Possuída pelo mal...



Uma semana havia se passado, e as coisas continuavam iguais. Era semana de simulado de NIEM'S e todos passaram essa semana estudando para fazerem a prova no sábado. A nota que tirariam valeria como média do bimestre. Era uma sexta-feira, e os grifinórios estavam reunidos na biblioteca para estudarem. Tatyanna e Hermione encontravam-se no quarto de Tatty, para escolherem o modelito do dia.

- O que você acha desse vestido? - Hermione tirou o vestido de alcinhas preto para a amiga.

- Estás louca? Vou morrer de frio! - Tatyanna fez uma cara de espanto.

- Então essa calça preta de couro com essa blusa preta de lã... pode ser? - Hermione achava aquela roupa muito bonita.

- Não precisa falar que é preta! O guarda-roupa só tem roupa preta!

- Ah, disfarça... mas e aí, o que você acha dessa roupa?

- Pode ser! Dá ela pra mim que eu vou ao banheiro me trocar. Depois você faz a minha maquiagem?

- Beleza! Vai se trocar que eu tenho horários a cumprir. Eu, não. Nós. Não se esqueça que nós duas marcamos de estudar com Gina na biblioteca.

- Sei! - Tatyanna gritou de dentro do banheiro. - Já estou vestida, só um minutinho... - Ela abriu a porta do banheiro. - Tcharam! E aí, como estou?

- Linda! Mas senta aqui pra mim passar sua maquiagem. - Hermione pegou o estojo de maquiagem. - Hoje eu vou passar uma maquiagem mais clara em você. De dia não podemos exagerar, você sabe, né? - Ela terminou de passar a maquiagem. - Vamos logo, menina!

- Vamos! - Hermione saiu correndo, mal Tatyanna terminou de falar, puxando-a pelo braço. Ela nem teve tempo de olhar-se no espelho.


***

Gina há uma semana, estava de namoro firme com Draco. Porém, os dois namoravam às escondidas, longe dos olhares de gente invejosa, como Sabrina Lancy. Mas a ruiva estava cansada de viver como se fosse uma fugitiva, de não poder mostrar o que sentia por Draco a todos, e o que Draco sentia por ela. Estava cansada, e mal haviam começado a namorar. Ela precisava ser mais forte, ou então, o namoro com certeza não duraria mais de um mês.

O grande problema era as famílias dos dois serem rivais, inimigas mortais. Gina pensou que seus pais não seriam o problema, e sim os pais de Draco... e Rony. Sim, ele mesmo. Rony. Rony havia deixado muito a desejar nos últimos meses. Demonstrava freqüentemente sua antipatia por Draco, e estava deixando claro que se houvesse alguma coisa além da amizade entre eles, Rony acabaria com tudo. Não sabia que o irmão era assim. Só descobriu o caráter vingativo dele meses atrás.

Draco estava nas masmorras a pensar na mesma coisa que Gina. O namoro seria como uma pedra no sapato de Lúcio Malfoy. Narcisa não ligaria muito para a história, afinal, ela só queria ver o filho feliz, mas Lúcio pensava no futuro do filho como Comensal. E Draco não queria ser um Comensal, queria distância do Lorde, por ele quase ter matado sua ruiva no segundo ano. Se Voldemort tivesse matado a ruivinha, certamente não estaria feliz como estava naquele momento de sua vida. Então juntou os fatos e desistiu de viver clandestinamente, correndo o risco de ir para Askaban a qualquer momento.

Harry Potter estava em seu quarto, sentindo a cicatriz queimar como brasa. O Lorde logo chegaria a Hogwarts e mataria sua descendente. Mas e se Harry contasse a Voldemort que Tatyanna era filha dele, será que ele a mataria? Talvez ficasse um pouco abalado, mas pelo que conhecia do Lorde, ele a mataria por Alexandra não ter contado de sua filha. Daria na mesma. A vingança só mudaria de motivo. Resolveu sair para espairecer, mas lembrou-se do simulado de NIEM'S do dia seguinte, e pegou os livros, rumando à biblioteca. Que ele iria levar fumo no bimestre ele sabia, mas não queria fazer muito feio perante os professores.

