Uma aliada

Cap. 21 – Uma aliada

- Harry, acorda! – chamou a garota docemente. – ele abriu os olhos e encontrou os olhos da garota. Os mesmos olhos que já lhe mostraram medo, felicidade, insegurança, coragem, fúria... agora se mostravam vazios e tristes, inchados e vermelhos. Ele endireitou-se na poltrona antes de perguntar:
- Você tá bem?
- Estou melhor – respondeu ela sentando ao seu lado. – Você ficou bravo né? – indagou sabendo a resposta.
- Bem... não posso negar que quando vi o que aconteceu minha vontade era de matar o Rony lentamente e que faltei acertar a cara dele quando nós conversamos.... então devo dizer: sim, eu estava bravo. Mas parando pra pensar no ponto de vista dele, coisa que eu estava fazendo antes de dormir, é um pouco compreensível. E você... como você tá se sentindo?
- Inicialmente com muita raiva. Ainda não acredito que Rony foi capaz de fazer isso comigo! Mas depois que eu subi, parei pra pensar melhor... acabei me sentindo culpada. Quero dizer, no lugar de lidar com o fato de que ele gosta de mim eu fujo. Sem contar que tenho que mentir o tempo todo, dizendo que não tem nada de errado. E alem do mais... o Rony só tentou aquilo porque acredita que lá no fundo eu o amo. Mas eu não posso dizer a verdade e revelar que eu amo você e estou com você. To cansada disso! De mentir, de me esconder...
- Eu também Hermione. Mas o que a gente pode fazer? Contar a verdade pro Rony? Ele ainda não está preparado pra isso e você sabe muito bem. Eu já pensei de tudo, até mesmo em me separar de você para não ver o Ron sofrer...
- De que adiantaria Harry? Eu continuaria te amando do mesmo jeito, e não o Rony! E isso só ia fazer nós dois infelizes.
- Talvez seja melhor esperar mais um pouco. – disse uma voz vinda de trás deles. Os dois se viraram assustados. Gina olhava pros dois, decidida e ao mesmo tempo surpresa. – Tem certeza que você e o Harry é “a coisa mais improvável de acontecer” como você me disse aquele dia? – perguntou pra Hermione.
- Giny... eu... eu posso explicar! – começou ela.
- Não precisa explicar nada Mione, já entendi tudo. E relaxa, eu já suspeitava tinha muito tempo que você me escondia algo...
- Eu não queria que você ficasse chateada comigo Giny... Nem com o Harry. Simplesmente aconteceu, nenhum de nós escolheu se apaixonar.
- Eu não estou chateada com você Hermione, e nem com você Harry – o casal respirou aliviado –Tudo bem que eu queria que vocês tivessem me contado, mas entendo perfeitamente o porque de não o terem feito. Na verdade, eu to feliz por vocês dois, pois sabia que mais cedo ou mais tarde isso ia acontecer! – revelou com um sorriso.
- Mas... você não vai contar pro Rony, vai? – perguntou o moreno receoso.
- Não... – disse a garota sinceramente – Não quero que meu irmão sofra. E além do mais... eu poderia contar se vocês não estivessem se importando com a felicidade dele. Mas pelo visto vocês têm pensado muito nisso. Quem tem que contar isso são vocês, na hora certa. Só queria saber... como isso aconteceu? – perguntou entusiasmada.
Harry e Hermione começaram a contar a história, como e quando começou até o presente momento. Gina ouviu e decidiu ajudar os dois. Foram dormir depois de muitos planos e conversa. Aliviados por terem alguém pra desabafar e os ajudar, Harry e Hermione dormiram tranqüilamente.


Já era segunda e Harry, Ron e Hermione tomavam café da manhã. Hermione conversou com Rony, disse que por algum tempo as coisas iriam mudar entre eles por um tempo mas que voltariam ao normal aos poucos. Satisfeito por não perder a amizade dela, Rony concordou. Estavam os 3 discutindo sobre a melhor forma de matar Draco Malfoy quando viram Alex Manson se aproximar.
- Hermione? – chamou ele hesitante.
- Hei Alex! – cumprimentou a garota sorridente.
- Será que eu posso falar com você um instante? – ela assentiu, pediu licença aos garotos e seguiu por entre as mesas para falar com Alex.
- E então... soube que próximo sábado é seu aniversário.
- É... Como você soube disso? – perguntou curiosa.
- Esqueceu que como monitor chefe eu tenho acesso a alguns dados dos alunos?
- Ah é... – sorriu ela.
- Vai ser dia de visita em Hogsmeade. Você já tem planos pra esse dia?
- Devo fazer alguma coisa com o Harry e o Rony, mas não tenho certeza... Porque?
- É que eu pensei que talvez você gostaria de se encontrar comigo lá...
Hermione parou. Alex estava querendo se encontrar com ela??
- É... Eu não posso te dar certeza de nada, tenho que resolver com Harry e Ron... Acho que por ser meu aniversário eles vão querer passar o dia comigo... – ela pode ver a cara de desapontado de Alex, mas o que poderia fazer? Afinal ela tinha namorado, embora ninguém soubesse.
- Tudo bem... se mudar de idéia ou algo assim me procura está bem?
- Tá, procuro sim.
- Até mais – despediu-se ele deixando Hermione sozinha no saguão de entrada. Voltou para a mesa e seguiu pouco tempo depois para seguir com Harry e Ron para as aulas. Harry a olhava com uma cara de quem esperava explicações. Ela disse simplesmente:
- Que foi Harry? Tem algo errado na minha roupa ou algo do tipo? – perguntou achando graça da situação.
- Não... Eu nem tava olhando pra você Mione! Tava olhando na sua direção, mas não exatamente olhando pra você. – mentiu. – Vamos pra aula?

