Os cordões mágicos :)



Tatyanna acordara em um lugar úmido; encontrava-se prostrada ao relento, e o lugar parecia-se com uma floresta. Não conseguia ver direito, seus olhos estavam desfocados. Depois de um certo tempo a vista recuperou-se. Porém estava fraca, muito fraca, e mal conseguia se mexer. Apenas conseguiu levantar a cabeça do chão e enxergar os Comensais da Morte sentados em troncos ao seu redor. Pareciam descontraídos, pareciam ter certeza de que ela não teria forças para levantar-se. Colocou a mão no bolso e constatou que haviam confiscado sua varinha.

A noite era de lua cheia, e as estrelas eram nítidas; Tatyanna sentia frio. Estava no meio de uma clareira da floresta. E então a dor de cabeça dela voltou, à medida de que seu pai se aproximava do local. A Floresta Proibida era o local excelente para se cometer um crime, pensou ela. Voldemort não poderia ter escolhido lugar melhor. Foi quando o Lorde das trevas chegou, e parou na sua frente.

- Olá, Bridge... finalmente, chegou o grande dia... - Voldemort a olhava, e sorria para ela, sarcasticamente.

- Vo...você não vai conse... conseguir me ma... matar... - Tatyanna estava fraca demais até para falar, e sua dor de cabeça estava fortíssima. - Ha... Harry virá me sa... salvar...

- Potter? Bridge, você está louca! O Potter não está nem aí para você, sua idiota! Você acha que ele vai arriscar sua vida para vir salvar alguém insignificante como você? - Voldemort ria-se da “idiotice” de Tatyanna.

- Ele me ama, Voldemort! Vo... você nunca irá entender o que é isso... - Tatyanna sentia uma raiva imensa de Voldemort. Ele hesitou um pouco, mas depois falou, encerrando aquela conversa entediante.

- Você é a última das Bridge... a última das traidoras que existem nesse planeta! Vou eliminá-la, mas antes, irei fazer você sofrer o que sua mãe não sofreu antes de morrer!

- Na... não irá conseguir... Vo...voldemort!

- Sua mãe morreu apenas com um Avada Kedavra! Mas você, por causa de sua petulância, irá morrer devagar... descendente de traidora! Mas eu não sou obrigado a ficar discutindo com um ser insignificante e sem nexo como você! Estupefaça!

Tatyanna desmaiou, e os comensais a conduziram a uma cabana ali perto. Voldemort não queria matá-la naquele dia. Queria ainda obter informações preciosas de Harry que julgava ser necessário.

Enquanto isso, Harry saíra de dentro do círculo de velas, e parecia menos abalado. Sabia que aquilo iria ocorrer mais cedo ou mais tarde. Mas estava chocado. Chegou perto dos amigos, que já haviam encharcado seus lenços de tanto chorarem compulsivamente, e mostrou a pista de que o pior havia ocorrido.

- Aqui está a prova de tudo. A lendária pulseira da família Bridge, uma vez li nos livros. A família dela é lendária, como essa pulseira, passada de geração em geração, e que ela havia ganhado por esses dias. - Harry secou uma última lágrima que teimava em escorrer pelo rosto de aspecto cansado.

- Vamos falar com Dombledore! - Rony já estava seguindo em direção às escadas que levavam ao retrato da mulher gorda. - Não podemos perder mais tempo!

- Rony tem razão, Harry! Vamos! - Hermione falou, seguindo o amigo.

- Vamos Harry! Ficando aí parado você não vai poder salvá-la! - Gina puxou Harry pelo antebraço e foi correndo atrás do irmão e de Hermione.

Eles atravessaram o retrato da mulher gorda e foram ter com Minerva, que estava no refeitório. Adentraram no salão e Rony deu um encontrão em Malfoy, que saía do refeitório. O garoto olhou assustado para o ruivo, e quando Gina passou, conduzindo Harry pelo braço, o garoto ficou enciumado e puxou a namorada.

- Gina, o que você tá fazendo agarrada a esse Cicatriz? - Draco olhou para Harry, que estava de olhos vermelhos, com nojo.

