A família de Hermione







Capítulo II- A família de Hermione



Harry concluiu a carta que estava a escrever a Hermione e escreveu outras duas de agradecimento a Ron e aos gémeos. A seguir atou-as à pequena pata de Hedwig e disse à coruja para as entregar aos seus amigos, e foi dormir. Já era muito tarde para continuar os trabalhos de casa de Transfiguração.

No dia seguinte, estava Harry a descer as escadas para o pequeno-almoço, quando o seu primo Dudley (Duda) começou a implicar com ele mais do que era costume:



- Então, Potter, continuas a sonhar com o teu namorado, o Cedric? Ou talvez com o teu amante, o Sirius? - disse Dudley provocadoramente.



- Cala-te!- respondeu Harry calmamente, tentando evitar uma discussão. Era verdade que no ano passado, mais ou menos por essa altura, Harry tinha começado sonhar com Voldemort a matar Cedric. Mas este ano, depois da morte de Sirius e de saber da horrível notícia da profecia, os sonhos com Cedric tinham cessado e tinham dado lugar aos de Sirius. Eram quase todas as noites em que Harry acordava encharcado em suor, depois de sonhar com Sirius e com a sua morte. Provavelmente Dudley tinha-o ouvido numa dessas noites.



- Se calhar já não é com os teus namorados que andas a sonhar; se calhar é com a excêntrica da tua amiga que te vem buscar amanhã. – continuou Dudley para o provocar mais uma vez e para ver se conseguia uma reacção violenta da parte de Harry, para atingir a atenção dos pais.



- O quê? - perguntou Harry, atónito. Como conseguira o seu primo saber que ele iria passar férias a casa de Hermione quando a amiga só o tinha convidado ontem? - De que estás tu a falar?



- Não me digas que ela se esqueceu de te avisar que ias passar férias na sua casa de histéricos? Mas que grandes amigos que tens! São mesmos apropriados ao teu… estilo de vida.- respondeu Dudley, irónico.



Harry olhou furioso para o primo. Pensou que ia explodir naquele preciso momento. Mas não podia, era fundamental que se controlasse, pois estaria em risco a sua ida a casa de Hermione. Decidiu continuar a descer as escadas como se não se passasse nada. Quando chegou à cozinha, encontrou os tios a cochicharem, e provavelmente sobre ele. Ainda conseguiu ouvir algumas palavras, provando que estavam a falar daquilo que o chateava à pouco. Pigarreou e os tios pararam logo de falar.



- Ah…Bom dia, querido. Vai fazer o pequeno-almoço, sim?- ordenou a Tia Petúnia, na sua voz esganiçada e excessivamente simpática, a Harry.



Ele estranhou:



- Bom dia. Há algum problema?



- Não te metas, rapaz!- resmungou nervosamente o Tio Vernon.



- Exactamente. Obedece ao teu tio.- replicou a Tia Petúnia. A falsa simpatia para com Harry evaporara-se por completo.



- Pois, eu vou já fazer o pequeno-almoço, mas primeiro gostaria de lhes perguntar se poderia ir passar o resto das férias a casa de uma amiga da minha escola. - Harry escolheu as palavras muito cuidadosamente. Um passo em falso e acabavam-se as férias com Hermione.



- Ah! Essa tal de Granger, não é? Sim, os seus pais já telefonaram e parecem pessoas muito normais, no que diz respeito à tua gente. Acho que podes ir. Mas avisa o teu padrinho de que vais visitar essa rapariga, não vá ele aparecer aqui a pensar que te raptaram.- disse o tio, revelando claramente o seu medo por Sirius. Obviamente que Harry não lhes tinha contado que Sirius morrera.



- Óptimo. Então vou fazer o pequeno-almoço e a seguir vou…



- A seguir vais regar as flores e depois vais lavar o chão da entrada.- disse a tia Petúnia.



*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*



No dia seguinte, Harry arrumou a mala para ir para casa de Hermione. Quando finalmente já eram 16h00, tanto os tios, como o primo e ele, estavam ansiosos. Harry só conhecia os pais de Hermione de vista, pois ela ainda não os tinha apresentado. Quando tocaram à porta, todos deram um salto.



- Então, não vais abrir a porta? - perguntou a tia Petúnia ao sobrinho, numa voz áspera.



- Sim, vou já abrir. - respondeu Harry, caminhando lentamente para a porta.



- Olá Harry! - exclamou animadamente Hermione, após Harry lhe ter aberto a porta.



