O orgulho dos Malfoy...



- Com sua licença, senhor Malfoy... - Sabrina abriu a porta de mármore e adentrou ao cômodo bem decorado.

- Senhorita Lancy! Que prazer em vê-la! Ah, olá senhorita Parkinson. - Senhor Malfoy levantou-se da poltrona em que se encontrava sentado até àquele momento e foi em direção às garotas, cumprimentando-as formalmente. - Sentem-se!

Lúcio Malfoy indicou as duas poltronas de couro que possuía em frente à sua mesa, e as duas se sentaram, ainda meio sem jeito.

- Não se acanhem, meninas. Mas me digam: o que traz as senhoritas até minha modesta mansão? - Lúcio olhava as duas com extremo interesse.

- Bem, viemos falar sobre seu filho, senhor Malfoy. - Sabrina falou para senhor Malfoy, a esperança em seus olhos castanho-mel.

- Oh, então quer dizer que a senhorita Lancy está a namorar meu filho? É uma excelente honra! Quem sabe a senhorita não se torna minha nora futuramente? - Lúcio falava, um pouco de felicidade no olhar. Sabrina era rica, de família influente. Certamente se um dia chegasse a se casar com seu filho, quem mais ganharia seria ele, o próprio senhor Malfoy.

- Gostaria muito de ter a honra de namorar o garoto mais cobiçado da Soserina, senhor Malfoy, mas o privilégio me foi cortado. Não estou a namorá-lo.

- Então é a senhorita Parkinson que está namorando ele? - Lúcio sentiu a frustração tomar conta dele. A garota também era rica, mas sua influência era bem menor. Por conseguinte, teria menor prestígio casando seu filho com alguém da família Parkinson.

- Não, senhor Malfoy. Eu e seu filho somos apenas bons amigos.

- Então o que vieram falar sobre meu filho? - Lúcio suspirou aliviado. Porém, continuava intrigado.

- Ele está namorando, mas não é com nenhuma garota da Soserina. - O sorriso que Lúcio possuía em seu rosto desapareceu. - É uma garota da Grifindória. - Sabrina, quando citou o nome Grifindória, baixou os olhos e ficou a olhar seus próprios pés. Não queria nem ver a cara do senhor Malfoy, devia estar horrível.

- Nos sentimos na obrigação de contar ao senhor o que estava acontecendo, afinal queremos o melhor para seu filho. E sei que o senhor também quer o mesmo. - Pansy olhou para os olhos carregados de indiferença do senhor Malfoy.

- Quem é? - Foi tudo o que se limitou a dizer, conseguindo manter a calma, mas a qualquer momento parecia que ia explodir. - Não é a Granger, é? A filha de trouxas?

- Não. Pior do que isso, senhor. É a caçula Weasley. - Sabrina tremeu ao falar.

Senhor Malfoy se levantou da poltrona e andava de um lado para o outro na sala, sendo acompanhado pelos olhos das garotas, que temiam uma reação violenta do homem que se encontrava ali com elas, naquele escritório. De repente, o homem se acalmou e sentou-se novamente em sua cadeira giratória de couro.

- Vocês estão enganadas. Meu filho nunca namoraria uma Weasley. Simplesmente tem nojo deles. - O rosto de Lúcio encontrava-se inexpressivo.

- Temos provas, senhor. Sabíamos que o senhor talvez tivesse essa reação. Então nos prevenimos. Aqui estão. - Sabrina retirou as fotos do bolso e entregou-as, com a face para baixo, para o senhor Malfoy, que as arrancou da mão de Sabrina e as virou.

O rosto inexpressivo do senhor Malfoy se tornou um rosto com nojo. Olhando as fotos, as pupilas de Lúcio se contraíram, não queria acreditar no que estava vendo. Seu filho, um Malfoy puro-sangue, beijando uma Weasley pobretona? Não, não queria acreditar.

O silêncio tomou conta do cômodo. As garotas, quietas, apenas olhavam para Lúcio, os olhos esperançosos. Os olhos negros de Pansy carregavam também satisfação. Lúcio, ainda olhando as fotos, não queria acreditar no que via, mas depois de um tempo, sentiu-se na obrigação de dizer algo às garotas, que miravam-no esperando alguma palavra de agradecimento ou algo do gênero.

