Capítulo 11



A Fortaleza Interior
By Idamae


Negócio de leis: As personagens pertencem a J.K.Rowling. Estou apenas emprestando-as, por razões não-monetárias.

Esta história contém imagens que podem ser perturbadoras para alguns leitores, incluindo estupro, violência, assassinato, sexo, tortura e um grande número de outras coisas mórbidas. Se você não quer ler sobre tais coisas, aperte o botão Voltar, AGORA!!!

Capítulo 11

A certa altura, tarde da noite, Severo acordou com o movimento repentino de Hermione em seus braços. Ela tinha se movido até o lado oposto da cama e, então, estava olhando para ele com olhos surpresos e bem abertos. À luz minguante do fogo, ele a observou erguer os cobertores para espiar por baixo e o lábio superior dela se torceu.

‘Ô, merda.’, ele pensou. “Olá, Granger.”

Ela riu a sua risada profunda e gutural. “Você não vai me agradecer, Snape?”

Severo se impulsionou para se sentar contra a cabeceira e cruzou seus braços contra o peito. “O quê, diga de uma vez, eu tenho que lhe agradecer?”

A Comensal se juntou a ele contra as costas da cama. Gratamente, ela manteve o lençol preso sob os seus braços. “Bem, você certamente não acha que isso”, ela olhou acusadoramente na direção da virilha dele, “teria acontecido se não fosse por mim.”

“Me perdoe se eu estiver enganado, Granger, mas eu não vi ou ouvi você em nenhum lugar por perto disso ou dela umas duas horas atrás.”

“Eu estava aqui, mais ou menos. Permiti a ela o momento, a felicidade. Os deuses sabem que ela merece isso, uma de nós merece. Se eu não tivesse empurrado ela bem pro fundo na sexta à noite, ela não teria estado em forma pros seus exercícios esta noite. Ela não teria sido capaz de lidar com isso.”

“Nós precisamos acertar umas coisas, no entanto. Escutei a sua declaraçãozinha pra ela. ‘Minha esposa.’ Essa é boa. Ela nunca será a esposa de ninguém, nenhuma de nós é digna desse título, nem mesmo pra você. Ela, por outro lado, não escutou. Deve ter sido o sangue correndo violentamente pelos nossos ouvidos. NUNCA faça tal proclamação novamente na nossa presença. Ela não saberia como lidar com o peso de tal conhecimento. Seria muitíssimo desconcentrante para o nosso papel atual.”

“Você vai pôr as suas próprias emoções inconseqüentes de lado e manter esse encontro secreto como algo sem importância. Se você não conseguir fazer isso, eu vou empurrá-la tão fundo que ela nunca, jamais, verá a luz do dia novamente. Temos um trabalho a fazer e, quando ele estiver acabado, nós vamos deixar este lugar. Não quero botar os olhos no bruxo ou em qualquer coisa mágica nunca mais. Ou ela trabalha comigo, ou eu a destruo. Simples assim.”

Ele pesou as afirmações dela, furioso porque a vadiazinha estava ousando lhe dizer o que ele podia e o que ele não podia fazer. Ainda assim, sabia que elas não eram ameaças vãs e, pelo bem da sua Hermione, ele não tinha escolha além de concordar, por um tempo ao menos. “Certo, ela não vai saber dos meus sentimentos. Mas isso eu juro: assim que Voldemort for destruído, eu vou contar a ela, vou declarar meus sentimentos e a reivindicar como minha. Ela é mais forte do que você acredita.”

“Você pode tentar, Snape. Você pode tentar.” A mulher em sua cama aconchegou-se de volta debaixo dos cobertores, virando-lhe as costas. “Ela não é a única que precisa de descanso. O festim não foi exatamente um piquenique pra mim, também.”

Severo sorriu tristemente e estendeu uma mão confortadora até o ombro dela. Ela recuou ao seu toque. “Nem pense nisso, Snape. A sua amante está dormindo e eu não preciso de nada que você possa me oferecer nesse departamento.”

Ele escorregou de volta sob os cobertores e fitou o dossel escuro sobre a cama.

“Snape?” A sua voz estava um pouquinho mais suave, então.

“Sim, Granger.”

“Obrigada por tomar conta de nós na noite passada.”

