Capítulo 12



A Fortaleza Interior
By Idamae


Negócio de leis: As personagens pertencem a J.K.Rowling. Estou apenas emprestando-as, por razões não-monetárias.

Esta história contém imagens que podem ser perturbadoras para alguns leitores, incluindo estupro, violência, assassinato, sexo, tortura e um grande número de outras coisas mórbidas. Se você não quer ler sobre tais coisas, aperte o botão Voltar, AGORA!!!

Capítulo 12

Severo e Hermione haviam trabalhado pelo que restou da manhã e uma boa parcela da tarde. Eles haviam decidido que uma preparação em massa seria mais fácil e consumiria menos tempo. Nesse momento, vários caldeirões imensos estavam arranjados nos antigos aposentos dela. Embora poucos bruxos adultos, e menos alunos ainda, tinham ouvido falar alguma vez da Cito Exsanguis Neco, eles ainda sentiram ser sensato preparar a poção numa área privada. Sem mencionar o fato de que, se um aluno desajeitado derrubasse um dos caldeirões, os resultados seriam desastrosos.

No meio da tarde, Severo insistira para que Hermione fizesse uma pausa para comer e descansar. Uma grande discussão se sucedera, a qual chegara a um fim abrupto quando Severo lhe disse que a coisa de que mais gostaria seria erguê-la do chão como a criança frágil que sabia que ela era. Hermione havia saído raivosamente para os aposentos deles e não tinha sido vista desde então.

Severo trabalhou por mais umas duas horas, antes que o último caldeirão que podia ser disposto estivesse preenchido e em preparação. Ele estava sentado em sua cadeira cochilando quando Hermione surgiu do quarto. “Claro, Snape, me mande pra cama pra que você possa ficar à toa.”

Ele gemeu a interrupção do seu sonho. “O último caldeirão está no fogo. Não podemos preencher mais nenhum. Caso tenha se esquecido, Srta. Granger, tenho aulas a dar. E já que acontece de eu ensinar poções, realmente preciso de alguns caldeirões para os meus alunos. O que está arranjado agora deve ficar pronto em uma semana. No próximo domingo, vamos engarrafá-lo e pôr outros dez caldeirões pra cozinhar. Quatro semanas de trabalho deve nos deixar com poção o suficiente pra completar o serviço.”

Ela se moveu para se sentar perto do fogo. “Uma vez que ela esteja em sua forma líquida, é um trabalho simples o bastante vaporizá-la, correto?”

“Desenvolvi uma técnica pra atomizar líquidos. Nós colocamos isso tudo na sala de aula e selamos a sala. Posso iniciar o processo magicamente do lado de fora da sala.”

“Agora, creio que seja melhor fazermos uma aparição no jantar esta noite. Vou tomar banho e trocar de roupa.” Ele gemeu levemente ao se levantar e se espreguiçar para cima, tentando relaxar os músculos.

“Você não está ficando nem um pouco velho, está, Snape?”

“Oh, cale a boca de uma vez, entendeu?”

Severo estava de pé sob o chuveiro, inclinado para a frente com as mãos apoiadas contra a parede, permitindo que a água quente pulsasse sobre as suas costas doloridas. Irritava-o admitir que ela estava certa. Ele não estava se sentindo tão jovem ultimamente e os anos curvando-se sobre as mesas de laboratório haviam deixado seqüelas no seu corpo. Sem mencionar todos os feitiços e as imperdoáveis lançadas contra ele nas mãos de Voldemort. Ele estava esquecido de tudo, exceto seus pensamentos e a dor dos seus músculos cansados.

Severo se assustou um pouquinho quando sentiu mãos pequenas sobre suas costas. “Hermione?”

“Sim, Severo.”

“Só estava checando, pode continuar.”

“Obrigada, Professor.”

Ele fechou os olhos enquanto Hermione começava a massagear e mandar a fadiga embora. Depois que terminou as suas costas, ela trabalhou o caminho ascendente até o seu pescoço. De repente, ele sentiu um puxão brusco em seus cabelos e ela puxou a sua cabeça de volta para debaixo d’água.

Severo se virou para vê-la segurando um frasco de xampu. Hermione ficou na ponta dos pés e começou a espalhar uma porção generosa pelo seu cabelo, massageando seu couro cabeludo e suas têmporas enquanto trabalhava. Outro puxão mandou-lhe enxaguá-lo e, quando ele terminou, ela o empurrou gentilmente para fora do box.

“Minha vez, vá se vestir.”, ela ordenou.

“Como assim, ‘sua vez’? Você entra aqui toda nua e tudo, e praticamente consegue o que quer comigo. Aí me empurra pra fora e me manda ir me vestir. Você está brincando com fogo, garota.”

Hermione estava massageando seu próprio cabelo em um monte de espuma, os braços se erguendo por cima de sua cabeça. Seus olhos estavam fechados quando ela falou, “Foi idéia sua nós irmos jantar, não minha, e nem dela. Agora vá se vestir, ou vou enfeitiçá-lo e fazer isso eu mesma.”.