- Olá…- conseguiu dizer Harry, antes de Hermione se lhe ter lançado num abraço. O inevitável aconteceu: Harry caiu, com Hermione ainda abraçada. Nesse instante, os tios e o primo entram no hall e olharam a cena que Harry e Hermione estavam a fazer no chão. Bom, na verdade só passava de um abraço ligeiramente exagerado.



- Ham, ham…- interrompeu o tio Vernon. Hermione ficou muito envergonhada, largou Harry, levantou-se e ajudou-o a levantar. Harry agarrou a mão que ela lhe estava a oferecer para o ajudar a levantar, mas isso só deixou Hermione mais envergonhada.



- Esta é a minha amiga Hermione.- disse Harry à “família“, a olhar para ela. A tia Petúnia torceu o nariz, o tio Vernon ficou arroxeado mas Dudley foi o que pareceu ter uma reacção mais plausível. Ficou completamente vidrado a olhar para Hermione. Harry estranhou a reacção do primo, e olhou pela primeira vez para Hermione. A amiga estava um pouco mais bronzeada do que o normal, talvez devido às férias que passara em Portugal. Vestia umas jeans normais e uma simples blusa de cavas. O seu cabelo, aparentemente, não estava tão rebelde como o normal. Harry ficou embasbacado a olhar para a amiga, não percebendo muito bem porquê.



- Bem, vamos?- perguntou a mãe de Hermione à filha, a sair do carro, fazendo com que todos do hall saíssem do “transe“. - Olá, eu sou a mãe da Hermione. Joanne, muito prazer. - disse, cumprimentando os tios de Harry. Estendeu a mão para um possível aperto, mas não obteve resposta.



- Nós somos os Durleys, eu sou a Petúnia, este é o meu marido, Vernon e o nosso filho é o Dudley.- disse a tia, apontando para cada membro da família, respectivamente. A mãe de Hermione desistiu de querer apertar-lhe a mão, pois parecia que os tios não estavam com disposição para tal. - É você que vai levar o nosso… sobrinho de férias? Deixe-me agradecer-lhe! Nem o outro ruivo o levou tanto tempo para passar férias! Suponho que também o vai levar à estação de comboios, não?- disse com uma voz impertinente.



- Com certeza. Podemos ir?- perguntou novamente Joanne.



- Sim. As tuas malas estão no teu quarto rapaz. - disse rispidamente o tio Vernon, para tentar provar a Mrs. Granger que era um tio suficiente amavél a ponto de fazer as malas a Harry. Do que não tinha conhecimento era que a mãe de Hermione sabia da simpatia dos Durleys.



- OK, vou já buscá-las. Hermione, vens comigo? - perguntou Harry à amiga, que lhe acenou com a cabeça, a confirmar que o iria acompanhar.



Subiram os dois as escadas em silêncio, pois sabiam que todos os estavam a ver do hall. Quando chegaram ao quarto de Harry, Hermione quebrou o silêncio:



- Agora percebo porque é que não gostas nada dos teus tios e primo.



- Pois, são mesmo intragáveis. - respondeu Harry, a pegar nas malas para sair. Hermione quis ajudá-lo, mas ele recusou.- Não é preciso, obrigado. Só se quiseres levar a gaiola da Hedwig. Ela ainda não voltou da entrega da carta que mandei ao Ron.



Ao descerem as escadas, já a mãe de Hermione se tinha sentado no banco da frente, ao lado do condutor, o pai de Hermione. Harry despediu-se dos tios com um “ Adeus, até para o ano “, mas só recebeu um olhar assassino dos dois. Abriu a porta para deixar a amiga passar e saiu atrás dela. O pai de Hermione ajudou-os a colocarem a bagagem de Harry no porta-bagagem e entrou no carro.



- Então, tu é que és o famoso Harry Potter?- perguntou a Harry - A minha filha não pára de falar de ti.



- Sim, sou eu.- respondeu Harry, vagamente surpreendido. Hermione não parava de falar nele, aos PAIS?



- O meu nome é Eduard. Como já deves ter reparado, sou o pai da Hermione. Eu e a Joanne somos dentistas. - disse Eduard desnecessariamente a Harry, ao mesmo tempo que olhava pelo espelho retrovisor. - A nossa casa fica em Birmingham, a uns quantos quilómetros daqui. Devemos demorar umas… 2 horas, coisa assim, a chegar. Por isso acomodem-se, pois ainda vai levar algum tempo.



E seguiram a sua viagem normalmente, pelas auto-estradas inglesas, com Hermione e Harry a falarem sem parar.






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