Capítulo 08



A Fortaleza Interior
By Idamae


Negócio de leis: As personagens pertencem a J.K.Rowling. Estou apenas emprestando-as, por razões não-monetárias.

Esta história contém imagens que podem ser perturbadoras para alguns leitores, incluindo estupro, violência, assassinato, sexo, tortura e um grande número de outras coisas mórbidas. Se você não quer ler sobre tais coisas, aperte o botão Voltar, AGORA!!!

Capítulo 08

Severo abriu os olhos, rolando para dar uma espiada no relógio sobre o consolo da lareira.

“São sete e pouco.”, disse uma voz serena atrás dele. Ele rolou de volta, deitando-se de costas, olhando para o rosto pálido de Hermione.

“Bem, bem, não estou acostumado a ver você aqui pelas manhãs.” Ela estava encolhida no cobertor, apertada tensamente contra as costas do sofá, como se estivesse tentando desaparecer no estofado.

“Sim, bem, suponho que haja coisas que precisam ser acertadas depois de ontem à noite. Você sabe, o que deve ser feito comigo.”

Ele gemeu ao se pôr de pé. “Não há muito a ser feito com você, Hermione. Você vai continuar dando aulas e as coisas vão continuar praticamente como têm sido. Alvo acha prudente você se mudar pra cá comigo. Vou ter que acompanhá-la a maior parte do tempo agora, fora das suas aulas. Você entende por quê, não?”

Ela baixou os olhos para as mãos e acenou com a cabeça, concordando, incapaz de responder aos olhos dele.

Severo se ajoelhou e ergueu o queixo dela, forçando-a a ver o seu rosto. “Você não tem nada do que se envergonhar, ou ter medo. Esse ajuste também vai funcionar a nosso favor com Voldemort, vai fazer parecer como se nós estivéssemos trabalhando mais que o necessário pra entregar Alvo pra ele. É pra melhor, em todos os sentidos.” Outro gemido doloroso e ele estava de pé. “Preciso de um banho quente, minhas costas estão me matando por causa desse maldito chão duro. No lado bom das coisas, fomos dispensados das aulas hoje. Peça o café da manhã enquanto eu tomo banho, depois vamos começar a resolver as coisas.”

Logo após o café da manhã, eles começaram a mudança. Severo fez uma pequena reforma mágica e criou um outro armário embutido, que foi logo preenchido, até quase transbordar, com roupas femininas. Ele nunca tinha visto tanta roupa, e disse isso. Hermione só deu risada e lhe respondeu que ele obviamente nunca tinha divido um lugar com uma mulher antes. Então, ela levitou uma grande cômoda para dentro do quarto - a qual foi preenchida com mais roupas.

Severo tinha acabado de se sentar para uma pausa quando ouviu uma voz bastante familiar, “Snape, onde exatamente eu devo dormir? Espero que você não esteja contando com que eu passe toda noite congelando naquele sofá maldito.”.

“Não, Granger, eu não estou contando com que você passe toda noite no sofá - muito menos eu. Também não vou dormir no maldito chão.”

Ela foi até a sala de estar pisando com força. “Bem, eu só estou vendo uma cama ali e você, com certeza, não vai dormir nela comigo. Então, a não ser que você vá se pendurar de cabeça pra baixo no teto, seu morcego de uma figa, é melhor que vá se acostumando ao sofá.” Ela se virou, andou com arrogância até o quarto e bateu a porta com força.

Ele se levantou de um salto e invadiu o quarto, furioso. “Você não tem nada a temer - sua preciosa virtude, ou o que restou dela, está segura comigo.” Levou a mão até sua manga e sacou sua varinha. Hermione o observava e ele podia ver que os dedos dela estavam se crispando. Ela estava pronta para duelar com ele. Ele ergueu sua varinha devagar e a apontou para a cama. Fez um leve movimento com o pulso e pôs a varinha de volta ao seu lugar. “Ali.”

Hermione se virou devagar e olhou para a cama. “Ali, o quê?”

Severo andou até a cama e se inclinou para erguer a barra da colcha. Ele deu um grunhido e puxou uma cama com rodinhas de debaixo. “Ali, Granger, é a sua cama.”

Ela fechou os olhos e sacudiu a cabeça. Abriu os olhos de novo e começou a rir. Era a risadinha despreocupada da Hermione. “Sinto muito, Severo. Nunca acreditei mesmo que minha virtude estivesse em perigo algum com você.”