- Bem, senhoritas, o que digo é que fizeram um bom trabalho. Parabéns.

- O senhor não vai fazer nada para separá-los? Não acha um absurdo seu filho se misturar com gente daquela laia? - Pansy estava quase a ponto de agarrar o colarinho de Lúcio e sacudi-lo sem parar.

- Eu sei o que devo fazer, Parkinson, não se meta. - A voz de Lúcio continuava no mesmo tom normal. - Agradeço a ajuda de vocês. Realmente.

- De nada, senhor, e pode contar conosco sempre. - Sabrina falou, e já ia se levantando, quando Lúcio lhe falou:

- Você ainda será minha nora, senhorita Lancy. Astuta, como todo soserino deve ser. Parabéns. Até algum dia.

- Obrigada pelo elogio, senhor Malfoy, e até algum dia.

As duas saíram porta afora, e correram de volta à lareira de origem. Jogaram o Pó-de-Flu de encontro ao chão e voltaram para Hogwarts. As garotas sorriam sem parar.

- Agora a gente vai ver aquela pobretona cair do salto dela! Hahahahahaha! - A risada foi escandalosa, e no quarto de Pansy, ecoou pelas paredes do cômodo.

***

Na manhã de quinta-feira, Draco acordou mal. Faltava apenas um dia para o término das aulas, e ficaria longe de sua namorada durante muito tempo. Escreveria cartas, mas a saudade continuaria. Se naquele momento, já sentia saudades dela, imagine dois meses ou algo assim, longe dela? Seria praticamente insuportável.

Gina pensava o mesmo. Mas seus pais pelo menos haviam aceitado seu namoro com Draco, e a distância não seria de todo ruim. Talvez pudesse até convidar Draco para assistir com eles a Copa Mundial de Quadribol que haveria naquele ano, e aí poderiam se ver. Mas com certeza sentiria muita falta do seu namorado e amigo no tempo em que estariam separados.

Harry ainda não conseguia acreditar que eram os últimos dias que veria Tatty. Ele tentou argumentar algo com os padrinhos da garota na última terça-feira, pois eles estavam ali em Hogwarts, tratando dos papéis para a transferência. Mas tudo o que conseguiu foi apenas palavras de consolo. Os padrinhos de Tatyanna tinham argumentos muito mais fortes do que os dele, e a partida da melhor amiga seria inevitável.

Não sabia como iria esquecê-la, pois sabia que Tatty iria morar na França, com os padrinhos, e que sendo assim não poderia mais vê-la. Pensou muito, e lembrou de toda a conversa que tiveram na biblioteca na segunda-feira.

- Eu vou sair de Hogwarts. - Tatyanna falou, de supetão.

- QUÊ?????? - Harry olhou incrédulo para a amiga.

- Eu vou para Beauxbatons. - Tatyanna sentiu os olhos começarem a molhar. - Achei que você deveria ser o primeiro a saber.

- Mas...? - Harry estava sem palavras.

- Desde aquela vez que Voldemort me aprisionou, meus padrinhos estavam pensando em me trocar de escola. Agora, com esse ataque que meu pai me fez, foi a gota d'água. Não tem mais jeito. Tentei de todas as formas convencer meus padrinhos a me deixarem aqui, mas não. No ano que vem serei mais uma aluna da Academia de Beauxbatons.

- Não pode ser... mas você... você vai sentir falta daqui! - Harry não queria acreditar no que estava ouvindo.

- Desculpe, Harry, mas creio que nós nunca mais nos veremos. Não há como evitar o que está por vir. Mas eu escreverei cartas, pode deixar.

Ela lhe disse que escreveria cartas. Mas se ela o fizesse, o garoto nunca a esqueceria. Então tomou a decisão de dizer a Tatyanna para que não lhe escrevesse cartas, que era inútil eles continuarem amigos à distância, que se ela não lhe escrevesse conseguiria esquecê-la e tocar sua vida para frente. Certamente a garota ficaria chateada, mas era a única forma de conseguir viver sem poder tê-la ao seu lado.