“Não há de quê. Obrigado por tomar conta dela.”

Ele a ouviu resmungar, “É pra isso que eu fui feita.”.

Severo estava deitado na escuridão, tenso demais para dormir. Depois de algum tempo, Hermione rolou e aninhou-se nele. Ele relaxou ao sinal de que ela havia retornado e a puxou para os seus braços. Ela se virou de barriga para baixo e apoiou o queixo sobre o peito dele. “Severo, por que você não está dormindo?”

Ele sorriu para ela e estendeu o braço para passar a mão pelo cabelo dela. “Ah, não é nada, só um sonho ruim.”

“Com o Voldemort?”

“Num certo sentido...”

Hermione deitou a cabeça, ouvindo a batida do coração dele. “Eu tenho sonhos estranhos, também, às vezes. Nem sempre consigo me lembrar deles, mas sei que foram ruins. Eu acordo tão assustada.”

Gentilmente, ele a virou e olhou fixamente para ela. Afastou o cabelo rebelde dela do seu rosto e passou as costas dos dedos sobre a bochecha dela. “Um dia, os sonhos ruins vão acabar.”

“Ela me garante que não.”

A referência à Comensal da Morte cravou um prego no seu coração. Se ele quisesse uma vida após tudo isso, uma vida com ela, não podia proferir promessa alguma. Severo fez a única coisa em que pôde pensar bem naquele momento. Ele lhe fez juramentos secretos; promessas gentis feitas com o seu corpo.

“Severo, Hermione...” A voz de Alvo Dumbledore fez ambos se sentarem eretos na cama instantaneamente. Hermione olhou para Severo com um sorriso exagerado e rolou os olhos. Felizmente, somente a voz do Diretor vinha da lareira.

“Que inferno, Alvo! O que você está fazendo, me acordando a essa hora da manhã?” Severo rugiu. Ele se levantou da cama deles e se esticou para apanhar a pilha de roupas do chão.

“A hora da manhã é dez e quinze, e eu nunca imaginei que algum de vocês dormia até tarde em finais de semana.”

Severo lhe atirou a sua camisola e puxou a camiseta por sobre a cabeça. Tendo feito isso, ele gesticulou silenciosamente para Hermione, apontando para a sua metade inferior despida. Ela lhe sorriu maldosamente antes de apontar o dedo na sua direção. Suas calças reapareceram.

A voz de Alvo continuava a vir da lareira, “... então, estarei aí em uns poucos minutos. Suponho que nenhum de vocês tomou café da manhã ainda, vou levar uma bandeja.”

Severo começou a protestar, mas a lareira permaneceu em silêncio. “Ele desligou na sua cara, Severo.” Hermione caiu de volta contra a cama num ataque de risadinhas. Instantaneamente, ela estava presa ao colchão por uma figura longa e macia.

“O que você está achando tão engraçado, Hermione?” Severo rosnou, tentando o seu melhor para lhe fazer uma carranca. Não funcionou. Logo, ela havia encontrado a sua boca e Alvo foi esquecido; mas apenas brevemente.

Uma batida na porta e Severo estava imediatamente de pé. Um uivo guinchante pôde ser, então, ouvido da sala de estar. Severo apontou para a camisola de Hermione, ainda presa em sua mão, e, quando ela estava no seu devido lugar, ele andou a passos pesados até a porta e a abriu totalmente.

Alvo Dumbledore estava zanzando pela sala de estar, dispondo o café da manhã sobre uma mesa de jantar que havia aparecido. Bichento sibilou o seu desprezo pelo homem alto e correu direto até sua dona.

“Por que havia um feitiço silenciador na porta?”, Alvo perguntou antes que Severo pudesse fechar a porta atrás de si.

“Um feitiço silenciador... SEVERO! Oh, Bichento, coitadinho do meu bebê... Você teve que passar a noite lá fora, todo frio e sozinho? Oh, pobrezinho, eu vou...”

“Maldito gato!”, Severo resmungou. “Se você acha que consegue se arrastar pra longe dessa bola de pêlo laranja do inferno, por favor junte-se a nós. Creio que Alvo queira falar com nós dois.”