Severo respondeu o sorriso afetado dela e se sentou sobre a beirada da cama para massagear as têmporas. “Nunca pensei que você acreditasse, minha cara.”

Hermione foi sentar-se ao lado dele sobre a cama. “Severo, sei que isso é um grande transtorno pra você. Sinto tanto por tudo. Eu nunca, nunca imaginei que as coisas ficariam desse jeito.” Ela baixou os olhos para o colo, incerta sobre o que mais dizer.

Ele contemplou o seu quarto, que tinha assumido um ar de uma presença feminina inegável. “Está tudo bem. Na verdade, é bem divertido. Mas, se um dia você deixar qualquer um saber que agora eu tenho bichinhos de pelúcia no meu quarto, vou amaldiçoá-la até a semana seguinte.”

Ele esperava que ela fosse rir com isso, mas, ao contrário, parecia que ela ia chorar. “Hummm, tem mais uma coisa. Uma coisa grande.”

“Prossiga.”

“Bem, é que... Bem, sabe... Eu tenho um gato.”

Ele virou a cabeça para olhar para ela com uma sobrancelha arqueada. “Você tem um o quê?”

“Eu tenho um gato, só um pequenininho; muito fofo e não muito bagunceiro. Na verdade, ele fica perambulando por aí a maior parte do tempo. Bem, ele pode ficar aqui também? Por favor?”

Ele estreitou os olhos e sorriu sarcasticamente, “Não acho que tenho escolha mesmo, tenho?”. Ela simulou um sorriso encabulado e balançou a cabeça. Ele puxou o ar pelos dentes e fechou os olhos, e aparentemente falou em voz alta consigo mesmo, “Não, Sev, achava que não.”.

Com um gesto da mão dela, ele ouviu a porta dos aposentos dele se abrir. “Bichento, vem cá, bebê. Aqui, gatinho, gatinho.”, ela chamou na voz mais nauseantemente doce que ele já ouvira. Depois de uns minutos dela chamando, o maior e mais feio gato laranja que ele já vira entrou no quarto e examinou o seu novo território. Com um olhar desdenhoso para Severo - ‘Não diferente do meu próprio’, Severo notou mentalmente - o gato caminhou até sua dona e se atirou ao colo dela.

A monstruosidade permitiu-se ser acariciada por um ou dois minutos, depois se afastou para deitar no meio da cama de Severo, espalhando pêlo de gato laranja por todo o edredom preto dele. Com um último olhar mordaz para o homem de preto, o gato levantou sua pata traseira ereta no ar e começou a se limpar.

Severo mal disse outra palavra a Hermione pelo resto do dia. Ela passou a tarde e a noite ou lendo, ou tentando persuadir o gato a brincar com ela. Manteve uma grande distância de Severo, sentindo a aversão dele pelo seu amado bichinho de estimação.

Umas poucas horas depois do jantar, ela saiu para se juntar a ele na sala de estar. Vestia um pijama azul-claro e um robe de lã. “Só vim dizer boa noite e agradecer por tudo. Sei que isso é realmente difícil e sou muito grata.”

A irritação dele havia tido muitas horas para se amainar e tinha encolhido até o pontinho minúsculo que ele jurava que podia sentir fisicamente bem na nuca. Esfregou uma mão no lugar ao responder, “Não estou vibrando de alegria com o gato, admito. Quanto a você estar aqui, não acho desagradável, só estranho. Tenho certeza de que, depois de uns dias, vai ficar tudo bem pra nós dois.”.

“Bem, sei que é cedo, mas tenho estado tão cansada ultimamente. Estou indo pra cama. Te vejo de manhã, Severo.”

“Boa noite, Hermione.”

Severo ficou sentado em sua cadeira por mais umas horas ainda, absorto no seu livro. Finalmente, ele não conseguia mais manter os olhos abertos e fez seu caminho até seu quarto escurecido. Foi direto para o banheiro, tateando pelo caminho, para se trocar e se lavar.

Ele caminhou cruzando o quarto, trombando direto com a cama de rodinhas no chão. “Ô, droga, esqueci disso.” Puxou sua varinha e, com um pequeno feitiço lumus, pôde enxergar para caminhar até a cama livremente. Estava quase se arrastando para debaixo das cobertas quando olhou de verdade para ela.

Hermione e Bichento estavam dormindo profundamente em sua cama. Com um suspiro vencido, ele andou para trás nas pontas dos pés, em torno da cama, e se deitou sobre a outra no chão.