- Agora não é hora para cenas de ciúme, Draco! Estamos numa situação de emergência, e não tenho tempo para ficar aqui discutindo com você! Harry, pode ir falar com Minerva, eu espero você e os outros na porta do refeitório. - Harry foi-se, e Gina conduziu Draco para a porta do refeitório.

- Gostaria de saber por que você está correndo feito uma doida pelos corredores da escola, e ainda por cima, com o Potter.

- Draco, você não imagina o que aconteceu... - Gina tentava recordar da cena que viu no corredor. Harry gritando desesperado, e o irmão, Hermione e ela, soluçando de tanto chorar.

- O que foi que aconteceu com a Bridge? Eu sei que vocês estavam querendo saber o que aconteceu àquela lá.

- Deixe de ser insensível, Malfoy, pela segunda vez hoje! A Tatyanna foi seqüestrada por Você-Sabe-Quem! E se não formos rápidos, ela morrerá!

- Por Merlin! Verdade? - Draco abriu a boca, os olhos saltaram-se das órbitas.

- Verdade. Depois eu converso com você. Meu irmão, Harry e Hermione já estão vindo. Deixa baixa essa história, OK?

- OK. Tchau.

Os quatro saíram de dentro do refeitório e rumaram para a sala de Dombledore.

- E então, qual é a senha que a Minerva falou? - Gina perguntou a Hermione.

- Gota de Limão!

Cada um deles subiu em um degrau da escada em espiral que levava até a sala de Dombledore, e entraram. A fênix dele estava bela e formosa no seu poleiro. O chapéu seletor dormia, e os roncos se ouviam ao longe. Dombledore surgiu de dentro da sala ao lado de sua mesa, e pareceu já saber que os garotos iriam aparecer ali.

- Olá, meninos... - Dombledore ajeitou os óculos em meia-lua. - Acho que já sei a que vieram.

- Creio que sim, senhor Dombledore... o pior aconteceu. - Harry falou, e Dombledore sentou em sua cadeira, ficando de frente à sua mesa cheia de livros, penas e tinteiros. E olhando entra seus oclinhos de meia-lua para os quatro alunos à sua frente, começou.

- Eu soube. Tatyanna foi seqüestrada pelo Lorde das trevas, e creio que não terá muito tempo de vida. Se não fizermos algo logo, Voldemort a matará.

- Sinceramente, senhor Dombledore, se isso acontecer, será o Natal mais triste de toda a minha vida. Não terá a menor graça a vida sem ela. - Hermione recomeçara a chorar, e Rony estendeu um lencinho limpo à amiga.

- Vire essa boca pra lá, Mione! - Gina interveio. Até àquele momento havia ficado calada. - Nada disso irá acontecer. Nós a salvaremos.

- Bem, meninos, creio que não será assim tão simples. Voldemort voltou com força total, e está também cercado por Comensais. Tatyanna está fraca, creio eu, e a essa altura, já devem ter confiscado sua varinha, que possui uma pena da fênix, exatamente igual à varinha de Harry. Harry, lembra da conversa que tivemos há semanas atrás? - Dombledore possuía o semblante preocupado.

- Sim, senhor Dombledore. Claro.

- Pois então... eu creio que essa não será a melhor saída para vocês. Seus poderes são ocultos, e ainda não se tem nenhuma noção do que eles sejam capazes de fazer.

- Sim, senhor. - Foi tudo o que Harry pôde dizer. Será que não havia outra alternativa?

Harry olhou para os pés, e mais uma lágrima caiu. Ele sentiu uma angústia dentro de si, e teve vontade de que tudo aquilo que estivesse acontecendo fosse apenas sonho, que quando ele acordasse encontraria Tatyanna, com seu sorriso encantador, como no dia do Baile de Inverno, sorrindo para ele, seus olhos sinceros a fitá-lo. Porém nada era sonho. Tudo era muito real.

- Senhor, então o que podemos fazer? - Hermione nunca gostou de se sentir inútil, e naquele momento, queria ajudar, mesmo com o conhecimento limitado a simples feitiços de terceiro ano de escola.

- Lamento, mas a senhorita, senhor e a senhorita Weasley não poderão fazer nada. O único capaz de salvar Tatyanna é sr Potter.

