Um diálogo, nunca é tarde.



Capítulo 1- Um diálogo, nunca é tarde.

A tarde de verão mais quente da rua dos Alfeneiros parecia não chegar ao fim, mas para a família que morava na casa nº 04 isso não ajudava em nada, pelo contrário, atrapalhava a vida das plantinhas de Tia Petúnia (- Válter precisamos fazer alguma coisa as minhas plantas estão morrendo- berrava ela com as mãos no rosto como se isso fosse adiantar muita coisa e o sobrinho magricela assistia tudo da janela do seu quarto, com um certo ar de desgosto, gostaria de se livrar dali o mais rápido possível).

Harry era um menino magricela, completara seus 16 anos há algum tempo, tinha a aparência de um garoto doente, possuía cabelos negros iguais aos do pai e longos a ponto de tampar a sua visão e normalmente eles se encontravam bagunçados, um garoto anormal para os seus únicos parentes vivos, os Dursleys, pois Harry Potter era um bruxo que cursaria seu Sexto Ano na Escola de Magia e Bruxaria, Rony e Hermione eram seus dois melhores amigos e estavam mais misteriosos que nunca, mas Harry não ligava para isso, estava ocupadíssimo pensando naquela profecia maldita, na morte de Sirius, e o melhor jeito de contar para os amigos sobre a profecia, passava longas horas desperdiçando suas férias de verão com esses pensamentos e mesmo que evitasse pensar em Rony, Hermione e Sirius, não tinha como fazer com que as férias fossem boas, pois os Dursleys os impediam disso.

Certo dia se não fosse pelo grito de tio Válter, Harry teria terminado de quebrar o abajur, mas logo foi segurado por seu "pequeno" primo, Duda Dursley, e novamente Harry fizera uma visitinha ao armário sob as escadas, não que quebrar os objetos fosse o passatempo divertido do garoto, mas seu cérebro se deslocava ligeiramente para o lado e isso acabava sendo comum, percebia algum tempo depois as burradas que cometia, mas a força era muito maior do que qualquer outro tipo de tentação.

Se saísse dali no momento em que estava nervoso e estivesse com a varinha em mãos, saíria soltando feitiços na rua, em qualquer objeto e em qualquer pessoa, mas por sorte a sua varinha estava bem guardada no seu malão no andar de cima. Agora Harry estava tentando enxergar além do teto, queria Sirius de volta, para não se sentir tão culpado pela morte do padrinho, porque todas as pessoas que ele amava tinha que ir? Por quê? Isso era injusto, ele preferia morrer no lugar do padrinho, não só preferia mas como agora sentia vontade de se entregar à um véu e ir junto com o padrinho.

As férias de verão estavam quase chegando ao fim, Harry não começara a fazer as lições (na verdade, nem pensara em começar a fazer as tarefas) que Hogwarts costumava passar para as férias de verão, sabia que mais tarde teria que enfrentar as consequências, mas o que mais dóia era de saber que se ele não tivesse dado uma de herói, Sirius estaria vivo, talvez ele até estivesse no Largo Grimmauld, não só junto com Sirius, mas com Rony e Hermione também.

O sol se escondeu mais tarde naquela dia, Harry estava sentado brincando com dois pedregulhos que se encontravam na frente da casa do nº04 da Rua dos Alfeneiros, com uma pequena varinha que roubara de uma árvore, agitava os pedregulhos, enquanto isso, umas cinco meninas na casa da frente nem se importava com o calor, muito menos com Harry, giravam de mãos dadas, feito tontas, ele também não ligava para as garotinhas, tinham apenas 7 anos cada uma e seria uma grande besteira dizer a elas o que pensava, e que pareciam um bando de idiotas rodando, mas sentia vontade de por tudo para fora, segurou. Entrou na casa dos tios, vazio, oco por dentro, Duda assistia televisão, comia pipoca sem tirar o olho da enorme tela, Petúnia e Válter haviam cortado o regime do "Dudoquinha", afinal o coitadinho tinha sofrido muito no verão anterior e o pobrezinho engordava lateralmente a cada dia que se arrastava.

Quando pisou no primeiro degrau para subir ao quarto, a escada rangeu, subiu sem dar importância, bateu a porta do quarto com muita violência sem necessidade alguma.

- Ciranda cirandinha vamos todos cirandar - escutava Harry no quarto, fechou a janela com muita violência também, estava nervoso com tudo, queria descontar em qualquer coisa de alguma forma, mas a raiva não diminuia, só aumentava.

O que Rony, Hermione, Gina e Luna estariam fazendo agora? Rodando feito idiotas? "Para ficarem mais idiotas só faltavam rodar", pensou Harry sem sorrir, deitou na cama jogando todo o seu peso sobre ela, agradeceria a Melin se conseguisse parar de pensar em Sirius por cinco segundos seguidos, até mesmo nos seus sonhos.

Como a Ordem havia pedido, Harry não havia cumprido a promessa de mandar uma carta a cada três dias dizendo o que estava acontecendo ali, recebera a visita de Lupin e de Moody na sala quatro vezes para a irritação de Petúnia e de Válter. Ele só não era levado junto ao Largo Grimmauld por causa de uma maldita profecia, sabia disso.

Os tios não o tratavam mais de modo anormal, agora o tratavam bem melhor, nem olhavam na cara de Harry, a raiva que sentiam pelo que ele fizera no ano anterior, era muito maior e por isso não se falavam, mas para Harry nada mudara, nada mesmo, não tinha tempo para pensar nisso, seus pensamentos vagavam pelo corredor do Ministério.

Harry não praticara oclumência, nem nada, nem mesmo quando conseguia dormir. Sentia raiva e isso era um motivo para não praticar.

Ele havia quebrado o recorde de sujeira aquele dia, deixara o profeta Diário jogado bem ao meio da escrivaninha, comida espalhada pelo quarto, titica de coruja pelas paredes.

- Harry - chamou Petúnia entrando no quarto enxugando as duas mãos no avental florido, havia um brilho nos seus olhos, na qual Harry nunca tinha percebido em seus 16 anos de vida - Está na hora da gente conversar - pediu ela com meiguice (coisa que nunca fizera em anos) ignorando a sujeira espalhada pelo quarto - Precisamos conversar!

- Por favor eu não quero agora - respondeu Harry sem olhar para ela.

- Levante-se, vamos, Válter e Duda estão esperando lá na cozinha.

Harry levantou contra gosto, fez uma cara muito horrível, desceu resmungando, Duda e Válter se encontravam nos devidos lugares à mesa, sorriam amareladamente, pelo contrário do que Harry imaginara, ele se sentou entre a cadeira vazia de Petúnia e a cadeira ocupada por Duda.

- Bom, Harry, está na hora de contar a verdade, na qual eu sei sobre os dementadores e tudo mais.

O assunto pareceu interessante, Harry continuou parado, queria uma explicação, queria mesmo, continuou olhando para a Tia, esperando que ela continuasse.

- Então, tudo começou quando...

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