Ele andou a passos pesados até a sala de estar, mergulhou em uma das cadeiras de jantar de costas retas que rodeavam a mesa e encheu uma xícara de café preto para si. Alvo o observava, seus olhos dançando em júbilo, mas não fez comentário algum. “O que você está olhando, Alvo? Aquele gato espalhou pêlo laranja por todo o meu aposento. Que os deuses proíbam que ele possa ir pra cama dele quando quiser. Aí ele senta aqui fora, gritando, até que alguém abra a porta. Juro que, se eu não soubesse, ia achar que o Black tinha imaginado uma outra forma de Animago só pra me atormentar.”

Hermione se juntou a eles à mesa. “Bom dia, Alvo. Já faz um tempo...” Bichento havia seguido o seu rastro até a mesa e, naquele momento, estava sentado ao lado de sua cadeira, reclamando o seu café da manhã. Hermione olhou penetrantemente, com raiva, para o felino, “Vaza daqui, seu montão de banha, ou eu vou providenciar pra que você seja assado e servido à mesa da Grifinória hoje à noite.”

Severo quase sentiu pena do gato; os animais levam bem para o lado pessoal tais mudanças extremas nos seus donos às vezes. Bichento se virou e caminhou de volta para o quarto, a cabeça baixa e o rabo se arrastando pelo chão atrás dele.

“Ahhh, Srta. Granger, estou tão feliz que você tenha podido se juntar a nós esta manhã.” Alvo tinha observado a convidada com sobrancelhas erguidas.

“Snape, você vai monopolizar esse bule inteiro?” Severo ergueu o bule de prata e encheu uma xícara com o líquido fumegante. Ele não ofereceu açúcar ou creme, sabendo que essa Hermione o tomava preto. Ela pegou a caneca com ambas as mãos e soprou por cima dela, antes de tomar um gole e suspirar.

Colocou a caneca de volta sobre a mesa e olhou para Alvo. “Suponho que chegou a hora de conversarmos sobre os planos, não é, Alvo?”

“Perspicaz como sempre, minha cara.” O Diretor se levantou e começou a distribuir uma mistura maravilhosa em recipientes aquecidos por uma chama regular no centro da mesa. Ovos, batatas, presunto, cebolas, pimentas, tudo circulou junto para formar um delicioso ensopado de café da manhã. Após colocar uma grande porção em seu próprio prato, Alvo continuou, “Vocês dois fizeram planos para o ataque aqui?”

Severo decidiu encarar essa questão, “Bem, a Granger aqui gostaria de ver sangue voando por todos os lados; mas fui capaz de convencê-la de que a simplicidade pode ser a melhor abordagem. A Cito Exsanguis Neco deve dar conta do trabalho.”

Hermione ponderava essas palavras e Severo sorriu enquanto ela tentava lembrar da poção à qual ele se referiu. “Uma morte rápida e sem sangue. Não é a minha idéia de diversão, mas ela daria conta do serviço. Porém, há um problema, Snape. Ela tem que ser usada em uma área fechada. A forma líquida pode ser obstruída por roupas, sapatos; ela precisa de contato direto com a pele pra funcionar adequadamente. Os vapores, no entanto, eles são mais eficientes, mas precisam de um espaço restrito pra funcionar. Como você sugere que usemos isso?”

Severo estava muitíssimo satisfeito. Mesmo na sua forma atual, a garota era brilhante. “Na verdade, é bem simples, mesmo. Convenci Voldemort, muito tempo atrás, de que eu era capaz de minar as proteções contra aparatar, por curtos períodos de tempo, na minha sala de aula, sem detecção. É assim que eu era capaz de aparatar diretamente para os festins. Podemos inundar a sala com ambas as formas da poção. Então, nós vedamos a sala e permitimos que as proteções sejam suspensas pra deixar que aparatem no aposento. Os Comensais aparatam pra iniciar o ataque e morrem. Rapidamente, facilmente. Vou adicionar um pouco de solução sanguessuga mágica à forma líquida, pra garantir que ninguém possa anular a poção, não que eu ache que algum daqueles idiotas possua capacidade. Um feitiço simples pode limpar o aposento mais tarde pra arrumarmos os corpos.”

Alvo estava moderadamente corado de prazer. “Brilhante, vocês dois, brilhante mesmo. Agora, e quanto a Voldemort?”