Talvez até ela concordasse com seus argumentos. O jeito era falar tudo para ela. Ia descer naquele momento para conversar com ela, certo de que a garota estaria na Sala Comunal, mas olhou para o malão aberto e desarrumado e falou para si mesmo:

- Se eu não arrumar isso aqui hoje, sábado eu não consigo ir embora!

Resolveu tardar a conversa, e começou a árdua tarefa de fazer com que suas coisas entrassem novamente no malão, o que com certeza seria um feito extraordinário para Harry.

***

Draco subiu a escadaria das masmorras e seguiu em direção ao refeitório, para tomar um reforçado café. Não sabia nem se conseguiria engolir um único gole de suco de abóbora, mas não custava tentar. Dirigiu-se à mesa de sua casa e sentou-se confortavelmente num banco em que pudesse ver a mesa grifinória. Serviu-se de ovos com bacon, aprendeu a gostar do prato quando Gina lhe disse que adorava, e se apossou de uma taça com suco de abóbora.

A namorada e o irmão dela apareceram na porta do refeitório e a primeira coisa que Gina fez foi olhar para a mesa soserina e localizar o namorado. Deu uma piscadela, e Draco esboçou um sorriso. Gina sentou em sua mesa, e logo em seguida, Hermione apareceu acompanhada de Tatyanna. As duas se sentaram junto aos amigos que já se encontravam ali. Começaram a conversar.

- Gente, as aulas estão no fim... estou muito triste, porque não veremos mais a Tatty. - Hermione iniciou o assunto.

- É mesmo... vai ser difícil de a gente te visitar, Tatyanna. Você vai morar na França, e vai ficar muito difícil, não sabemos falar francês, e eu e Rony não temos dinheiro para podermos te visitar. - Gina entristeceu.

- Fiquem tranqüilos, prometo escrever sempre que eu puder pra vocês, tá? - Tatyanna estava emocionada. - Estão vendo? Vocês tão querendo que eu chore, né? - Tatyanna pegou um lenço e secou as lágrimas que estavam querendo rolar pelo seu rosto.

- Gente, vamos parar de falar nisso! É muito triste. Daqui a pouco eu também vou chorar, e olha que eu não sou assim! - Rony falava, o coração no pomo-de-adão.

- Gente, cadê o Harry? - Gina lembrou do amigo, que não estava ali com eles.

- Deve estar arrumando o malão. A gente também tem de começar a arrumar os nossos! - Hermione levantou as sobrancelhas.

- É mesmo, Mione! Mas vamos arrumar os nossos amanhã! Partiremos só no sábado, e ainda há dois dias para depois partirmos. - Rony, corado, falou para Mione.

- Tudo bem, desta vez concordo com esse irresponsável. - Mione lançou um olhar arrebatador ao ruivo, que estava vermelho, mas agora de raiva. - Vamos curtir nossos últimos dias de escola em alto estilo! Vamos organizar uma festa de despedida do ano! O que vocês acham?

Rony levantou-se da mesa e saiu dali. Não agüentava mais as implicâncias de Hermione. Chamá-lo de irresponsável? Onde já se viu? O ruivo agora pensava seriamente se Hermione Granger o merecia. Estava cansado de ser humilhado. Atravessou o retrato da Mulher Gorda, e subiu ao dormitório dos garotos, para conversar um pouco com Harry. Precisava abrir o jogo com o amigo. Enquanto isso, as garotas que se encontravam na mesa brigavam com Mione.

- Onde já se viu, Mione! O Rony nem falou nada de mais! - Tatyanna olhava com censura para Hermione. - E inclusive você concordou com o que ele disse!

- Mione, vê se respeita o meu irmão! Que é isso? - Gina estava começando a corar.

- Chega! Eu falo o que eu quiser pro Rony, entenderam? Ele é um irresponsável, não faz tarefas, é um folgado!

- Você devia medir suas palavras! Por acaso você gostaria que o Rony dissesse a você que sua vida é os livros e você é certinha demais? - Tatyanna olhou indignada para Hermione.

- Chega! Eu não agüento mais vocês!

Hermione se levantou da mesa, e saiu aos estardalhaços, esbarrando em Luna, que estava acompanhada de Edward, no corredor entre as mesas. Saiu do refeitório e foi para os Jardins. Precisava ficar sozinha, não agüentava mais a pressão das amigas sobre como deveria tratar Rony e tal. Já estava cansada! Precisava refletir, e então se sentou em um banco dali e olhou o céu por alguns instantes. Será que devia pedir desculpas a Rony?