Os dias correram, com Severo e Hermione achando mais fácil, dia a dia, conviver um com o outro. O relacionamento com a sua Hermione estava crescendo para uma amizade baseada em respeito mútuo. Eles passavam noites tranqüilas juntos, confortáveis com a presença um do outro, seja conversando, ou lendo. A Comensal da Morte fez bem poucas aparições, mas os momentos em que ela estava lá, ainda assim, eram agradáveis. Eles brigavam verbalmente e a agudeza de espírito dela era revigorante. Ele sempre ficava com os nervos à flor da pele com ela, e ambos ficavam exaustos após suas visitas.

Lúcio chamou Hermione várias vezes antes do Dia das Bruxas. Nessas noites, Severo ficava vigiando da Torre da Serpente, aguardando que Hermione retornasse dos seus rendez-vous*. Ela ainda se recusava a discutir o que estava acontecendo neles, preferindo passar o resto daquelas noites trancada no banheiro.

O Dia das Bruxas veio rápido para eles. Com a sua chegada, haveria um grande festim. Eles discutiram os seus papéis para com Voldemort em profundidade, repassando suas cenas até que elas se fundissem em ambas as suas mentes. Não podia haver razão para erro, as suas histórias tinham que sustentar uma a outra. Vidas dependiam disso - as menos importantes delas eram as suas próprias.

Eles passaram a noite nos seus aposentos em comum, cada um refletindo em silêncio sobre a noite que teriam pela frente. Obtinham conforto um do outro, somente pela sua presença mútua.

A escuridão cobriu as terras do castelo e eles sabiam que a hora estava se aproximando. Hermione caminhou até onde Severo estava, olhando para o fogo. “Acho que vai ser logo.”

Ele acenou com a cabeça, concordando, e, antes de falar, engoliu um nó que estava lhe oprimindo a garganta. “Devíamos nos trocar, o festim desta noite vai ser uma grande celebração das trevas. Serão esperados trajes apropriados.”

Com a sua varinha, ela apontou para a roupa dele. Após o sinal dele, ela transformou a sua roupa em algo mais apropriado para essa celebração. Ele olhou para baixo e examinou as escolhas dela. Calça preta de sarja, pregueada na frente. Ela era presa na cintura por um cinto de couro preto, incrustado de cruzes góticas de prata. Acima disso, uma camisa de algodão com “gola de padre”**, os três primeiros botões abertos. Sobre isso tudo, estava a sua sobrecasaca; mas agora ela estava desabotoada, vestida como uma jaqueta. Ele percebeu um brilho prateado no seu pescoço e levou a mão até dentro da camisa para puxar uma corrente de prata Madeira. “Não acha que isso é um pouco demais?”, ele perguntou, erguendo uma sobrancelha.

“De jeito nenhum, é mais vistoso.” Hermione estava contente por ele não ter notado as argolinhas duplas de prata na sua orelha esquerda. Ela juntou o cabelo dele na nuca para exibi-las.

Ele retirou a varinha dele e gesticulou em direção às roupas dela. Hermione balançou a cabeça veementemente. “Acho que não.”

Severo foi insistente, “Creio que reciprocidade é jogo justo, minha cara.”. Antes que ela pudesse protestar mais, ele havia terminado.

Hermione agora estava usando um vestido longo preto de jérsei opaco. Um fecho adornado de esmeraldas e diamantes juntava a frente bem decotada em forma de concha, assegurando que as qualidades dela permanecessem cobertas - não mais que isso. Ela podia sentir que suas costas estavam expostas até a cintura, com apenas o rumor de tecido cruzando-as.

Hermione virou a cabeça para o lado e puxou para fora uma comprida perna, a fim de olhar para ela. Estava revestida por uma meia de seda até a altura da coxa. As meias encontravam um par de sandálias de salto alto de tiras com uma tira central adornada de jóias.

Ela sentiu um peso no seu pescoço e levou a mão até ele para retirar o colar que estava usando. À luz do fogo, examinou a larga gargantilha de platina, cintilando com diamantes. Ela não precisou checar para saber que estava usando diamantes nas orelhas também. Recolocou a faixa e percebeu que seu cabelo tinha sido removido do seu ombro, com umas poucas madeixas escapando como gavinhas encaracoladas para emoldurar o seu rosto.

Antes que qualquer um deles pudesse comentar mais, suas marcas arderam com vida. Uma mensagem de Flu apressada para Dumbledore e viram as proteções contra aparatar liberadas. Hermione estendeu o braço até Severo, pegou a sua mão e lhe deu um aperto suave para renovar a confiança dele. “Obrigada, Severo.” E eles se foram.