- Mas...? - Rony estava sem palavras. - Pelo menos o senhor pode nos dizer onde ela está? O senhor sabe?

- Sei sim. Profª Sibila me falou, pedi a ela, alguns dias atrás, para fazer a predição do que aconteceria a srta Bridge.

- Mas aquela mulher só fala coisas sem pé nem cabeça! - Rony, depois da opinião que não devia ter exposto, avermelhou e abaixou a cabeça.

- Sr Weasley, Profª Sibila está aqui em Hogwarts por ser competente, e confio plenamente em suas predições.

- Desculpe, sr Dombledore. Meu irmão não toma jeito! - Gina olhou para Rony com censura.

- Nada de mais, senhorita Weasley. Seu irmão não é o único que pensa dessa maneira. Muitos aqui de Hogwarts acham que profª Sibila é louca. Mas não é.

- Mas senhor Dombledore! Ela prediz minha morte em quase todas as aulas dela, e cada vez é pior! Uma vez eu vou ser decapitado. Na outra, eu vou ser afogado... a lista não tem mais fim! - Harry disse, com um pouco de revolta na voz.

- É verdade, senhor Potter. Às vezes ela extrapola. Mas mesmo assim, ela é excelente professora. Mas isso não vem em questão agora. Há coisas mais importantes a falar! Temos de salvar a filha do Lorde! Ela é boa, não é como ele! E senhor Weasley, ela está na Floresta Proibida.

- Mas senhor o que podemos fazer? O Lorde é muito poderoso! - Harry estava aflito, e quase a ponto de perder as esperanças.

- Eu gostaria de pedir que vocês, srta Granger, srta Weasley, e sr Weasley, se retirassem, eu preciso falar em particular com senhor Potter.

- Claro, senhor. Já estamos de saída. - Hermione se levantou prontamente. - Espero que você possa salvá-la, Harry. - Ela desceu a escadaria em espiral e ficou esperando os outros dois. Gina levantou-se de sua cadeira e abraçou Harry forte.

- Toda a sorte do mundo pra você, meu amigo! - E Gina desceu as escadas, juntando-se a Hermione.

- Salva ela, cara! Salva ela como você salvou minha irmã no ano passado! - Rony deu um abraço no amigo e desceu as escadas, indo com Gina e Hermione para a sala comunal da Grifindória.

- Vamos ficar aqui esperando Harry terminar sua conversa com Dombledore, porque enquanto eu não souber o que fazer para salvá-la eu não vou conseguir dormir! - Hermione sentou-se em uma poltrona perto da lareira, Rony sentou-se na outra, oposta a da amiga.

- Vamos mesmo! Afinal quero que você me explique o porquê do Lorde das trevas ter seqüestrado a Tatty. - Rony cruzou os braços e ficou encarando Mione.

- Tudo bem, eu conto o que eu me lembrar. É uma história muito longa. Aliás, Gina, por que você não vai descansar? Deve ter tido um dia cansativo.

- Mione, não adianta inventar desculpas para que eu não ouça o que vocês estão falando. - Hermione baixou os olhos. - Eu sei que eu nunca vou poder ser sua amiga de verdade!

Gina saiu correndo, subiu as escadas que levavam ao seu dormitório. Deitou em sua cama, e depois pegou o diário que ganhou de Luna Lovegood, que estava esquecido dentro da mesa de cabeceira de sua cama. Abriu-o e examinou as páginas animadas com atenção, vendo Draco em uma das ilustrações. Isso a fez esquecer um pouco dos problemas que enfrentava. Do seqüestro de Tatty, a pessoa que abriu seus olhos e a fez ficar com ele.

- Harry, eu tenho uma única alternativa para salvar sua amiga. Mas você correrá sérios riscos, e isso está contra as normas da escola. Apenas aurores devem perseguir Comensais e o Lorde.

- Mas eu não posso deixá-la morrer, senhor! Eu gosto muito dela! Muito! - Harry estava mais aliviado, porém continuava aflito.

- Tudo bem. Eu sei que eu não devia fazer isso, mas serei obrigado. O único capaz de salvá-la é você, e por mais que eu mande aurores para lá, nenhum será capaz de derrotar o Lorde.