Rony, depois da conversa com Harry, resolveu ir para seu próprio dormitório, para pensar um pouco. Da torre da Grifindória, podia ver a Floresta Proibida, e os Jardins. Olhou para baixo, e viu uma garota de cabelos ondulados, castanhos e volumosos sentada em um banco próximo ao lago. Parecia chorar. Reconheceu a pessoa que amava. Hermione estava curvada para frente, os cotovelos apoiados aos joelhos, o rosto entre as mãos. Se não chorava, encontrava-se triste. Não sabia ao certo o que a garota sentia.

Pensou seriamente em descer as escadas circulares, passar pela Sala Comunal, atravessar o retrato da Mulher Gorda, ir em direção ao Saguão de Entrada, descer as escadas de mármore, e despontar nos jardins. Sentar ao lado de Mione e a aconchegar em seu ombro. Mas ela não merecia toda a preocupação que ele sentia. Depois das ofensas, não faria mais nada. Nada.

***

Draco, depois de ter visto Gina, sentiu o estômago roncar. O apetite lhe veio ao ver a namorada. Comia calmamente sua porção de pão integral com suco de abóboras quando o correio matinal chegou. Uma coruja negra e majestosa foi de encontro ao garoto, que na mesma hora reconheceu a coruja do pai. Uma coruja-das-torres entregou o exemplar do Profeta Diário para Gina, já que Hermione não se encontrava presente ali.

Draco retirou o bilhete da pata da coruja negra, e esta se foi, junto com as outras corujas matinais, que também partiram. O garoto fitou o bilhete com pesar e abriu-o.

Draco,

Preciso ter uma conversa com você. Pode vir até nossa casa, Dombledore me deu autorização para conversarmos. Hoje.

Até breve.

Lúcio Malfoy.

Draco olhava, estático, para o bilhete aberto em suas mãos. O que seu pai queria falar com ele, que não podia esperar dois dias? Temia que fosse algo relacionado com sua carreira de Comensal da Morte. Precisava avisar Gina, mas a garota já havia partido logo após ter recebido o exemplar do Profeta. Não havia jeito, depois das aulas, a namorada teria o último treino do ano de quadribol, e sendo assim, iria direto para o campo. Não haveria aviso. Teria de contar para Gina depois, toda a conversa que teriam. Levantou-se de sua cadeira e foi para sua aula de Trato das Criaturas Mágicas.

***

Harry, após terminar de arrumar seu malão, pensou nas férias horríveis que iria passar na família Dursley. As implicâncias de Duda, a voz histérica de tia Petúnia, e a cara roxa de irritação de tio Válter. O bigode de seu tio o fez lembrar do padrinho de Tatyanna, que tinha o mesmo bigode. O padrinho de Tatyanna o fez lembrar da própria Tatty, e do assunto que deveriam tratar. Apressou-se a fechar a porta do quarto e ir até a Sala Comunal.

Chegando lá, encontrou Tatty e Gina, comentando da explosão de Rony e Hermione na mesa. Rony continuava em seu dormitório, e Hermione, para se distrair, havia ido até a biblioteca para ler alguns livros sobre a história dos elfos. Pensava seriamente em criar alguma fundação que os defendessem. Trabalhavam sem parar e não recebiam remuneração... para ela, Mione, não era nem um pouco justo.

Harry pediu licença a Gina, que inventou ter que pegar um livro na biblioteca para antes das aulas começarem e sumiu pelo buraco do retrato. Tatty fitou Harry com meiguice e perguntou:

- O que foi, Harry? Algum problema?

- Bem... eu... eu não sei nem como te falar isso, mas acho necessário...

- O que foi? Fala! Desembucha!

- Eunãoqueroquevocêmeescrevacartas. - Harry falou tão rápido, que Tatty não entendeu nada.

- O quê? Repete, não entendi nada.

- Eu não... queroquevocêmeescrevacartas. - Novamente, Harry falou de modo que Tatty não pôde entender uma palavra.

- Poxa, Harry! Dá pra falar mais devagar????????? - Tatty estava se irritando.

