Preocupações a mais...



Capítulo IX – Preocupações




- Pronto, já chegamos! – exclamou Harry, ao pousar a vassoura no chão sujo do beco da rua Stanley à direita da praça principal de Manchester. – Onde é que estás?



- Atrás de ti. – Hermione, com alegria, tocara no solo. Nunca, mas nunca mais, queria saber de vassouras a não ser para varrer o chão. – Eu já te ponho visível.



A amiga pegou na sua varinha e pronunciou o contra-feitiço do feitiço de camuflagem, fazendo com que Harry aparecesse do nada. Repetiu o contra-feitiço duas vezes, nela e na vassoura.



- Vamos lá encontrar a tal árvore. – propôs Harry, apontando para a frente e olhando para Hermione.



- Bem, Harry, tu também não vês nada. Ela está à tua frente! – vociferou a amiga, divertida. Harry olhou para ela com cara de um misto de vergonha e divertimento.



- Então o que é que fazemos agora? – perguntou Harry a olhar para a árvore. Será que aquilo se podia chamar árvore? Tinha cerca de um palmo de altura e as folhas mais verdes que Harry tinha visto. Passava completamente despercebida. – Será que temos de tocar nela?



Hermione tinha se baixado e olhava atentamente para a pequena planta.



- Na carta do Lupin, era suposto procurarmos pormenores… - disse Hermione, mais para si do que para Harry, ainda a estudar a planta. - Vocatio! É isso!



- Vo quê? – perguntou Harry, completamente confuso.



- Vocatio, Harry! A professora Sprout já falou dela. É uma planta de chamamento e é accionada com o feitiço “Vocatio”. – explicou Hermione, ainda a olhar para a árvore, satisfeitíssima consigo mesma. – Mas agora precisamos de encontrar um ponto sensível… Uma folha diferente das outras, uma saliência no tronco, coisas assim. E depois aí é que fazemos o feitiço.



Procuraram, então, alguma coisa diferente. De repente…



- Hermione! Olha aqui. – chamou Harry, ao reparar numa folha microscópica, mas amarela dourada. – Será isto?



- É isso mesmo. Agora fica a vigiar as esquinas enquanto eu faço o feitiço. – mandou Hermione, ao que Harry obedeceu, pondo-se ao pé da entrada do beco.



- Vocacio ! – ouviu Harry por detrás de si. Virou-se e foi ter com a amiga. Hermione tinha feito o feitiço à folhinha amarela e ela tinha-se iluminado de tal maneira que parecia ouro. Lentamente, a folhinha começava a crescer, e a crescer, e a crescer… Até que formou um arco. Mas o arco não mostrava o outro lado do beco. Mostrava, nada mais nada menos, do que uma rua conhecida dos dois. Olharam um para o outro e entraram sem mais demoras. A sensação que os percorreu foi a mais estranha que viriam a conhecer. Sentiram ambos arrepios e por um momento deixaram de sentir que tinham corpo. Não durou mais que 1 segundo. Atrás deles, o arco de ouro tinha-se dissolvido completamente. Segundo Hermione, a árvore também tinha desaparecido. Caminharam, muito juntos, pelas ruas não movimentadas de Grimauld Place. Olharam em frente, entre as portas 11 e 13 da rua. Do nada apareceu uma porta, que certamente iria dar ao Quartel General da Ordem da Fénix.



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Agora sim, estavam todos preocupados pelo desaparecimento dos dois adolescentes. Quando Dumbledore começara a formar uma brigada de busca para ir à procura dos dois, ouviu-se um bater de porta.

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Harry e Hermione puseram-se em frente à entrada. A rua estava deserta. Podia-se dizer que chegava até a ser assustador. Hermione, visto que Harry não reagia, bateu com os nós dos dedos discretamente na porta. Quase imediatamente, ela abriu-se, dando lugar a Mrs. Weasley, completamente desesperada.



- HARRY! HERMIONE! Onde é que se meteram? Estávamos todos preocupados com vocês! Tiveram problemas a chegar? Foram feridos? E os Devora…



- Molly, acho melhor irmos para dentro. Não é seguro falar-mos disso aqui. – advertiu Dumbledore, atrás dela.



Entraram. Dificilmente, mas entraram. O hall de entrada estava repleto de pessoas, todas amontoadas. Sem esquecer, claro, os gritos permanentes do quadro da mãe de Sirius. Mrs. Weasley empurrou Harry e Hermione, de modo a passarem pela multidão de feiticeiros. Quando finalmente conseguiram subir as escadas, depararam-se com Ron e Ginny, ainda aflitos com o desaparecimento dos dois.



- Agora não. Eles já vão ter com vocês. – murmurou Mrs. Weasley.



