O mesmo ataque.



Capítulo 67 (ou 16).
O mesmo ataque.

O trio novamente estava separado, Rony em um canto, Hermione em outro (não parecia se importar), na maioria das vezes acompanhada de seus livros, e Harry em outro. Ele não conseguia arranjar um motivo se quer para voltar a falar com a garota. Ela parecia bem orgulhosa, ao contrário de Rony.

A garota amanhecia exausta toda quarta, aos sábados ela dormia até mais tarde. Harry sabia perfeitamente bem o porquê, mas escondia consigo mesmo o tal segredo.

- HARRY!- berrou Gina vindo no fim do corredor, se aproximando às pressas - Eu recebi uma carta, uma carta da-a LUNA!

Ele olhou para Gina como se ela tivesse dito um insulto, encarou a garota com as sobrancelhas praticamente grudadas.

- O que você...?

- Isso! - disse ela agitando um pergaminho na mão - Olhe!

Harry agarrou o pergaminho na mão de Gina que estava no ar, ela estava muito trêmula. Ele virou as costas e começou a ler para si mesmo.

Querida Gina,

Fiquei sabendo novidades sobre você e o Draco, fico feliz em saber que vocês estão bem, toda sorte do mundo para vocês!

Um big beijão,

De sua amiguxa fofa,
Luna Lovegood.


- Isso só pode ser brincadeira de algum sonserino! - disse Harry suando frio praticamente aos berros, seu estômago se contorcia em órbitas constantes.

- Não! Quer dizer... A coruja de Luna mesmo que me mandou mesmo! - disse ela com um sorriso meio infantil no rosto, se aproximando de Harry.

Ele balançou a cabeça confuso, seria um sonho ou uma brincadeira de mau-gosto?

Ele releu a carta no mínimo umas cinco vezes, era curta e parecia não ter pista alguma.

- Se ela ficou sabendo de você e do Malfoy, alguém deve ter contado - disse Harry agitando o pergaminho no ar, enquanto Gina tampava a boca com a mão, incrédula, com os olhos fixos no canto do corredor, parecia muito assustada também, Harry não soube distinguir sua expressão.

- Francamente, quem faria uma coisa dessas?- perguntou prestes a chorar, amassando o pergaminho de raiva, sem mesmo perceber.

- Relaxa, deve ter sido alguma brincadeira de uma Corvinal isso sim! - Gina agarrou o braço de Harry e o puxou para trás como se ele estivesse querendo lutar contra a parede.

Harry disfarçadamente olhou para as mãos de Gina coladas em seu músculo esquerdo e quase no mesmo instante virou os olhos para a parede, esquecendo totalmente o porquê estava zangado. Gina parecia ingênua e sem malícia alguma, tentava arrastar o garoto dali.

- Ok, você me convenceu - disse Harry puxando lentamente seu braço adormecido de volta, e testando os dedos sem Gina perceber, parecia preocupada com o horário.

- Vamos chegar atrasados no treino, não pega bem o capitão chegando por último - disse ela voltando a puxar as vestes do garoto.

Ele olhou desconcertado para a garota e esticou as sobrancelhas, ela sorriu.

- A-Ah, C-certo - e soltou seu braço, corando junto com o garoto - Se não quiser ir, não vou te obrigar.

Ele deixou seus ombros caírem, e voltou a esticar as sobrancelhas.

- Eu não disse que não queria ir - resmungou coçando o braço - Eu apenas, apenas... - ele abria a boca olhando os quadros a sua volta tentando buscar palavras para consertar o que dissera.

Não houve mais tensão entre os garotos, eles caminharam em silêncio até o Saguão de Entrada, para apanhar as vassouras no armário.

- Aquela menina é parecida com a Cho, não? - perguntou Gina tentando quebrar o silêncio entre eles, Harry concordou com a cabeça, mas ele não percebeu e então ele murmurou.

- É, são bem parecidas mesmo - mas na verdade, elas não pareciam nada, ele apenas concordou para ter o que dizer.

Pegaram as vassoura em silêncio e caminharam para o Campo de Quadribol, passaram por Hagrid que armazenava algumas plantas em sua cabana, pois as nuvens denunciavam que dali um ou dois dias estaria chovendo.

- Acho que vai chover - informou Gina sem necessidade a Harry.

- É – concordou - Péssimas condições para o quadribol.

Gina concordou com um "Hurum" e voltaram rumar para o Campo de Quadribol às pressas, com esperança de encontrar logo alguém, pois estava ficando irritante ficarem sem assuntos, por causa da maldita vergonha.

