A União



SOMBRAS IMPONENTES se alongavam sobre a fortaleza de Lorde Arthur Weasley, o conde sonserino. Uma figura solitária escalou o baluarte e se esgueirou entre as ameias. Outro homem esperava lá embaixo, até que uma corda foi arremessada. Ele resmungou baixinho ao ser puxado para cima.


— Isso é tolice, Harry — comentou padre Dumbledore. — Prefiro mais as escadas.


— Shh. Venha! — Harry sinalizou para que o padre o seguisse ao longo das ameias ate a fortaleza. — Espere aqui. — O padre ficou do lado de fora enquanto Harry procurava pelo quarto certo.


A sorte Ihe sorriu, pois Harry ouviu o adorável som da música de Gina, fascinante e melodiosa em sua tristeza. Ele seguiu o som até parar diante da porta.


Quase um mês se passara desde que a viu pela última vez. Tinha demorado mais do que esperava para ganhar a aprovação do pai dela e pagar as reparações necessárias pela morte de Sir Draco.


Sabia que Gina estava zangada, mas não aceitaria sua recusa em voltar para casa. Por isso não se importava em quebrar certas regras. Weasley tinha aceitado que ele cruzasse os portões, mas não ofereceria qualquer ajuda para que conquistasse Gina novamente. Por isso Harry recorreu ao seu próprio padre e às cordas, para escalar os muros.


Entrou no quarto furtivamente, sinalizando para que o padre o esperasse. Gina estava sentada num banquinho, a harpa grifinória entre os joelhos. Harry a enviara de presente, esperando ganhar-lhe o perdão.


O topo da harpa ultrapassava a cabeça de Gina por estar sentada. Ela deslizava os dedos pelas cordas, as notas fluindo entre suas mãos. O cabelo estava escondido sob um véu, seu corpo esguio coberto por um vestido vermelho escuro.


Harry tinha praticado o que dizer, repetindo as palavras na cabeça. Mas agora que via Gina, qualquer vestígio de fala havia desaparecido.


Por fim, ele interrompeu a canção.


— Meu presente a agradou?


As mãos dela erraram a nota, e Gina se sobressaltou.


— O que esta fazendo aqui? Se meu pai descobrir que você...


— Seu pai permitiu que eu entrasse no castelo. Ele sabe que estou aqui. — Harry inclinou a cabeça para o lado. — Só não tenho certeza quanto a sua mãe.


— Pois não quero você aqui. — Gina o encarou zangada.


— Você estava enganada — ele disse, afastando a harpa. Viu que Gina arriscou um olhar para a porta, mas Harry venceu a distância entre eles. As palavras começaram a sair de maneira desajeitada.


— Eu queria... Não, eu vi que precisava de você muito antes de...


Gina tinha um ar cauteloso. Harry percebeu que precisava encontrar as palavras certas.


— Você partiu antes que eu pudesse contar a verdade. Mesmo que Cho estivesse viva, eu teria voltado para você. É você quem quero como esposa.


A dúvida obscurecia o semblante de Gina. Queria tanto acreditar nele...


— Eu não penso que...


— Concordo — ele disse, colocando-a de pé, prendendo-a no seu abraço. — Não pense em nada. Apenas... saiba que te amo.


Harry estava sendo sincero. A intensidade daqueles olhos verdes, a maneira como se desculpava, revelava a verdade.


— E não partirei sem você. — Harry a envolveu pela cintura enquanto suas palavras venciam as frágeis defesas do coração dela.


Cada dia longe dele aumentava seu desespero. Gina nunca pensou que sentiria tanta falta dele. E quando a harpa grifinória chegou como presente, a madeira entalhada recordando-a dos dias em Godric, ela chorou de saudade.


Mas nunca acreditou realmente que Harry fosse voltar.


— Você promete? — ela murmurou, deslizando as mãos nas costas dele.


— Prometo o quê? — Harry baixou o rosto, prestes a beijá-la.


— Promete me carregar daqui como o bárbaro grifinório que é?


Harry sorriu de encontro à boca.


— Só se antes eu puder seduzi-la uma vez ou duas.


— Ou três — ela murmurou, a boca de Harry reclamando a dela.


As mãos dele afastaram o véu, mergulhando nos cabelos de Gina e prendendo-a num abraço que a tornava inteira novamente.


— Eu te amo — disse ela, reclamando Harry como seu marido.


As mãos dele deslizaram por seu corpo em agradecimento. Então Harry se afastou, um ar surpreso no rosto. As mãos dele estavam postas sobre a curva de sua barriga.


— Gina? — Ele ofegou com a pergunta. Quando ela assentiu, Harry a abraçou novamente. Gina se agarrou no pescoço dele, precisando daquela proximidade.


Uma suave batida soou a porta. Harry ergueu o queixo dela para que o fitasse nos olhos.


— Deve ser o padre Dumbledore.


— Do que esta falando?


— Trouxe meu padre comigo. — Beijando-a de leve, ele chamou: — Pode entrar, padre.


A garganta de Gina se apertou de emoção, fazendo com que desse uma risada incrédula.


— Não pode estar falando sério.


Padre Dumbledore entrou pigarreando.


— Isso não é nada apropriado, Harry. Nunca abençoei uma cerimônia de casamento como essa.


— Às vezes é preciso tomar medidas extremas quando a mulher e teimosa. Prossiga, padre.


O padre começou a recitar o rito de matrimônio, enquanto Gina segurava a mão de Harry. O polegar dele Ihe acariciava a mão ao repetir os votos, prometendo-se a ela.


— Fiz minha escolha, Gina. E para todo o sempre minha escolha será você. — Harry a fitava nos olhos e Gina podia ver a emoção no olhar dele. — Eu te amo e quero que seja minha esposa.


O padre aguardou a resposta.


— Eu o aceito como marido novamente — ela murmurou.


O rosto dele se alargou com um grande sorriso, e o padre continuou com o rito, dando a benção final.


O beijo que Harry Ihe deu em seguida apagou qualquer dúvida que ela ainda pudesse ter.


— Pode nos deixar, padre. Temos um casamento para consumar.


Gina corou, mesmo que sentisse o corpo arder ao ouvir as palavras. A lua surgia no céu e iluminava o quarto quando Harry a tomou nos braços. As mãos dele deslizavam por suas costelas, acariciando cada pedacinho dela. Quando chegou à barriga, a mão se demorou sobre a manifestação do amor deles.


— Eu te amo — murmurou Harry. — E me casaria com você mil vezes se pudesse. — Segurava o rosto dela entre as mãos, e Gina se sentia maravilhada por Harry Ihe pertencer finalmente. — É isso o que quer?


O prazer dentro dela se transformava numa onda de desejo.


— Não. — Ela abraçou-lhe a cintura, pressionando o rosto em seu peito. O coração dela trasbordava de amor. — Tudo o que eu sempre quis foi você.

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