claro e o local, vazio. Encontrou-os no salão que ficava por trás do balcão.


– Harry, onde esteve até agora? Você não dormiu ainda? – Hermione perguntou..


– Fui levar Irina em casa, demoramos um pouco por causa da Grazina...


– Você poderia ter nos apresentado ontem – disse Fred.


– Eu também gostaria de conhecê-los, não sabia que tínhamos espectadores de tão apurado senso... – Jorge completou. Harry os encarou.


– Como uma das lareiras portáteis de vocês foi parar na mão de Comensais? – Harry foi direto ao assunto – Não são feitas especialmente para a Ordem?


– Não sei do que você está falando... – Jorge se surpreendeu com a acusação. Harry explicou a eles o que tinham escutado de Olivaras.


– Não podemos ser responsabilizados por isso – Fred reclamou. – Elas foram distribuídas apenas para membros, e uma secretamente para você, Hermione.


– O que eles fizeram com elas depois, nós não sabemos, se deram, perderam ou trocaram, não cabe a nós controlar, e sim à Ordem... – Jorge defendeu-se.


– Certo, desculpem... – Harry concordou. – E o que vocês conseguiram até agora, com a horcrux?


– Não fala isso assim tão alto! – Jorge se preocupou, todos os funcionários da loja eram bruxos e alguns moravam no parque. – Todos aqui são romenos, mas muitos sabem o nosso idioma.


– Estamos quase, precisaremos de mais tempo – Fred anunciou a eles.


– Eu quero vê-la.


– Não seja chato, temos tudo sobre controle, deixe com a gente.


– É, preocupe-se com outras coisas, o sumiço de Dumbledore, a…


– Dumbledore? Ele ainda não voltou? – voltou-se para os amigos. – O que está acontecendo, descobriram algo?


Rony e Hermione repassaram as notícias que receberam.


– Não acredito que Dumbledore sumiu e ninguém está fazendo nada!


– Ele não sumiu realmente, lembra?


– Muita coisa pode ter acontecido até agora, Mione, do jeito que ele confiava em Snape, pode ter informado a ele sua localização...


– Não temos provas nenhuma disso – Hermione o silenciou.


– Vocês não vão discutir! – Rony encarou a ambos. – Alguma coisa estranha está acontecendo em Hogwarts, o pergaminho de Draco não respondido por Gina, os alunos não podendo receber nem enviar notícias pra casa ...


– Nós sabíamos – Fred comentou pesaroso. – Apreenderam a lareira portátil que tentamos enviar para Gina, ela nos contou sobre os novos regulamentos absurdos e então, quando ela parou de enviar corujas tentamos dar uma ajudinha.


– Mas descobriram. Eu te falei que enviar com todo aquele esterco chamaria a atenção – Jorge virou-se para o irmão.


– Era um vaso de fertilizante para rosas mordentes... Não pensei que fossem enfiar a mão lá para verificar, deve ter sido engraçado...


– Sem dúvida – Jorge riu.


– Hum... pode ter sido a lareira confiscada – Harry evitou olhar para Hermione.


– Vamos até Hogwarts – Rony pediu – Podemos perguntar à Professora Minerva sobre Dumbledore, ela deve ter algum meio de entrar em contato com ele, aproveitamos e vemos se Gina está bem.


– Não podemos voltar... Estou sendo procurado e vocês também, seria muito arriscado voltar lá.


– Bobagem! Poderemos ir disfarçados, eles não vão ter como adivinhar onde estamos – Rony descartou seu comentário. Harry deslizou o dedo por sua cicatriz, sentindo-se  incomodado.


– Rony tem razão, vamos falar com a Professora Minerva, tirar todas as dúvidas – disse Hermione, olhando para Harry – E ver se há algo errado no castelo.


– Se a lareira portátil ainda estiver em Hogwarts, será perfeito! – Rony animou-se.


– Se ainda estiver... – Jorge considerou. – Harry pode ter razão, ela pode estar em  qualquer lugar agora.


– Sim, inclusive dentro de Hogwarts, isso só saberemos vendo. – Rony afirmou.


– Certo, mas temos que planejar isso com calma. – Hermione levou o dedo à boca mordiscando-o. – Fred e Jorge, vamos precisar do uniforme de Hogwarts do Harry, ficou no malão dele, na Casa Verde... o nosso nós trouxemos...


– E daí? – Jorge lhe lançou um olhar desinteressado.


– Precisamos que alguém vá até lá para buscá-lo. – Hermione explicou pacientemente.


