Desentendimentos...:(



Tatyanna acordara no dia seguinte com uma forte dor de cabeça, queria que fosse pela "noite mal-dormida que teve". Quem dera fosse. Sua dor era a presença de seu pai por perto, a querendo assassinar. E lembrou-se de Harry também, pois eram ligados pelo destino horrível que teriam.

Harry a julgava uma pessoa má, mas ele ainda não tinha visto nada... Tatty não esquecia: o sangue de Voldemort ainda corria em suas veias. Resolveu fazer uma transformação, e provar para Harry que ela era boa, até o momento em que ele quebrou suas promessas. Porque Harry a havia prometido proteção, amor, amizade infinita. E não cumpriu nada. Nada! Começou a pensar numa mudança no visual, a princípio. Depois... depois era depois.

***

Gina acordara feliz. Descobrira estar gostando de Draco, porém tinha medo de contar. Que ele tinha mudado, ela sabia, mas ainda não encarava aquilo como uma "mudança total". Deviam existir ainda fragmentos de sua maldade dentro de si. Resolveu se abrir com Hermione. Vestiu-se e foi até o quarto da amiga, que ainda estava a se arrumar.

- Mione... eu preciso falar com você... posso entrar? - Gina falava em tom mediano.

- Claro, entre... eu já estou vestida.

- Será que você tem um tempo pra me ouvir?

- Claro o que foi? Harry? - Ela percebia o jeito ressabiado da amiga sentada na sua cama.

- Não... eu não o amo mais...

- Então você percebeu que ele "só tem olhos" para Tatyanna? - Hermione espantou-se.

- Não é nada disso... é que eu descobri que amo outra pessoa...

- E quem seria o felizardo?

- Bom... eu sei que irá soar estranho, e que você odeia essa pessoa, mas saiba que... - foi interrompida.

- O QUÊ?! Não vá me dizer que é o cínico e assassino do Malfoy?! - Hermione quase caiu para trás.

- Assassino?! Estás louca?! - Gina não entendia o porquê da palavra assassino.

- Ora, você não sabe? Foi ele quem quase matou Harry! Foi ele quem o deixou em uma cama de hospital perto da morte! Quem está louca aqui és tu! L-O-U-C-A! - Hermione alterou-se.

- Não pode ser! Não pode! - Ela saiu do quarto da amiga ventando, chorando como nunca.

"Ele não podia ter me escondido isso! Não podia! Como ele pôde?! Bem agora, que eu descobri que o amo! Não!!!!!!!!!!!!!"

- Gina! Desculpe-me! - Hermione percebeu que havia exagerado, mas Gina não estava mais ao alcance de sua vista. - Droga! Eu e minha raiva contra Malfoy! Acabei magoando minha amiga por causa dele! Maldito!

Gina chegou ao refeitório de olhos vermelhos, deixando Rony e Harry, que estavam sentados na mesa, preocupados.

- Gina, o que houve, mana? - Rony tinha o semblante preocupadíssimo.

- Nada. - Ela respondeu secamente.

- Diga-me, Gina, talvez possamos ajudá-la. - Harry foi ao socorro da amiga, e ele ainda possuía o semblante caído, de tristeza.

- Não me amolem! Deixem-me comer em paz! - Ela falava em tom de poucos amigos.

- Tá OK... - os dois companheiros de mesa falaram ao mesmo tempo.

Gina lançou um olhar carregado de tristeza em direção a mesa soserina, onde dois olhos acinzentados a fitavam, cheios de ternura. Ela desviou o olhar, e Draco percebeu que havia algo errado. Levantou-se de sua mesa e deu um discreto sinal à amiga, e só esta pareceu perceber, pensou ela. Mas outra pessoa também havia percebido. Sabrina Lancy, ciumenta como só ela.

"Eu vou acabar com essa amizade, ah se vou! Ou não me chamo Sabrina!"

Gina levantou-se da mesa, o prato cheio de comida ainda, não tinha apetite. Não deu satisfações a Rony nem a Harry, e se retirou da mesa.

- Nossa! O que será que aconteceu com a sua irmã? - Harry achava estranho o comportamento de Gina naquela manhã. - Será que é grave?

- Não sei... talvez Hermione possa nos ajudar... aí vem ela... - Os meninos a olharam. - Oi, Mione... - Rony ficara ruborizado.

- Olá, meninos... - Hermione se encontrava meio abatida.

- A tristeza baixou nessa mesa, pelo jeito! Gina, você... Mas você sabe por que a Gina está triste? - Rony havia percebido que Hermione também estava abatida.

- Sei sim, mas não posso falar, desculpem. Em respeito a ela.

- Mas eu sou o irmão dela, tenho todo o direito de saber, não é, Harry? - Não ouviu resposta. - Harry? Tô falando com você, cara!

- Ah, tem sim Rony... tem todo o direito. - Harry lembrava-se de Tatyanna, e parecia não ouvir nada, nenhum ruído, nenhuma fala.

- O que foi, Harry? Aconteceu alguma coisa com você também? - Rony o fitava, curioso.

- Não... mas gente, eu vou indo... quero estudar um pouco mais para a prova de herbologia. - mentiu.