- Olha lá, se não é a Lilá!- apontou Gina para um pontinho vermelho voando no céu.

Os jogadores começaram a bater palmas, quando Gina apareceu com Harry.

- Finalmente! - gritou Simas do outro lado do campo - Pensei que tivesse cabulado o treino.

Harry amarrou a cara e desceu as escadarias sozinho, pois Gina ficara para trás, inventando uma desculpa, dizendo que precisava falar com Lilá sobre um assunto. Harry se trocou no vestiário tentando ser o mais rápido possível (tentando não confundir pela segunda vez, as meias com as mangas das vestes), mas estava atordoado demais pensando em Gina. Assim que terminou, passou pelo corredor e Simas estava com a vassoura apoiada ao lado do galão de água.

- Como conseguiram a chave para abrir a Sala? - perguntou se referindo à sala onde se guardavam os balaços, pomo e outras coisas.

- Madame Hooch estava em seu escritório e abriu pra gente - informou Simas segurando o copo cheio d'água.

Ele concordou com a cabeça e saiu com a vassoura nos ombros, logo Simas o alcançou e eles subiram as escadarias para o campo falando sobre uma nova tática.

- Ah, você é quem sabe - respondeu antes de tomar impulso e voar pelo céu do Campo de Quadribol para esquecer o que tinha na cabeça.

~~

O treino acabou antes de anoitecer, mas Harry só conseguiu chegar no Salão Principal quando o relógio informava que agora eram quase nove horas, pois ficara treinando mais um pouco e Hagrid acabou indo até o Campo, visitar o garoto.

- Estou subindo, cára - disse Simas após o jantar, ao seu lado, Lilá parecia empolgada com o jogo, dava pulinhos saltitantes parecendo uma idiota.

Ele percorreu os olhos pelo Salão Principal, Gina estava passando as mãos no cabelo de Draco que sorria e a lotava de selinhos, sem notar a presença de Harry.

Rony estava no fim da mesa, devorando a comida, parecendo um leão, morto de fome.

- Rony!- exclamou Harry disfarçando seus pensamentos lunáticos e sentou ao lado - Pra quê tanta pressa?

Rony sacudiu os ombros, com a boca cheia de comida.

- Detenção! Limpar! Banheiros! - respondeu mastigando, enquanto Harry se servia e olhava de esguelha para o casal Draco e Gina, que parecia feliz.
- Onde está a Mione?- perguntou Harry voltando sua atenção para o amigo.
Novamente sacudiu os ombros.

- Você vai pedir desculpas a ela?- perguntou Rony quando estava quase terminando.

Ele não respondeu, começou a comer como se não tivesse perguntado nada.

- Estou indo, cára - disse Rony dando algumas palmadinhas em suas costas - A gente se vê mais tarde - e saiu.

Logo os alunos começaram a dispensar o Salão Principal e foram se aconchegar em suas respectivas camas bem quentinhas, Harry, e alguns sonserinos foram os últimos a abandonarem o Salão, enquanto Draco e Gina já tinham ido, ela não parecia nada triste. E pensar que Harry morria de pena da coitada por causa do ocorrido no ano anterior, mas isso não justifica, ela merecia ser feliz, só que ao lado do Malfoy...?

- Ah, pára - disse Harry para si mesmo dando alguns murrinhos fracos na cabeça, como se aquilo fosse colocar seu cérebro no lugar.

Ele parou bruscamente, e recuou quase no mesmo instante, logo a sua frente, no corredor pouco iluminado pelas tochas de fogo, estava um garoto, amigo de Harry, com os olhos vidrados, estava de boca aberta, espantado, sobrancelhas grudadas, com a varinha apontada diretamente para o corpo de Harry, foi isso que fizera o garoto voltar alguns passos de susto, Tracey, o quintanista do Time de Quadribol, petrificado, exatamente como acontecera no segundo ano em Hogwarts.

- Oh, não! - gemeu incrédulo - É melhor eu sair daqui.

O garoto virou o corredor correndo, quando ouviu passos se aproximarem.

- Não, não... - sussurrava mentalmente, balançando a cabeça, voltou correndo, passou pelo amigo, ao lado havia um armário, puxou a varinha correndo, murmurando alguns feitiços para abrir a porta às pressas, entrou e ficou ali agachado, esperando ouvir alguma coisa.

- Não! - gemeu uma outra pessoa se aproximando, Harry reconheceu a voz, era Leonardo Culler, seu professor de Defesa contra as Artes das Trevas. Agora a situação complicara, se algo denunciasse o garoto ali, pareceria até mais suspeito, e aí sim o garoto estaria mais encrencado do que nunca.

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