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- Boa tarde Gina! – cumprimentou Draco Malfoy sorridente.
- Boa tarde... Malfoy – respondeu mal humorada antes de continuar andando em direção ao campo no fim da tarde, tinha treino.
- Lembro que tinha pedido pra me chamar de Draco... – começou ele se aproximando e andando com a ruiva.
- Se eu te chamar assim... você vai embora? – perguntou esperançosa.
- Não exatamente... você quer que eu vá?
- Imagina! Só estou procurando qualquer forma de você sumir da minha vida mas não, não quero que você vá embora! – respondeu no tom mais irônico e sarcástico que conseguira.
- Você não quer isso que eu sei – disse convencido, postando-se em frente a ela – Faz o seguinte: sábado agora, na visita a Hogsmeade apareça na entrada lateral da Casa dos Gritos. Eu vou estar esperando, por volta das duas horas.
- Você só pode estar brincando com minha cara... me diz que isso é um pesadelo e que eu vou acordar agora! O que te faz pensar que eu vou?
- Tenho certeza que irá aparecer. Te vejo sábado, Weasley. – disse por fim a Gina, que se arrepiou com a proximidade do loiro que agora se distanciava e tomava o caminho oposto. Com muito custo, tirou da sua cabeça os pensamentos em relação ao sonserino e se dirigiu ao campo. Nesse inicio, o time estava com algumas dificuldades de entrosamento, mas que aos poucos iam sendo superadas. Harry estava fazendo um ótimo trabalho com a equipe, com novas táticas, estratégias mas o mesmo espírito de união e força de seus antecessores, Olívio Wood e Angelina Johnson. Quando já era umas oito horas, eles encerraram o treino. Gina percebeu que Harry tinha alguma coisa pra falar com ela, então os dois enrolaram o máximo possível até restar somente eles no vestiário.
- Gina... eu to precisando de uma ajudinha sua! – confessou o garoto.
- Pode falar Harry!
- Bem, você sabe que na próxima visita a Hogsmeade é o aniversário da Mione.
- Sei sim! Que tipo de amiga eu seria se não soubesse? – riu a garota, enquanto Harry dava um sorriso.
- É que eu to com um pequeno “problema”. Eu queria fazer algo que ela realmente
gostasse sabe? Tava até pensando em juntar os amigos mais próximos dela e nos reunirmos em algum lugar por lá... Só que depois disso eu queria... eh, você sabe, ficar um pouco sozinho com ela entende? – disse corando o máximo possível. Mas tem um pequeno detalhe que vai dificultar esse “ficar sozinho”.
- Ronald Weasley? – sugeriu ela, enquanto ele concordava com a cabeça. – É, acho que talvez eu possa te ajudar... – disse com um sorriso no rosto. Os dois planejaram como fariam no dia enquanto caminhavam em direção ao salão principal, praticamente vazio. Após o jantar, Gina subiu para o dormitório enquanto Harry aguardava Hermione para a ronda da monitoria.

**********************

O terreno de Hogwarts agora estava bem úmido. A época de chuvas começara, dificultando os treinamentos e os passeios costumeiros pelos jardins. Era uma sexta feira, haviam acabado de sair de uma aula de Poções quando, no salão comunal, receberam uma carta de Hagrid.

Harry, Ron e Hermione,

Será que vocês poderiam aparece aqui na cabana por volta das seis horas? Tragam a capa da invisibilidade.

Abraços, Hagrid.