- Eu não... quero que... você me... escreva cartas, pronto, falei!

- Por quê??????? Você não gosta de mim, é isso?

- Ora, Tatyanna Bridge Schaucoski... por que me toma? É claro que eu gosto de você. E é por gostar demais que não quero que você me escreva... choraria a cada dia que recebesse uma carta sua porque... Ah... você sabe porquê.

- Sei... sei sim, Harry, e te entendo perfeitamente. Tudo bem, não lhe escreverei cartas. Mas lhe deixarei uma lembrança minha... por favor... - Tatty tirava o colar hereditário Bridge, e o colocava em sua mão. - Fique com ele.

- Não posso ficar, Tatty, é sua única lembrança de sua família!

- Não, eu tenho a pulseira... e isso será como algo que nos unirá mesmo distantes, entende? E agora fique com ele. - Tatty fechou a mão de Harry e a segurou com carinho. - Nunca se esqueça de mim, por favor... assim como eu nunca esquecerei de você. - Ela o abraçou, e Harry começou a chorar, assim como Tatty.

O sinal de início das aulas soou, e Harry e Tatty se soltaram, ainda secando as lágrimas do rosto, e foram de mãos dadas, até o Saguão de Entrada, onde se separaram, indo Harry para as aulas de História da Magia e Tatty indo para as aulas de Adivinhação.

***

Enquanto isso...

Draco seguia para a sala de Dombledore. Precisava ir até a Mansão de seu pai, mas precisaria também dos métodos de Dombledore para chegar lá. Encontrou a gárgula de pedra ali, imóvel à sua frente, e lembrou-se de que não possuía a senha para entrar na sala do diretor. Então, começou a chutar nomes.

- Torrão de batata! - A gárgula permanecia imóvel.

- Gota de limão! - Não mexia um milímetro sequer.

- Sei lá... deixa eu pensar... ah... vai essa mesmo. Sorvete de flocos... - A gárgula girou, para a surpresa de Draco, e então ele se colocou em um dos degraus de pedra e estes subiram girando, e então o loiro encontrou a porta que separava o diretor de Hogwarts dele. Bateu na porta, e entrou.

- Eh... boa tarde, professor... - Dombledore, de costas para Draco, virou a cadeira de frente para o garoto da Soserina.

- Boa tarde, Draco... você recebeu a coruja de seu pai, não? - Dombledore ajeitou os óculos em meia-lua, e o fitou.

- Sim, e meu pai disse no bilhete que...

- Que você pode ir, e eu autorizei, não é?

- É sim, senhor. - Draco baixou a cabeça.

- Bem... eu autorizei, sim, e vou te levar até lá. Por favor, venha até aqui.

Draco, meio que intimidado por Dombledore, seguiu até onde ele se encontrava. O diretor estendeu um pote pequeno e verde para o garoto.

- Pegue um pouco. É Pó-de-Flu.

Draco olhou, encantado, para o Pó que Gina tanto lhe falou. Pegou um punhado e olhava o Pó, ainda admirado.

- Agora entre na lareira. - O garoto olhou espantado para Dombledore. - Isso mesmo. Entre na lareira.

- Sim, senhor. - Draco entrou na lareira.

- Pegue mais um pouco de Pó-de-Flu e coloque no bolso, para a volta. - Draco o fez e esperou a última instrução de Dombledore.

- Agora diga para onde quer ir e jogue o Pó de encontro ao chão. Mas diga com muita clareza, pois uma letra errada pode causar muitos danos. Agora, faça o que eu disse.

- Sim senhor. Mansão dos Malfoy!!!!! - Draco jogou o Pó ao chão e a chama esverdeada o fez desaparecer, para reaparecer apenas na lareira aconchegante de sua casa.

O garoto subiu as escadas em espiral de sua mansão e seguiu pelo corredor cheio de portas. Reconheceu a maçaneta de mármore da porta do escritório de seu pai. Seguiu naquela direção, bateu levemente na porta e entrou.

Senhor Malfoy olhava de sua janela, sentado em sua cadeira circular de couro. Mirava os jardins de sua mansão. Draco, pé ante pé, entrou no escritório, mas o barulho da porta ao se fechar desviou a atenção de seu pai para ele.