O corpo de Severo já estava uivando e foi necessária cada porçãozinha de força que restava em seus ossos cansados para ele se virar e sair. “Engraçado, a idéia daquela bruxa nua e molhada me enfeitiçando é bem atraente, na verdade.” Ele riu baixo para si mesmo e abriu o seu armário.

Severo imediatamente ficou tenso de novo ao escoltar Hermione até o Salão Principal. O fato de nenhum deles ter sido visto desde o fim das aulas na sexta não passou desapercebido nem mesmo aos primeiranistas da Lufa-Lufa. Em torno das mesas podiam ser ouvidos cochichos e risadinhas. Alguns dos garotos do sétimo ano da Sonserina ousaram, até mesmo, emitir uns poucos assobios agudos de desaprovação.

Eles fizeram seu caminho até a frente, pausando tempo o bastante para que Severo despojasse sua Casa de cinqüenta pontos por alguns comentários vulgares que captou pelo caminho. Em conformidade com o seu papel de amante devotado, ele puxou uma cadeira para Hermione e permaneceu em pé até que ela estivesse sentada.

À entrada deles, o quadro de funcionários e professores havia começado a cochichar também; mas, pela expressão no rosto de Alvo, Severo soube que o Diretor havia emitido um aviso silencioso, mas rigoroso. Papoula Pomfrey veio cochichar no ouvido de Hermione. Severo ouviu a sua resposta sussurrada de que ela estava se sentindo bem e um obrigada por ter cuidado dela.

O anseio de comer depressa e sair voando do Salão era forte; mas Severo tinha consciência de que isso só alimentaria as especulações já obscenas que pairavam no ar. Ele se forçou a comer devagar e somente sairia quando o restante do pessoal fizesse o mesmo.

Ele se virou quando ouviu Hermione tentando esconder uma risadinha por trás do seu guardanapo. Inclinou-se mais para perto dela e sibilou, “O que você está achando tão engraçado?”.

Ela se sacudiu com mais risadas enquanto seus olhos indicavam a mesa da Grifinória. Um grupo de jovens grifinórias estava olhando fixamente para ele de forma sonhadora. “Parece que o Mestre de Poções tem um fã-clube”, ela conseguiu botar para fora, um pouco mais alto do que teria gostado. Isso resultou na maioria da Mesa Principal também percebendo as jovens mulheres apaixonadas e se juntando ao divertimento de Hermione.

Severo atirou um olhar horrível para as garotas e ficou satisfeito em notar que várias delas ficaram brancas antes de voltarem sua atenção para os pratos diante delas. “Não sei o que você acha tão engraçado em se expor dessa forma.”

“Ora, Severo, eu não me sinto como se estivesse me expondo.”

Ele cruzou os braços sobre o peito e se sentou para trás com uma expressão emburrada no rosto, “Bem, eu me sinto!”.

“Sei que você se sente, e isso é que é tão engraçado.” Hermione foi tomada de novo por um acesso de risos.

Severo meditou indiferente pelo resto da refeição, ignorando todo mundo no Salão Principal. Assim que Alvo se levantou para sair, Severo estava de pé e se dirigindo à porta atrás da Mesa Principal, ansioso por escapar. No momento em que pisava na entrada da porta, ele recebeu o chamado cantado de Hermione, “Oh, Severo”. Parou completamente e esforçou-se para não dar mais dois passos e bater a porta agressivamente.

Ao invés disso, ele se virou e andou a passos pesados até onde Hermione estava esperando por ele na mesa. Agarrou sua mão e praticamente a arrastou para fora da porta, sentindo-se satisfeito pela batida que sabia ter sido ouvida até a extremidade oposta do Salão. Assim que a porta se fechou, ele olhou para baixo, para Hermione, pronto para atacá-la com a língua ferina do Mestre de Poções.

As bochechas dela estavam coradas e seus olhos estavam brilhando. A raiva dele foi rapidamente esquecida quando ele decidiu atacá-la com a língua de uma outra maneira.

Hermione se viu empurrada para cima contra a porta enquanto Severo tomava a sua boca impetuosamente. Eles passaram vários minutos nesse duelo, até que ele separou repentinamente sua boca da dela e rosnou, “Você não estava rindo de mim na verdade, estava, Srta. Granger?”.

Hermione pregou uma expressão de coelhinha inocente e assustada no rosto, “Não, Professor.”.

“Achei que não.” Ele riu enquanto se curvava para tomar os seus lábios de novo, muito mais suavemente dessa vez. Logo, eles estavam tão arrebatados pelo momento que não perceberam que tinham espectadores até que algumas risadinhas abafadas interromperam o seu intercâmbio.

Hermione deu uma olhadela por sobre o ombro dele e viu um grupinho de alunos parados no fim do corredor. Severo não se virou, apenas falou baixo, “De que Casa e quantos?”.

