Pesadelos



Cap.09

Mione, não!!! – gritou Harry desesperadamente tentando soltar-se das cordas magicamente amarradas que o prendiam à velha árvore.
-Cruciatus! – disse Voldemort, fazendo com que Hermione se contorcesse no chão e gritasse de dor. Ela se sentia muito fraca, como se fosse morrer a qualquer momento. Foi quando ouviu a voz gélida de Voldemort:
- Você vai morrer, sangue ruim. Embora eu não costume fazer isso, você poderá falar alguma coisa ao Potter antes de morrer. Mas seja breve, afinal vocês terão muito tempo pra conversar depois que eu os mandar pra o inferno. Harry congelou. Não era possível. Ele iria ver a garota que mais amava no mundo morrer na sua frente e ele não podia fazer nada?
- Hermione, por favor, seja forte! Eu não suportaria te ver morrer, fuja antes que seja tarde!
- Harry, por favor, me escuta! Eu não tenho mais forças pra lutar e muito menos pra fugir, estou morrendo aos poucos e você sabe disso. Só queria que você soubesse que eu te amo muito. Sempre te amei e sempre vou te amar, e não vai ser a morte nem o tempo que apagar esse sentimento. Desculpe-me por não ter falado isso antes, tinha medo de você não me amar e isso acabar com a nossa amizade. Mas como agora não tenho mais nada a perder, resolvi te contar a verdade...
- Mione, eu, eu também...
- Cale-se!!! – disse Voldemort, lançando um feitiço pra emudecer Harry. – já dei tempo demais pra conversarem, chega dessa conversa melosa! – disse virado-se pra Hermione. Avada Kedavra! Um raio de luz verde irrompeu da varinha de Voldemort e atingiu Hermione que caiu instantaneamente no chão. Ela estava morta.


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Harry acordou suado e bastante assustado. Ele teve um pesadelo horrível, no qual Hermione morria na sua frente e ele não podia fazer nada! “Calma, foi só um pesadelo” – pensou tentando se acalmar quando lhe ocorreu uma idéia: Mione podia estar em perigo! Ele só tinha uma certeza: precisava ver Hermione, e tinha que ser agora. No escuro, tateou à procura de seus óculos e assim que os encontrou saiu do quarto com a varinha em punhos. Abriu a porta do quarto de Mione o mais silenciosamente possível e entrou, percebendo que não havia nada de errado, tudo estava na mais perfeita ordem. Hermione havia deixado o abajur ligado, e quando Harry fez a menção de desligar, seus olhos se detiveram numa das cenas mais lindas que ele já havia visto: Hermione dormindo. Era simplesmente lindo. Aquele rosto que tantas vezes demonstrara preocupação e tristeza agora tinha uma expressão calma e serena, pra não dizer angelical. Pensou que poderia passar a noite inteira ali, olhando-a dormir, mas sabia que não podia. Lentamente, aproximou-se da cama e cobriu Hermione com cuidado pra não acorda-la e carinhosamente passou a mão no rosto dela.
- Boa noite – sussurrou enquanto se afastava, desligando o abajur e indo em direção à seu quarto, onde adormeceu rapidamente(sem pesadelos dessa vez).


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Hermione acordou razoavelmente cedo aquela manhã mas não estava com sono, havia dormido muito bem naquela noite. Tinha a impressão de que alguém havia lhe acariciado o rosto durante a noite mas não pensou muito nisso, afinal estava concentrada no aniversário de Harry. Depois de muito tempo em seu quarto planejando, decidiu surpreende-lo com uma festa. Foi até a sala de jantar pra ver se encontrava sua mãe, que por sorte ainda estava lá.
- Bom dia mãe!
- Bom dia Mione, não vai se sentar? – perguntou, observando que a filha continuava em pé.
- Não, vou tomar café mais tarde. Na realidade, eu tava querendo mesmo é falar com você..
- Claro, sobre o quê?
- É que... bem, sábado agora vai ser aniversário do Harry e eu estava pensando em fazer uma festa surpresa aqui em casa, se você e o papai concordarem, é claro.
- Bem... – a sra. Granger parou um pouco antes de responder, deixando a filha apreensiva – é claro que não tem problema algum. Planeje a festa e depois me fale o que você decidiu!