- Eu sei que não conseguirei destruir Voldemort, mas o que me interessa é salvar minha amiga!

- Eu tenho uma coisa que irá lhe ajudar a salvá-la. Espere só um minuto.

Dombledore subiu a escadinha que levava a mais estantes de livros, no piso superior de sua sala. Chegou perto de uma estátua que estava ao lado de uma dessas estantes e murmurou alguma palavra mágica. A estátua se afastou do lugar onde estava e Dombledore olhou um pequeno cofre que havia ali atrás. Pronunciou o feitiço Alohomorra e a porta do cofre se abriu com um rangido. Tirou uma canastra de dentro e desceu novamente as escadas em direção ao seu lugar de origem. Sentou-se em sua cadeira e fitou Harry.

- Olhe para essa pequena canastra, Harry. Aqui dentro há uma coisa muito valiosa. - Dombledore entregou o pequeno baú (P.S. Canastra é quase que um baú pequeno) a Harry. Este ficou de olhos arregalados. - Abra-a.

Harry sacou a varinha do bolso e fez o feitiço.

- Alohomorra! - A canastra abriu-se num impulso.

Harry olhou para dentro da canastra e fez uma cara de frustração.

- Você olha para eles e acha que não servem para nada, só como adereço de mulher. Mas ao tocá-lo, sente-se um poder imenso. Tire-os da canastra. - Dombledore olhava calmo para o menino nervoso à sua frente.

Harry tirou de dentro dois cordões de ouro, e ambos tinham pingentes. Quando estavam dentro da canastra, um pingente marcava a inicial “A”, e o outro marcava a inicial “L”. Eles estavam quebrados ao meio, era como se alguém tivesse batido com um martelo em cima do pingente e o dividido em dois. Quando Harry tocou no pingente marcado com um “L”, a inicial se transformou em “H”. Harry sentiu um poder muito grande tomar conta de seu corpo, sentiu um alívio que jamais sentira durante toda a sua conturbada vida.

- Você sentiu o poder do cordão? É impressionante a magia de que é feito esse objeto. - Dombledore olhava o rosto de Harry, que parecia espantado.

- Se... senti... é realmente um grande poder. Faz a gente ficar aliviado. - Harry deu um suspiro e recolocou o cordão na canastra.

- Esse cordão também é lendário. Passado também de geração em geração, entre os sangues-puros da família Bridge. Apenas quando o atual proprietário do cordão morre ele á passado ao herdeiro dele. Quando Alexandra e Leonardo morreram, no início das aulas, o cordão único, apenas utilizado pela sangue-puro Bridge, com as iniciais do casal, fora dividido em dois. Quando cheguei ao local do assassinato, recolhi os dois cordões, com os pingentes divididos, e guardei nessa canastra, para poder entregá-lo ao herdeiro sangue-puro Bridge. Foi quando Tatyanna entrou na escola.

- Nossa! Eu li em alguns livros sobre a família Bridge, mas nunca havia lido nada sobre esse cordão. Apenas li algo sobre essa pulseira aqui, que faz par com o colar que ela ainda deve estar usando. - Harry pôs a mão no bolso e tirou a pulseira de brilhantes de Tatyanna.

- Claro, claro. Essa pulseira também é lendária. Mas as fotos mudam de acordo com a família. É enfeitiçado. Porém, deixe-me terminar de falar sobre estes dois cordões. Como Tatyanna havia entrado na escola, e era descendente sangue-puro Bridge, eu pensei em entregar os cordões a ela, mas, logo no segundo dia de aula, ela me contou que era filha do Lorde das Trevas. Hesitei, e resolvi não entregá-lo. Não sabia que efeito poderia fazer nela, pois era filha também de um Riddle. (Voldemort, claro!)

- E? - Harry estava ficando curioso para saber o que o cordão fazia. Consultou o relógio. Eram dez horas da noite.

- Então guardei a canastra no cofre atrás da estátua, para ocasiões emergenciais. E chegou a hora de utilizá-lo. Retire novamente o cordão com a inicial transformada em “H”, para eu poder lhe explicar o que ocorreu.

- Tá. - Ele retirou o cordão da canastra e este brilhou, fazendo reluzir a letra “H”, talhada em prata.