Chegando lá, estremeceu: Tatyanna conversava com Hermione, e estava belíssima com aquela roupa. Ela destacava bem suas curvas, a deixava mais, digamos assim... sexy. Tatyanna olhou para Harry, que parecia comê-la com os olhos, e soltou a piada do dia:

- O que foi, Potter? Nunca me viu? - Tatyanna caiu na gargalhada. O plano daria certo, ela estava sentindo.

- Hã... - Harry ficou meio abobado na hora, contribuindo para as risadas que davam de sua cara. - Na - nada... - O garoto gaguejava, despertando mais ainda as gargalhadas. Harry sentiu o rosto tingir-se de vermelho, e a cicatriz mais uma vez, ardeu levemente.

Harry sentou em uma mesa com Rony e Neville, e se sentia cada vez pior. Estava recebendo o troco por ter se achado o dono da verdade e não ter perdoado Tatyanna. Enquanto ele a olhava, Tatyanna sentiu uma pontada de dor na cabeça, e desmaiou ali mesmo. Hermione e Gina a socorreram, Harry correu até a mesa dela e a pegou no colo, levando-a para a enfermaria de Hogwarts, sendo seguido por Hermione e Gina.

A enfermeira a examinou e não entendeu o porquê do desmaio, afinal, ela estava em perfeita saúde, não tinha anemia, e não havia ficado sem comer durante muito tempo. Começou a interrogar os amigos dela.

- Senhorita Hermione, esses desmaios estão ocorrendo freqüentemente? Ou são só algumas vezes, raras vezes?

- Acontecem de vez em quando. E é sempre a mesma coisa: ela põe a mão na cabeça e depois, quando olhamos pra ela, já está caída no chão, desmaiada. - A enfermeira anotava em um pergaminho tudo o que considerava ser importante.

- Senhor Harry, sendo que o senhor vivia com ela por todos os lugares, afinal, eram amigos mais chegados, me responda: o senhor sabe o suposto motivo destes desmaios?

- Creio que sim, senhorita enfermeira. Os desmaios se dão pelo mesmo motivo de quando me dói a cicatriz. - Ela anotou em uma ficha todos os dados de Tatyanna, que foram cedidos por Hermione.

- Bem, senhores, ela terá de ficar em observação até se obterem resultados mais precisos, sim? As informações dos senhores são muito superficiais, preciso de dados mais específicos, que possam comprovar o que vocês dizem. - Nisso Tatyanna começou a se remexer na cama, e os amigos a olharam, assustados.

- O que está acontecendo, senhorita enfermeira? - Hermione perguntou, o semblante carregado de preocupação e medo do que pudesse ser aquele remexer de Tatyanna na maca da enfermaria.

- Creio que esteja sonhando algo. Talvez um pesadelo.

Tatyanna abriu os olhos, estavam dilatados de suas órbitas, e levantou-se da maca. A enfermeira tentou barrar-lhe a passagem, mas ela a empurrou, e começou a falar, com uma voz diabólica:

- Harry Potter, meu querido Harry Potter... Então estás caidinho pela Bridge... era o que eu esperava de você... um idiota apaixonado por uma sentimental... muito romântico...

- E-ela e-está po-possuída po-por Vo-voldemort... - Hermione gaguejou, o medo tomando conta de sua consciência.

- Sério? - Voldemort foi extremamente sarcástico com os amigos de Tatty. - Como você é inteligente, sangue-ruim...

- Afaste-se dela, Voldemort, saia do corpo dela! Não é a mim que você quer? Então me mate, mas não use meus amigos para sua vingança, não use!

- Acalme-se, Potter... não sei porque tanta preocupação... afinal, ela vai morrer logo... pra quê, Potter? Diga-me...

- Você não vai fazer nada contra ela, Voldemort, nada! Eu não vou deixar!

- E o que você vai fazer, hein Potter? O quê? Ela vai ter a honra de ser morta por mim, então você não vai ter como evitar a morte da sua queridinha Bridge... a última das Bridge...