- Obrigada, mil vezes obrigada! – disse enquanto dava um beijo no rosto da mãe e saia em direção à cozinha para planejar a festa com Maya. Depois de tudo resolvido, voltou para seu quarto para decidir uma última coisa: o presente. Hermione queria que fosse algo especial, que ele gostasse muito. – nada de livros – disse, lembrando do tanto de livros que havia dado à ele nesses 6 anos. Ela pensou, pensou e pensou, descartando cada possibilidade que vinha em sua cabeça. Tinha que ser alguma coisa relaciona a quadribol... – Já sei!! – disse, lembrando-se do que havia visto no Beco Diagonal há dois dias atrás. – Eu podia também dar algo mais simples, que o fizesse lembrar de mim e de Rony. Tive uma idéia! Vai dar um pouco de trabalho, mas tudo bem, só vou precisar da ajuda de Rony. Resolveu então escrever uma carta para Rony, falando sobre a festa e do que ela precisaria para o presente. Quando terminou, guardou bem a carta, já pensando numa desculpa pra poder usar Edwiges mais tarde sem que Harry desconfiasse. Olhou para o relógio e viu que eram 09:30, hora em que Harry geralmente descia pra tomar café e decidiu sair logo do quarto, avistando Harry descendo as escadas.
- Harry, espera aí! – disse enquanto andava mais rápido para alcança-lo.
- Bom dia Mione, acordou mais cedo foi?
- Que nada, acordei faz menos de 15 minutos. E você, dormiu bem?
- Dormi sim – mentiu ele, não queria que ela soubesse sobre o pesadelo.
- Que bom. Mas e aí, gostou da festa? – perguntou enquanto desciam para tomar café.
- Gostei, foi ótima, se eu tirar a sua prima, é claro.
- É, nem tudo pode ser perfeito. Mas e a Thiff, gostou dela?
- Claro, ela é super legal. Sabia que vocês se parecem muito? Não na aparência mas sim na personalidade.
- Já me disseram isso algumas vezes, também acho a gente um pouco parecida. E o Mark, o que você achou dele?
- É, ele é um cara legal. Sabe quem ele me lembrou?
- Não, quem?
- O Fred e o Jorge. Acho que foi o jeito meio sarcástico dele, não sei.
- É mesmo! Nunca havia pensado nisso, mas eles são bem parecidos! Mas mudando de assunto, será que eu podia te pedir um favor?
- Claro, é só falar.
- Será que você podia me emprestar Edwiges? É que hoje é aniversário da Parvati e escrevi uma carta pra ela.
- Sem problemas, pode usar Edwiges na hora que você quiser. Não sabia que você e a Parvati eram tão amigas.
- E não éramos mesmo, mas nesse ultimo ano a gente se aproximou mais, percebi que ela não era aquela garota fútil e chata que aparentava ser. – pelo menos não estou mentindo, isso realmente aconteceu, o único problema é que o aniversário dela foi na semana passada – pensou ela. – To indo lá em cima mandar a carta tá?
- Vai lá.
- Já volto – disse subindo as escadas. Pegou a carta em seu quarto e depois foi ao quarto de Harry, onde se encontrava Edwiges.
- Edwiges, vou precisar de um favor seu. Entregue essa carta para Rony e só volte quando tiver uma resposta, está bem? – disse terminando de amarrar a carta e acariciando aquela coruja. Edwiges soltou um pio leve e baixo, o que geralmente significava um sim e levantou vôo. Hermione desceu e encontrou Harry próximo a escada, esperando.
- Vamos dar uma volta lá fora? – convidou ela.
- Só se for agora. – respondeu. Os dois caminhavam silenciosamente pelo jardim até que Hermione disse:
- Harry, você acha que tudo isso vai acabar bem?
- Sim Mione, eu acho. Preciso acreditar nisso. E você?
- Não sei. Algumas vezes eu tenho a certeza de que esse pesadelo todo vai acabar bem. Outras vezes eu já não tenho tanta certeza, sei lá, fico com medo de que aconteça alguma coisa com o Rony, os Weasley, o Lupin, os membros da ordem... mas o meu maior medo é que aconteça algo com você.
- Comigo?
