Capítulo 05



A Fortaleza Interior
By Idamae


Negócio de leis: As personagens pertencem a J.K.Rowling. Estou apenas emprestando-as, por razões não-monetárias.

Esta história contém imagens que podem ser perturbadoras para alguns leitores, incluindo estupro, violência, assassinato, sexo, tortura e um grande número de outras coisas mórbidas. Se você não quer ler sobre tais coisas, aperte o botão Voltar, AGORA!!!

Capítulo 05

“Preciso de um drinque.”, Severo comentou de improviso enquanto fazia seu caminho até o armarinho de bebidas. Ele abriu bem as portas, e se agachou para olhar minuciosamente o seu interior.

“Melhor fazer dois, Snape.”, ronronou uma voz suave no seu ouvido.

Ele se sobressaltou com a súbita presença dela atrás dele, batendo a cabeça na madeira cerejeira em frente. “Pelos deuses, mulher, você tem que se aproximar de mim furtivamente desse jeito?” Ele puxou uma garrafa de brandy e um copo apropriado, e saiu rapidamente. “Sirva-se.”

“Você tem mesmo um barzinho funcionando aqui. Estou impressionada.” Ela alcançou a parte posterior do armarinho, bem no fundo, e puxou uma garrafa. “Ahhhhh, isso serve perfeitamente.” Hermione se endireitou e caminhou até a lareira. Com uma ponta de seu dedo, ela tinha um fogo queimando. “Você não se importa se nós pularmos o jantar, se importa? Achei que não.”

Ela alcançou o interior de uma caixa de prata em cima da lareira e removeu uma pitada de pó de flu. Salpicou-o dentro do fogo e vociferou, “Limões, fatiados, e um pouco de sal.”. Num piscar de olhos, uma travessa de prata estava em cima da mesa no canto. Outro aceno de seu dedo e a mesa estava próxima à cadeira que ela havia ocupado primeiro. “Do jeitinho que eu gosto.” Ela retomou sua postura relaxada em frente ao fogo.

Severo a observava, paralisado, enquanto ela se preparava para seu drinque. A língua dela escorregou para fora, e ela lambeu a base do seu polegar. Levantando o saleiro de mesa, salpicou o sal na área molhada. Lambeu o sal na sua mão e bebeu durante muito tempo diretamente da garrafa. Ela então pegou uma fatia de limão e mordeu, contorcendo um pouquinho sua face com o gosto.

Severo balançou a cabeça à visão. Ele mesmo nunca desenvolvera um gosto por tequila, mas possuía uma espécie de respeito por aqueles que a bebiam. Era uma bebida áspera. “Tem certeza de que não gostaria de um copo?”

Ela colou um sorriso sedutor no seu rosto, mais por hábito do que qualquer outra coisa, “Não... A não ser que a idéia dos meus lábios na sua garrafa lhe cause asco.”.

“Não, certamente, continue.” Ele segurava o copo de brandy em suas mãos como se fosse uma xícara, aquecendo-o. Assistiu a ela repetir o ritual duas outras vezes antes de colocar a garrafa no chão, próxima à cadeira.

“Se importa se eu fumar?” Ela não esperou pelo consentimento dele; um cigarro aceso simplesmente apareceu na sua mão.

“Onde você adquiriu toda essa mágica sem varinha, Granger?”

Ela sorriu para ele, aparentemente satisfeita por ele ter notado. Deu uma longa tragada antes de começar. “O Potter me tirava a varinha quando me treinava. Um dia ele me acertou com, sei lá, o quinto Cruciatus e eu tinha realmente tido o bastante. Pensei comigo mesma que adoraria lhe lançar um Crucio. A próxima coisa que vislumbrei, era o bastardinho voando pelo chão e rolando ao redor, gritando. Depois disso, todas as outras coisas eram bem fáceis. Não é tão difícil uma vez que você pega o jeito.”

Ela estendeu a mão para baixo e levantou a garrafa novamente. Dessa vez, bebeu sem o auxílio de limão ou sal. A garrafa retornou ao chão, e ela trabalhou no cigarro em sua mão.

Severo sorriu. A idéia de Harry Potter sendo chutado na bunda o animou, e ele quase disse isso. Hermione se juntou a ele no seu deleite, rindo baixo em sua garganta. Nada de risadinhas de menina para essa Hermione.

“Bem, Granger, já que você tem estado por perto dos Comensais da Morte mais do que eu ultimamente, vamos ouvir suas idéias sobre a melhor maneira de abordar nosso probleminha.”