Eles surgiram diante do Lorde das Trevas e Severo, imediatamente, tomou sua posição no chão. Hermione permaneceu ereta, uma bela bruxa sombria encarando o seu demônio diretamente. “Meu Senhor, o senhor vai me perdoar se eu não me posto ao chão. Este vestido não me permite muita liberdade de movimento e é um tanto quanto desconfortável. Ainda assim, eu odiaria rasgá-lo.”

Voldemort riu dela e gesticulou para que ela desse um passo à frente. “Severo, não vejo sentido em você ficar aí embaixo, também. Levante-se e apresente seu relatório.” Severo se levantou completamente e se moveu para frente, ficando com Hermione e Lúcio na posição principal.

Eles ficaram lado a lado e alimentaram o demônio com o plano tramado. Hermione começou, preenchendo o Lorde com uma imagem desejável, “Meu Senhor, imagine, se quiser, Alvo Dumbledore sendo forçado a ficar de joelhos, rodeado pelos seus servos e os corpos dos mortos. O senhor aparata no Salão Principal. Os olhos do velho tolo, ainda brilhando com os últimos resquícios de orgulho, se erguem para fitá-lo. O senhor, Meu Senhor, está em pé com a doce e inocente professora de Defesa Contra as Artes das Trevas dele de um lado e o adorado Mestre de Poções dele do outro. Se o choque de nos ver juntos, vitoriosos, não for o suficiente para matá-lo, então o senhor terá o privilégio de esfolá-lo até a morte e levitar o cadáver dele até os portões de Hogwarts.”.

Um sorriso se espalhou pelo rosto de Voldemort, seus olhos vermelhos brilharam de alegria à visão. Repentinamente, ele ficou ávido pelos detalhes, “Diga-me, depressa, como isso será executado.”

Severo pegou sua deixa, o sempre-lógico Professor. “Consegui convencer o quadro de funcionários de que viajar nessa época de feriado seria extremamente agradável. Só uma meia dúzia, mais ou menos, achou melhor ficar. Mas, a McGonagall está entre essa meia dúzia. Então, a luta não vai ser fácil; mas uma vitória está garantida. Creio que a maioria dos Comensais deveria atacar o castelo de uma vez só. Isso vai diminuir a antecipação e trazer ao Meu Lorde a sua recompensa tanto mais rápido. Se assim desejar, Hermione e eu permaneceremos com o senhor até o momento apropriado e surgiremos diante de Dumbledore como seus fiéis serviçais. Eu aguardo ansiosamente o momento em que o velho tolo perceba que foi traído.”

Voldemort estava obviamente vibrando com o plano. Ele estava mais feliz e mais confiante do que Severo já o vira. “Perfeito. Lúcio, você começará a planejar a batalha em Hogwarts. Você vai liderar essa parte da operação. Severo, Hermione, estou satisfeito com o trabalho de vocês. Esta noite será uma noite mágica de celebração.”

“Toda essa conversa sobre batalha me deixou ansioso por uma. Draco Malfoy, dê um pulo aqui. Hermione, minha cara, faz um bom tempo que não vemos uma exibição do seu poder. Que o duelo comece.”

Draco subira de posição. Ele, normalmente, ficava mais perto do fundo da sala, onde os Comensais da Morte que não eram favorecidos eram forçados a permanecerem. Tinha um sorriso presunçoso na cara e estava ansioso por se colocar mais próximo à frente nos favores do Lorde das Trevas.

Severo moveu-se para trás, para ficar atrás de Hermione, proporcionando aos oponentes bastante espaço. Ao lado de Draco, estava Lúcio, com um sorriso arrogante colado no rosto. A batalha foi curta. Hermione nem ao menos sacou sua varinha, apenas murmurou um feitiço de desarmamento suave e Draco estava indefeso. “Sinto muito, Meu Lorde,” ela falou, voltando-se para encarar Voldemort, “mas, como disse, não quero ver meu vestido de gala destruído.”.

Virar as costas para Draco Malfoy se mostrou um erro. O ex-colega de classe dela estava furioso por ter sido feito parecer um aluninho tolo. Com um rugido, ele estava sobre ela. Conseguiu acertar vários socos bem dados, antes que ela erguesse a perna bem entre as pernas dele. Severo teve que se conter. Ele tinha que simular desinteresse pelos negócios de Hermione, mesmo quando eles eram tão violentos como esse. Um jeito certo de entregar os seus planos seria mostrar qualquer emoção com relação à garota. Todo mundo sabia que o Mestre de Poções era frio e insensível. Ele podia ver que Lúcio ainda estava assistindo à cena, furioso pela demonstração de fraqueza do seu filho.