Ele deu uma risada diabólica e saiu do corpo da amiga. Ela caiu no chão, inconsciente. Harry foi a seu socorro, colocando-a novamente na maca. Hermione continuava perplexa com tudo aquilo, e Gina, estava de boca aberta.

A enfermeira continuava caída no chão, pelo empurrão de Tatyanna e assistiu a cena de minutos antes com ares de medo. Então a enfermeira levantou-se do chão, limpou o guarda-pó branco da sujeira do chão e disse aos companheiros da sala:

- Ela não precisará mais ficar em observação. Já entendi tudo. Servirei apenas uma poção revitalizante e a liberarei, OK? Falarei com o sr Dombledore sobre o acontecimento inusitado. E informarei aos padrinhos dela, os únicos sobreviventes de sua família, que são agora responsáveis por ela.

- E como ela irá se libertar... dele? - Harry falou, com medo da resposta.

- Isso saberemos depois da análise de Dombledore, OK? Mas por favor, vão estudar para o simulado de NIEM'S. Ela precisa descansar para fazer a prova amanhã.

- OK, enfermeira. Mas nós podemos voltar mais tarde para ver como ela está? - Hermione perguntou, esperançosa.

- Podem, sim. Com certeza ela já vai ter retomado a consciência, e vai gostar de ver seus amigos aqui para lhe darem força. Venham, com certeza ela irá adorar.

- Obrigada enfermeira...

- De nada, querida. E agora vão estudar, que creio que o simulado estará difícil.

- Até mais, enfermeira! - Os amigos disseram todos juntos, e rumaram de volta à biblioteca.


***

- Lamento informar, mas eu acho que Voldemort logo, logo irá pegá-la, Harry. O que você vai fazer? Você ouviu ele dizer que você nada pode fazer para evitar mais esse crime... - Gina estava triste.

- Algo, Gina, eu irei fazer algo, mas não deixarei ela morrer! Nunca! - Harry estava decidido. Iria protegê-la, custasse o que custasse, nem que ele tivesse de trocar sua vida pela vida de Tatty.

- Você não sabe como estou preocupada, Harry... o dia da profecia se aproxima... - Hermione colocou a mão na boca. Havia falado demais.

- Hermione... você sabe?! - Harry ficou surpreso.

- Sei sim.

- Sabem o quê? Mas será o possível que nem com a idade que eu tenho eu posso saber das coisas? Eu não acredito! - Gina saiu da mesa, furiosa, e foi para seu dormitório.

- Eu sabia que ela ficaria chateada, mas Tatyanna me pediu segredo.

- Eu sei, Harry, ela disse que tinha te contado tudo e que você teve aquela reação absurda. A profecia fez onze anos desde que foi lançada, no final do ano passado. O pai adotivo, a mãe e a irmã de Tatyanna já foram mortos. Resta apenas ela para a profecia se concretizar e a vingança do Lorde terminar.

- Isso me atormenta. Porém, Dombledore me disse que há um meio de salvá-la.

- E qual é esse meio, Harry? Diga-me! Tudo o que você precisar eu vou te ajudar, OK?

- Não posso falar agora... o Rony e o Neville estão voltando do café da manhã. Depois, quando a gente for visitar Tatyanna, eu te conto, OK?

- OK. - Hermione olhou para Rony, corando um pouco. - Oi, Rony... e aí, estás preparado para o simulado de NIEM'S?

- Que pergunta, Hermione! É claro... que não! Eu não sou CDF como você e nunca vou ser. Esquece. Agora o Neville está preparadíssimo.

- Ah, é Neville? - Dessa vez foi Harry quem perguntou.

- É sim... eu varei a madrugada estudando, e creio que tirarei uma ótima nota no simulado.

- Oh, sim...

E passaram a manhã ali conversando e estudando para a prova do dia seguinte. Enquanto isso, Gina descia até às masmorras, muito discreta, ninguém a havia visto. Consultou um pequeno papel e chegou até uma porta. Deu duas batidas e entrou.

- Ah, Goyle! Cai fora! Não tá vendo que eu tô estudando para o simulado de NIEM'S? Desinfeta, cara! - Draco estava de costas, debruçado sobre a escrivaninha, a pena na mão, fazendo as tarefas de Herbologia.

