Se arrependimento matasse...



Hermione, empolgada como nunca, dava um jeito no guarda-roupa da amiga Tatyanna. Enquanto isso, ela lia em livros bruxos alguns feitiços de beleza, para deixá-la ainda mais bonita do que era naturalmente.

- Esse seu guarda-roupa vai ficar um show, Tatty! Você vai se transformar mesmo!

- Eu quero me tornar totalmente diferente do que sou normalmente, quero impressionar. - Ela virava as folhas do livro, procurando um feitiço não muito arriscado. - Achei! Esse é perfeito!

- Achou o quê, menina!? - Hermione havia levado um susto.

- O feitiço para ficar mais bela, oras! Você acha que eu estava fazendo o quê com um livro nas mãos chamado "Noções de beleza bruxa" hein?

- Ah... disfarça! Mas dá uma olhada no guarda-roupa pra ver se você gostou. Eu caprichei.

- Nossa, ficou muito lega! Eu vou realmente arrasar com esses vestidos e tal... - Ela consultou o relógio. - Ih! A gente vai ter que continuar à noite esse nosso plano. Já tá na hora do almoço, e a gente não deve passar a tarde toda trancadas no quarto para não levantarmos suspeitas.

- É mesmo. Vamos descer, almoçar, e depois a gente dá uma força pra Gina, que ela tá realmente precisando.

- É mesmo. Mas vamos logo, afinal, Rony não pode desconfiar de nada. Ah, e se você não se importa, eu vou comer hoje na sala comunal.

- Oh, claro! Eu não posso comer com você, desculpe. Tenho que continuar com Rony e Harry.

- Não tem problema. A gente se encontra na frente do retrato da mulher gorda à uma hora.

- OK. Agora vamos logo, menina! Chega de conversar!

- É, vamos.

***

Gina mexia e remexia o prato de comida. O alimento não descia, não tinha jeito. Draco nem tinha aparecido para almoçar. Continuava lá, sentado embaixo da mesma árvore em que se encontrava de manhã. Sabrina chegou perto dele, tentando aproveitar a brecha que o destino lhe proporcionou, afastando aquela "pobretona" de seu caminho.

- Draquinho... eu nem devia estar falando com você, depois do xingão que você me deu, mas como eu sou uma pessoa muito tolerante, eu... - Draco a interrompeu. Não estava com o maior saco de ficar dialogando com aquela tonta.

- Ninguém lhe pediu para ser tolerante comigo, tá bom? E eu nem lhe dei o direito de me chamar de "Draquinho"... Garota sem conteúdo... Você é mesmo uma patricinha, hein?

- O quê? Está a me desacatar novamente, Draco Malfoy? Pois fique sabendo que eu não falo mais com você, seu... seu... insensível!

- Melhor pra mim, não preciso mais ficar te aturando! Circula, vai!

Ela foi-se, e Draco riu, por alguns segundos. Mas logo recordou-se do grande problema que tinha pela frente. Realmente ele achou que seria fácil conquistar a ruivinha, mas enganou-se. A bela era osso duro de roer. Agora ia ter de reconquistá-la, o que não seria nada fácil, mas desistir do seu maior sonho era o que jamais faria. Ajeitou-se de um modo confortável na grama, e fechou os olhos, adormecendo ali, e sonhando com ela: a bela de cabelos flamejantes.

Gina continuava ali na mesa de refeição, a brincar com a comida. Então Rony, cansado daquilo que via fazia trinta minutos, perguntou a ela:

- O que está ocorrendo, minha irmã? Você não está nem um pouco bem hoje...

- Desculpem por eu ter sido grossa com vocês hoje de manhã. Desculpem mesmo. - Ela fez uma cara de dor. - É que eu estou com um pouco de dor de cabeça... eu vou sair da mesa. Desculpem mesmo, gente.

Ela se afastou, e o "trio maravilha" começou a dialogar sobre o estado de Gina.

- Ela pensa que me engana com essa história de "dor de cabeça..." - Rony arremedou a irmã. - Deve estar pensando que sou um idiota.

- Rony! Até parece que sua irmã iria pensar uma coisa dessas de você! - Harry finalmente havia falado alguma coisa naquele almoço silencioso que tiveram.

- Ronald Weasley! Eu já lhe disse que ela não quer falar com você sobre esse assunto. Certamente você iria ficar vermelho como está agora. - Hermione deu uma risadinha disfarçada.

- Tudo bem. Dessa vez eu deixo passar. - Rony falou, decidido.

- Ó o macho falando! - Harry fez uma brincadeira com o amigo, apesar de continuar triste.

