PRÓLOGO



PRÓLOGO

A porta do quarto se abriu. Um homem entrou, carregando uma vela, que mal penetrava a escuridão. Mesmo assim, ele conseguiu divisar a cama e aproximou-se.
A mulher que ocupava o leito encontrava-se deitada de costas para ele, as curvas generosas escondidas sob as cobertas. Ele parou, tomado de incerteza. Imaginara encontrá-la acordada, para recebê-lo com o ardor que demonstrara horas antes. Aproximou a vela da cama, iluminando assim os cabelos castanhos, espalhados sobre o travesseiro. Haviam sido as mechas douradas que haviam lhe despertado o interesse muito mais do que o rosto perfeito.
Apagou a vela e colocou-a sobre a mesa-de-cabeceira. Então, tirou os sapatos e deitou-se na cama. Ela não se moveu, nem falou. Ele se perguntou se ela estaria mesmo adormecida, o que seria estranho, uma vez que ela mesma marcara o encontro para meia-noite. Talvez estivesse fingindo, a fim de manter a ilusão de que ainda guardava algum resquício de inocência. Ou, então, acreditava que isso o deixaria mais excitado. E ele tinha de admitir que era mesmo excitante deitar-se junto de um corpo quente e macio, aparentemente sem defesas e sem resistências.
Afundou o rosto nos cabelos sedosos, ao mesmo tempo em passava um braço em torno dela. Foi imediatamente invadido por uma onda de desejo. A suave fragrância de rosas era muito mais agradável do que o perfume forte que ela usava, horas antes. Afastou-lhe os cabelos e roçou os lábios no pescoço delicado.
Ela suspirou profundamente, provocando nele um sorriso de satisfação. Então, ele continuou a beijá-la no pescoço, no rosto, na orelha, enquanto uma de suas mãos deslizava pelo corpo dela, levando consigo as cobertas. Descobriu que ela usava apenas uma camisola simples, de algodão branco. Ficou surpreso, pois esperava encontrar uma peça mais provocante. Então, riu consigo mesmo. Não lhe ocorrera que a moça fosse tão esperta. A simplicidade da camisola era, definitivamente, muito mais excitante do que peças mais sofisticadas. Ora, talvez sua noite terminasse muito melhor do que ele havia imaginado. Felizmente, mudara de idéia e decidira aceitar o convite de Joanna.
Suas mãos continuaram a passear pelo corpo dela, enquanto seus lábios depositavam beijos suaves na pele macia. Acariciou-lhe os seios, a curva feminina dos quadris, o ventre liso e firme. Sentiu o sangue ferver nas veias. Com dedos ligeiramente trêmulos, abriu os primeiros botões da camisola, até descobrir um dos ombros dela. Então, beijou-o.
Colou o corpo ao dela e deslizou uma das mãos pelo ventre de Joanna, para então acomodá-la entre as coxas dela. Ela gemeu baixinho e afastou as pernas, abrindo-se para ele. O silêncio dela era infinitamente excitante, pois a respiração cada vez mais rápida e ruidosa parecia uma manifestação de seus instintos mais básicos, que lutavam por liberdade e satisfação. Ele a acariciou com intimidade, sendo recompensado por outro gemido, este ainda mais profundo.
Então, ela se virou para ele, oferecendo-lhe os lábios entreabertos, ao mesmo tempo em que o envolvia com os braços. Ele sentiu o desejo ameaçar sufocá-lo. Ligeiramente atordoado pela paixão, puxou a camisola até a altura dos quadris dela e passou a acariciá-la sem a barreira do algodão, arrancando-lhe mais gemidos e suspiros.
Totalmente embriagado pelo desejo, ele queria tocar cada centímetro daquele corpo. Ao mesmo tempo em que teve o ímpeto de penetrá-la imediatamente, queria prolongar ao máximo aqueles momentos de infinito prazer. Não esperava nada parecido com o que estava acontecendo, quando aceitara o convite da Srta. Moulton. Ela lhe parecera artificial, como se estivesse tentando seduzi-lo com algum propósito obscuro. Por isso mesmo ele não planejara visitá-la. Fora a dificuldade que encontrara para dormir que o fizera mudar de idéia e ir até o quarto de Joanna. Agora, porém...
Enquanto a acariciava e beijava, aspirando-lhe o perfume suave, não encontrava a paixão premeditada que havia esperado. O corpo dela era como uma fogueira sob o seu. A maneira como ela reagia a seus beijos, como suspirava e gemia, indicava um misto de paixão e inexperiência. Ele não se lembrava de jamais ter se sentido tão excitado.
Sentindo-se prestes a explodir e percebendo que ela se aproximava dos picos do prazer, abandonou-lhe os lábios e passou a beijar-lhe os seios fartos.
Ela emitiu um gemido alto, o corpo serpenteando de encontro ao dele. Segundos depois, ela explodiu em clímax, provocando nele uma satisfação jamais sentida antes, por ter proporcionado verdadeiro prazer a uma mulher. Erguendo a cabeça, ele sorriu. E foi então que viu a confusão nos olhos dela, agora abertos, fixos nos seus. E também viu, com o sentimento de quem chega à beira de um precipício, que a garota em seus braços não era Joanna Moulton.


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