- Draco! Isso é jeito de receber sua namorada?! - Gina falou brincando, e ele se virou na cadeira, ficando extremamente surpreso com a visita da ruiva.

- Oi, amor!!!!!!! - Ele abriu os braços, parecia o cristo redentor. Ela correu até ele e o abraçou. Um abraço de urso. - Que surpresa você aqui! Mas ninguém te viu, né?

- Não, Draco... mas saiba que eu não gosto nada dessa história de namoro às escondidas, tá? Poxa, eu queria tanto mostrar a todos o meu amor por você... - Ela entristeceu.

- Gina, espere só mais um pouco, eu preciso fazer com que meu pai aceite, o que não será nada fácil. Você sabe que ele quer que eu me torne um Comensal da Morte, né?

- Sei sim. Mas você não vai ser um, vai? - Estava com muito medo da resposta.

- É claro que não!!!!!!! Eu nunca te abandonaria por nada nesse mundo, muito menos para ser um bandido! Nunca!

- Eu já te disse que te amo hoje? - Gina estava com o seu nariz encostado no de Draco, prestes a dar um beijo nele.

- Já, mas diz de novo, que eu quero ouvir... - Ele fez uma carinha muito sincera.

- Eu te amo, Draco Malfoy...

- Eu também te amo, Ginny...

Os dois se beijaram, como se fosse o primeiro beijo entre eles. Um beijo carregado de amor e ternura, um beijo que significava que eles se amavam muito, e que nada nem ninguém os iria separar. Eles, depois do longo beijo, se abraçaram.

- Draco... ainda bem que eu tenho você... senão o que seria de mim?

- Você seria a mesma pessoa forte que eu conheci. Quem não viveria sem você seria eu...

- Nós dois não viveríamos um sem o outro! - Gina exclamou e depois se separou de Draco, sentando-se em sua cama. Entristeceu. O semblante pesou muito.

- Ginny... o que foi? Você tá com algum problema? - Draco sentou-se ao lado dela, a envolvendo em seus braços. Ela colocou sua cabeça no ombro dele.

- Hermione e Harry... eu não agüento mais... eles continuam a esconder coisas de mim... eu pensei que eu estava começando a ficar amiga deles... - Draco franziu a testa, e hesitou antes de falar.

- Ginny... você sabe que eles nunca ligaram pra você... na verdade o Potter só pensa nos amiguinhos mais próximos, e na Bridge, é óbvio, e a sangue-ruim só pensa nos livros e nas tarefas que ela tem pra fazer. Você devia esquecer que eles existem e ficar o tempo todo assim, abraçada comigo. - Ele beijou os cabelos cheirosos da namorada.

- Obrigada por me ouvir, Draco... obrigada. Mas eu tenho que ir visitar a Tatyanna. Ela desmaiou hoje na biblioteca e está na enfermaria.

- Ah, já vai, Ginny? Fica mais um pouco, vai... por favor? - Ele fez a maior cara de pidão, era muito convincente, porém ela não cedeu.

- Desculpe, Draco, mas eu sou obrigada a ir. Hoje ainda a gente se vê...

- Tá bom. Eu deixo você ir. - Eles se levantaram da cama. - Mas antes você tem que me dar um beijo...

- Tá bom, tá bom... eu não resisto aos seus encantos mesmo...

Eles deram um longo beijo, e depois Gina saiu, muito discretamente do quarto de Draco, para não ser vista. Alcançou um lugar seguro e pôde respirar aliviada. Olhou para a aliança de compromisso que tinha no dedo, e sorriu, por saber que estava sendo amada, correspondida no amor. Fez o feitiço para fazer a aliança ficar invisível, a contra gosto, pois queria exibir a aliança a todos, e subiu até a enfermaria, onde Hermione e Harry a aguardavam.

- A gente tá esperando você faz um tempão... onde você se meteu? A gente almoçou e veio direto pra cá. Você nem almoçar almoçou... - Hermione esperava uma explicação de Gina.