- Ah! Harry! - Rony ficou sem graça. - Vamos sair da mesa e ir para a biblioteca? Não esqueça que temos deveres acumulados de Poções, Transfiguração, Defesas contra as Artes das trevas e mais um monte...

- Poxa, é mesmo, cara! Vamos nessa! Você não vem, Mione?

- Não... eu tenho outras coisas pra fazer.

- Então a gente se encontra mais tarde. - Rony disse a Hermione, com o olhar cheio de esperança de vê-la novamente.

- OK. Até.

- Até. - Os dois amigos disseram juntos, já rumando para a biblioteca, onde uma pilha de deveres os esperava.

***

Dombledore, naquela tarde de Domingo, pensava no que fazer para que Harry resolvesse voltar a falar com Tatyanna. Havia prometido à aluna um empurrãozinho para reatar sua amizade com Harry. E o diretor da escola sabia muito bem de que esses dois precisavam voltar a ser amigos, para que juntos enfrentassem o Lorde das Trevas.

Certamente naquele lindo dia de sol Harry estava mais tranqüilo. Era o dia perfeito para ter uma conversa definitiva com o garoto de olhos verdes. Dombledore chamou Minerva Mc'Gonagall em sua sala.

- Por favor, Minerva, queira achar Harry Potter... preciso ter uma conversa séria com ele.

- Sim, senhor, logo Sr. Potter estará aqui.

Depois de um tempo, com muita insistência da parte de Minerva, Harry apareceu na porta da sala do diretor de Hogwarts.

- Bom dia, sr Dombledore... soube que o senhor quer muito falar comigo... é algo grave?

-Não deixa de ser grave, sr Potter. Queira sentar-se, sim? - Harry sentou-se na poltrona que havia na frente da mesa do diretor.

- É algo a ver com a profecia, sr? - Harry estava aflito.

- Em parte é, Harry. Mas deixe-me iniciar a conversa... afinal, percebo que estás muito nervoso...

- Sim, sr Dombledore, por favor.

- Pois muito bem. Eu lhe chamei aqui porque soube que você e a Tatyanna brigaram, e que você não está mais falando com ela.

- Estou brigado com ela sim, senhor, e creio que não voltarei mais a falar com ela.

- Você nunca pensou que ela não tem culpa de ser filha de Voldemort? Ela não lhe contou porque queria te proteger das garras dele, se não percebes.

- Como assim, me proteger? Eu já estou incluído numa profecia, como ela!

- Você sabe que enquanto estiverdes aqui na escola estarás protegido, porém, quando sairdes, uma grande guerra irá iniciar-se. Mas ela não sabia de tudo isso, então pensou que seria melhor não lhe contar, pois assim, Lorde Voldemort não se vingaria dela matando você.

- Então é verdade... ela só queria me proteger... - Harry começou a derramar algumas lágrimas, embaçando as lentes dos óculos. - E pensar que ela vai morrer logo... pois estou sentindo a presença dele por perto, e com certeza é para pegá-la...

- Ainda está em tempo de você salvá-la...

- Mas como, sr?

- Você sabe que você tem poderes ocultos, e que só sua mais profunda fúria irá libertá-los. Ela também tem esses poderes. Ela não sabe que pode falar a língua das cobras, e nem sabe dos poderes ocultos que pode libertar de dentro de si.

- Mas o que isso tem a ver, sr?

- Vocês dois podem lutar futuramente contra Voldemort e podem vencê-lo, unindo as duas forças de vocês! Não esqueça: Você se lembra que na profecia há uma garota que é misteriosa, descendente do Lorde que tem poderes capazes de destruí-lo? A garota misteriosa é Tatyanna, filha de Voldemort!

Harry abriu a boca: como pôde ser tão infantil de brigar com o amor de sua vida apenas por ela ser filha do Lorde? E além de tudo, eles estão unidos pela mesma profecia, e devem sempre lutar juntos, unindo também suas forças para derrotar aquele ser maléfico.

- É mesmo, sr! Havia me esquecido dessa parte! É ela quem pode me salvar! Então eu também tenho de salvá-la da profecia que o Lorde lançou a onze anos atrás!

- Que bom que você entendeu. Vocês dois, por sorte de Merlin, foram Unidos pelo Destino, e devem agradecer por terem se conhecido! Ou então, com certeza, daqui a alguns anos, estariam mortos. Não jogue fora o amor, sr Potter!

Harry havia ficado ruborizado. Como ele sabia daquilo? Mas não interessava. O que interessava mesmo era ir imediatamente falar com Tatyanna e pedir desculpas por tudo o que fez.