Ela deu uma outra longa tragada e atirou o toco para dentro do fogo. Ele podia ver a mente dela trabalhando enquanto ela levantava a garrafa e engolia uma outra grande porção. “Bem, estou certa de que você notou que ele não é o bruxo que costumava ser. Sua última disputa com o maldito Menino-Que-Sobreviveu o enfraqueceu consideravelmente. Suas forças se situam nas ovelhas que o seguem. Precisamos separá-lo dos Comensais se vamos dar um fim nele. O único problema é que ele conhece suas fraquezas e suas forças. Ele se cerca constantemente de um verdadeiro exército.”

Severo estudava as palavras dela. “Então, precisamos de alguma espécie de isca?”

Ela balançou a cabeça e fez uma cara irritada para ele. “Não, precisamos de mais que uma isca. Precisamos nos tornar indispensáveis pra ele. Precisamos da sua confiança total em nós. Então, quando for a hora certa, nós o convencemos a dispor o exército contra Dumbledore. Ficamos atrás como seus, ah, não sei... Guarda-costas? A partir daí, vai ser uma tarefa fácil acabar com o filho da mãe.”

Severo se recostou e tomou um longo gole de brandy. “Faz sentido. Mas, e quanto a Dumbledore? Na verdade, e quanto a todo o maldito corpo discente? Não podemos simplesmente virá-los pra combater contra os Comensais.”

“Não, não suponho que mesmo Dumbledore possa conduzir o pessoal e uma centena de fedelhos de nariz ranhento contra todos eles. Mas... a escola se esvazia no intervalo do Natal. Isso nos dá tempo o suficiente pra trabalhar Voldemort. Estou certa de que seria uma tarefa fácil o bastante trazer pra cá o todo dos Guerreiros Santos do Ministério, às escondidas, pra uma emboscada.”

Hermione Granger nunca foi uma pessoa desajeitada quando se tratava de solucionar um problema, e parecia que mesmo como sua gêmea Comensal da Morte, sua mente funcionava de forma brilhante. Severo sorria enquanto o plano estava se formando em sua mente. “Sabe, isso pode funcionar mesmo. Com certeza, é bem complicado, muito mesmo, mas pode sim funcionar. Deixe-me ver se entendi tudo isso direito. Nós nos tornamos as ovelhinhas fiéis que Voldemort adora. Embora ovelhas poderosas. Nós o convencemos a atacar durante o intervalo do Natal. Aparentemente verificamos que os alunos e o pessoal se foram e que Alvo está vulnerável. Enquanto isso, de alguma forma, trazemos pra cá às escondidas todos os malditos Aurores do Ministério pra emboscar os Comensais da Morte? Mas como nós o convencemos a mandar todo o seu exército atrás de um Alvo Dumbledore?”

Ele quase podia escutar as engrenagens girando na cabeça dela. De repente, os olhos dela mostraram a faísca característica. “O castelo não está completamente abandonado de verdade. O pessoal que trabalha aqui e tudo mais. Pessoas o suficiente aqui, de modo que haverá um pouquinho de luta. E apelamos para o senso de drama dele. Pense na visão de Voldemort, você e eu aparatando pra dentro de Hogwarts juntos. Pense no pobre coração de Alvo se partindo com a visão do seu Mestre de Poções favorito e a doce e inocente professora de Defesa Contra as Artes das Trevas ao lado de Voldemort. O que você acha disso pra uma entrada em cena? Sim, Voldemort vai enviar toda a quadrilha pra tomar parte nisso, mesmo se não for por outra razão além de preparar o terreno pra sua própria entrada dramática. Ele vai engolir essa merda.”

Ele esvaziou o seu copo e o pôs de lado. “Isso é simplesmente louco o bastante pra funcionar, Granger. Nunca soube que você possuía tal senso de astúcia Sonserino.”

“Você se esquece, Professor, de que eu passei sete longos anos observando o melhor. Falando em observações, fiz um pouco de bisbilhotagem sobre você e meu lado Grifinoriano hoje mais cedo. Você pode ser verdadeiramente um meigo sentimental às vezes. Nunca pensei que tivesse isso em você. Só quero deixar umas poucas coisas claras com você eu mesma.”

Ela observou o rosto dele, para ter certeza de que tinha sua total atenção, antes de prosseguir. “Como minha sósia, estou consciente de tudo o que acontece conosco. Ela lhe disse mais cedo que não haveria nada pessoal em qualquer coisa que acontecesse entre nós dois. Faço eco a esse sentimento também. Isso também significa que, não importa o que veja acontecer comigo, você mantenha seu machismo viril refreado. Não preciso de nenhum cavaleiro em armadura brilhante. Pra falar francamente, tenho passado, literalmente, meses até agora como uma boneca sexual viva pro Lúcio Malfoy. Estou de acordo com isso. É isso o que fui treinada pra fazer, e faço bem. Você representa o seu papel e eu representarei o meu, e nós ficaremos simplesmente bem.”