- Eu fui... eu fui falar com o professor Snape, nas masmorras.

- Você foi às masmorras? Estás louca? - Harry espantou-se.

- Olha aqui, esse assunto não é mais importante do que ver como Tatyanna está, é? Meu Deus! Tanta coisa mais importante e vocês vêm me cobrar uma coisa tão pequena... vamos entrar, gente!

- A Gina tá certa. Vamos entrar e parar de encher o saco dela. - Harry fez uma brincadeirinha, que não fez ninguém rir. Então, falou algo para disfarçar seu mico. - Andem! Estão esperando o quê?

Harry entrou, sendo seguido por Gina e logo em seguida, por Hermione. A enfermeira encontrava-se sentada em sua mesa, fazendo algumas anotações em seu diário de doentes. Hermione perguntou, à queima-roupa:

- Tatyanna melhorou? - A enfermeira, que não havia percebido a presença dos garotos ali se assustou.

- E-está... está bem melhor. - Ela falou, com a mão no coração, tentando fazer as batidas voltarem ao normal. - Entrem, ela está acordada.

Tatyanna estava pálida, e com olheiras fundas. Possuía um aspecto cansado, e suas roupas estavam sujas de pó e parte de sua blusa de lã estava desfiada. Teve dois desmaios, então, a roupa havia raspado na cadeira da biblioteca no primeiro desmaio, e havia sujado de pó no segundo. Quando viu os amigos ali, do seu lado, quase morreu de felicidade.

- Hermione, Gina... Harry? - Ela sorria tristemente. - Vocês por aqui? Deviam estar estudando para o simulado de NIEM'S...

- Achamos mais importante vermos como você está. - Gina disse, chegando perto de Tatyanna, que se encontrava sentada na maca, e dando um abraço na amiga.

- Você está se sentindo melhor? - Dessa vez foi Hermione que perguntou, também se aproximando mais da maca.

- Estou sim... Voldemort me possuiu, mas agora estou melhor... estou muito melhor.

- Tatyanna... - Harry falou, com receio de receber um gelo da amiga.

- Diga, Potter, o que você quer? - Tatyanna sentia que não devia fazer isso. Ele teve a consideração de ir vê-la e ela foi fria de novo com ele. Mas tinha que prosseguir com o plano. O faria até ela perceber que Harry se arrependeu de tudo o que fez.

- Só queria saber se você vai ficar bem... - Harry deu um sorriso triste.

- Pode ficar tranqüilo que não é dessa vez que você vai ficar livre de mim.

Tatyanna disse, e depois começou a conversar com Hermione e Gina, deixando um Harry desconcertado pra trás. Este saiu dali, afinal não tinha mais o que fazer naquele lugar, Tatyanna não queria saber de conversa com ele. Harry precisava provar pra Tatyanna que havia se arrependido de tudo o que fez. Mas não sabia como.

- Meninas, eu gostaria que as duas saíssem, preciso ter uma conversinha com a mocinha aí... - A enfermeira falou brincando para a paciente mais simpática que já havia tido.

- OK, enfermeira. Tchau Tatty, até à noite. - As meninas saíram dali, felizes por verem que tudo não passava de um susto.

- Bem, querida, agora me explique essa história de Voldemort ter possuído seu corpo. Por que ele faria isso?

- É uma história muito longa, enfermeira, não gostaria de me estender sobre esse tema.

- Tudo bem. Se você não quer contar, não tem problema. Eu vou lhe servir uma poção revitalizante. Você a toma e depois descansa um pouco, para ela poder fazer efeito. Depois você já está liberada, OK? Mas tome cuidado. Qualquer sintoma estranho, como tontura, dores fortes de cabeça, venha logo para cá. Verei o que posso fazer.

- Sim, senhorita enfermeira.

A enfermeira foi preparar a poção, e enquanto estava sozinha Tatyanna pensava em como fora cruel com o garoto que ama. Via em seu rosto que sofria muito. Estava com as vistas cansadas, a postura não era mais galante. Não sorria mais, apenas chegava todos os dias com olhos vermelhos, cara de que havia chorado muito. Iria repensar sobre a história da vingança. Era melhor ela pegar mais leve, ou então perderia o garoto de sua vida.