- Senhor Dumbledore, pode me dar licença? Eu gostaria de falar com ela agora...

- Lamento, Harry, mas soube que estás cheio de deveres para fazer. Acho melhor falardes com ela no jantar.

- OK, senhor! Então até breve!

- Até! - Harry saiu, feliz por saber que a teria de volta.

"Esses garotos têm que ficar juntos, ou então, a profecia se realizará".

Essa foi a última coisa que Dombledore pensou antes de sair para tomar o café da tarde.


***

Gina foi dar uma volta nos jardins. Depois da briga que teve com Draco, precisava esfriar a cabeça. Por que ele foi mentir pra ela? Justamente quando havia descoberto que havia esquecido de vez seu amor platônico por Harry Potter e que realmente havia se apaixonado pelo garoto de olhos acinzentados? Ela não merecia aquilo que estava passando.

Então ela se sentou embaixo de uma árvore e tinha seu diário em mãos, um belo diário, que ganhou de presente de amigo secreto de Luna Lovegood, azul com detalhes em branco, e dentro dele havia uma dedicatória no qual estava escrito "À garota de cabelos flamejantes, que possui muitas histórias para contar. Com carinho, Luna Lovegood". A caneta possuía uma pena branca na ponta, e era mágica. Dependendo da tarefa que ela desejasse fazer, devia concentrar seu pensamento, e ela ocorria ao encostar a caneta na folha, que possuía pequenos anjos desenhados em um fundo azul clarinho.

Então ela iniciou sua primeira narrativa no diário novo.

Em pleno nascer de Inverno, domingo.

Descobri estar gostando de uma pessoa muito especial. Ela tem muitos problemas, e isso me deixa mal por não poder ajudá-la a resolvê-los. Porém, me decepcionei. Essa pessoa, que eu julgava ser uma pessoa leal e sincera, mentiu pra mim numa coisa muito importante. Não sei se devo perdoá-la. Preciso pensar seriamente no que fazer.

"Draco, como isso pôde acontecer?

Como pude, em tão pouco tempo, notar o brilho dos teus olhos? Um brilho que faz aquecer meu coração... um brilho que me deixa feliz a cada dia que passa, a cada hora que está por vir. Como pude, em tão pouco tempo, notar como você é amigo, sincero, companheiro... notar o quanto meus olhos começam a brilhar quando vejo você... perceber o quanto meu coração acelera, e fico preocupada se você acha que estou bonita ou não. Notar o quanto você é especial para mim.

Se você, por acaso, algum dia me odiar para sempre, pode ter certeza que pra sempre EU vou te amar. Eu preciso de você, mas não como uma amiga, e sim como uma companheira. Fico doente por não estar ao seu lado, quando ouço teu chamar, começo em você o tempo todo pensar. Como pude também em tão pouco tempo, notar esse seu sorriso lindo? Perceber o quanto seu cabelo, seus olhos e você inteiro é maravilhoso?

Se isso tudo que mencionei forem sintomas de paixão, acho que posso declarar: Eu amo você".

Escrito por uma garota sem saber o que fazer...

Virgínia Weasley.

Ela, depois de ter escrito tudo aquilo, pronunciou um feitiço, trancafiando o diário para que ninguém pudesse lê-lo. Porém, uma pessoa havia visto tudo. Essa pessoa estava atrás da árvore que a garota havia sentado, e conseguiu ler tudo o que ela escreveu, por meio de um feitiço, em que essa pessoa pôde ver através da árvore e de Gina.

Draco Malfoy. Ele conseguiu ver tudo o que a sua querida Weasley havia escrito em seu mais do que protegido diário. E ficou tão feliz! Era apenas uma questão de tempo e jeito para conseguir ter o amor da ruivinha! Ela o amava! Pelo menos alguma coisa na sua vida estava dando certo. Saiu dali de fininho para ela não perceber que ele estava ali, e depois de alcançada certa distância, correu para o castelo e desceu às masmorras a toda velocidade. Precisava fazer um bilhete convincente, marcando um encontro entre os dois. Então começou a rabiscar algo.

- Querida Virgínia Weasley... não, não. Assim fica muito formal. Quem sabe... Gina preciso me encontrar com você logo... não. Também não. Assim parece que eu tô desesperado. Se bem que eu tô, mas não devo demonstrar isso. Eu ainda sou um Malfoy. Quem sabe... Amiga Gina preciso que me encontre na frente do retrato da mulher gorda às oito. Esse está bom. Vou passar a limpo e mandar por meio de coruja.

- Hum, Malfoy... escrevendo uma carta... - Goyle entrou no quarto do "chefe" sem bater, o pegando desprevenido. Draco levou um susto.