- Ele antes possuía a letra L, não é? Pois então. O cordão sabe o que o destino amoroso de todos os Bridge que passarão por ele guarda. E ele sabe que Tatty gosta de você. Por isso, o “H” do seu nome reluz no cordão. Pode colocá-lo em cima da mesa. - Harry o colocou esticado na mesa de Dombledore. - Agora tire o outro cordão da canastra.

Harry tirou o outro cordão da canastra e pôde sentir o poder dele fluir em suas veias. Era muito mais poderoso do que o primeiro cordão. E não havia nenhuma letra. A inicial “A” havia sumido, dando lugar a um vazio no pingente.

- Neste cordão você pôde notar que ele possui muito mais poder do que o outro, e que a inicial talhada nele sumiu.

- Por quê? - Harry parecia intrigado.

- Porque o cordão não tem certeza se a próxima herdeira dele poderá usá-lo. Então ele fica sem nenhuma letra. Agora lhe pergunto: O que você fará com eles? - Dombledore arrumou os óculos em meia-lua que estavam escorregando do seu nariz.

- Não faço a mínima idéia.

- Nossa! Mas é tão fácil de saber! Você terá de colocar esse cordão no pescoço de sua amiga, e colocar o cordão com sua inicial no seu pescoço. Mas só isso não adianta. Você terá que juntar os dois cordões para que o que há neles se liberte.

- Mas o que esse cordão faz, afinal de contas? - Harry até àquele momento não sabia o que havia de especial nos dois cordões.

- É simples. Faz despertar o oculto de uma pessoa, ou trazer lembranças do passado do qual essa pessoa não compartilhou e queria ter compartilhado. Ou... pode também destruir uma pessoa que nunca amou e que contém muito rancor no coração.

- Ah... entendi. Então o que eu tenho que fazer é juntar os dois cordões para que ele veja o que lhe aconteceu no passado e resolva não destruir a própria filha?

- Eu não sei se vai dar certo, vai depender muito da reação do Lorde. Entende o porquê de eu não querer lhe expor a tudo isso? Mas sou obrigado.

- Eu farei tudo para salvá-la. Eu vou fazer isso agora.

- Não, sr Potter, você tem que pensar numa estratégia antes de invadir o ninho das cobras. Pense muito durante a noite, e amanhã bem cedo vá até lá e a salve-a. Eu lhe dou permissão para entrar na Floresta Proibida. Hoje à noite mandarei aurores para lá, para resolver o problema dos Comensais. Quando chegardes lá, amanhã de manhã, o terreno estará limpo, e será só você e o Lorde, OK? Agora vá descansar e pense em uma maneira de salvá-la sem se expor a riscos muito grandes.

- OK, senhor Dombledore. Muito obrigado por me dar a honra de salvar a última das Bridge sangue-puro.

- Boa sorte, Potter! E não esqueça da canastra!

- Oh, claro, já ia me esquecendo. Boa noite, senhor Dombledore.

- Boa noite para você também, Harry.

O garoto desceu a escada em espiral e foi em direção ao retrato da mulher gorda.

- Torrão de barata! - O quadro girou, abrindo passagem para Harry, que ficou surpreso ao ver os amigos sentados numa poltrona na sala comunal. Mas para variar, estavam brigando.

- Por que você não me contou isso, Hermione Granger? - Rony estava com as pontas das orelhas vermelhas, de irritação.

- Por quê? Ora, Ronald Weasley! Eu não sou obrigada a lhe dar satisfações! Vê se me dá um tempo! Nós estamos num momento delicado, e você vem querer arrumar confusão? Você é mesmo um inconseqüente!

- Escuta aqui... - Rony percebeu a presença de alguém mais na sala comunal com eles e olhou para o lado: Viu Harry parado em frente ao buraco atrás do quadro da mulher gorda, de braços cruzados, observando a briga. - Harry! Como você demorou!

- Quando vocês vão parar de brigar? - Hermione e Rony baixaram os olhos. - Poxa! Nem num momento como esse vocês dão uma trégua a si mesmos?

Os dois abriram as bocas para falar algo, mas as palavras não saíram. Olharam um para o outro e ficaram constrangidos.