Quando a enfermeira voltou, Tatyanna estava sentada a olhar para a pequena janela que havia do lado de sua cama, e uma lágrima teimou em escorrer por seu rosto. A enfermeira, sem fazer barulho, colocou a poção no criado mudo ao lado da cama de Tatty, e saiu. Percebeu que a paciente precisava de sossego.

"O que eu faço? Eu, daqui a pouco vou morrer, e não vou ser feliz! E além de tudo, vou deixar o Harry triste também... eu tenho que falar com ele... agora não é só por amor, é uma questão de honra!"

Olhou para o lado, e viu a poção fumegando ao lado da cama. Tomou todo o conteúdo do copo, e deitou na cama, para dormir um pouco, e esquecer que Voldemort queria pegá-la. Tudo o que ela mais queria nessa vida era poder viver sem ter medo de não acordar mais, de estar sobre o domínio de seu pai, e depois morrer de uma maneira cruel. Dormiu um pouco, mas o barulho de uma coruja batendo em sua janela, a fez acordar. Levantou lentamente da cama e abriu o vidro, pegando a carta que havia nas patas dela. O destinatário evidenciava que era para ela.

Sentou na cama novamente, e cobriu as pernas com o cobertor. Abriu a carta.

Sexta feira, em pleno inverno.

Minha querida afilhada...

Há quanto tempo nós não nos falamos... estamos sentindo muito a sua falta. Sabemos como deve estar se sentindo pela perda de seus pais. Também estamos sofrendo muito, querida, acredite. Gostávamos muito deles. É verdade, sim. Sua madrinha os amava como se fossem seus irmãos. Sofreu muito com a perda de meu querido irmão. E de nossa sobrinha também. Nós sempre amamos o sorriso dela... era um sorriso sincero, inocente. Adryanna era uma menina de ouro, assim como você. Agradecemos a Merlin por ele proteger você das garras daquele bruto... agradecemos todos os dias por você continuar viva, firme e forte, como você sempre foi.

Escrevemos porque ficamos preocupados com você. A enfermeira de Hogwarts nos mandou uma carta dizendo que você havia passado mal, e que fora possuída por aquele ser maléfico. Agora somos seus responsáveis, e nos preocupamos muito. Se nós percebermos que você não está segura aí, nós mudamos você de escola. Colocamos você na escola que meu irmão estudou, na Polônia, antes de estudar no último ano em Hogwarts. Não fique triste. Só queremos seu bem.

Quando você estiver de férias, venha morar aqui em casa. A França é um lugar muito bom de se viver, e você também estará protegida. Felicidades, querida. Sua madrinha mandou um presente pra você, está dentro de um tubo que veio anexado à carta.

Beijos e beijos de seus padrinhos,

Caroline Marrie Schaucoski e Paul Schaucoski.

Quando Tatyanna terminou de ler a carta, estava emocionada. Seus padrinhos lembraram-se dela, e preocupavam-se muito com sua vida. Ela pegou o tubo que estava anexado à carta, era um tubinho cinza, que tinha algo escrito em Latim. Abriu a tampinha e tirou de dentro o presente. Era um colar de brilhantes no qual o pingente possuía de um lado a foto de seu pai. Do outro, a foto de sua mãe. E veio também uma pulseira de brilhantes que no pingente tinha a foto de sua irmã. Ela ficou muito emocionada, ainda mais do que já estava ao terminar de ler a carta. Colocou o colar e a pulseira, e ficou feliz por poder agora andar sempre com a memória de seus pais e sua irmã perto de si.

A enfermeira, ouvindo os ruídos, veio falar com Tatyanna.

- Por que está chorando, querida? Sonhou algo desagradável?

- Não, senhorita enfermeira, eu apenas recebi uma carta de meus padrinhos e fiquei emocionada. Olha só o que eles me mandaram. - Ela estendeu o braço. A enfermeira arregalou os olhos. Eram brilhantes verdadeiros. - Dentro dos pingentes, há a foto de meus pais e de minha irmã.