Em dívida com o amigo, não restou alternativa aos garotos a não ser ir ao encontro do meio-gigante no horário combinado.
- Pelo menos parou de chover – observou Rony tentando animar os amigos, pois estes tinham o pressentimento de que a visita não seria apenas à cabana e sim à floresta, “lar” de Grope. Atravessaram os jardins rapidamente, contornando a plantação de abóboras. Hermione bateu na porta o mais leve possível, na esperança de que ele não ouvisse e eles tivessem que voltar, mas disfarçou sua decepção ao máximo quando ouviu os latidos de Canino ecoarem pela porta agora aberta.
- Que bom que puderam vir! – disse Hagrid enquanto os empurrava porta adentro. Serviram-se de chá e conversaram por alguns minutos, até que por alguma razão a conversa literalmente morreu. Foi quando Hagrid aproveitou a oportunidade.
- Trouxeram a capa? – Harry retirou a velha capa de seu pai que estava escondida entre suas vestes.
- Então vamos! Quero que me acompanhem até Grope. Você não chegou a conhece-lo né Rony? – perguntou animado.
- Não, ainda não tive o prazer – respondeu. Sabia que não havia prazer algum em encontrar algo de um pouco mais de 3 metros de altura mas não podia decepcionar o amigo.
Entraram na floresta e caminharam por longos minutos. Por alguns instantes, pela semelhança no trecho, Rony pensara que estavam tomando o rumo que levaria a Aragogue, mas adivinhando seus pensamentos, talvez por sua cara de pavor, Harry esclareceu que a partir de um certo ponto tomariam outro caminho. Andavam o mais silenciosamente possível, pois ali a última coisa recomendável era chamar a atenção pra si Quando já estavam chegando, puderam distinguir a silhueta do gigante. As arvores que Harry e Hermione viram derrubadas no ano anterior haviam sumido, embora pudessem dizer que Grope não destruíra muitas mais. Aproximaram-se cautelosamente do gigante, e gostariam de olha-lo apenas de longe, se não fosse Hagrid chamando o meio-irmão:
- Grope! Trouxe visitas – o gigante virou-se lentamente. Para a surpresa dos que ali estavam, ele disse:
- Agrid! Hermi! Arry! – Hermione e Harry paralisaram, recordando da última vez que o encontraram. Tudo bem que ele salvara suas vidas, mas ainda sim causava um certo “desconforto” estar ao seu lado.
- Oi Grope... – cumprimentaram ainda receosos. Olharam pra Rony, que estava paralisado, com a boca aberta.
- Quero que conheça um amigo nosso Gropinho! Tenho certeza que irá adora-lo! Esse aqui é o Ron! – disse puxando Rony pelas vestes e o colocando na frente dos demais. Grope o olhou um pouco assustado e deu alguns passos pra frente como se quisesse observar melhor.
- Oi Ron! – cumprimentou, o mais próximo possível.
- Oi Grope! – respondeu com a voz fina, recuando assim que teve chance. Pelo menos dessa vez, Grope não tentou atacar ninguém como fez da primeira vez. Hagrid conversou com ele um pouco, que tinha incrementado seu vocabulário um pouco mais e encorajou o trio a fazer o mesmo, embora nenhum dos três tivesse disposto a ficar ali por mais um segundo. Já faziam o caminho de volta pro castelo quando ouviram o barulho de cascos se aproximarem. Ronan, centauro já conhecido por eles se aproximou.
- Hagrid! – cumprimentou de forma amigável. Nenhum dos outros três entendeu. Os centauros não tinham declarado “guerra” a Dumbledore na ocasião em que Firenze foi trabalhar no castelo?
- Ronan... Como vai? – Os dois conversaram por um ou dois minutos até que Hagrid disse que precisavam ir. Ao perguntarem sobre a situação dos centauros, ele explicou:
- Agouro, que era como se fosse o líder dos centauros aqui na floresta infelizmente morreu, ninguém sabe ao certo explicar o porque. Desde então Ronan, que é bem mais pacífico que Agouro assumiu seu lugar, perdoando Firenze e liberando a circulação de humanos pela floresta, depois de uma conversa com Dumbledore. – Quando ele terminou de falar, estavam praticamente na orla da floresta. – Vistam a capa, ninguém pode saber que estiveram aqui – ordenou o amigo. Despediram-se e pouco tempo depois estavam quentes e seguros dentro da sala comunal da grifinória. Hermione, que estava curiosa sobre o que fariam no dia seguinte.
- Que nós vamos fazer em Hogsmeade amanhã?
- Ah... sei lá Mi! Chegar lá a gente decide, não é Rony? – disse fingindo certo descaso
- É! Mas por agora, eu só sei que a única coisa que eu vou fazer é dormir. Boa noite pra vocês...
- Espera que eu vou com você! – Deram boa noite e deixaram uma Hermione chateada pra trás, que mal sabia o que a aguardava no dia seguinte.

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