“Se acontecer de você ter que ir cara a cara comigo pra um pequeno espetáculo de feira, não tente ir com calma comigo. Ouvi falar da sua reputação e espero que mantenha o padrão. Eu sei, você faz o que tem que fazer como eu faço. Não temos que gostar de nada disso, apenas agir como se gostássemos. Ah, e faça-me um favor, sim? Se for uma batalha física que eles estabelecerem pra nós, vá com calma com a minha perna direita. Lúcio a despedaçou um tempo atrás. Eu liguei tudo junto de volta novamente, mas não parece totalmente bem às vezes. Seria grata se você não a quebrasse de novo.”

Ele fingiu uma expressão séria, “Certamente, minha querida. Farei o meu melhor.”.

Os olhos dela se estreitaram com o nome carinhoso que ele usou. De súbito, ela percebeu que ele estava tentando ser engraçado, “Boa, Snape.”. Ergueu a garrafa para ele em saudação e riu.

Ele respondeu o gesto na mesma moeda e tomou mais do líquido ambarino.

De repente, a mulher se pôs de pé num pulo. Ela deu dois passos vagamente na direção dele e se atirou sobre o sofá de tamanho maior do que o normal. Ele ergueu uma sobrancelha e virou a cabeça em direção aos pés calçados dela.

Ela sorriu falsamente para ele e murmurou, “Desculpe.”, antes de se sentar para abrir o zíper do couro. Com dois chutes, as botas estavam no chão atrás do sofá. Ela se encostou de volta contra os travesseiros que haviam aparecido e suspirou. “Assim está muito melhor. Droga, estou cansada. Me lembro de você nos dizendo que Sono Sem Sonho não era um verdadeiro sono. Nunca compreendi isso. Quero dizer, sono é sono, certo? Agora eu entendo.”

Essa encarnação parecia estar abusando do corpo de Hermione. Ele podia perceber que ela estava exausta, mas precisava obter mais algumas informações dela. “Quanto tempo passará até que sejamos chamados novamente?”

Por um longo momento, ela olhou fixamente para ele através de olhos cobertos por pálpebras pesadas, e então moveu os olhos, distante, para o fogo. “Provavelmente uma semana ou duas para nós. Eu, por outro lado, posso aguardar ansiosamente por uma coruja de Lúcio a cada três ou quatro dias. Eu lhe disse, sou a prostituta particular dele, e ele me chama sempre que acha conveniente. Pelo menos, quando é somente nós dois, ele não é completamente tão brutal. Não me entenda mal, ele é tão mau quanto eles conseguem ser. Mas todos nós precisamos de algum tipo de afeição, às vezes. Até mesmo o Lúcio. De fato, isso funciona a meu favor. Na verdade, ele é realmente um bom amante de vez em quando. Posso apenas fechar meus olhos e fingir......” Seus olhos se tornaram completamente vazios, então.

Nem Hermione nem a Comensal da Morte estava mais lá. Tudo o que repousava no sofá era uma casca. Severo imaginou que, onde quer que elas estivessem bem naquele momento, estavam com um lobisomem. Ao menos ela podia encontrar uma medida de conforto e amor, mesmo se nos recônditos da mente dela.

Por um longo espaço de tempo, os olhos dela apenas fitaram inexpressivamente, nem mesmo piscando. Se não fosse pelo subir e descer do peito dela, Severo poderia ter pensado que ela falecera. Os olhos dela se deixaram escorregar, fechando-se. Hermione estava adormecida.

Ele trouxe, com um Accio, um cobertor do seu quarto de dormir e a cobriu. Tomou um grande cuidado para não a acordar. Por um longo tempo, ele ficou sentado e a observou dormir.

A face dela não dava nenhuma indicação quanto aos seus sonhos, se havia algum. Ela parecia em paz. Ele pensou que ela dormira assim tranqüilamente na torre da Grifinória, nos seus dias como aluna. Antes que as crueldades do mundo tivessem se imposto a ela; primeiro pela luz, depois pelas trevas. Antes que ela tivesse sido atirada para o meio de uma guerra horrível.

Ele se levantou silenciosamente e, com um aceno de sua varinha, as luzes no aposento se apagaram. Olhou fixamente para baixo na direção da garota adormecida, o rosto dela iluminado pela luz do fogo. Estendeu sua mão para tocar a bochecha dela. Desesperadamente, mesmo no sono, ela se moveu para dentro do calor da mão dele, e suspirou. As palavras dela ecoaram na mente dele, “Todos nós precisamos de algum tipo de afeição.”

Ele se moveu para longe dela. Despiu-se na escuridão do seu quarto e escorregou para a cama. Do seu lado, ele ainda podia vê-la deitada lá, através da entrada da porta aberta. Foi assim que ele adormeceu, deleitando-se com a visão dela.

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