- Hã? Mas por Merlin! Será que você não pode bater na porta antes de entrar no dormitório alheio? Não te ensinaram boas maneiras na sua casa, não? Merlin, Merlin, Merlin!

- Nossa, calma, meu! Escuta a última notícia: o Potter brigou com a Bridge.

- Não acredito! Como é que você soube?(Ele não é fofoqueiro, tá gente!) - Notícias quentinhas sempre eram boas para Draco soltar umas piadinhas em cima de Harry.

- A escola toda está falando no assunto! Mas me diga: pra quem é essa carta?

- Ora, deixe de ser metido, Goyle! Isso é assunto meu. E cai fora do meu quarto. Quando as suas conversas começam a me entediar, eu fico irritado! Cai fora! Circula! - Goyle saiu, deixando Draco passar a limpo seu bilhete.

- Pronto! Agora é só mandar para a minha futura Weasley!

E então, Draco chamou sua bela coruja, ela era muito bem cuidada enquanto ficava com sua mãe Narcisa, e também quando ficava no corujal. Ele entregou o bilhete à coruja e disse o destinatário. Ela saiu janela acima, indo entregar o bilhete a dona do coração de Draco: Gina Weasley.

***

Gina já havia subido ao dormitório, afinal já havia escurecido, eram por volta das seis e meia. Ela estava guardando seu diário na gaveta do criado-mudo quando a coruja de Draco arranhou sua janela, que estava com o vidro fechado. Reconheceu a coruja do amigo e abriu o vidro. Tirou o bilhete das patas da bela coruja e esta ficou esperando que Gina desse a resposta. Ela abriu o bilhete e seu coração sorriu.

Amiga Gina,

Preciso que me encontre na frente do retrato da mulher gorda às oito, OK?

Do seu amigo,

Draco Malfoy.

Ela preparou a resposta, muito simples, apenas escreveu o que seu coração queria. Colocou o breve bilhete nas patas da coruja e esta foi-se, em direção às masmorras, onde uma garoto aflito a aguardava. A coruja entrou no dormitório e ele pegou o bilhete das patas dela. Um sorriso foi esboçado no rosto do garoto, quando leu a resposta.

Draco Malfoy,

Pode contar com minha presença. Realmente precisamos conversar.

Atenciosamente,

Virgínia Weasley.


O garoto aflito se tornou o garoto ansioso. Mal via a hora de encontrar-se com a garota de seus sonhos, a garota que mais ama nessa vida. Lembra-se do primeiro dia que a viu. Bem, não foi o primeiro dia, afinal, ele já a havia visto de relance em algum canto do castelo, admirando o Santo Potter.

"Maldito Potter! Ela, uma garota tão doce e meiga, e aquele quatro-olhos não enxerga! Melhor para mim, agora ela será todinha minha. Ninguém mandou o idiota do garoto cicatriz não a notar. Mas se bem que ele está louco pela Bridgezinha sentimental. Nada contra, afinal, ela não é de se jogar fora. Mas ela parece que vai quebrar, de tão frágil! Cruzes! O Potter e suas paixonites ridículas!"

Mas ele, percebendo que havia desviado seu pensamento para outra coisa, retornou a pensar em Gina. No primeiro dia que a notara. Ela estava triste, como ele sempre fora durante sua vida até conhecê-la. Triste pelo acidente do Potter, que o próprio Draco causou, e que os fez ficarem separados por um dia.

"Tudo o Potter! Tudo o Potter! Merlin, Merlin, Merlin!"

Mas agora tivera sua segunda chance, e que certamente não iria desperdiçar.

"É agora ou nunca!"

Draco saiu de seu dormitório, indo em direção ao refeitório. Já eram sete horas, e iria comer para depois encontrá-la. Já estava perfumado e com uma bela roupa. Era o grande dia de sua vida.


***

Hermione e Tatyanna se encontraram no início da tarde no retrato da mulher gorda, e saíram à procura de Gina. Porém não a encontraram, então resolveram subir e continuar a transformação de Tatyanna. Passaram a tarde toda no quarto, combinando os últimos detalhes. Tatyanna iria fazer sua primeira aparição, completamente transformada, no jantar. Certamente seria alvo de muitos olhares, afinal, já estava arrumada, e estava muito bonita.

- Uau, menina! Vai arrasar, hein! - Hermione olhou, orgulhosa pelo seu trabalho. Ela havia ficado belíssima.

- Sabe que eu gostei do meu novo visual? Talvez eu o adote para o resto de minha vida...