- É. Nessa história toda é você quem corre mais riscos. E por mais que você seja o “menino que sobreviveu” e tenha enfrentado Voldemort várias vezes, você é apenas um garoto de praticamente 16 anos!! Você carrega esse peso todo nas costas, numa época em que você devia estar curtindo sua adolescência com seus amigos sem se preocupar com nada. Mas você não pode, porque você nunca sabe o que vai te acontecer amanha. Sei lá, isso é tão injusto. Eu não sei se suportaria saber que perdi você, ia ser demais pra mim, eu não agüentaria – disse ela, agora com lágrimas caindo livremente de seus olhos.
- Mione, por favor, não chora – disse ele abraçando-a Odiava vê-la chorando, ainda que fosse uma cena rara, pois Hermione nunca se permitia chorar na frente dos outros. Ele odiava-se por dentro por saber que era o causador daquilo e por saber que ela estava certa.
- Mione, me escuta, por favor – disse, afastando-se um pouco pra poder encara-la e enxugar suas lágrimas. – você está certa. Eu sei que estou correndo riscos e que sou apenas um garoto de 16 anos. Realmente, as vezes eu fico pensando que posso morrer a qualquer momento, estaria mentindo se dissesse que não penso nisso. E é justamente por isso que vivo cada momento da minha vida intensamente, como se fosse o último. Mas sei que tudo vai acabar bem, só que eu preciso que você seja forte. Você não vai me perder nunca, eu não vou te abandonar e você sabe disso. Eu preciso que você acredite nisso pra poder acabar com tudo isso. Eu vou ficar bem, te prometo isso, Confia em mim?
- Confio sim – disse ela abraçando-o mais uma vez, parando de chorar. Depois de algum tempo se separaram e recomeçaram a andar. Quando Harry finalmente achou que Hermione estava bem, ouviu ela gritar:
- AI!!!!!!! – gritou levando as mãos ao ferimento que ainda não havia cicatrizado.
- Mione, o que foi?
- Nada não Harry, foi só uma dorzinha besta, já... – ela não conseguiu terminar a frase de tanta dor que sentia. Como ela se esqueceu de tomar a poção? Ela ajoelhou-se no chão, gemendo de dor.
- Mione, por Merlin, o que tá acontecendo?
- Harry, por favor, me leva até o meu quarto. Eu preciso... – disse com dificuldade. A dor se espalhava com uma rapidez assustadora. Harry não sabia o problema, mas decidiu obedecer Hermione e leva-la para seu quarto o mais rápido possível. Percebendo que ela não conseguiria andar, ele a pegou cuidadosamente pelos braços e a carregou no colo, o que foi fácil, pois Mione era bem leve, de forma que estavam no quarto dela em alguns minutos. Harry a colocou sobre a cama e ela disse:
- Pega a poção – apontando para um pequeno armário no canto do quarto. Harry correu em direção ao armário, onde achou um frasco médio que supôs ser a poção. Hermione fez que sim com a cabeça, indicando que era a poção certa. Harry foi em sua direção e deu-lhe a poção. Hermione fez uma careta, demonstrando que a poção era ruim. Depois de algum tempo ela disse:
- Não se preocupe, já estou bem.
- Não me preocupar? É impossível. Mione, o que tá acontecendo com você?
- É... lembra daquele ferimento do ano passado causado pelo comensal? – Harry fez que sim com a cabeça. – Pois é. Madame Pomfrey disse que foi um milagre eu ter sobrevivido, muita sorte mesmo, esse feitiço devia ter me matado na mesma hora.. Como eu só fiquei com esse ferimento, ela disse que iria demorar pra cicatrizar e que ia doer muito, muito mesmo. Então ela me deu essa poção e disse que ajudaria a cicatrizar e amenizaria a dor. Só que hoje eu me esqueci de tomar e você viu o resultado.
-Nossa Mione, não sabia que era tão grave assim, porque você não me contou antes?
- Porque, sei lá Harry! Na época você estava sofrendo muito por causa do Sirius, eu não quis te dar mais motivos pra se preocupar. Na verdade, ninguém tá sabendo, nem os meus pais, promete que não vai contar pra ninguém?
- Prometo, mas só se você prometer que não vai esquecer mais da poção!
- Ta bom, prometido. Não quero me esquecer dessa poção nunca mais.
- Bom mesmo!!!!!!!!!!!!!
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