- Vá, Harry, que logo em seguida iremos também. - Hermione respondeu a Harry, olhando para Rony com o cantinho do olho.

Harry seguiu para a sala de aula, com o pensamento ainda centrado na menina que julgava amar, porém a queria esquecer de qualquer maneira.

***

- Rony, eu sei que você é irmão dela, mas existem certas coisas, que uma irmã não pode contar ao irmão, e vice-versa. Eu só posso lhe dizer que ela está magoada comigo. - Hermione tentava explicar a Rony o porquê do segredo, mas era em vão.

- Mas eu tenho direito de saber! Minha missão é protegê-la aqui dentro, se você nunca percebeu, já devia ter percebido. - Rony ficava cada vez mais vermelho.

- Chega, Rony! Você é um cabeça dura mesmo! Eu não vou contar nada e pronto! Agora vamos para a sala de aula que eu ainda quero estudar um pouco mais para a prova de herbologia! Hoje é domingo e eu não quero perder muito tempo fazendo essa prova! Por que foram fazer prova no domingo? Que droga! - Hermione encerrou o assunto.

Foram os dois até a sala de aula, enquanto Draco e Gina se escondiam em um canto para conversar em particular, sendo seguidos por Sabrina Lancy.

- O que foi, Gina? Está tudo bem com você? - Draco preocupava-se.

- Você é mesmo um cínico, Malfoy! Por que não me contou que foi você que bateu na vassoura de Harry e o fez ficar no hospital durante um mês? Diga-me, seu mentiroso!

- Gi-Gina, eu... - Draco ficara nervoso. Não sabia que uma coisa "tão pequena" poderia acabar com sua amizade.

- Viu? Você não tem nem palavras, Malfoy! - Ele estremeceu ao ouvir somente seu sobrenome. - Eu nunca devia ter confiado em você, mentiroso, cínico, ASSASSINO!

Enquanto presenciava a cena, Sabrina ria de felicidade.

- Gina, me desculpe! Eu sei que eu devia ter te contado, mas... - Foi interrompido.

- Esqueça-me, Malfoy! E apenas lembre-se de uma coisa: eu não converso com cínicos, e muito menos com assassinos! Até nunca mais, Malfoy! - A garota saiu dali, jogando os cabelos flamejantes para trás, deixando apenas o seu perfume nas mãos de Draco.

Gina, depois de ter pegado o corredor, começou a chorar muito. O aperto no coração era grande, mas não ia se submeter a uma amizade mentirosa. Nunca. O que deveria fazer era esquecê-lo. Secou as lágrimas de seu rosto e foi até sua sala de aula.

Draco ficou ali, parado, olhando para o nada, por alguns segundos. Estava abobado. Uma coisa que julgava ter mera importância o fez separar-se de sua ruivinha, a ruiva mais linda que já tivera visto algum dia. Sabrina apareceu de repente, o tirando de seu transe:

- Viu, Malfoy? Eu te falei que essa garota não prestava, mas você é um cego... - Sabrina parecia querer aproveitar-se de sua fraqueza.

- Ora, cale-se sua vaca gorda! - Essas palavras eram típicas de um Malfoy. - Vai pastar, que é o melhor que você faz! - Draco saiu dali, deixando uma Sabrina furiosa para trás.

***

Tatyanna descera atrasada de seu quarto, nem teve tempo de tomar o café da manhã. Chegou na sala de aula com o semblante caído, e atrapalhada, deixando cair folhas por toda a parte. Harry a olhou em modo de censura, e quando ela passou por sua mesa, ele virou o rosto, fazendo Tatyanna ferver por dentro, fazendo ela querer ainda mais mostrar para Harry do que era capaz de fazer.

Começaram a prova, que estava fácil, era toda de assinalar. Tatyanna acabou rápido, era boa em herbologia. Hermione também saiu logo de sua sala. Harry e Rony quebravam a cabeça para ver se lembravam de algo, pois de inteligentes eles nunca se passaram. A fama era sempre de Hermione.

Tatyanna precisava falar com Hermione, e por sorte, as duas haviam terminado a prova cedo, então Tatyanna puxou Hermione em um canto.

- Hermione, eu preciso te contar uma coisa, mas você tem que prometer que não vai ficar chateada comigo. Eu tive meus motivos para não ter lhe contado. Desculpe. - Tatyanna precisava contar para Hermione o segredo, para que ela pudesse ajudá-la no plano que tinha em mente.

- Fale logo, estou preocupada, é tão sério assim? - O semblante dela era de grande preocupação.

E então, Tatyanna contou tudo a ela, e Hermione abriu a boca, ficou espantada. Porém não ficou brava com ela, muito menos desconfiou de sua bondade. Tatyanna havia dado provas de que era uma pessoa confiável e boa.

- Eu quero que você faça segredo, Mione...

- Tá. O Rony não irá saber de nada. Mas me conte dessa história de plano para mostrar pra Harry do que é capaz... eu me empolgo toda com esse tipo de coisa.

- Então tá. Vamos para o jardim da primavera, OK? Lá eu te conto.