Hermione encarou essa, “Bem, a hora do jantar seria a melhor ocasião pra você encontrar o seu falecimento inoportuno. O pessoal do castelo que estiver aqui vai estar reunido no Salão Principal; muito fácil de tocaiar a todos ao mesmo tempo. Então é aí onde vamos aparatar com o Lorde das Trevas. Após termos recebido à garantia de que as proteções foram minadas por todo o castelo e que é seguro. Imagino que você possa fazer uma boa interpretação de Lúcio Malfoy, correto, Alvo? Ah, espere, melhor ainda. Poção Polissuco. Lúcio pode aparatar de volta pra fazer sua entrada conosco, em carne e osso.”.

Severo fez uma careta para ela, “Você e essa estúpida Poção Polissuco. Só porque a preparou com sucesso uma vez, você pensa que é uma expert.”.

Alvo riu, “Talvez sim, Severo, mas creio que seja perfeito. Agora, vou providenciar que o Ministério comece o transporte clandestino dos Aurores assim que os alunos tenham partido. Como soa vinte de dezembro para esse plano?”.

Severo e Hermione falaram ambos ao mesmo tempo, “Soa perfeito.” Carrancas gêmeas se encontraram, também.

Alvo sorriu para os dois. “Bem, então, se vocês não se importam, vou me retirar. Hermione... ela vai estar em condições de dar aulas pela manhã?”.

“Sim, Alvo. Surpreendentemente, nós conseguimos mesmo dormir um pouco a noite passada.” Hermione lançou um olhar penetrante muito acusador para Severo antes de terminar: “Estamos nos sentindo quase de volta ao normal.”.

“Muito bem, vejo vocês dois de manhã no café. Severo, sugiro que transfigure para si um despertador. Você parece estar ficando realmente preguiçoso com essa sua idade avançada.” Com uma risada, Alvo se foi.

Hermione se levantou e pediu que os elfos levassem embora os restos do café da manhã. “Acredito que eu vá estar por aqui um bom tempo durante as próximas seis semanas, mais ou menos.”

Severo fez uma careta a essa idéia. “Por que isso, Granger?”

“Bem, a Cito Exsanguis Neco é bem complexa, e leva um bom tempo pra ser preparada. Vamos precisar de vários lotes dela. Do jeito que vocês dois têm se comportado, não vão terminar trabalho nenhum. Vou me trocar. Encontro você no laboratório.”

Severo se deslocou até sua cadeira enquanto a esperava tomar banho e se trocar. O plano funcionaria satisfatoriamente, mesmo que ele fosse passar a maior parte do seu tempo com ela. Pelo menos, esperançosamente, ele teria as noites pelas quais aguardar ansiosamente.

“Seis semanas.” e o pesadelo estaria acabado, para os três. Ele apenas esperava que, no intervalo de seis semanas, a sua Hermione fosse capaz de se purgar da escuridão.

Severo se lembrou de suas palavras, “Não quero botar os olhos num bruxo ou em qualquer coisa mágica nunca mais.

Ele tinha certeza de que seu lado negro a levaria embora desse mundo para sempre se ela não fosse derrotada. Ele deixaria felicíssimo o mundo mágico para a seguir aonde quer que ela fosse. Mas... sempre seria um bruxo.

Hermione caminhou de volta a sala de estar, a caminho do laboratório. “O que está fazendo, Snape? Alvo está certo, você está ficando preguiçoso. Pensei que você estaria com a primeira fornada pela metade a essa altura.”

Severo rosnou para ela, “Estava esperando você terminar por lá. Creio que eu gostaria de um banho pela manhã também. Se você não se importa.”

“Sim.. bem... pela aparência das coisas aqui embaixo, imagino que você esteja tão a fim de uma limpeza quanto nós estávamos. Mas não demore muito.”

Severo se moveu rapidamente, e logo estava vestido com seu traje normal de aula. Ele sentia a necessidade de tecido preto, colarinhos altos e botões constringentes hoje. Qualquer coisa para lembrá-lo do seu lugar na vida dela.

Ele torcia para que o dia passasse depressa e aguardava ansiosamente a paz tranqüila da noite. Sua Hermione havia se tornado o seu lugar seguro também.




NT: Cito Exsanguis Neco - Eu mato depressa e sem derramar sangue.

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