- Não precisam falar nada. Olhem! Eu trouxe o que irá salvar Tatyanna de Voldemort.

- Não pronuncie o nome dele na minha frente, Harry. Mas deixe-me ver essa canastra. O que é que há nela? Deve haver uma grande espada, ou algo do gênero, não é, Harry? - Rony estava curioso e confiante.

Rony puxou a varinha das vestes e fez o feitiço. A canastra abriu-se e ele se decepcionou.

- Tá brincando, né Harry? Você trouxe esses cordões para dar de presente a Você-Sabe-Quem para ele ficar mais contentinho e resolver não matar nossa amiga? - Rony deu um sorriso irônico, e Hermione o repreendeu.

- Rony! É claro que não é isso, seu idiota! Deixe Harry falar antes de soltar essas bobagens! - Ela olhou para Rony com censura. - Diga, Harry, para quê são esses cordões?

- Bem, é o seguinte: prestem bem atenção para poderem entender...

Harry contou toda a conversa que teve com Dombledore e convidou os amigos a subirem para seus respectivos dormitórios, pois Filch poderia ser um problema para os três, se os visse acordados àquela hora da noite; já passava da meia-noite.

Rony e Hermione se despediram de Harry e foram para seus respectivos dormitórios. Harry entrou no seu e foi tomar um longo e relaxante banho, para que no dia seguinte acordasse novo em folha para sua árdua tarefa. A vida de sua amiga dependia dele.

Deitado na banheira lembrou do dia em que conheceu Tatyanna. E constatou que ela já sofria na escola desde o primeiro dia de aula. Na hora não notou, mas agora era tudo muito claro; enquanto Voldemort não desaparecesse do mapa, ela ia continuar a sofrer. Levantou da banheira, secou-se, vestiu o pijama de dormir e deitou na cama. Fechou as pálpebras cansadas de um longo dia, e a imagem da amada surgiu na sua mente como um flash.

- Você nunca vai conseguir o que anseia, Voldemort! - Tatyanna gritava, a varinha apontada para o próprio pai. - Eu vou te matar, seu energúmeno!

Voldemort, irritado, numa manobra rápida e precisa, surgiu atrás da filha, e gritou:

- Expelliarmus!

A varinha de Tatyanna voou longe; ela sentiu-se derrotada, e a última coisa que viu foi Voldemort apontando a varinha para ela e pronunciando o feitiço:

- Avada Kedavra!

Tatyanna caiu no chão, morta, depois de toda sua luta em vão.

- Nãooooooooo!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Harry acordou, suado, a cicatriz em chamas. Aquilo não era uma premonição. Como ele queria que não fosse. Olhou para o relógio: cinco da manhã. Levantou, ainda tenso do pesadelo, e calçou os chinelos estuporados. Foi ao banheiro, e se assustou com seu próprio rosto amassado de sono, e muito pálido. Aproximou-se do espelho, e massageou a cicatriz levemente. Agora ela ardia levemente. Não havia nenhuma mudança na cicatriz lendária. Continuava igual.

Colocou suas vestes num único movimento e apanhou a varinha na mesa de cabeceira. Abriu a canastra, e tirou os dois cordões de dentro dela. Mirou-os por algum tempo e depois saiu desembestado porta afora, descendo as escadas circulares como um foguete. Chegando na sala comunal e levou um susto. Àquela hora da manhã os amigos, Rony e Hermione, já estavam de pé, e muito bem acordados. Nenhum deles estava com as pálpebras dos olhos querendo fechar.

- Olá, Harry. - Hermione olhava aflita para o amigo. - Você vai pelo menos falar com Dombledore antes de tentar salvar nossa amiga?

- Bem, Mione, eu... - Foi interrompido por Rony.

- Deixe de ser besta, Hermione! Harry já recebeu todas as instruções necessárias para poder salvá-la! Boa sorte, Harry, e eu te espero pro almoço!

- Como você é inconveniente, garoto! Não vê que não é hora para brincadeiras?

- Chega! Basta! Acordaram cedo para me irritar? Já disseram o que queriam, agora posso ir, não posso? - Harry ficou demasiado irritado.