“Lufa-Lufa e quatro.”, foi a resposta sussurrada.

O seu rugido repercutiu por todo o comprimento do corredor, “Dez pontos cada um por espionar as pessoas!!!”. O som de passos apressados respondeu. Ele sorriu para Hermione e lhe deu um selinho antes de continuar, “E mais cinco cada um só por serem uns malditos de uns intrometidos!”.

Hermione enterrou o rosto nas vestes dele e mordeu o tecido para não explodir de tanto rir. Quando o som dos passos deles havia desaparecido, ela olhou para cima, para Severo. “Acho melhor nós transferirmos isso para algum lugar um pouco mais retirado.”

“Bem, lá se vai a minha fantasia com a Mesa Principal.”

Hermione o empurrou para trás gentilmente, “Bem, de fato, eu tenho uma capa da invisibilidade no meu armário...”.

Ele passou um braço ao redor das costas dela e a conduziu na direção das escadas para as masmorras. “Acho melhor esquecermos qualquer aparição pública por ora, mesmo com uma capa da invisibilidade. Imagine a cara das grifinórias se ela escorregasse e elas dessem de cara com a visão de você me agarrando até perder os sentidos. Suponho que nossos aposentos terão que bastar.”

“Se você insiste, Professor.”

“E pare com essa coisa de Professor, você está me fazendo me sentir como se eu fosse um homem velho e depravado.”

Hermione se separou dele e correu um curto pedaço para diante antes de gritar por sobre o ombro. “Bem, do jeito que as suas costas estavam rangendo mais cedo, acho que você acertou quanto à parte do homem velho.”

“Vadia!! Vou lhe mostrar o homem velho!” Severo a alcançou no corredor do lado de fora da sala de aula de Poções. Tão logo ele a agarrou, Hermione se viu pendurada de cabeça para baixo sobre o seu ombro, pega em algum ponto entre protestar e rir histericamente.

Ele foi descendo pelo corredor, com Hermione sobre o seu ombro. Passou direto pela sala de estar e a atirou sobre a cama com um salto, por pouco não acertando o monte laranja no centro do colchão. “Você vai pra fora.” Severo ergueu o felino sibilante pelo cangote e o jogou rudemente para fora da porta antes de fechá-la.

Ele logo tinha o fogo na lareira queimando e estava estirado ao lado de Hermione na cama. “Agora, creio que você estava dizendo alguma coisa sobre eu ser um homem velho. Você se importaria de elaborar isso?”

“Eu disse isso? Acho que não, deve ter sido outra pessoa. Tem certeza de que foi isso que eu disse? Não, não eu.”

“Ah, então esse é o jogo esta noite. Bem, já que ela não me permite que eu a toque, suponho que vou só ir dormir.” Severo lançou suas pernas para fora da cama e saiu em direção à porta do banheiro. Rapidamente, ele trocou de roupa e voltou.

Hermione estava sob os cobertores, esperando por ele. Ele deslizou ao lado dela e rolou de lado, olhando para o outro lado. “Severo?”

“Hummmm.”

“Sabe, acho que, talvez, eu te chamei de homem velho.” Ele sentiu um braço deslizar em torno dele por trás e se voltou para encará-la, fazendo bico.

“Bem, Hermione, isso realmente machucou os meus sentimentos. Espero que esteja preparada pra me compensar isso.”

Ela estava, e ela o fez; várias vezes, de fato.

Noite adentro, eles estavam deitados um nos braços do outro. “Vai ser estranho, sabe? Não ter mais que atender os chamados do Lúcio.”

“Com sorte, podemos ver isso chegar ao fim do caminho sem ter que participar ativamente dos festins. Ninguém vai ousar questionar nenhum de nós, a não ser Voldemort. Nós só vamos ter que esperar pra ver. Seja como for, isso vai estar terminado em breve.”

“É. Mas eu quase não quero que esteja. Vai ser estranho, não passar mais tempo com você.” Hermione parecia estar tentando fazer contato com ele, tentando puxar palavras que ele não tinha intenção de oferecer, não nesse momento.

“Bem, nós vamos ter que ter uma conversa depois que o Voldemort for destruído. Ver o que o futuro vai nos trazer então. Não faz sentido se preocupar com nada até que isso seja resolvido.” Severo odiava a si mesmo por dizer coisas que sabia que iriam magoá-la. Não importava o quão gentilmente ele tentava colocar a questão, ainda assim soava como se não houvesse futuro para eles. As palavras da Comensal da Morte o perseguiam.

Eu vou empurrá-la tão fundo que ela nunca, jamais verá a luz do dia novamente.

Ele a rolou para o lado e se enrolou em torno dela. “Durma, você tem um dia cheio de aulas amanhã e precisa descansar. Não pense em nada além do dia vinte de dezembro. É aí que precisamos nos concentrar. O dia vinte de dezembro e essas noites aqui.”

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