- Ah, estás aqui, Draco! Por favor, queira se sentar. - O rosto de Lúcio Malfoy era inexpressivo. Draco não sabia distinguir ao certo o que viria a seguir.

- Sim, meu pai, estou. O que o senhor gostaria de falar comigo? É algo sério? Mamãe está bem?

- Está sim, Draco, sua mãe está bem. Mas agora, explique-se.

- Como assim, explique-se????

- Onde está sua honra, Draco Malfoy? Você se esqueceu de que é da família puro-sangue Malfoy?

- Meu pai, do que falas? - Draco sabia que só podia ser sermão.

- Ora, não se faça de desentendido! Caiu na Soserina porquê?

- Ora, meu pai, porque sou astuto, tenho todas as qualidades de um soserino!

- Então porque não as usa?

- Meu pai, não está sendo claro!

- Tudo bem. Quem sabe isso aqui te ajude a me explicar o que ocorre. - Lúcio enfiou a mão com fúria na gaveta da escrivaninha à sua frente, e retirou vários papéis fotográficos de dentro. Os entregou de qualquer jeito ao filho.

Draco quase morreu quando se viu na foto com sua ruiva. Quem haveria de ter feito uma sujeira dessas com ele? Pansy? Sabrina? Ou quem sabe até o próprio Potter, não conformado com o fato de que a ruiva não gostava mais dele.

- E então? Agora sabe do que estou falando, não é Draco? - Lúcio foi extremamente sarcástico com o próprio filho.

- Quem fez isso?

- Não te interessa, e agora explique-se.

- EU NÃO TENHO QUE EXPLICAR NADA, AGORA ME DIGA, Q-U-E-M F-E-Z I-S-S-O? - Draco alterou-se com o pai. E sabia o que lhe podia acontecer se o fizesse.

- Eu mato essa Weasley se você não se comportar, Draco. E você sabe muito bem que eu cumpro o que eu digo, não sabe?

- Sei sim, meu pai. Agora eu vou me explicar, como o senhor quer. Eu estou apaixonado, pai, eu nunca senti isso na minha vida, e nem sei como foi acontecer! Ela é a única pessoa que me entende!

- Como é que é? Você está apaixonado por aquela Weasley pobretona e nojenta? Além de a garota ser feia, cheia daquelas sardas ridículas.

- Não fale mal dela, meu pai, não desmereça minha namorada! Ela é diferente de todas as garotas que já peguei! Ela me entende, me atura e me adora!

- A Weasley também gosta de você é? Ou será que ela gosta do SEU dinheiro?

- PARE MEU PAI! Não a ofenda!

- Você não namorará esta nojentinha! Ah, mas não mesmo! Isso atrapalhará completamente sua carreira de Comensal!

- E quem vai me impedir? Eu sou um Malfoy, e consigo tudo o que quero, não é mesmo, meu pai????

- Olhe o respeito, garoto! Pois muito bem, já que você não quer largar aquela suja, pelo menos me diga: ela continuaria com você se você fosse um Comensal?

- Não! Mas é claro que não! Ela nunca ficaria com alguém que bandearia para o lado das trevas! Ora, meu pai, sabe muito bem que o pai dela trabalha no Ministério da Magia!

- Sei que não é a melhor coisa pra mim, você ficar com aquela Weasley. Como você só largará dela morto, não há outro jeito: Ou eu a mato, ou você não desiste dessa paixonite ridícula!

- Pois fique sabendo, meu querido pai, que se você a matar, perde seu filho, pois eu também me mato!

- O quê? Se matar por amor? Eu nunca faria isso!

- Claro que nunca faria! Nunca amou a minha mãe, só amou o dinheiro dela!

- Ora moleque! Cruc... - Lúcio sacou a varinha das vestes e já ia fazendo o feitiço quando...

- O que está acontecendo aqui?

- Narcisa???? O que... ora! - Lúcio guardou novamente a varinha nas vestes.

- Mãe??? Que bom ver a senhora! - O garoto abraçou a mãe, sempre bela, com ternura.

- Ah, meu filho! O que fazes aqui? Não devias estar em aula?

- Devia sim, mas meu pai queria ter uma conversa comigo...

- Conversa? Pois não me parecia conversa, meu filho!