- Desculpe, Harry. - Os dois falaram em uníssono. - Boa sorte pra você. - Dessa vez foi Hermione quem falou.

- Obrigado Mione. Agora, se me dão licença, eu tenho que ir. Tchau.

- Tchau, Harry, e cuide-se! - Hermione exclamou, com um certo nervosismo na voz.

Harry partiu, inconsciente, seus pés sabiam onde devia ir. Quando voltou à consciência, já estava a frente da Floresta Proibida.

“Que Merlin me ilumine, e eu tenha sucesso nessa árdua tarefa”.

Entrou na floresta, ainda o dia amanhecendo. Como não enxergava muito bem, fez o feitiço:

- Lumus! - A ponta da varinha iluminou-se.

Porém Harry esquecera de um detalhe. Não sabia em que parte da floresta que Voldemort estava mantendo sua amiga refém. Por que foi que ele não escutou o conselho de Hermione? Tinha de ter confiado no Rony... agora já era tarde. Tentou lembrar de algum feitiço que ele aprendeu na aula de Flikwick, e então se recordou de um feitiço que era como uma bússola. O azaração das Quatro Pontas. Colocou a varinha sobre a palma de sua mão, concentrou-se e disse:

- Me oriente! - A varinha deu um giro de 360º e indicou o lado norte da floresta.

Harry foi à norte, e descobriu uma clareira na floresta. Foi chegando mais perto do local e percebeu que a azaração das Quatro Pontas não havia errado. Havia alguns Comensais e alguns aurores mortos pelo chão. Ele sentiu um embrulho no estômago, suas entranhas reviraram-se com fúria. Mas não se deixou abater. Mais uma vez, pousou a varinha na palma da mão e pediu a orientação. Dessa vez a varinha indicou o Leste. Seguiu nessa direção até encontrar uma cabana de aspecto velho, com janelas pregadas e faltavam algumas telhas no telhado.

A cicatriz de Harry ardeu ferozmente. O lugar era aquele. Voldemort certamente estava ali dentro com Tatyanna. Chegou perto da porta e olhou pelo buraco da fechadura. Viu Tatyanna amarrada a um pé de uma mesa. Ouvia a voz de Voldemort. Apurou os ouvidos.

- Vamos, Bridge, tome essa poção, ou serei obrigado a lhe fazer um feitiço não muito agradável para você... - Voldemort deu uma risada diabólica.

- Não! Eu não vou tomar essa poção! Não vou lhe dizer verdade alguma!

Harry deduziu que Voldemort queria empurrar à força a poção Veritaserum, uma poção que obrigava as pessoas a dizer a verdade.

- Então eu vou ser obrigado a fazer o meu segundo feitiço que eu mais gosto. Porque o primeiro sempre será o Avada Kedavra. Crucio!

Tatyanna se contorceu no chão. Gritava muito, e sentia muita dor. Aquilo era como se diversas facas fossem apunhaladas no corpo dela ao mesmo tempo. Harry sentiu muita raiva. Murmurou o feitiço Alohomorra, e a porta destrancou-se.

- Impéri... - Antes que Voldemort pudesse terminar de pronunciar o feitiço, Harry entrou com fúria sala adentro, e Tatyanna, ainda dolorida da maldição Cruciatus, esboçou um sorriso de satisfação no rosto. Voldemort olhou espantado.

- Impedimenta! - O facho de luz atingiu a varinha de Voldemort, e o feitiço não pôde ser terminado.

- POTTER!!!!!! Maldito Potter! - Voldemort exclamou com ódio nos olhos com pupilas em forma de fenda.

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Coments da autora: A fic tá chegando ao fim... gente, não pensem que eu estou feliz de que ela esteja acabando, afinal gostei tanto de escrevê-la... mas para os fãs assíduos de minha fic, fiquem calmos: Essa fic tem continuação! Portanto nem se preocupem. Espero que tenham gostado da minha capa. Tentei caprichar, mas se não fosse pela minha querida Bia Granger... brigadaum mesmo! Eu gostaria de agradecer a todos os coments, em especial, os de Raiane e Carolina. Muito obrigada e continuem a comentar. Adorei ter todos vocês como meus leitores dedicados. Um grande beijo, e até o próximo capítulo.

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