– O Harry pode fazer isso, assim ele mata as saudades de casa.


Harry alternou o olhar entre os gêmeos e ficou a observá-los em silêncio.


– Ele não vai, vão vocês! Nós não podemos ir até lá também.


– Você não manda na gente! – Fred reclamou indignado. – Não podemos nos ausentar do nosso... empreendimento – disse lançando um rápido olhar para Harry.


– Vocês vão ou vou contar para a Sra. Weasley que queriam induzir Gina a abandonar a escola também – Hermione irritou-se – O que vão preferir?


Ela sustentou o olhar deles, Rony se enrijeceu ao lado dela, a mão no cabo da varinha. Fred olhou bem para os dois.


– Jorge, vá até lá, eu fico aqui tomando conta de tudo.


– Traga o mapa do maroto também – Hermione pediu com um sorriso.


Jorge bufou e no segundo seguinte não estava mais lá. Ela voltou a se concentrar.


– Hermione você é inteligente – Fred sentou-se ao seu lado – é dedicada, insistente, sabe ser cruel quando realmente quer e mais... você atura o Ronald! Muito me agrada saber que nossos sobrinhos não serão uma perda completa...


Fred desaparatou para longe quando Rony tentou socá-lo.


– Você está ficando forte irmãozinho, mas nós continuamos a ser os mais espertos da família. – Fred desdenhou piscando pra ele.


– Pronto, está aqui. – Jorge aparatou em frente a eles alguns minutos depois e colocou o mapa e a roupa sobre a mesa.


– Você foi rápido Jorge, obrigada.


– Sem problema, dei um pulo lá em casa pra filar uns biscoitos especiais feitos pela mamãe e dizer um oi para o pessoal, Sirius e Tonks também estavam lá, então, ninguém me viu entrar nem sair da Casa Verde...


– Não era isso o que eu tinha em mente, eu imaginei que você fosse pedir... ah, tudo bem... –  levantou-se e pegou os objetos sobre a mesa. – Vamos...


– Por que trouxeram seus uniformes? – Harry perguntou a ela enquanto subiam para um dos quartos do segundo andar, fornecidos pelos gêmeos.


– Imaginei que talvez fosse necessário voltar se... caso não te encontrássemos. – ela acrescentou rapidamente após breve hesitação.


Harry baixou os olhos e massageou a nuca sentindo-se mal, também, por eles estarem perdendo um ano escolar o que os obrigaria a se formarem com atraso. Ocuparam um dos quartos e se prepararam para partir.


– Por que foi tudo aquilo? – Rony se dirigiu a ele – Por que ficou tão estressado? Sabe que meus irmãos nunca fariam nada desse tipo...


Harry observou Rony por um tempo, depois esfregou rapidamente a testa e puxou os cabelos para a frente.


– Desculpe Rony, pode ser que ele ainda esteja furioso com a perda dos seguidores dele, no ataque ao Beco...


– Meninos, vamos nos apressar – Hermione pediu – Hoje é sábado, pode ser que os alunos sejam liberados hoje para as festas de natal, se o castelo ficar vazio será difícil circular pelos corredores sem que nos percebam... Ah! – pegou a bolsa e a revirou até encontrar a moeda. – Vou avisá-los.


– Trouxe nossas coisas para cá – Harry reparou – Não vamos voltar ao Strickland?


– Claro que não, você não se sentia estranho naquele lugar? – Rony perguntou – Uma casa tão grande, com tantos quartos vazios...


– Eu não me despedi...


– Nós fizemos isso por você – disse Hermione.


Algum tempo depois, três estudantes de Hogwarts seguiram pelo corredor em direção ao escritório dos gêmeos.


– Querem repassar o plano? – Hermione perguntou , estava usando o cabelo preto, longo e liso.


– Não, por favor, chega... – Rony pediu. – Muita coisa pode acontecer e atrapalhar nosso plano. Vamos apenas ser rápidos e sair o quanto antes.


– Já estão prontos para partir? – Jorge os recebeu. – Tenham muito cuidado e estejam preparados, vocês terão que pedir para sair na lareira portátil, em Hogwarts, que pode estar em qualquer parte do castelo ou não, então, mantenham as varinhas preparadas.


– Onde está o Harry? Ele não veio com a gente?


– Estou aqui – Harry surgiu à porta e se aproximou deles.


– Aconteceu alguma coisa? – Hermione perguntou a ele.


– Não, só um pouco de dor de cabeça... vamos?


Os três se despediram de Jorge, Harry foi o primeiro a entrar na lareira.

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