- Narcisa, saia. - Lúcio fora ríspido com a esposa.

- Tudo bem, Lúcio. Não sou eu quem vou atrapalhar a conversa de vocês, seja lá como ela for. Tchau, meu filho, até breve.

- Tchau, mãe.

- Pois muito bem, Draco, já que não há jeito de te fazer acordar e terminar com aquela Weasley, vou te propor um trato.

- Quê? Trato? Que história é essa?

- Você pode ficar com a Weasley. Desde que...

- Desde que o quê? Fale, meu pai!

- Desde que, ao completar dezessete anos, você se dedique completamente à carreira de Comensal.

- Meu pai, eu não quero ser Comensal!

- Ou aceita o trato, ou só me resta matar aquela praga de cabelo vermelho!

- Tudo bem, meu pai, eu aceito. Porém, não deverás ser contra ela, e muito menos diminuí-la de nenhuma forma, entendeu?

- Entendi, Draco, mas acho bom você cumprir seu trato, senão eu farei algo terrível com a sua queridinha, e com certeza você não ia gostar de ver o que seria.

- Não precisa ameaçar ninguém, meu pai... continuo sendo um Malfoy, e vou cumprir o que prometi.

"Vou nada!" Draco pensou.

- Tudo bem então, meu filho... faça o que quiser da sua vida, mas depois dos dezessete anos, você vai fazer o que EU quiser da sua vida. Está dispensado. Pode ir.

- Até, meu pai.

Draco saiu do escritório, rumando novamente à lareira da sala, mas pensou em sua mãe. Precisava contar o que estava acontecendo a ela. Apostava mil galeões de que seu pai não havia lhe falado nada. Então, foi em direção ao quarto dos pais, onde sua mãe se encontrava.

- Mãe? Posso entrar? - Draco falou pela fresta da porta que havia.

- Pode, meu filho! Claro!

- Mãe, eu preciso te contar uma coisa... posso?

- Claro que pode, meu filho, sente-se. - Quando Draco sentou, foi que percebeu que sua mãe tricotava sapatinhos de bebê.

- Mãe, você tá grávida? - Draco olhou com assombro para a mãe.

- Estou, meu filho. Você vai ter um irmãozinho! Ainda não pensei em um nome... quando você pegar férias, você ajuda a mãe a escolher um nome para ele, não é?

- Ah... claro, mãe... - Draco hesitou. - Mãe... o que meu pai achou disso?

- Bem... Draco, eu não gostaria de falar sobre isso... você me entende, não é? Mas agora me conte o que queria me contar, meu filho!

- Entendo sim, minha mãe... bem... o que eu tenho que lhe contar é que estou apaixonado...

- Está? Oh, que bom! Como eu queria um dia ter sentido isso por Lúcio... mas me conte, quem é a moça?

- Esse é o problema. Meu pai não quer aceitar de jeito nenhum... pois poderia atrapalhar minha carreira de Comensal, e manchar o orgulho dos Malfoy... mas mãe... eu não me apego mais a coisas materiais... desde que eu a conheci...

- Ele não a aceita porque é pobre?

- Bom, é também, mas o principal motivo é a família dela... ela é uma Weasley.

Narcisa deu um pulo na cama.

- Você arranjou um grande problema, Draco! Sabe como ele os odeia...

- Mas eu não tenho culpa! Quando vi, já estava apaixonado! Mas meu pai não entende... e eu não vou abandoná-la para ser Comensal coisa nenhuma! Ele que vá sonhando!

- Tudo bem, meu filho, faça o que achar melhor... mas sempre com muita cautela... com certeza, seu pai vai estar de olho em vocês dois. Mas agora você tem que voltar para a escola, não pode perder seu último treino de Quadribol!

- É mesmo, mãe... até breve!

Ele deu um beijo na mãe e foi-se de volta ao castelo.

"Quando eu descobrir quem foi a desgraçada, ou desgraçado, eu mato! AAHHHHHHH!"

Coments... Bem genti... a fic só vai ter mais dois ou três capítulos... mas vcs sabem neh... talvez demore, porque o site tah saindo mto freqüentemente do ar, aí fica difícil de postar... mas não deixem de comentar tah? Bjooooossssssssssss!!!!!!!!!!!!

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