Ron e Ginny entraram novamente no quarto de onde tinham saído. Antes de passarem a porta, lançaram olhares ansiosos a Harry e Hermione, mas não obtiveram resposta.

Subiram mais um lance de escadas, até ao segundo andar, onde tinham estado raramente.


- Entrem meninos. – ordenou Mrs. Weasley a Harry e Hermione, a apontar para uma porta de ar majestoso. Quando a passaram, vislumbraram uma sala decorada requintadamente, com uma grande janela a iluminar tudo. Sentaram-se ao lado um do outro em cima de uns sofás confortáveis. Dumbledore, Lupin, McGonagall, Mrs. E Mr. Weasley, Snape, Tonks e Moddy Olho-Louco ficaram a olhar para os dois.



- Porque é que se demoraram tanto? – começou por perguntar Mrs. Weasley.



- Enganámo-nos no caminho e o Harry teve que voltar para trás. – apressou-se a responder Hermione, torcendo os dedos, nervosa.



- Porque é que se enganaram? Não receberam o mapa? – questionou Tonks.



- É claro que recebemos. – respondeu Harry – Mas… distraímo-nos.



- Eles disseram alguma coisa? – perguntou repentinamente Dumbledore.



- Quem? – inquiriram, em coro, Harry e Hermione.



- Os Devoradores da Morte. Disseram alguma coisa? – pela primeira vez, Dumbledore estava impaciente.



- Não… - respondeu Hermione, a olhar para Harry. – Tu ouviste alguma coisa?



Harry não sabia o que dizer. Não queria que a amiga ficasse assustada, mas por outro lado, não a queria pôr em perigo.



- Eu acho que… Que ouvi qualquer coisa. – Disse Harry, a contemplar a sala. Fez-se silêncio.



- O quê? – perguntou Moddy.



- Eles… Eles queriam… - começou Harry, a gaguejar.



- Desembucha, rapaz! – exclamou Moddy, ansioso pela resposta de Harry.



- Eles disseram que… Que queriam matar… - disse Harry.



- A Hermione? – perguntou Dumbledore.



- Sim. – respondeu Harry, e olhou para a amiga. Ao contrário do que previra, Hermione estava a reagir muito bem.



- Eu? Porque é que me querem matar? – perguntou a rapariga, após uns momentos de silêncio, não muito perturbada.



- Não sei, mas de certeza que têm uma boa razão, e do que eu tenho medo, é que eles consigam. – disse Harry.

Hermione olhou para a Harry, que logo percebeu que a amiga estava com medo.
Depois de algum tempo a olharem um para o outro, finalmente olharam ambos para Dumbledore, que ao contrário dos dois não mostrava medo algum, estava perfeitamente normal.



- O Ron já nos disse o que aconteceu. Podem ir ter com ele. Suponho que deve estar ansioso por saber notícias. – retorquiu Dumbledore, sorrindo.



Harry e Hermione saíram inexpressivos da sala. Ao fecharem a porta da sala de onde tinham saído, Hermione começou a repreender Harry por não lhe ter contado:



- Porque é que não me contaste?


- Porque é que não te contei o quê? – perguntou Harry em resposta. Hermione parou-o com a mão e encostou-o à parede.



- Devias ter-me dito que ouviste os Devoradores da Morte dizerem que me queriam matar! – acusou a amiga.



- Não devia não! Para que é que eu te ia dizer? Para te assustar mais?



- Não, para tomar precauções. – explicou severamente Hermione.



- E que tipo de precauções querias tu tomar quando tens seis Devoradores da Morte atrás de ti? – contrapôs Harry.



- Então, ia ao meu liv…- a rapariga não conseguiu terminar a frase pois Harry interrompeu-a tocando-lhe nos lábios suavemente, dando-lhe um beijo.



- Eu só estou preocupado contigo.- e dizendo isto acariciou-lhe os lindos cabelos castanhos e foi para o seu quarto.

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Hermione ainda estava um pouco confusa com o que tinha acontecido. Harry desde sempre que era especial para ela. Mas ela não tinha a certeza se seria daquela maneira… Contudo, Hermione sentia uma estranha sensação. Sentia-se como num sonho do qual ela não queria despertar… nunca mais.

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Ginny já se perguntava sobre o que estaria a acontecer lá em cima. Mrs. Weasley tinha ido ter com ela e com o Ron e tinha-lhes dito para irem para os respectivos quartos que tinham partilhado com Harry e Hermione nas férias de Verão passadas. Ginny já tinha ouvido Harry a descer as escadas e a entrar no quarto de Ron, mas não havia sinais de Hermione. O que será que tinha acontecido?







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