A morte seria mais suave



Snape estava na Ala Hospitalar esperando por Gina. Desde ontem cedo que não a via. Estava preocupado e com saudades da sua ruivinha. Madame Pomfrey estava dando uma poção de hora em hora para que as costelas voltassem ao normal.


Era uma tarde linda. Estava ansioso porque iria sair à noite, totalmente recuperado.
A porta da Enfermaria abriu e por ela entrou Dumbledore, que foi em direção ao leito de Snape:


- Como está, Severo?


- Bem, mais tarde poderei sair daqui. E já não era sem tempo.


- Que bom. Fico feliz que esteja se recuperando.


- É, os Weasley deveriam ser lutadores, e não bruxos!


- Bem… já que mencionou os Weasley… - Dumbledore estava constrangido em dar a notícia, pois sabia o quanto Snape amava Gina. - Eu vim para falar sobre um deles em especial.


- Quem? Gina? - E então Snape percebeu o brilho estranho no olhar de Dumbledore. Algo acontecera. - O que aconteceu com ela? Fale, Alvo!
Snape levantou-se rápido com o coração querendo sair pela boca.


- Acalme-se. Não é nada grave.


- Tudo bem… Mas conte-me de uma vez, não me deixe nessa angústia.


Dumbledore contou desde a carta que recebera por engano até a partida de Gina para um esconderijo. Severo não se conformava.


- Ela não podia ter saído sem falar comigo! Foi a mãe dela que fez a cabeça dela contra mim!


- Não é isso Severo. Ela estava apavorada que acontecesse algo com a filha!


- Mentira! A Weasley sabe que Hogwarts é um lugar seguro! O Lorde teme a sua presença!


- Por favor, Severo, pense. Foi melhor assim. Ela estaria segura, mas e quando a Escola ficasse sabendo que ela estava grávida? E de um professor? Seria um escândalo. Apoiei Molly por que não queria ver você e sua amada sendo alvos de críticas e, principalmente, sendo alvo de Voldemort!


- Mas… - Snape estava atordoado com a notícia. Não queria ficar longe de Gina. Nem por um dia. E seu filho? Queria acompanhar seu crescimento dentro da barriga da sua amada. - Conte-me para onde que ela foi. Quero ao menos escrever para ela!


- Não, Severo, não é seguro. E Molly não permitirá isso.


- Isso eu não vou admitir! Ela está esperando um filho meu! Eu tenho direitos! Eu preciso vê-la, ver meu filho nascer! Vocês não podem fazer isso comigo!


- Está bem. Falarei com Molly a respeito disso.


Snape estava muito nervoso. Saiu da cama e foi em direção aos seus aposentos. Sua raiva era tanta não olhava para ninguém, nem mesmo quando Draco passou por ele e perguntou o que tinha acontecido. Madame Pomfrey queria ir buscá-lo, mas Dumbledore não permitiu. Sabia que Severo queria ficar sozinho. Fora um golpe muito grande para ele.


Chegando em seu quarto, começou a quebrar tudo o que via pela frente. Só parou quando sentiu uma dor profunda nas costelas que ainda estavam doloridas e quando viu um grande e profundo corte em sua, sangrando muito, feito provavelmente por um caco de vidro. Sentou-se num canto. Chorou como nunca fizera antes. Sua dor era imensa. Não só física. Sua mente rodava, seu coração estava apertado. Não queria perder Gina e seu filho. Queria se beliscar e perceber que tudo não passava de um pesadelo. Em sua mente só vinha o lindo rosto de Gina. Como será que ela estava? A ruiva sempre disse que não suportaria viver longe dele. Snape, naquele momento, desejava tê-la em seus braços num abraço apertado para que essa dor que sentia fosse embora.


Mas também sentia raiva dela. Conhecia Gina o bastante para saber que ela não iria embora sem nem ao menos se despedir, deixar um recado, qualquer coisa. Mas não, ela foi sem se despedir. E isso foi o que mais doeu em Snape. Talvez ela não o amasse tanto quanto chegou a dizer um dia. A morte seria mais suave do essa incerteza de que talvez um dia voltaria a vê-la.


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