- Muito lindo, querida, lindo mesmo. Mas eu gostaria de saber uma coisa de você. Está melhor?

- Estou sim, enfermeira. Realmente, essa poção é tiro e queda.

- Então a senhorita pode ir. Qualquer coisa venha aqui, e aí veremos o que fazer.

- OK, enfermeira. - Ela levantou-se da cama e pegou a varinha de cima do criado-mudo. Fez um feitiço e as roupas ficaram novinhas em folha. - Obrigada por tudo.

Ela saiu da enfermaria e foi direto para a biblioteca, onde certamente seus amigos estariam. Encontrou Hermione, Gina e Rony, mas não viu Harry. Foi recebida com alegria pelos amigos ali presentes.

- Tatyanna! Que bom ver você! Melhorou? - Hermione veio em direção a ela, dando um abraço apertado.

- Estou melhor. Bem melhor. A enfermeira me serviu uma poção que revigorou minhas forças.

- Que bom! Estou feliz por ter se recuperado. - Dessa vez foi Rony quem abraçou a amiga, e Hermione ficou vermelha, de irritação.

- Tá, Rony, deu! Você vai acabar deixando sua amiga quebrada! - Hermione separou os dois.

- Harry sumiu, desde a hora da visita, e até agora não apareceu. Mas se estivesse aqui, certamente ficaria feliz por você, como eu estou agora. - Gina deu um beijo e um abraço na amiga.

- Eu fui uma grossa com ele, por isso ele sumiu. Eu não vou mais tratar ele mal. Isso é ridículo! Vou acabar perdendo a amizade dele pra sempre. - Tatyanna estava realmente arrependida.

- Harry realmente está sofrendo muito com tudo isso. Acho que você pegou pesado. Ele não sorri mais como antes, suas notas baixaram significativamente, está pior do que jamais estivera em sua vida. - Gina contou as tristezas que Harry estava passando.

- Vou atrás dele agora mesmo!!!! - Tatyanna estava saindo, mas Hermione a segurou.

- Acho melhor você deixar ele pensar. Creio que ele vai querer provar a você o quanto és importante na vida dele. - Hermione aconselhou-a.

- E além do mais, eu percebo que ele está arrependido. Dê tempo ao tempo, amiga! - Gina apoiou Hermione.

- Mas eu acho que você não deve mais ser fria com ele. Apenas evite sessões nostalgia, OK? Espere mais um pouco. Logo Harry a procurará, e assim poderão conversar com calma. - Rony falou, sendo apoiado pelas outras duas amigas.

- OK, meus amigos! Farei o que me dizem. Mas o que vocês acham de a gente ir jantar, para depois irmos dormir? Não esqueçam que amanhã vamos quebrar a cabeça no simulado. Ai, como os aprendizes sofrem!

- Pode ter certeza disso! Mas vamos jantar, e aproveitar pra pôr o papo em dia! - Gina falou, já se deslocando até a porta da biblioteca.

Eles jantaram, foram dormir. Gina foi se encontrar em um canto qualquer com Draco para dizer boa-noite, e depois os dois foram para seus respectivos dormitórios. Achavam eles que suas vidas estavam perfeitas. Rony, Gina, Hermione e Draco.

Mas iriam sofrer muito. Logo o tempo iria fechar para eles, e principalmente para Harry e Tatyanna, no qual o amor, o perdão e a força da amizade deviam permanecer, para que pudessem manter-se vivos, e terem muitas, muitas histórias para contar. Sintomas de problemas já estavam aparecendo. Nem tudo serão flores na vida desses alunos, cujas vidas estarão por um fio.

União: é tudo o que precisarão para sobreviver, onde a vida são malabarismos num trapézio, só que sem rede de proteção por baixo.

Coments da autora: E aí? O que estão achando? Por favor, comentem para que eu possa escrever cada vez melhor. Vocês não sabem o quanto os comentários ajudam para se fazer uma boa fic. Só quem está na nossa pele entende. Mas é isso: espero que tenham gostado desse capítulo. E só pra não perder o costume: COMENTEM, POR FAVOR!!!!!!!!

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