- Nem pense nisso, garota! Nem pense! Isso é só para casos emergenciais! Com certeza irá funcionar. Ah! Tenho ótimas notícias para te dar! Sabe aquela hora que eu dei uma saidinha para ver os meninos na biblioteca para eles não desconfiarem de nada? Pois é. Quando cheguei lá, só Rony estava lá. Harry havia saído para uma conversa com Dombledore! Isso não é ótimo?

- Maravilhoso você quer dizer, não é?

- Sabe, eu acho que o Harry vai querer falar com você no jantar. E daí, o que você vai fazer?

- Espere e verá, querida! E agora vá na frente que eu quero entrar desacompanhada no refeitório.

- OK. Então vá lá! Tenho certeza de que irás arrasar! - Hermione pensava na cara de Harry quando visse a amada daquele jeito.

Hermione desceu. Chegou no refeitório e sentou com os amigos. Pena ela não conseguir disfarçar sua ansiedade.

- Ô Mione, por que você está com essa cara de alguém que aprontou algo? Diga-me... - Rony estava desconfiado.

- Logo saberão. Droga! Eu nunca consigo fazer segredo de nada! Ach! Cala-te boca!

- Ih... não tô gostando disso não... - Harry olhou desconfiado também para a amiga.

- Tá, tá! Vamos comer, que eu tô morrendo de fome! - Rony pegou os dois talheres com fúria, despertando um olhar de censura de Harry e Hermione.

Eles estavam comendo tranqüilamente, mas Harry estava inquieto. Até àquela hora Tatyanna ainda não havia despontado no refeitório, estava estranhando. Então resolveu olhar para a porta. Viu uma moça muito bonita, toda de preto, entrar no salão, com uma maquiagem que realçava muito os olhos. Parecia ser aluna nova. E não foi só Harry quem olhou para a garota, foram todas as mesas do refeitório que olharam para a garota.

- Hermione, quem é essa garota aí? É nova na escola? Veio transferida de onde? Você que é a mais informada daqui deve saber. - Harry perguntou para Hermione, sem tirar os olhos da moça.

- Eu acho que você deve olhar melhor para ela, quem sabe assim você reconhece a garota que você ama! - Hermione deu uma risada.

- É a... não, é claro que não! Você deve ter se confundido! Tatyanna não se veste assim!

- Então por que ela cumprimentou Rony e eu? Tem alguma explicação que você possa me dar? - Hermione pôs um pouco de sarcasmo na última frase.

- Nossa como ela tá bonita! - Gina falou, olhando para Tatyanna de cima abaixo. - Acho que vou pedir umas dicas de moda a ela.

- Peça para mim, querida, pois foi eu quem organizou o guarda-roupa dela!

Harry estava de boca aberta. Uma garota que era totalmente ignorada passou a ser olhada por todos os garotos! Isso o deixava enciumado. Ela era a sua garota! Não podia ser cobiçada por outros caras! Não mesmo!

A sua roupa era muito bonita: Um sobretudo preto com peles pretas de coelho na gola, sem dispensar as luvas pretas, de seda, que davam um charme, e botas pretas cano longo. Uma boina preta, crucifixos e coturnos completavam o visual. Possuía sombra verde nos olhos. Parecia uma soserina, e não uma grifinória.

Ela passou por Harry e este a chamou. Tatyanna apenas jogou os cabelos lisos para trás e olhou para Harry com as suas lentes de contato verdes, lançando um olhar arrogante para cima dele.

- O que quer? Diga logo, não tenho todo o tempo do mundo.

- Por que estás assim, desse jeito? Por que me olhas com cinismo?

- Você não disse que eu era má? Então eu vou te mostrar o que é ser má mesmo! Agradeça por eu estar falando com você agora. Até breve, Harry Potter... talvez um dia você tenha a honra de me enfrentar!

E seguiu seu caminho, chamando muitos olhares em sua direção, e deixando um Harry totalmente desconsolado. Por que foi chamar Tatyanna de má? Se não tivesse falado nada, ela não teria se transformado. Se arrependimento matasse... certamente Harry já estaria morto.

Coments da autora: Bom, eu queria dedicar esse capítulo à minha melhor amiga, Raiane. Ela está me dando o maior apoio para continuar a escrever minha fic, e foi ela quem cedeu o poeminha entre aspas do diário de Gina. Foi ela quem fez. Tive de pedir direitos autorais a ela (hehehe!). Então quem quiser pegar o poema, escreve primeiro para ela. O e-mail para contato é [email protected]. Eu também quero agradecer todos os comentários, em especial os de Gandalf, Bia Granger e Mary Granger. Valeu mesmo pelo apoio e bjaum a todos. Até o próximo capítulo!

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