- Vamos, eu te apoio em tudo o que você quiser fazer.

***

Harry estava estranho naquela manhã, o que despertou uma pequena preocupação em Rony. Havia tempos que não via o amigo daquela maneira. Depois que Harry havia conhecido Tatyanna, nem as dores na cicatriz o faziam ficar daquela forma. Rony sentiu-se na obrigação de perguntar o que estava havendo, por serem amigos de longa data. Então, quando os dois acabaram de fazer a prova e saíram da sala de aula, Rony iniciou:

- Harry, estou percebendo que estás triste, pensativo e sentindo-se cansado. Eu, como seu amigo, me sinto na obrigação de perguntar o que está ocorrendo, mas se você não quiser me falar, lhe respeito. Porém, eu gostaria muito de saber, para poder lhe ajudar.

- Valeu pela força, Rony, porém, eu não posso lhe contar porquê estou assim. - Lembrou-se de que havia prometido manter segredo sobre toda a conversa que Tatyanna e ele tiveram na torre da astronomia, que acabou por separá-los.

- Mas há uma coisa que me intriga: acaso estás brigado com Tatyanna? Notei que hoje você não falou com ela...

- Estou sim, mas não vou lhe contar nada, Rony! Queira respeitar minha privacidade, por favor? - Harry irritou-se.

- Tudo bem, cara, fica calmo! O que você acha de a gente dar uma volta por aí pra ver se você esfria a cabeça? - Rony também precisava de descanso, afinal, ficara fazendo a prova de herbologia durante uma hora.

- Vamos, boa idéia a sua.

Então os dois foram dar uma volta pela escola, conseguindo assim, esquecer por algum momento seus problemas.

***

- Esse plano é muito bom, menina! Você é mesmo impossível! Tô dentro! Vamos começar agora, já! - Hermione empolgou-se com o plano de Tatyanna.

- Calma guria! Nós vamos agora, sim, mas vê se te acalma! - A amiga parecia mais empolgada com o plano do que a própria Tatyanna.

Hermione levantou-se de súbito e puxou a amiga pelo braço, saindo as duas correndo em direção ao castelo. Cruzaram o retrato da mulher gorda e ao subirem as escadas em direção aos dormitórios, encontraram Gina debruçada na janela do corredor, a chorar muito, olhando Draco nos jardins, que deixara escorrer uma lágrima de sofrimento, cujo peso nada podia suportar. Tatyanna olhou para ela e pareceu adivinhar o que ocorria.

- Gina... o que o Malfoy fez? - Tatty sabia como era a dor de ser magoada por quem ama.

- Ele mentiu pra mim... Mione, você estava certa, eu nunca devia ter acreditado em uma palavra que ele disse... sniff... - Gina chorava como uma criança.

- Desculpe, Gina, não foi minha intenção te fazer sofrer... - Ela deu um abraço forte na amiga.

- Amigo não é aquele que te faz sorrir com mentiras, mas sim aquele que te faz chorar com verdades. Você, Mione, provou ser minha amiga de verdade. - Gina apertou mais o abraço.

- Gina, você deixou Malfoy falar? - Tatyanna pressentia que aquela briga não iria durar para sempre. Ela viu no olhar de Malfoy um amor que não podia ser explicado.

- Ele não tinha palavras, Tatyanna! Ele gaguejou, e eu o interrompi. Com certeza não havia nenhuma explicação cabível.

- Você não pensou que ele escondeu isso para não te perder? - No que Tatyanna falou, as duas, Gina e Hermione arregalaram os olhos.

- Tatyanna...? Está tudo bem com você? - Hermione falou, com um pouco de sarcasmo.

- Sim, eu estou bem lúcida. Mas vamos subir, Hermione, eu quero que ela pense melhor sobre o que eu falei.

- Como assim, "pense melhor?" Como assim, "me perder?" - Gina estava confusa. Qual seria o sentido daquelas palavras? Não havia nada para pensar. Ele havia mentido e pronto!

- Pense, Gina, pense. Logo encontrará respostas e fará o que seu coração mandar. Agora vamos, Mione, vamos que eu quero pôr logo em prática aquele negócio que nós conversamos. - Tatyanna percebeu no olhar de Gina que aquela tristeza toda por Draco ter mentido pra ela era mais do que amizade.

- Vamos sim, Tatty! Até breve Gina, e não fique triste. Sorria! - Hermione adorava o sorriso sincero da amiga.

- OK. - Gina fez um sinal com o polegar e sorriu tristemente.

"Será que o Draco não me contou aquilo porque não queria me perder como disse Tatty? Vou pensar muito no que ela disse".

Gina deu uma última olhada pela janela para Draco, que parecia derramar mais uma lágrima, coisa que Gina nunca havia visto em um Malfoy.

Coments da autora: Desculpem a demora, o capítulo já estava pronto fazia tempo, eu só não arranjava tempo pra postar. Mas tá aí. Ah! E não fiquem bravos comigo! Logo Draco e Gina vão se entender... fiquem calmos! Espero que estejam gostando de minha fic. Comentem por favor, eu imploro! Bjaum e até o próximo capítulo!

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