Draco rolou, ficando de lado, apertando a virilha. Hermione se levantou e, com um aceno de sua varinha, a roupa dela foi instantaneamente restaurada. Ela caminhou devagar até o menino loiro no chão. Estava estupenda enquanto o observava, uma visão de preto. Ela ergueu um calçado adornado de jóias e chutou o garoto cruelmente no rosto, assistindo ao sangue dele escorrer com um sorriso afetado satisfeito.

Sem outro pensamento para a sua vítima, Hermione se juntou a Severo em frente de Voldemort. Olhos vermelhos cintilantes dançavam diante deles. “Bom trabalho, minha cara. Poder e beleza são uma combinação tão estonteante... Lúcio, cuide de seu filho. É uma vergonha que ele tenha herdado apenas a sua aparência. Intelecto e força o teriam provado muito mais valioso.”

“Meus fiéis serviçais, esta noite é a noite mais sombria do ano, uma noite de fantasia, luxúria e sangue. Entreguem-se e divirtam-se.”

As luzes diminuíram, a música aumentou e os trouxas surgiram. Severo conduziu Hermione pelas sombras, uma mão na cintura dela. “Granger, essa foi uma bela de uma exibição.”

“O bastardinho, pensei que a lateral da minha cabeça fosse explodir. Não estou conseguindo enxergar bem pelo meu olho direito, Snape.”

Severo ergueu sua varinha; uma luzinha iluminou o rosto dela. Ele podia ver que a lateral do rosto dela estava inchando. Usou uns feitiços curativos para diminuir o inchaço. “Temo que isso seja tudo o que posso fazer agora; tenho uma poção que vai limpar sua vista e acabar com a tontura. Você consegue funcionar pelo resto da noite assim?”

“Eu vou funcionar. Não vou dar a ele a satisfação de me ver lesada. Aquele infeliz vai ter o dele. Você vai ver.”

Ela se virou e se deslocou pela multidão. Severo pôs a varinha de volta ao seu lugar e olhou, por entre a multidão, para um par de gélidos olhos azuis furiosos. Lúcio Malfoy havia assistido ao intercâmbio entre eles e não estava contente.

Lúcio se deslocou depressa pela multidão até Hermione. Rapidamente, uma discussão inflamada se seguiu. Malfoy tentava empurrá-la aos joelhos; mas, esta noite, ela não toleraria nada disso.

Hermione balançava a cabeça e sorria desdenhosamente para o homem loiro. A multidão estava assistindo a tudo enquanto Hermione resistia a Lúcio, resistia a ele e o agredia verbalmente. Ela olhava com desprezo, incisivamente, para as mãos apertando rudemente a parte superior dos braços dela. A sua boca se mexia, Severo tinha certeza, para lançar uma repreensão mordaz. Com um puxão, ela se arrancou das garras de Lúcio, libertando-se, e deu as costas para ele, caminhando pela multidão com um porte majestoso para se aproximar de Voldemort.

Severo, também, fez seu caminho até o Lorde das Trevas - assim como Lúcio.

“Meu Lorde, me cansei dessa situação. Creio ter me provado mais do que digna aos seus olhos. Quanto tempo mais devo continuar como brinquedo daquele homem? Somente o sirvo para agradar você, Meu Lorde. Continuarei a fazê-lo se o senhor assim o desejar - apenas se o senhor assim o desejar.”

Voldemort contemplou o homem mais claro criticamente. Ele havia se provado fraco, seu sangue fraco, e o Lorde das Trevas não estava contente. “Lúcio, você tem sido meu servo mais confiável e, como tal, esperava mais de você. Hermione não é mais sua puta; ela agora fica ao meu lado, e você vai tratá-la com o respeito que ela conquistou. Severo, junte-se a ela. Creio, Lúcio, que eu mandei você ir cuidar de sua cria.”

Lúcio Malfoy tinha sido posto de lado e diminuído de posição. Agora o jogo tinha ficado muito mais perigoso.

***

N/T: *rendez-vous = encontro, do francês.
**“gola de padre”: é um tipo de gola de camisa que lembra o que chamamos de “gola olímpica”, mas é mais estreitinha. Não consegui encontrar o outro nome que se dá para ela em português; se alguém souber e puder me contar, ficaria muito grata. :)

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